A luz quente e brilhante do Sol, começou a entrar pela janela, com os estores semicerrados. A luz iluminava o quarto escuro, com paredes rosa claro. Na cama, uma bela rapariga dormia calmamente. Respirava depressa e suspirava. Estava transpirada. O seu coraçãozinho batia acelerado. Mas, apesar de parecer, ela não estava a ter um pesadelo. Ela suspirava de amor.
Abriu os olhos, que eram belos e de cor acastanhada, espreguiçou-se, passou as mãos pelo cabelo castanho-escuro, que estava despenteado.
Pegou no despertador, para ver as horas, e?
- Aaaaaaaaaaah! ? gritou ela. ? Estou atrasada!
Levantou-se à pressa, que ficou com os pés enrolados nos lençóis, e devido a isto, caiu, batendo com o nariz no chão.
- Ai! ? exclamou ela de dor.
Levantou-se e começou a vestir-se rapidamente.
Saiu do quarto a correr, já com a mochila nas costas. Foi à sala de jantar, onde a mãe servia o café da manhã. O pai de Rosie já tinha saído para o trabalho.
- Bom dia mama. ? saudou ela, e pôs uma sandes mista na boca e bebeu um café com leite rapidamente. ? Tchau mama, até depois.
E Rosie começou a correr para o pé da porta de saída, e sentou-se numa cadeira a calçar-se.
- Espera filha. ? chamou a mãe, e foi a correr atrás dela.
- Sim? ? perguntou ela, que já estava em pé à frente da porta a segurar a maçaneta, pronta para sair.
- Não podes ir assim! ? disse a mãe.
- Porquê? ? perguntou Rosie.
A mãe tinha uma das mãos atrás das costas. E tira-a de trás das costas, e mostra a Rosie que ela esquecera-se, devido à pressa, de vestir uma peça de roupa muito importante no vestiário feminino.
Rosie, ao ver o que a mãe tinha na mão, olhou para baixo, para se assegurar se a tinha vestido ou não. E ao reparar que não a tinha vestido, ela começou a gritar, e pôs as mãos no meio das pernas, para tapar assim a sua vergonha.
Rosie esquecera-se de vestir a saia. Tinha vestido tudo, a camisa azulinha do uniforme, vestiu umas cuequinhas muito bonititas brancas-creme com um ursinho desenhado à frente, calçado as meias, e até tinha posto o seu sutiã, mas por alguma razão esquecera-se da saia.
- Toma. ? disse a mãe atirando a saia a Rosie, que ela vestiu rapidamente. ? Tem calma. Não fiques nervosa. Desejo-te muito boa sorte no teu primeiro dia de aulas.
- Obrigada mama. ? disse ela, deu um beijo de despedida na mãe, e saiu porta fora a correr, pois já estava quase na hora de começar as aulas.
No meio do caminho, ela tropeçou numa formiga, eu sei parece mentira, mas é a pura verdade.
- Ai! ? queixou-se ela.
- Olá. ? saudou um rapaz, com cabelo castanho claro e olhos verdes. ? Estás bem?
- Oh! Olá Filipe. ? saudou Rosie, levantando-se e sacudindo-se.
Filipe era um colega e amigo de Rosie.
- Também estás atrasado? ? disse Rosie.
- Atrasado? ? perguntou Filipe. ? Atrasado para quê?
- Para a escola.
- Hã?! Hoje é o primeiro dia, é um dia especial. Entramos mais tarde.
- O quêêêêêêê!- exclamou Rosie.
- Sim, hoje é só a apresentação, e estas coisas. Também não precisas de mochila, não vamos dar matéria. E só entramos daqui a umas duas horas.
Rosie pôs a mãos na cara e começou a choramingar.
- Vá lá, não fiques assim. ? pediu Filipe, pondo a mão no ombro da amiga.
- Como não fico assim, podia ter-me levantado nas calmas, ter tomado um duche, ter tomado o pequeno-almoço, e fiz tudo a correr. Porque pensei que estava atrasada. Hoje o dia não tem corrido nada bem.
Filipe esboçou um sorriso doce.
- Tu gostas de animais, não gostas? ? perguntou.
- Sim, gosto. ? respondeu ela, limpando as lagrimazitas.
Filipe agarrou a amiga por um braço, e começou a correr, levando-a consigo gentilmente.
- Onde vamos?
- Já vais ver.
E depois de andarem a correr a alta velocidade, chegaram a uma vivenda de cor branca que tinha uma tabuleta grande e amarela, escrita com letras vermelhas: Centro de Animais Abandonados.
- O que viemos aqui fazer? ? perguntou Rosie.
- Eu trabalho aqui. ? respondeu Filipe.
- Oh, sério?
Filipe voltou a agarrar a mão da amiga, e encaminho-a para a parte de trás da vivenda, onde havia um grande quintal cheio de animais, em geral cães.
- Tantos cães! ? exclamou Rosie, que começou a fazer festinhas a um cachorrinho. ? São tão fofos.
- Olá Filipe. ? saudou uma senhora, que devia ter uns 30 anos.
- Olá dona Amanda. ? saudou Filipe.
- Quem é a tua amiga? ? perguntou a senhora.
- É a Rosie. ? apresentou Filipe.
- Olá. ? saudou Rosie, com um grande sorriso na carita.
- Olá. ? saudou Amanda, que era a diretora do centro. ? Bem-vinda.
Ela pegou no cachorro, e levou-o ao colo, e foi-se embora.
- Ela vai dar um remédio ao cãozinho. ? disse Filipe, pois viu que Rosie ficou interessada no cachorrinho.
- Tá bem. ? disse Rosie. ? Então trabalhas aqui é?
- Sim, adoro animais.
- Recebes bem?
- Bem, na verdade, não recebo nada. Sou voluntário.
- Oh, a sério? Que bom. És mesmo boa pessoa, e fazes bem em fazer voluntariado.
Ao dizer isto os olhos de Rosie estavam bem abertos e reflectiam um brilho de bondade e de orgulho do amigo, e a sua boa com lábios finos e vermelhados esboçavam um enorme sorriso de verdadeira felicidade.
Filipe, ali ficou, encantado a mira-la, ele amava-a, já há muito tempo, mas nunca tivera coragem de se declarar. E agora, que ouvira aquilo, amava-a ainda mais. Vieram-lhe as lágrimas aos olhos.
- O que foi? ? perguntou Rosie.
- Nada?eu só? ? Filipe começou a limpar as lágrimas. ? Fiquei comovido com o que disseste.
- Mas porquê? É verdade. Toda a gente deve achar isto.
- Mas nem toda a gente acha.
- Hã?
- O meu pai não concorda. Ele diz que eu devia é arranjar um trabalho e ganhar dinheiro, ajudar os outros de graça é uma merda. É o que ele diz.
- Oh! Lamento que ele pense assim.
- Mas não interessa. Eu gosto, tu gostas, e estou contente.
Rosie sorriu e disse:
- Isto é o mais importante, é estar feliz.
Filipe pegou gentilmente na mão de Rosie e mostrou-lhe o centro, os animais, os funcionários. Houve alguns incidentes, como um gatinho que arranhou Rosie, pois esta pisou-lhe a calda sem querer, um cachorro novo, que só quere brincadeira começou a brincar com Rosie, e mordeu-lhe a saia, e começou a puxar-lhe, deixando a rapariguinha envergonhada e Filipe corado.
Depois da visita, foram calmamente para a escola.