Oiii deculpa a demora e obrigada pela leitura ^.^
Hinata apoiou a mão em Sakura e se levantou com pressa, ficar ali não era uma opção, vai que o "monstro" volta. Soltou a amiga com receio, esperava nunca mais vê-lo, pena que não é o mesmo desejo do destino. Sakura pegou a bolsa de Hina e deixaram o local de impacto, a sofredora olhou uma última vez para trás e sentiu um arrepio subir a espinha, e pensar que ficou tão perto dele sem nem ao menos perceber. Sakura escondia a coceira na língua de tanta vontade em saber mais sobre o "relacionamento" da Hyuuga, a curiosidade da mesma acabará quando começar a descobrir a verdade, questão de dias ou meses, Hinata já tinha escolhido o que dizer e logicamente não era a verdade. Pegaram um ônibus lotado, uma moça percebeu a fraqueza aparente em uma das duas e então deu o lugar, Hina não podia recusar já que agora o corpo carecia de energias. A casa tava uma bagunça que só, os dias tinham sido tão tumultuosos que pensar em limpeza parecia besteira. Hinata sentou no sofá olhando tudo em volta, como é bom estar em casa e sentir o cheiro dos pertences, isso é tão aconchegante que dá uma certa melancolia passageira. A rosa deixou as bolsas no chão do quarto e foi até a cozinha preparar alguma coisa, Hina a impediu:
_ Deixa que eu faço!
_ Não, você tem que descansar, deixa o resto comigo!
_ Sakura, não estou doente! Além disso, cozinhar não é esforço nenhum!
_ Tem certeza?
_ Absoluta!
A rosinha deixou depois algumas tentativas falhadas de convencer Hinata a ir recarregar as energias, ela esqueceu que no hospital tudo o que a pessoa pode fazer é ficar o dia todo na cama, isso não é nada saudável para a saúde mental de qualquer um.
_ Em Hina, posso perguntar uma coisa? _ Sakura pediu depois de pegar o macarrão e deixar em cima da pia _ Como conheceu aquele cara? _ A indagação fez com que Hinata parasse de cortar a batata _ Eu sei que não é hora de ficar pedindo explicação.. mas senti uma coisa ruim quando olhei para ele!
_ Conheci no início do ano.. Pensei que era alguém legal e de confiança.. Porém me enganei completamente! _ Não sentiu culpa em mentir, era necessário, imagina se no futuro o filho descobri que foi fruto de um estupro?
Não é que ela pressentia que Sakura iria contar algo tão banal, mas paredes tem ouvido, para uma criança é um grande meio de ficar sabendo de coisas que os pais tentam esconder _ Descobri que é casado!
_ Casaaado? _ Sakura saiu do chão assim que ouviu a afirmação, realmente não fazia a menor ideia do que passava na cabeça de Hina _ Como você chegou ao ponto de se envolver com um homem casado Hinata?
_ Eu não fazia ideia que ele era..
_ Sempre tem sinais, você que não queria enxerga!
_ Sakura..
A rosa buscou os olhos da Hyuuga, no mesmo instante sentiu o peso das palavras que saiu da própria boca. Não tinha necessidade nenhuma de questionar, afinal, ela entende como que funciona o processo do "erro".
_ Desculpa.. Esquece que te perguntei, isso não tem que importar mais!
_ Sou uma idiota mesmo.. Por causa do que ele me fez, tentei acabar com tudo na frente naquele carro! _ Observou cada detalhe da faca que segurava _ Se existe vida após a morte... estaria condenada, desfrutando do caminho que escolhi: O inferno!
Por isso tenho certeza Sakura, esse bebê me fez acordar e viver! _ Apontou o objeto para a Haruno _ Agora nem em meus piores agouros escolheria a morte como salvação, pelo menos não até que meu filho esteja bem e seguro!
_ Você me assusta falando desse jeito.. _ Sakura sentou na cadeira com um pacote de feijão em mãos, olhou as nuvens de tom cinza sobre o céu _ Cabível somente para dias depressivos. Mesmo que hoje chova, quero apenas alegrias nessa casa! _ Levantou para passar a mão no ventre da amiga. Demorará para sentir a "vida" de Hinata dar seus primeiros chutes, serão dias mais agradáveis de fato _ Em, o que acha de ligar para o Neji?
Fui muito grossa aquele dia que ele ligou, conte que está bem e fora de perigo!
_ Sim, eu ligo!
Depois de almoçar e ajuar Sakura a arrumar a casa, Hinata tomou um banho demorado, deitou na cama para descarregar as forças negativas.O vento parecia querer fazer parte da reflexão erguendo a cortina para cima, isso por algum motivo fez Hinata lembrar do dia em que reencontrou com Neji. Ecos da voz do rapaz surgiram na mente dela = "Casa Comigo, eu assumo o seu filho! "
Agora que tem total consciência da grávidez, sabe que não poderá jogar tudo nas costas de Sakura, comida, aluguel, coisas para o bebê e por ai vai. Ela tem noção de que precisa dar um rumo para sua vida, precisa tomar responsabilidade pelas próprias escolhas. Deixar tudo nas costas de outra pessoa não é uma solução que ela vai aceitar, começava a formar ideias, uma delas ainda não tão clara, mas de extrema importância: Aceitar o pedido de Neji. As nuvens se moviam na mesma velocidade dos pensamentos de Hinata, leves e sem voltar para trás.
Pode parecer loucura ou precipitação, mas é uma solução muito aceitável comparada as outras. Já amou Neji uma vez, pode amar de novo. Além de ter alguém que realmente gosta dela, terá um pai para seu filho. Com a mão no ventre visou o futuro com uma família feliz, só não sabe se irá conseguir em um certo ponto essencial para casais. A coisas na vida que exigem mais cuidado, escolher sem deixar de fora os riscos da escolha, assim com o passar do tempo não se quebra as costas de tanto peso carregado. Levantou-se e foi até o celular pedir para que Neji vá até ela, cogitou uma ligação, mas por via das dúvidas mandou uma mensagem decisiva e curta:
" Aceito seu pedido!"
Sim.. ela vai aceitar, mas, acreditando que a mesma mentira dita várias vezes para si irá se tornar pura algum dia. Essa mania que temos de tapar um buraco cavando outro. Com dez minutos exatos de envio, Neji respondeu a mensagem:
" Não vai se arrepender de me dar uma segunda chance meu amor, seremos muito felizes!"
Arrependimento é uma palavra interessante, não acha?
Bom, eu acho e posso garantir que o poder dela vai reinar na vidas dos nossos queridos amadores. Hinata marcar um local para encontrar com Neji, uma praça de alimentação rodeada por um lago , não tão cristalino como o anterior, bastante frequentado por casais. Deixou recado em cima da mesa para Sakura não se preocupar com sua ausência, a rosa havia ido na farmácia comprar um remédio para dor de cabeça. Trancou a porta com uma cópia de chave e deixou o prédio ignorando os olhares curiosos dos vizinhos. De longe avistou Neji sentado esperando por ela, o rapaz a cumprimentou com um beijo na testa. Uma garçonete deixou dois suco naturais de laranja, Hina agradeceu e saboreou o líquido gelado e incrivelmente saboroso.
_ Como está agora? _ Neji notou ela com um pouco mais de cor do que da última vez que se viram _ Soube por Sakura o que houve.. Me deixou muito preocupado! _ Observou o sorriso de desculpas dela, como ama aquele sorriso. Tirou uma mecha de cabelo intrometida do rosto da moça _ Isso me fez pensar.. Né Hinata?
_ Hum? _ Parou de sugar o suco para notar o semblante sério de Neji. Afastou o copo para o lado e segurou as mãos dele com força _ O que te incomoda mais nisso tudo?
_ Eu sei porque aceitou! _ Confessou com os olhos fechados para ela, o medo dela voltar atrás com a palavra era grande, mas precisa correr o risco e receber sinceridade em troca. Hinata sentiu-se ansiosa para escutar o resto da reflexão _ Por isso, não se sinta culpada por achar que está me enganando! _ Acariciou o rosto surpreso de Hinata _ Não está me enganando!
Sei que te magoei muito no passado, não me orgulho nem um pouco disso, você tem uma alma tão pura que sequer me condenou ao esquecimento total, obrigado!
_ Neji...
_ Shiiii.. _ Tapou a boca dela para que pudesse despejar os medos e as conclusões _ Eu amo você, farei até o impossível para reconquistá-la, eu juro que minha missão será fazê-la feliz!
Quero que pense mais, darei o tempo que for preciso, quando estiver pronta venha até mim!
Hinata levantou e o abraçou, sentia o carinho vindo das palavras dele, amá-lo novamente era impossível, mas admirá-lo não _ Obrigada! Você é mesmo incrível! _ Voltou para a cadeira e sorriu ao tomar outro gole de suco _ Concordo com você, preciso mesmo pensar. As coisas não estão fáceis para ninguém a minha volta, não posso mais ser egoísta com vocês!
_ Precisa ser, pense no que é melhor para você e seu filho, Sakura e eu só queremos vê-la bem!
_ Sabe.. Estive também pensando em morar com minha mãe até meu filho nascer, o problema é que não sei qual será a reação dela ao saber sobre minha gravidez.._ Olhou com tristeza para o horizonte _ Mas tenho que confiar no amor de mãe dela, lá estarei mais calma sabendo que não vou atrapalhar a Sakura com despesas desnecessárias!
_ Acho que ela não vai concordar com sua decisão!
_ Vai sim, ela é minha irmã de coração, não importa qual seja minha decisão, ela sempre vai apoiar!
Ficaram quase uma hora conversando sobre o passado não tão distante, Neji a levou embora sem tocá-la na despedida. Antes de dar partida no carro, pediu que Hinata o avisasse sobre a ida para a casa da mãe, ela assentiu com a cabeça e ele girou a chave com um sorriso estampado nos lábios.
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Naruto retornava exausto para o apartamento, fez uma trilha com as roupas do corpo até o banheiro. Suspirou ao sentir a água quente tocar seu corpo cansado, deixou cair o shampoo no chão. Observou o vidro se espalhar perto dos pés, um caco atrevido perfurou o dedo mindinho, em vez de ficar bravo ou qualquer coisa do tipo, ele lembrou de uma certa noite assim que viu o sangue se misturar com a água que escorria para o ralo. A lembrança não era clara como o dia, mas sentir o cheiro do sangue funcionou melhor do que ver Hinata.. É uma pena Naruto, mas dias em que você irá venerá-la como uma deusa, sua salvação, única luz de sua alma, estão próximos. Chegará o dia em que ferir-se na pele não será o suficiente para sentir que pagou por seus pecados. E por que isso é uma pena? Porque estará sem nenhum apoio emocional.
Tirou o vidro do pé e desligou a água para catar o resto e jogar no lixo. Vestia apenas uma bermuda antes de deitar na cama desarrumada há dias.
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Sasuke esperava pelo pai sentado no sofá, Fugaku prometeu buscar os documentos na casa do filho, o nervosismo não era mais controlado pelo rapaz, suando frio. Levantou-se com pressa ao ouvir o pai chamar atrás da porta. Fugaku entrou sem nem dizer um "olá" para Sasuke, pegou a pasta em cima da de centro e saiu satisfeito , totalmente em silêncio. O rapaz derrubou o corpo no sofá, estava perplexo, tantos ensaios sobre o que dizer para o pai não foram necessários, de certo modo ficou ainda mais preocupado. Só tinha uma coisa que deixava Fugaku com o sorriso maligno que saiu dali: D I N H E I R O!
Tirou o celular do bolso, pensou em ligar para Naruto e avisá-lo para ter cuidado, com coisa que isso não iria parecer suspeito, os humanos tendem a ter ingenuidade diante de problemas que não conseguem absorver para si, buscam a fé no impossível. Abriu uma garrafa de Whisky e despejou o líquido em sua boca, precisava de algum consolo.
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Uma semana depois!
Kushina andava junto de Naruto no shopping a procura de roupas para Minato, o médico liberou uma alta temporária antes da cirurgia, os dois sorriam com cada peça que era mostrada por uma vendedora. Naruto saiu da loja para ir até um café comprar algo para os dois comerem, na saída do estabelecimento ignorou um mendigo que implorava por alimento.
Sabe Naruto, devia dar mais valor a fome, pois este de frente para você, é o seu "eu" do futuro!
Voltou para buscar Kushina na loja, trancou o carro e entrou dentro da loja. Encontrou sua mãe sentada próxima ao caixa, tocou o ombro para que ela o visse.
_ Mãe, paga logo, precisamos voltar para o hospital!
_ É o que estou tentando fazer, mas a máquina recusou todos os meus cartões!