Meu Marido É Um Anjo Da Guarda

  • Finalizada
  • Aelita
  • Capitulos 12
  • Gêneros Bishoujo

Tempo estimado de leitura: 3 horas

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    Capítulos:

    Capítulo 10

    Capítulo 9

    Guardou o cheque novamente na gaveta. Talvez se conseguisse reunir mais informações, pudesse amenizar um pouco o receio de Lucy com relação a ele.

    Olhou para a pasta que trouxera da sala dela, lembrando do trabalho que tinha de cumprir. Depois de examinar os papeis por alguns minutos, sentiu-se mais confuso do que nunca.

    O que teria de fazer com tudo aquilo? Os dados não faziam sentido, ainda mais por estarem muito diferentes dos que ele vira na pasta deixada no apartamento de Nathan.

    Trancou a gaveta e voltou a guardar as chaves no bolso. Seus dedos tocaram os papéis que ele havia deixado ali, pela manhã. Curioso, leu-os mais uma vez.

    “Telefonar para o Sr. Hoskins, da “Foods”, A data era de duas semanas antes do acidente de Nathan.

    _Oh, ótimo, já assinou todas – disse Donna, ao entrar para pegar as cartas. _Vou encaminhá-las agora mesmo.

    _Hum, Donna? – quando ela parou à porta e olhou para ele, Natsu completou: Por acaso você se lembra por que eu tive de telefonar para o Sr. Hoskins?

    Ela franziu as sobrancelhas perfeitas, mordendo o lábio enquanto tentava se lembrar.

    _Deve estar enganado, Nathan. Nunca ouvi falar de nenhum Sr. Hoskins.

    _Otto Hoskins – arriscou ele.

    Donna balançou a cabeça negativamente. Foi a vez de Natsu franzir o cenhos. Mostrando o bilhete a ela, perguntou: _ Não foi você quem escreveu isso?

    Donna examinou o papel.

    _ A caligrafia parece ser feminina, mas não é minha. Dirigindo-se novamente à porta, parou antes de sair e disse :

    _O que houve com sua assinatura?

    Ao contrário da assinatura suntuosa de Nathan, a de Natsu era simples e bem legível. Porém, ele não se lembrou de observar esse detalhe na hora em que assinara as cartas.

    _Nada. Minha mão ainda não está muito firme por causa do acidente – emendou.

    Donna voltou até ele e entregou-lhe a primeira carta.

    _ Não parece estar sendo você mesmo ultimamente. Percebeu que assinou Nathan Heartfilia ?

    Natsu não soube o que dizer. Diante de seu silencio, Donna deu de ombros e forçou um sorriso.

    _ A pancada na sua cabeça deve ter sido um bocado forte – disse e saiu.

    Depois de esperar um longo tempo pelo elevador que nunca chegava, Natsu preferiu descer pela escada até o escritório de Lucy. Donna havia se oferecido para pedir almoço para ele, mas Natsu preferira contar com a chance de sair para almoçar com Lucy.

    Passando direto pela secretaria, ele entrou na sala dela e se acomodou no sofá. Lucy manteve a cabeça abaixada, enquanto examinava o conteúdo de uma pasta amarela. Natsu até acreditaria que ela estava concentrada, não fosse seus lábios estarem apertados.

    Ele já tinha visto aquele gesto antes, principalmente quando ela se mostrara incomodada com sua presença. Perguntou-se o que Nathan fizera para deixa-la tão receosa. Ou será que o problema era ele mesmo?

    Adiantando-se, tocou a mão dela com delicadeza e tirou-lhe a caneta. Lucy se sobressaltou ao sentir seu toque. Por que ele lhe causava aquele tipo de reação? Por que não conseguia simplesmente vê-lo com uma pessoa normal, disposta a protegê-la quando fosse preciso?

    _Você me assustou – disse ela, atribuindo o sobressalto ao susto e não ao toque dele.

    _ Desculpe-me. – Ficou evidente que Natsu sabia a verdade, apesar de não tentar argumentar. _Estamos no horário de almoço. Quer sair para almoçar comigo?

    _Eu, hum....

    Lucy percebeu que a sorte estava do seu lado quando sua madrasta chegou de repente.

    _ Puxa, o elevador nunca chegava e tive de subir doze andares! – desabafou ela, ofegante. _ Está pronta para ir, querida? Seu pai quer conhecer aquele novo restaurante italiano, que a na cidade .

    Natsu mostrou seu melhor sorriso.

    _ Ei, isso é ótimo! Adoro comida italiana

    Para Lucy, aquilo soou como uma grande cilada. Não poderia se deixar enganar como no passado. Uma série de pensamentos passaram por sua mente, enquanto ela tentava encontrar uma desculpa polida para deixar Natsu longe de seu caminho.

    _Mas você precisa colocar o trabalho em dia e..

    _Ele também precisa comer, Lucy – salientou Carmem olhando para Natsu, acrescentou: _ Será um prazer se for conosco.

    _ Então ajeitou a bolsa no ombro e os dispensou com um gesto de mão. _ Por que não seguem na frente enquanto tento “arrancar” Seu pai da mesa de trabalho? Nós nos encontramos daqui há pouco.

    Lucy olhou para Natsu que lhe estendeu a mão, mostrando-se mais do que pronto para sair. Não querendo ser indelicada, ela segurou a mão dele, sentindo de imediato um arrepio pelo corpo.

    Por que ela tivera de se apaixonar justamente pelo homem errado? Mais estranho ainda era o fato de amá-lo mais no presente do que quando estavam noivos. Devia ter algum tipo de tendência autodestrutiva para haver se deixado envolver pelo ex-noivo mesmo depois saber que ele lhe fora infiel. Não havia outra explicação racional para seu comportamento.

    Os dedos de Natsu se enlaçaram entre os seus, fazendo-a sentir a leve aspereza que surgira nas mãos dele, desde que começara a fazer uma série de mudanças em sua casa.

    Primeiro Natsu passara um dia inteiro limpando o celeiro e preparando-o para receber os novos habitantes: Patos e gansos selvagens, que dormiriam por lá para não serem mais atacados pelo cachorro. Depois ele transformara a área próxima ao lago em uma espécie de parque, onde ela poderia relaxar e praticar meditação. Chegara até a encomendar, dessa vez com o próprio cartão de credito, um balanço de ferro para ela. Prometera monta-lo à sombra de uma árvore, em um lugar seguro e agradável.

    O Nathan que ela conhecera no passado nunca faria algo assim. As lembranças a fizeram refletir sobre quanto ele havia mudado desde o rompimento do noivado. Mudanças que ela passara a apreciar e com quais seria fácil conviver se decidisse tê-lo novamente em sua vida

    A primeira separação fora bastante dolorosa, mas a segunda, se ocorresse, com certeza a faria sofrer muito mais. Natsu sorriu para ela, mostrando uma expressão gentil.

    As sobrancelhas espessas, o nariz reto e o queixo firme continuavam sendo os mesmos, mas surgira uma certa diferença na maneira como Nathan sorria e a olhava. O penteado também mudara. Ele não penteava mais os cabelos com demasiada precisão, como se nenhum fio pudesse ficar fora do lugar. Deixara-os mais soltos, tornando sua aparência simpática e amigável.

    Entretanto, havia também outro detalhe, Já ouvira falar de pessoas que se tornavam mais gentis e humanas depois de uma experiência de quase morte, mas a mudança em Nathan fora radical demais.

    Lembrou-se de que o Dr. Explicara que, exceto pelos sinais de amnésia, Natsu não apresentara mais nenhuma sequela física do acidente. Seu raciocínio logico também estava prefeito. Então o que acontecera com seu ex-noivo, que a estava fazendo sentir por ele algo completamente diferente do que sentira antes?

    _ Natsu ? – chamou-o assim que saíram de sua sala.

    _ Sim?

    _ Eu... não contei a meus pais que nós terminamos o noivado. Com os problemas cardíacos que meu pai vem tendo, achei melhor poupa-lo desse aborrecimento.

    Natsu tornou-se pensativo por um momento.

    _ Então quer que eu aja como se fosse seu noivo: Que a beije na frente deles e tudo mais?

    Teria notado um tom esperançoso na pergunta de Natsu?, ela se perguntou. Ou pior : Teria seu próprio coração batido mais forte diante de tal possibilidade?

    _ Estou apenas querendo dizer que é melhor não abordarmos esse assunto enquanto estivemos com eles.

    _ Tudo bem, mas com uma condição : Terá de me contar qual foi o motivo da nossa separação.

    Natsu a fito com tanta intensidade que ela se viu impelida a dizer a verdade, ainda que isso fosse trazer à toma algo que ela preferiria esquecer.

    _ Havia outra pessoa. Alguém que surgiu entre nós. – Abaixou a vista, com desânimo. _ Na verdade, não entendi direito o que aconteceu. Não sei se foi amor por outra pessoa ou se não havia amor entre nós desde o princípio.

    Quando Lucy voltou a olha-lo, notou um ar de tristeza e de desapontamento no semblante atraente.

    _ Lucy, você teve coragem de trair seu noivo? – Ele balançou a cabeça, chocado. _ Eu pensei que você fosse diferente desse tipo de pessoa.

    De súbito, Lucy se viu na mais estranha das situações. Não pela ofensa que acabara de receber, mas pelo desejo de tentar amenizar o sofrimento que tal ideia parecia estar provocando em Natsu.

    _ Não, você entendeu tudo errado.

    Pretendia dizer a verdade, mas não queria se vingar pelo que ele fizera. Nathan mudara muito, mas ela também. Com cuidado, acrescentou:

    _ Surgiu uma mulher...

    Nem foi preciso completar a frase, pois um brilho de compreensão surgiu nos olhos de Natsu no mesmo instante.

    _ Mas acho que seria melhor esquecemos o passado – surgiu a ele.

    _ Melhor para quem ? – Inquiriu Natsu, aproximando-se dela.

    De fato, aproximou-se tanto que Lucy teve dificuldade para respirar. Precisava parar de deixa-lo surtir aquele efeito sobre ela. Deu um passo atrás, abrindo um pouco de distância entre eles.

    _ é melhor irmos andado.

    _ Por que tem medo de mim? – Perguntou ele. Tentou tocá-la, mas desistiu no último instante, ao notar que ela se encolhera.

    _ Tudo que quero é cuidar de você, Lucy.

    Ela levantou o queixo, com ar de desafio.

    _ Não tenho medo de ninguém.

    _ Então deve estar com medo de algo – insistiu Natsu.

    Quando a tocou, deslizou a mão pelo braço de Lucy com gentileza, até toca-lhe o cotovelo.

    _ seja lá o que for, estou aqui para ajudá-la.

    Ajudar em quê?, ela se perguntou. A complicar mais sua vida até ela perder a noção dos próprios limites? Se era essa a intenção, Natsu já estava conseguindo coloca-la em pratica com muito sucesso.

    Sim, ela tinha medo de algo. Medo de admitir as emoções caóticas que ele provocara em seu espirito, e mais receio ainda de permitir que aquilo tudo viesse à tona. Sabia que se deixasse isso acontecer, nunca mais voltaria a ser a mesma.

    _ Meus pais já devem estar preocupados com nossa demora. Sem esperar pela resposta, seguiu até a ala do prédio onde ficava o escritório de seu pai. Ele e Carmem pareciam estar esperando o elevador há algum tempo. Lucy notou que Natsu se juntou a eles logo em seguida, mas não voltou a olha-lo.

    _ Continuamos em elevador – observou Carmem, explicando a Lucy o motivo da expressão impaciente do seu pai.

    Após procurar algo na bolsa, Carmem se dirigiu ao marido

    _ Querido, não estou conseguindo encontrar o colírio para minhas lentes de contato. Meus olhos então ardendo e acho que esqueci o frasco no seu escritório.

    Nesse momento, ouviram a sineta do elevador, ao mesmo tempo em que o botão com a seta para baixo se apagou.

    Carlos não pareceu muito satisfeito com ideia de ter de voltar, mas mesmo assim disse:

    _ Então sigam na frente. Eu e Carmem os encontraremos no restaurante, dentro de poucos minutos.

    As portas do elevador se abriram atrás de Lucy. Com amente concentrada na possibilidade de Natsu aproveitar à situação para desfazer suas defesas, continuou a olhar os pais voltarem para o escritório.

    Quando fez menção de entrar no elevador, sobressaltou-se ao notar que a expressão de Natsu se tornou assustada de repente e que ele tentou segurar seu braço. Instintivamente, Lucy quis manter a distância entre eles. Entretanto, em uma fração de segundos, viu o rosto de Natsu se tornar ainda mais apavorado, no momento em que ela deu um passo atrás e que seu pé não tocou em nada.

    Assustada. Lucy abriu a boca para gritar e levantou os braços em um gesto automático. No instante seguinte, Natsu agarrou seu pulso com tanta força e deu-lhe um puxão tão forte que ela pensou que fosse quebra-lo.

    Quando voltou a sentir os dois pés no chão, ela deu de encontro com o peito forte de Natsu. Desesperada, agarrou-se à camisa dele, alheia ao fato de não estar mais correndo risco. Natsu enlaçou os braços com firmeza em torno dela, mostrando que ela estava segura e que não precisava mais ter medo.

    Soluços de alivio e de histeria brotaram na garganta de Lucy. Natsu a manteve entre os braços por longo tempo, murmurando-lhe palavras de conforto e beijando-lhe o alto da cabeça.

    Quando ela finalmente se acalmou, olhou para Natsu, só então percebendo quanto ele também estava tremulo e transtornado. A morte também passara bem perto de seus olhos, portanto, ninguém melhor do que ele para entender o que ela estava sentindo naquele momento.

    Aquela altura já havia um grupo de pessoas reunidas em torno deles, mas ninguém fez menção de interromper o abraço. Somente a voz aguda de Carmem, que chegara correndo de repente e vira o elevador, serviu para traze-los de volta à realidade.

    _ Meu Deus! Chamem o pessoal da manutenção, antes que alguém mais corra o risco de morre no poço do elevador!


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