Yoo,
Vocês sabem que já desisti de postar no horário certo
Desta vez culpo meu sono
Enfim, já jogaram Apex Legends? Esse jogo é uma delicinha
O ruim é que vicia que você nem vê
Não que isso tenha acontecido comigo
Boa leitura ^^
As coisas estavam animadas na taberna do Chapeleiro de Cabelo Louro. Serventes corriam de um lado e para o outro carregando canecas e petiscos em meio à multidão. Os piratas da região tocavam suas memoráveis canções, enquanto alguns se juntavam em uma dança e outros subiam em cima da mesa para cantar.
Sentando com os braços sobre o balcão, encontrava-se Dante. O Selo estava sem camisa, vestido com calças de tecido negro e botas de cano curto. O garçom do outro lado do balcão pegou sua caneca e encheu novamente, depois uma garrava de vidro verde e despejou o líquido alaranjado no copo ao lado. Sem cerimônias, Dante virou a caneca de cerveja em um único gole, e em seguida bebericou do líquido do pequeno copo, batendo ele com violência no balcão.
— Estou misturando cerveja com uísque. — Ele suspirou. — Já está na hora de eu parar.
Do bolso, pegou um punhado de moedas e jogou sobre o balcão.
— Ei, isso não paga nem metade do que você consumiu — protestou o garçom.
— Como não?!
Dante sentiu uma mão repousar em seu ombro. Ao olhar para o lado, viu que era um homem com barba desgrenhada olhando para ele com fúria.
— Você é o desgraçado que comeu minha mulher, certo?
— Sou? — Dante semicerrou os olhos, tentando lembrar. Quando conseguiu, abriu os olhos vermelhos. — Ah, sim. Você deve ser o Carald. Como está a Adel? Já consegue andar?
— Filha da puta...
Carald pegou a garrafa do balcão e quebrou na cabeça do Selo. O vidro se estilhaçou e o líquido recaiu na cabeça, mas nenhum ferimento foi aberto. Dante lambeu o líquido que escorria e fez uma careta.
— Vinho seco. É bom, mas prefiro o tinto. — Com um grunhido, o Selo se levantou apoiando às mãos no balcão. — É só isso?
Vendo o homenzarrão de dois metros de altura e seus incríveis músculos, Carald e seus dois amigos em sua volta recuaram um passo. Com indiferença, Dante estapeou o peito de Carald com as costas da mão, fazendo-o sair rolando pelo chão, carregando consigo mesas em seu caminho.
Todos da taberna ficarem em silêncio, levando seus olhares de Carald para Dante. Cortando o silêncio, um pirata urrou:
— Brigaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
Este mesmo homem saltou de cima da mesa para cima de outro pirata aleatório, socando-o na face. No segundo seguinte, toda a taberna recaiu em briga. Garrafas começaram a voar e o barulho de seus estilhaços a ecoar, junto com o baque de mãos chocando-se contra os rostos, de mesas se quebrando, da zombaria. Tornou-se um completo caos.
Mas os músicos voltaram com sua música incessante, claro.
Um dos amigos de Carald investiu contra o Selo. Dante simplesmente pegou-o pela cabeça e bateu a cara dele contra o balcão, fazendo-o desmaiar. O segundo tentou fugir, mas teve sua fuga frustrada quando Dante o pegou pelo pescoço e ergueu-o no ar.
Alguns passos à frente, tinham cerca de cinco piratas no chão brigando entre si.
— Senhores, poderiam bater neste homem por mim? — pediu Dante aos piratas, que pararam de brigar para olhá-lo.
— Claro! — responderam eles.
E os senhores começaram a socar e chutar o homem que Dante jogou no chão, como feras tentando compartilhar seu alimento.
O Selo caminhou tranquilamente pela confusão, pois ninguém, mesmo fora de sã consciência, queria arrumar briga com ele. Pegou uma garrafa qualquer ainda inteira e virou em um gole, depois deu na mão de outra pessoa, que passou a utilizar como arma.
Um pequeno grupo de homens batiam em Carold, que se defendia muito bem contra-atacando todo o grupo.
— Com licença, senhores.
Dante empurrou aqueles que ali estavam, agarrou Carold pelo pescoço e bateu o corpo dele contra a parede com tanta força que elas tremeram e o homem gemeu de dor.
— Escute, Carold, se um dia você bater de novo em Adel ou tentar fazer algo sem o consentimento dela, eu irei ficar sabendo... — Dante apertou os dedos na garganta dele e aproximou seu rosto, encarando-o intensamente com seus olhos vermelhos. — ... e irei fazer uma visita novamente. Quando fizer, não vai ser ela que irei visitar. Está me entendo, Carold?
— Si-sim... sim — respondeu ele, com dificuldades.
— Ótimo! — O Selo colocou tanta força contra o corpo de Carold que a parede começou a rachar. — Então, daqui a pouco, você irá até ela e, de joelhos e com testa no chão, vai implorar-lhe perdão. Caso Adel não perdoe, o que você irá fazer, Carold?
— Eu... i-irei... deixar... em... pa-pa-zz...
— Oh, ho! Exatamente! Você é um puta gênio, Carold! — Dante o largou, e Carold caiu de bunda no chão, desesperadamente em busca de ar. — Podem voltar a bater nele, sim?
E foi o que fizeram.
Tranquilo e sereno, Dante caminhou pela confusão da taberna sem ser tocando, aproximando-se da porta e abrindo-a, e seus olhos rapidamente se fecharam com a luz flamejante do sol; sua cabeça começou a latejar no mesmo instante. Ele percebeu que o sol já estava lá no alto, e surpreendeu-se. "Por quanto tempo fiquei lá dentro...?", pensou, e deu de ombros.
O Selo encontrava-se em Ounter, o Reino sobre uma ilha. Nesta mesma cidade, o último Selo, Guerra, foi encontrado e o primeiro reencontro com Bahamut havia se dado aqui, há cerca de cinquenta e oito anos antes.
Agora, Dante transitava pela famosa feira de Ounter, que ocupava várias ruas para caber tantos feirantes. Lá se vendiam iguarias, roupas, brinquedos, armas, artefatos antigos e outras coisas vindo de cada reino ou cidades espalhadas por aí — mas nem tudo era de sua devida originalidade, claro. Dante parou em uma das barracas e observou dois braceletes que tinham um cristal vermelho em seu centro. "Será que Deck e Mia iriam gostar...?" Com um leve sorriso, ele entregou algumas moedas e pegou os braceletes, guardando-os no bolso.
Os pelos da nuca do Selo se ouriçaram e sentiu um frio no estômago.
— Merda — resmungou.
De súbito, Fúria saiu correndo por entre a multidão, praticamente atropelando os que não conseguia desviar. Olhando para o céu, viu o momento em que o feixe de luz multicolorida subiu aos céus, chocando-se contra o nada. Intensificou sua velocidade na mesma hora, passando por entre os humanos que agora estavam boquiabertos. Ao ver o momento em que o Reino dos Céus foi puxado para esta dimensão, os olhos vermelhos de Dante se arregalaram.
E os trombetas ecoaram.
— Merda, merda, muita merda mesmo!
Virando na próxima esquina, Dante correu até um albergue e adentrou dando uma ombrada no homem que estava prestes a sair. Rapidamente, soltou para o primeiro andar e abriu a primeira porta que viu em sua frente.
— Aiken!
O Selo ficou sem reação diante a cena dentro do quarto. Deitado na cama, encontrava-se Aiken, nu, com os tornozelos e pulsos acorrentados na cama e amordaçado. Em pé sobre ele, encontrava-se uma mulher de cabelos ondulados negros. Sua vestimenta, se pode ser chamado assim, também era negra: corpete de couro, máscara que cobre apenas os olhos, botas de cano alto com salto, a calcinha e o chicote. Quando entendeu o que acontecia ali, Dante fez uma careta de pena.
— Ah, cara, você curte essas coisas? — disse, olhando para Aiken, que arregalava os olhos.
Aiken tentou proferir algo, mas a mordaça não deixa nenhuma palavra escapar.
— Calado! — vociferou a mulher, pisando entre as pernas de Aiken, que grunhiu de dor. — Não ordenei você falar. — Olhou para Dante, de cima a baixo. — Esse é um amigo seu? Bem grandalhão. — Mordeu o lábio inferior. — Me pergunto se aguento.
— Ah, eu não vou me juntar a vocês, credo. Não sei se percebeu, Aiken, mas seu pelo se arrepiou e não foi por causa disso. Entramos em guerra.
A amordaça na boca do Selo foi incinerada com suas chamas prateadas.
— Eu sei! — confirmou Aiken. — Essa mulher é doi-
— Calado! — Ela colocou mais força nos pés entre as pernas dele e o chicoteou no rosto. — Não ordenei você falar!
— Deu para perceber que é!
Um tremor chacoalhou o albergue e Dante prosseguiu:
— Escute, seja lá quem for, tem uma guerra acontecendo lá fora e-
— Foda-se! Eu não importo. Seu amigo só sai daqui se eu deixar.
— Viu, Dan? Louca!
— É, ela é sim.
— Calados, seus merdas! Calados!
Uma veia saltou na testa de Dante. Com dois passos, ele se aproximou e a acertou na nuca com a lateral de sua mão, fazendo-a desmaiar na hora e desabar no chão.
— Ah, muito obrigado! — agradeceu Aiken.
— Quer falar sobre isso? — Dante o fintou com olhos semicerrados.
— Te pago uma noitada para cê ficar de bico fechado.
— Duas.
— Feito. — Aiken respirou fundo. — Tire-me dessa joça!
— Ninguém diz “joça”, Aiken! — Sobre mais um tremor, Dante recuperou seu foco: — Chaves? Onde estão?
— É... hm... nos lábios inferiores... — O selo apontou com a cabeça — da moça.
— Lábios inferiores...? — Dante fez uma cara de repugnância. — Ah, cara, eu não vou tocar lá, seria muito errado.
— Verdade. Então rompe as correntes, irmão.
— Faça você isso. Você está pelado, seria estranho.
— Eu quebraria a cama, e ficaria mais caro nossa estadia! E até parece que é a primeira vez que você me viu pelado!
Com a frase constrangedora pairando no ar, os dois entreolharam-se sem reação.
Os sons das vozes gritando em desespero, do barulho do aço confrontando-se e de explosão começaram a ficar cada vez mais alto e mais incessante.
Dante, ainda em silêncio, dirigiu-se até o Aiken e libertou-o rompendo as algemas na altura do tornozelo e pulso. Aiken se levantou e vestiu rapidamente sua calça de tecido e a bota de cano médio.
— Já falou com o capitão? — perguntou a Dante.
— Não. Perdi meu cristal.
— Então eu falo com... — Aiken se auto interrompeu e deu um passo a frente, virando-se em seguida na direção oposta.
Agora um passo à frente de Aiken, o teto, paredes e chão tiveram um rasgo aberto, silencioso e rápido, e aquela parte do albergue desmoronou. A cena do lado de fora era de guerra: anjos e demônios voavam de um lado e para o outro confrontando-se e os humanos seguiam sendo estraçalhados na rua.
Na rua em frente ao albergue, um demônio de pele acinzentada, corcunda e com músculos notáveis fintava os Selos com olhos sedentos. Em sua mão direita, empunhava uma longa espada dentada, o que levou a Aiken a acreditar que foi ele que cortou o albergue.
— Seeelos... mataaar. — O demônio lambeu os lábios.
Quando Aiken repousou sua mão em uma das suas katanas, seu olhar e o de Dante, instintivamente, viraram para cima, e ambos viram algo caindo do céu em alta velocidade naquela direção.
— Merda! — disseram.
Dante correu para mais adentro do albergue e Aiken atirou-se para cima da mulher sádica.
Ora, o demônio da espada dentada não teve tanta sorte, pois percebeu tarde demais o risco que corria, e acabou sendo atingindo em cheio. A força do impacto resultou em um tremor forte que fez uma quantidade significativa de construções ruírem, o solo se fragmentar e uma densa cortina de poeira pairar.
Mexendo suas orgulhosas asas cristalinas, o arcanjo fez a poeira ao seu redor se dissipar. Rafael era quem havia caído do céu; sua armadura prateada cobria seus músculos poderosos — maiores que os do Dante — providos de seu poder de elevada força física. Seus cabelos, volumosos, eram cacheados de cor castanho-claro. Em sua mão direita, carregava uma clava do seu tamanho (contado com a haste) e excessivamente pesada, onde a parte de impacto era cilíndrica com partes protuberantes, adornado pela coloração cinzenta e linhas douradas.
Rafael repousou a haste de sua clava no ombro para voar, mas sentiu a presença dos Selos e levou seus olhos laranjas cintilantes em direção ao que outrora fora um albergue.
Primeiro, Dante se levantou dos escombros com um humano embaixo de cada braço; depois foi a vez de Aiken, que segurava a sadista em seus braços.
— Ah, Selos. Que coincidência os encontrar justo aqui, e ainda dois de vocês — observou o arcanjo.
— Quanto tempo, Rafael — cumprimentou Dante, acenando com a cabeça.
— Fala tu.
— Ah, Fome... — Rafael olhou para a mulher seminua nos braços do Selo. — Vejo que sucumbiu aos desejos carnais.
— Garanto que cê sucumbiria também, meu caro amigo de asas.
— Não a esse tipo de desejo, masoquista — disse Dante.
— E eu não sou seu amigo — corrigiu o anjo.
— Bando de cusões — murmurou Aiken. Depois fintou o arcanjo. — O que está acontecendo, Rafael?
— Ah, não é obvio? — Rafael apontou com a mão o Reino dos Céus e depois para o pilar de energia que estava distante, e voltou seu olhar para o Selo. — Samael fora longe demais com isso. Deve ser erradicado quanto antes.
— E será — concordaram os Selos, em um tom sombrio.
Rafael teve sua atenção chamada para no limite da cidade, onde uma fenda laranja começou a se abrir no ar, e era grande. De dentro da ruptura, um demônio do tamanho de quinze metros saiu. Seu corpo humanoide oscilava entre partes com carne pútrida e com ossos completamente expostos; inclusive metade de seu rosto não tinha carne. Quando ele saiu por completo, mais fendas se abriam.
O demônio humanoide abriu a boca e concentrou uma energia vermelho-sangue dentro, que cada vez mais chegava mais próximo do limite dos seus meios lábios.
Ora, o arcanjo Rafael já havia voando pelos ares no momento em que vira o humanoide, e agora estava a pouco centímetros dele, atingindo-o com sua pesada clava e com muita força bem na face. O demônio tombou com o poderoso golpe — sua cabeça estava destroçada, quase sem existir —, e em seguida implodiu emanado o brilho vermelho-sangue, arremessando seus pedaços aos ares junto com o anjo.
Sem ferimentos, Rafael recuperou-se no ar com a ajuda de suas asas.
Um segundo tipo de humanoide, este com braços tão longos que tocavam o chão, abriu um ataque em arco com um de seus braços em direção ao anjo, que percebeu tarde demais a aproximação. Entretanto, Aiken surgiu no ar envolto em chamas prateadas e cortou o gigante braço com suas katanas negras em um único movimento.
Deixando seu corpo mais leve, Aiken se propulsionou em direção ao demônio humanoide. Aproximando-se, ele girou o corpo e deixou-o mais pesado, movendo suas katanas de maneira veloz. Com a ondulação das chamas prateadas em forma de corte, o demônio dividiu-se em quatro pedaços.
As chamas vermelhas subiram com a pressão do soco de Dante, atingindo em cheio um dos humanoides restantes, que teve o corpo varado e tombou seu gigante corpo já sem consciência. Flexionando os joelhos, o Selo saltou em direção ao último dos humanoides. No ar, juntando suas mãos, golpeou a cabeça do demônio que concentrava a energia na boca. A cabeça dele chocou-se contra o chão e disparou a energia concentrada, explodindo o solo e a si mesmo.
Em seguida, outra fenda se abriu, no limite da ilha. Esta, porém, era muito maior de que as outras rupturas. Os Selos e o arcanjo pressentiram que algo daria muito errado. Aiken levou sua mão ao bolso e retirou um cristal prateado, onde aproximou aos lábios e depositou um pouco de suas chamas.
— Alô? Capitão?
"Finalmente deu sinal de vida, seu merda, emanou a voz de Edward. Onde está?"
— Ah, em Ounter, com o Dante. E advinha?! Nós encontramos com o Rafael.
"Grandes merda, né."
— Certamente.
Da fenda, uma criatura demoníaca colossal saiu. A face de Sa'ezuroth detinham múltiplos olhos negros e sua boca era grande com centenas de dentes afiados. Seu enorme corpo era constituído por quatro pares de patas, todas com garras afiadas, mas o último par era mais musculoso em relação aos outros; sua pesada cauda oscilava no ar e dois pares de asas de morcego se abriam. Sua pele parecia ser feita de rocha, com partes em camadas, uma sobreposta a outra.
— Então, capitão, se a gente supostamente se deparasse com uma criatura comparável a um dragão, o que é para fazermos?
"Bom... nós temos que preservar a vida dos humanos a todo custo, demônios tem que ser massacrados e os anjos devem morrer caso entrem em nosso caminho, e..."
O rugido de Sa'ezuroth foi longo e ensurdecedor, chamando a atenção de todos que ainda não haviam o notado.
Agora, em um tom sério, Edward prosseguiu: "Fome, você e Fúria devem eliminar essa criatura imediatamente, sem se importar com quem morra no processo".
— Considere feito, capitão.
Aiken guardou o cristal, e um sorriso sádico de orelha a orelha brotou em seus lábios.
Continua <3 :p