Os Cinco Selos

Tempo estimado de leitura: ontem

    14
    Capítulos:

    Capítulo 182

    O Pilar

    Linguagem Imprópria, Mutilação, Violência

    Yoo,

    Tenho nada para comentar aqui não

    Minha criatividade está me decepcionando nessa semana, deve ser o vicio em Apex que está me afetando

    Boa leitura ^^

    Enquanto Edward conversava com os Selos pelo cristal, Mikaela correu em direção ao centro da vila, passando por entre os moradores que observavam o confronto com expressões de pavor.

    Chegando ao cruzamento que marcava o centro da vila, Mikaela se aproximou da rocha que era um pouco menor que ela e seu topo era pontiagudo. Ela concentrou sua mana na ponta de seu dedo indicador e começou a escrever diversas runas por toda a extensão da rocha.

    Pouco tempo depois, um velho de longa barba branca e trajado com roupas de pele de animais se aproximava devagar com sua bengala na mão direita. Donbar, o Senhorio da vila, disse quando finalmente alcançou Mikaela:

    — O que pretende fazer, senhora Sparda?

    — Bom, essas runas irão criar uma barreira que criará uma ilusão para quem está de fora dela. Digamos que a cidade vai ficar invisível — respondeu ela, sem parar de escrever. Depois, olhou séria para o Senhorio. — Portando, senhor Donbar, peça para que ninguém saia dos limites da vila, pois é o único jeito deles sobreviverem.

    Donbar concordou com um aceno e dirigiu-se até a pessoa mais próxima, repassando a mensagem da feiticeira da vila.

    Após terminar todas as runas, Mikaela espreguiçou-se com os braços erguidos. Quando se deu conta, percebeu que tinha uma multidão em sua volta com olhares fixos, temorosos — mas não por causa dela. Depois de um suspiro, Mikaela fechou os olhos e inspirou, concentrando sua mana em sua mão direita. Em seguida, colocou a palma na rocha, marcando sua superfície. A rocha pulsou uma energia roxa, acendendo todas as runas e atirou-se para o ar. No topo, a rocha girou e traçados de energia começaram a sair a partir dela, ramificando-se e interligando entre si, até formar uma cúpula de proteção que abrangeu toda a aldeia.

    — Prontinho. É só não saírem dessa vila que não morrerão — afirmou Mika a todos.

    Antes que começassem a indagá-la, Mikaela passou por entre a multidão e dirigiu-se até sua casa. Chegando lá, encontrou Edward, Anne e Alfonso do lado de fora da casa, conversando.

    — Essa é a mesma barreira que em Arcádia? — perguntou Ed.

    — Sim, mas, diferente daquela, essa vai queimar qualquer demônio que tente entrar.

    — Pode deixar o resto da proteção das crianças com a gente — assegurou Anne. — Façam o que deve ser feito.

    Os dois assentiram com a cabeça, e depois adentraram na casa.

    Deckard e Miana estavam sentados na cadeira, serenos, enquanto Lizzie conversava com eles. Ao verem seus pais se aproximarem, os dois sorriram e se endireitaram. Seus pais, de frente para eles, agacharam-se.

    — Já sabemos o que está acontecendo — começou Mia.

    — Anjos e demônios estão em guerra — completou Deck.

    — Basicamente, sim — afirmou Ed. — Sua mãe, eu e seus tios precisamos adentrar nesta guerra.

    — Por quê...? — perguntou Mia, depois dos dois se entreolharem confusos e receosos.

    — Porque este é nosso dever como Selos — respondeu Mika. — Temos que garantir o equilíbrio do mundo.

    — Selos? Vocês são meio que guardiões? — questionou Deck.

    — Se isso faz vocês entenderem, sim.

    — Prometemos contar tudo quando esta guerra terminar, está bem? — assegurou seu pai.

    — Uhrum — confirmaram os dois.

    Mikaela deu um beijo na bochecha de cada um. Edward deu um beijo na testa de Miana e a encarou.

    — Você, cuide de seu irmão, pois é a mais velha.

    — Sim, papai.

    Deckard e Edward tocaram os punhos e depois seu pai bagunçou seu cabelo.

    — E você, cuide de sua irmã, pois é o homem.

    — Sim, pai.

    — Vamos, Mika?

    — Espera! Preciso colocar minhas meias! — disse, calçando suas meias negras semitransparentes.

    — Precisa mesmo? Fazem quase nenhuma diferença!

    — É? — Mika parou de amarrar o cadarço de suas botas marrons e encarou Ed. — Então por que pede para eu não as tirar quando fazemos amor?

    Edward abriu a boca para responder, mas fechou.

    — Certo. Você ganhou dessa vez.

    Quando terminou, Mikaela tirou e colocou seu cristal azul em Deckard, e Edward fez o mesmo em Miana, mas também jogando seu sobretudo sobre ela. Lizzie subiu nas costas de Edward e encarou Deckard e Miana.

    — Comportem-se — ela disse.

    — Pode deixar, tia Lizzie — disseram.

    ***

    Mikaela se teletransportou com Edward e Lizzie, surgindo topo de uma colina, distante o suficiente do pilar de energia e da confusão que ali acontecia. A iluminação naquela área era mal distribuída e intensa, pois o Reino dos Céus cobria o sol e a iluminação era provida do pilar. Os dois ficaram parados por um tempo, analisando a situação a sua frente.

    Ora, haviam centenas de anjos e demônios se confrontando incessantemente, e a batalha já evoluirá ao ponto de ambas as tropas estarem se misturando, sem qualquer formação. Acontece que o pilar de energia multicolorida detinha uma barreira de proteção que era um pouco maior que seu diâmetro e seguia por toda a extensão, e esta barreira era protegida por gigantes demônios de dez metros que portavam armas pesadas de haste e escudos proporcional ao seu tamanho. A frente de tudo isso, ainda havia a horda de demônios, somando na dificuldade de avanço dos anjos, que parecia quase não acontecer.

    — A coisa não está muito boa — observou Ed. — E então, Mika?

    — Se você olhar bem para o pilar, irá notar que ele surge a partir do círculo mágico. — Ela apontou com o dedo. — Duvido muito que um círculo iria conseguir invocar algo de tamanho poder. Minha sugestão é que ele serve como meio de interligar duas dimensões.

    — Essa merda vem direto do inferno? Como caralhos Lúcifer conseguiu tanto poder?

    — Como vou saber? A única coisa que sei é que, anos antes, ele estava em busca dos livros dos Mephistos. — Ela deu de ombros. — Talvez eu possa fechar este círculo, mas é meio complicado com tantos demônios. Preciso de concentração.

    — “Talvez”?

    — Tenho certeza.

    — Ótimo. — Edward esboçou um sorriso sádico. — Hora de fazermos a limpa.

    "Alô? Capitão?", soou a voz do Aiken.

    Desfazendo o sorriso, Edward pegou o cristal.

    — Finalmente deu sinal de vida, seu merda — disse Ed. — Onde está?

    "Ah, em Ounter, com o Dante. E advinha?! Nos encontramos com o Rafael."

    — Grandes merda, né.

    "Certamente... Então, capitão, se a gente supostamente se deparasse com uma criatura comparável a um dragão, o que é para fazermos?"

    — Bom... nós temos que preservar a vida dos humanos a todo custo, demônios tem que ser massacrados e os anjos devem morrer caso entrem em nosso caminho, e... — Edward se calou no momento que escutou o rugido da criatura emanando do cristal. Agora, continuou em um tom sério: — Fome, você e Fúria devem eliminar essa criatura imediatamente, sem se importar com quem morra no processo.

    "Considere feito, capitão."

    Edward guardou o cristal no bolso, e logo Mikaela o cutucou, apontando para o lado direito. Ora, mais uma horda de demônios avançava pelo flanco direito dos anjos, visando cercá-los.

    — Merda — praguejou Ed. — Eles estão em uma distância segura dos anjos, então oblitere eles agora, Redenção.

    — Como desejar, capitão.

    Redenção estalou os dedos das mãos. Em seguida, alternou as posições de seus braços diversas vezes de forma muito veloz, finalizando com ambas as palmas juntas e seus dedos entrelaçados.

    — Dentro do meu corpo, eu carrego um infinito tão imenso quanto o próprio espaço. Com um simples pensar, desejar e movimentar, eu posso trazer estrelas que habitam em meu infinito e punir cada um de meus inimigos imundos. — Separou suas palmas, deixando a esquerda inerte com os dedos em riste, enquanto ergueu a direita com apenas o indicador em pé e fez um movimento circular, fazendo um pequeno círculo mágico surgir. Sobre a horda que iria flanquear os anjos, um círculo mágico multicolorido de grande diâmetro surgiu. — Magia dos Mephistos: chuva de meteoros¹.

    Do círculo mágico, meteoros multicoloridos começaram a cair, como se fosse chuva, mas com um poder destrutivo imenso. Muitos dos demônios foram pegos pela explosão direta destes meteoros, e o que conseguiram desviar da área de impacto foram consumidos pelas chamas multicoloridas intensas. Em um minuto, uma horda inteira poderia ser considerada obliterada.

    Lizzie e Edward assobiaram.

    — Magiazinha poderosa — observou Liz.

    — Em compensação, suga muita mana — adicionou Mika.

    — Ainda tem mana o suficiente para guerrear? — perguntou Ed.

    — O quê? Não entenda errado, Ed. É muita mana em comparação as outras magias... — Ao mesmo tempo em que sorria, sua pele começou a ficar avermelhada com manchas negras surgindo. Seus olhos tornaram-se totalmente escuros, sem vida, e os chifres brotaram no topo de sua cabeça. — Mas em comparação com a mana que tenho, é pouca.

    — Espero que os anjos saibam diferenciar você dos outros demônios. — Ele também sorriu, com suas escleras tornando-se negras e a íris azul cintilando. Quando segurou a mão de Liz, transformou-a em foice de haste negra e lâmina azul. As chamas azuis envolveram seu corpo e sua arma. — Pronta?

    — Claro.

    As asas de energia negra e de formato abstrato surgia nas costas de Edward, ao mesmo tempo em que as asas mágicas multicolorida e translúcida com o mesmo formato de um falcão surgia nas costas de Mikaela.

    Suas expressões tornaram-se sérias, e ambos saltaram e voaram em direção a contenta.

    Morte, habilmente, adentrou em meio a confusão desviando de todos os anjos e decapitando qualquer demônio em seu alcance com o balançar sutil de sua temerosa foice. Em um determinado momento, freou bruscamente com seus pés no chão e, abrindo um ataque em arco, trucidou uma grande quantidade de demônio com a junção de suas chamas e o corte de sua foice.

    Redenção, por outro lado, teve que inclinar seu corpo para trás para desviar de um golpe de uma clava. Ela se firmou rapidamente quando tocou com os pés no chão, conseguindo manter-se ereta novamente. Com um círculo mágico vermelho, explodiu a perna do demônio que a atacou, fazendo o tombar. Com a mão esquerda, criou uma pequena barreira que parou o ataque de duas lâminas. Mikaela se impulsiono para o ar com suas asas, girou seu corpo e criou um círculo mágico azul em cada mão, disparando estacas de gelo nos inimigos sob ela. Quando retornou ao chão, espessas raízes saíram do solo onde seus pés tocaram e ramificaram, empalando apenas demônios.

    Enquanto dilacerava seus inimigos, Edward observou uma luz amarela passar queimando os demônios poucos metros a sua frente. Segundos depois, o arcanjo Miguel entrou em seu campo de visão, e ele se aproximou sobrevoando-o.

    — Demorou muito — disse o anjo.

    — Ah, sentiu minha falta, Miguel?! Que amor!

    O anjo girou seu corpo, finalizando alguns demônios com o ataque de luz com sua espada.

    — Decepcionante como sempre, Morte.

    — Assim você me magoa.

    Um tremor chamou a atenção dos dois.

    Ora, um dos demônios de dez metros havia atacado os anjos com sua grande arma de haste estilo bardiche, ou seja, detinha uma haste não muito longa com uma lâmina comprida de um gume acoplada em sua ponta.

    O nephilim e o anjo se entreolharam.

    O demônio ergueu sua bardiche após o ataque, e logo viu o Selo e o arcanjo voando em sua direção. Rindo com o desafio, logo moveu sua pesada arma de haste contra os dois. Fazendo sua luz amarela emanar poderosamente por todo o corpo, Miguel tentou para a bardiche com sua espada para evitar aniquilar suas tropas, mas o ataque fora pesado demais e ele não conseguia pará-lo. Para ajudá-lo, Edward também tentou parar a lâminas com suas chamas azuis e sua foice. Com a força dos dois, o ataque foi parado, mas eles não iriam segurar por muito tempo.

    — Dante aqui seria de boa ajuda — disse Ed, com esforço.

    — Ou Rafael — adicionou Miguel, com o mesmo esforço.

    Quando Edward pensou em liberar seu Despertar e Miguel sua luz, ambos viram a aproximação de Anahel. A arcanjo detém pele marrom, cabelos que descem ondulando até o meio das costas e belos olhos lilás, que pareciam cintilar. Como todo arcanjo, estava equipada com sua armadura e suas asas cristalinas, mas não portava nenhuma arma em mãos.

    Anahel pousou sobre a haste da bardiche e a tocou com ambas as mãos. Raios vermelhos, quase que imperceptíveis, passaram de suas mãos para a haste, fazendo-a desintegrar logo em seguida.

    Livrando-se do enorme peso, Miguel já concentrou toda sua luz que usava por todo corpo na espada e golpeou atirando um feixe em direção ao demônio, que se defendeu do ataque com seu grande escudo.

    Edward, sobrevoando o mais baixo o possível, concentrou todas suas chamas em sua foice e golpeou a perna do demônio, decepando-a no golpe único. Depois de tombar, o demônio protegeu a parte vital de seu corpo com o escudo. Anahel, concentrando uma grande quantidade de raios vermelhos no braço esquerdo, tocou na superfície do escudo, e os raios se espalharam desintegrando a proteção.

    Novamente Miguel concentrou sua luz, e desta vez o feixe amarelado viajou no ar até a pele grotesca do demônio, queimando-a facilmente e pulverizando seu coração. O grande demônio rugiu e se debateu até morrer.

    — Menos um — disseram os três.

    No momento em que viu os três atacando o demônio gigante, Mikaela começou a voar em direção a eles para auxiliar, mas, em um piscar de olhos, uma mão surgiu em sua frente e tocou seu rosto. De imediato, Mikaela se jogou para trás e percebeu que seus pés tocaram o chão, e que o barulho da guerra estava distante. Quando se deu conta, percebeu que estava em um lugar um pouco distante do campo de batalha. Fui teletransportada?!, pensou. Então, reparou na figura a sua frente e surpreendeu-se, ficando sem reação.

    — Há quanto tempo, traidora — disse Belzebu.

    O demônio que havia sido decapitado e desmembrado por Edward em Kalium, estava de pé na frente de Mikaela, com seu corpo inteiro — meio humano e meio bode. Seus braços, pernas, asas e pescoço detinham costuras negras que pareciam ser tatuagens, e o Selo logo percebeu que aquilo era magia.

    — Vocês não deveriam estar mortos?

    Cercando-a, apareceram mais dois demônios: Lissandra e Mammon. Lissandra continuava com aspecto humano: pele pálida, cabelos braços, olhos azuis e seu rosto continha fragmentos de gelo — além disso, trajava uma simples armadura que protegia o torso e pernas (nenhuma costura aparente, pois Dante havia arrancado o coração dela para matá-la). Mammon tinha seu corpo esguio, quase pele e ossos, que sempre ficava ponta dos pés; olho único negro e empunhava uma espada. Em seu pescoço, havia a costura negra.

    — Deveríamos, mas Lúcifer trouxe nossas almas de volta para o corpo — respondeu Lissandra. — Belphegor e Jorge também estão vivos. Provavelmente seriam mais, mas os Selos transforam o corpo dos restantes em pó ou em uma situação irreparável.

    — Interessante. — Mikaela olhou para ela. — E como conseguiram reviver, Liss?

    — Basta — interrompeu Mammon ao ver Lissandra abrir a boca para responder. — Lilith é um deles, Lissandra.

    — Você é tão chato, Mammon. Que seja. A pergunta que não quer calar é... — Mika moveu a cabeça lentamente para olhar os três. — Por que vieram atrás de mim e não de quem matou vocês?

    — Para vingar a queda de nosso Rei — disseram.

    Um largo sorriso brotou nos lábios de Mikaela, que passou a gargalhar bem alto em seguida.

    — Por isso?! — Ela começou a controlar a risada, e logo sua expressão ficou sombria, encarando-os. — Então venham, irmãos.

    Lissandra, Mammon e Belzebu também ficaram com expressões sombrias.

    Continua <3 :p

    Observações:

    1 – Esses supostos “meteoros” da magia não são nada mais do que uma grande quantidade de mana concentrada em forma de esfera. Vale ressaltar, caso vocês estejam em dúvida como a ordem dos Mephistos não conseguiram ganhar a guerra com magias tão poderosas, que humanos são seres fracos em comparação aos outros. Por exemplo, enquanto Mikaela, um demônio com exímia destreza em magia, consegue invocar cinquenta meteoros com um poder destrutivo enorme; um humano, com exímia destreza em magia, conseguiria invocar vinte com poder não tão grande.


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!