Os Cinco Selos

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    Capítulos:

    Capítulo 175

    Arrogância e Orgulho

    Linguagem Imprópria, Mutilação, Violência

    Yoooo

    Nossa velho, to chegando atrasado de novo

    Nem vou pedir desculpas, é problema de vocês mesmo

    Eu já sei o que acontece

    Boa leitura ^^

    Edward fora atingindo pela esfera maciça de energia roxa, e estava sendo carregado por ela. Ele fez suas chamas negras explodirem de uma só vez e com grande intensidade, dissipando, assim, o acúmulo de energia de seu inimigo, deixando-o livre. Deslizou os pés no chão e estabilizou-se em seguida. Sua armadura de ossos ficou levemente chamuscada. Suas correstes retraíram até as foices chegarem em punhos.

    Bahamut caminhava em direção ao Selo com serenidade.

    — Você é formidável, Morte — ele disse. — Uma mistura de experiência, técnica, força e velocidade. — Bahamut abriu os braços, fitando o Selo com olhar de soberania. — Ajoelhe-se perante a mim, Morte. Juntos, podemos destruir meu Pai. E destruir todas outras linhas temporais no qual eu falhei para tal. Não negue sua terrível sede de sangue. Sinto o quão sinistro esse seu poder é. Horrendo.

    Neste momento, Edward gargalhou secamente, o que fez a expressão de Bahamut fechar-se.

    — Ajoelhar-me perante a você? Eu não me ajoelho perante a ninguém. Eu sou a personificação em carne e osso da morte. Eu sou a singularidade em que todos vocês devem temer e reverenciar. — O capitão dos Selos devolveu o olhar de soberania. — Eu sou o Deus da Morte. Se quiser, você que se ajoelhe perante a mim, e como benevolência trarei uma morte rápida para você¹.

    — Tolo você é. Tolo perecerá — A energia roxa-escura começou a ondular envolto no corpo do Senhor Sombrio. — Vamos elevar este embate a outro patamar, sim?

    E Morte respondeu com o farfalhar das chamas negras pelo seu corpo.

    Em uma fração de segundo, Bahamut avançou e atingiu o Selo com um forte soco no estômago. Edward fora projetado para trás pelo impacto, fazendo-o viajar em alta velocidade rente ao chão. Edward moveu sua foice para cima, cruzando-as, assim bloqueando um ataque das espadas do Rei dos demônios desferido de cima. As costas de Edward tocaram o chão, aprofundando-se conforme Bahamut colocava força em seus braços, contudo as chamas negras subitamente o engoliu.

    Bahamut emergiu de entre as chamas, sentindo seu corpo queimar de uma forma que nunca sentira, como se o calor desintegrasse sua pele. Em sua perna direita, porém, a corrente de uma das foices se enroscou. Com um puxão, Edward trouxe Bahamut de volta ao chão, brandindo-o contra o solo. Não satisfeito, o Deus da Morte reuniu toda sua força em seu braço novamente e atirou seu inimigo aos ares.

    Enquanto tentava estabilizar-se no ar, Bahamut fora atingindo por um chute, envolto em chamas negras de Edward no estômago, fazendo-o vomitar sangue e ser arremessado ainda mais violentamente. Bahamut voou e voou, até encrustar-se em uma montanha consideravelmente distante.

    Fazendo sua energia roxa envolver seu corpo intensamente, Bahamut fez a montanha ruir. Ele concentrou a energia na mão formando uma esfera e atirou no Selo.

    Edward viu-se obrigado a diminuir seu avanço. Ele concentrou suas chamas em suas foices e golpeou contra o poder atirado contra si, dividindo a esfera de energia ao meio, que passou por ele e explodiu. Notando que o Rei vinha em sua direção, Edward começou a voar para trás diante a súbita mudança de vantagem.

    Bahamut aproximou-se do Selo e começou a ziguezaguear em alta velocidade. Os olhos azuis cintilantes do Edward se moviam tão rápido quanto, tentando acompanha-lo. "Direita, cima, direita, esquerda, direita, cima, esquerda, baixo, esquerda, direita", pensava Edward com sua mente fervilhando,  "direita... cima! " O capitão dos Selos cruzou suas foices para cima, bloqueando um potente golpe das espadas do Bahamut. Com o impacto, o Selo fora projetado em direção ao solo, caindo e caindo.

    "Concentre-se. Respire. Mente limpa. Estabilize-se. Qualquer decisão errada é morte". E Edward continuava a cair, porém sua queda estava estabilizada e caia conforme queria. Bahamut continuava a se mover incessantemente de um lado para o outro. Edward não podia se mover, sua guarda seria facilmente quebrada se o fizesse. Qualquer brecha é morte. Seus pés tocaram no chão, mas conforme o momento ele continuou a deslizar para trás. "Cima, esquerda, direita, esquerda, direita, esquerda, cima, direita!" Morte começou a mover sua foice para direita, mas hesitou em um milésimo de segundo. "Não, esquerda! " Ele conseguiu a tempo o suficiente a redirecionar suas foices para esquerda, encontrando, assim, as espadas de Bahamut em um golpe rápido e forte. O Rei sumiu, e o Selo girou para a direita tendo seu pé como eixo, brandindo suas lâminas contra de seu inimigo em um banque seco sem confronto de energia além da força bruta.

    Edward parou. Bahamut começou a circulá-lo por todas as direções, alternando entre a posição de forma desordenada e incessante. Ele atingiu uma velocidade tão elevada que parecia ter se multiplicado, que vários clones circulavam o Selo, entretanto não encontrava brecha na defesa.  Edward estava ereto, com seus braços para baixo, mas seus olhos se mexiam sem parar e sua cabeça as vezes. Ele notou que as figuras do Bahamut começaram a ficar com uma das mãos aberta, onde a energia roxa começou a concentrar-se em forma de uma esfera. Temendo o que estava por vir, as chamas negras começaram a arder pelo seu corpo.

    Então a esfera maciça de energia começou a sua trajetória pelo seu flanco direito. Edward concentrou suas chamas negras em seus braços, movendo sua foice em direção ao poder. As chamas negras confrontaram a energia roxa, dissipando-a sobre uma explosão com um poderoso impacto e forte brilho ofuscante. O Selo firmou os pés no chão ao começar a ser arrastado pela ventania gerada, e, estreitando os olhos, tentava localizar Bahamut entre a explosão de cores.

    — Esplêndido — soou uma voz atrás dele.

    Edward arregalou os olhos. Ele girou seu corpo para trás, mas imediatamente fora concebido com um punho na cara. O Selo saiu rolando pelo chão e se pôs de pé rapidamente. A parte inferior de sua máscara de ossos estilhaçou-se, revelando sua boca sem lábios e sua pele flácida e enrugada, onde o sangue gotejava. Ele cuspiu sangue; suas foices penderam.

    Bahamut viu uma das foices descendo em sua direção, e rapidamente a ricocheteou com sua espada de energia, e fez o mesmo quando a segunda foice se aproximou.

    — Iremos fazer isso de novo, Morte?!

    O rei dos demônios viu as foices ondularem no ar e chicotearem sua direção. Da primeira, ele desviou o movendo seu corpo para o lado, já a segunda dando um salto para trás. Ambas as foices se desprenderam do chão, subiram e desceram em direção ao Bahamut, que, irritado, brandiu contra as foices ao mesmo tempo erguendo seus braços.

    E isto abriu sua guarda.

    Edward apareceu na frente de Bahamut. Seu braço direito ficou envolto em chamas negras e o atingiu bem no estômago, afundando todo seu antebraço. Sangue brotou da boca do Rei dos demônios. Um segundo soco atingiu sua face, um terceiro o seu estômago novamente. Antes de reagir, fora atingido com um golpe na costela, que quebrou seus ossos. Quando finalmente tentou reagir, o punho novamente atingiu sua face, desnorteando por um breve momento. Tempo o suficiente para Edward pegar a cabeça dele e levar de encontro com o seu joelho.

    Bahamut cambaleou para trás. Sentiu o sangue escorrer pelo seu rosto, sua cabeça girava. Contudo, mesmo nestas condições, segurou o soco seguinte do Selo e torceu o punho, e Edward gemeu de dor. O punho do Bahamut cravejou-se em sua armadura na altura do estômago, estilhaçando-a e atingindo sua pele. O Sombrio atirou sua energia roxa, projetando o corpo de Edward para longe dele, deixando um rastro roxo no ar.

    Agora, Edward tinha abertura em sua armadura, por onde o sangue escorria em um ferimento grave; e estava ofegante encarando o rei dos demônios. Por outro lado, o rosto do Bahamut estava coberto de sangue, detinha um ferimento no estômago e também encarava seu adversário em estado ofegante.

    A energia roxa cintilou nos braços de Bahamut.

    Edward fez suas chamas negras arderem em seus braços.

    Ambos moveram os braços para frente, lançando seus respectivos poderes em um turbilhão, que logo encontraram-se. Com o impacto, o solo fragmentou e o vento intensificou. As duas forças confrontavam-se inertes, até que a energia roxa começou a empurrar as chamas negras. Edward alimentou ainda mais as chamas negras, fazendo com que a disputa de forças ficasse balanceado de novo. Bahamut, porém, aumentou em muito a energia, empurrando o Selo e suas chamas para trás. Sem escolhas, Edward colocou o máximo de suas forças nas chamas, que empurrou facilmente a energia roxa e saiu devastado e incinerando tudo pela sua frente.

    Bahamut pairava no ar. Sob seus pés, as chamas negras passavam ardendo. Quando enfim cessaram, ele observou o capitão dos Selos: seu peito subia e descia, extremamente ofegante.

    — Como eu pensei — ele dizia —, essas suas chamas consomem em muito de suas forças, até mesmo mental. Você não é acostumado com este poder. Está em seu limite, Morte. Seus ferimentos já não se curam mais. E eu ainda não sei meu limite. Sinto que tenho força para lutar por dias. Contemple a força de um verdadeiro deus, não de alguém que se autodenomina um. — Bahamut abriu os braços, a energia roxa o circulou, e todos seus ferimentos foram curados.

    A divindade desceu até seus pés tocaram o solo. Ele ergueu seu braço direito com o dedo indicador em riste, e uma esfera de energia roxa começou a crescer e crescer, tornando-se a maior que já vira. A pressão exercida por ela era tanta que os fragmentos do solo o circulavam, assim como o vento intensificava-se ao mesmo tempo.

    — Escute, Morte, eu realmente gosto de sua força. Já que você não quer vir ao meu lado por bem, farei isto por mal. Consigo corromper almas dos humanos para transformá-los em meus horrendos demônios, e assim tentarei com a sua. — Bahamut olhou para a esfera. — Aqui tem poder o suficiente para te debilitar, mas não matar.

    Abaixando seu dedo, a esfera começou a mover-se.

    Edward aplumou suas asas para voar, mas a velocidade da esfera aumentou drasticamente e ele foi obrigado a confrontá-la com seus braços. As chamas negras envolveram seu corpo, contudo não fez muita diferença. Era muito poder. Edward tentava empurrar a esfera para frente, todavia a pressão o empurrava para trás, afundando-o. Sentia sua armadura de ossos ser desintegrada e a energia roxa começar a roçar em sua pele. Bahamut tinha razão: havia chegado em seu limite.

    Mas ficar em seu limite não era uma opção.

    "Lizzie, Sombra, bebam de minha energia vital", pensou Edward.

    “Mas, Edward, isso é arriscado! Nós não saberemos qual é a consequência, mesmo você sendo um imortal!”, sussurrou Lizzie.

    — Tem a porra de uma esfera de energia pronta para me desintegrar neste exato momento, Lizzie! Foda-se a porra das consequências! — vociferou. — Eu o farei pagar por tudo! Então, Lizzie, faça o que eu ordeno e alimente-se de minha energia vital agora!

    Lizzie sentiu o ódio pulsando em Edward. Aquilo não era normal. Ela percebeu que ele não estava fazendo aquilo por seu dever, e sim que era algo pessoal. Em sua frente, estava o ser que responsável pela morte de Mikaela, por abrir feridas profundas nos corações de Deckard e Miana, e por trouxer sofrimento os Selos. Aquilo era muito pessoal. Ciente de que Lizzie descobria isso, Edward pensou: "Ninguém toca no que me pertence sem meu consentimento e sairá impune".

    E Lizzie, sua outra metade, entorpeceu-se do mesmo ódio e começou a bebericar da energia vital.

    Edward sentiu o vazio de suas forças sendo preenchidos novamente, sentindo o cálido das chamas queimarem por dentro novamente com intensidade. E as chamas negras responderam também ardendo por fora de seu corpo, mesclando-se com a energia roxa e, sobre o rugido dele, dissipou-se com um forte brilho e explosão.

    Bahamut surpreendeu-se ao ver que sua esfera fora dissipada. Ficou ainda mais no momento que Edward surgiu em meio a explosão indo em sua direção. Antes que Bahamut pudesse reagir, Edward agarrou-o fechando suas mãos em ambos os pulsos, e as correntes da foice entrelaçaram nos braços de ambos, selando-os.

    — Esta é a terceira vez que te enfrento, Bahamut. Eu posso te dizer com toda a certeza: você é muito burro.

    O rei abriu a boca para retrucar, mas notou que os olhos do Selo focavam além dele. Bahamut olhou para trás, e viu grandes braços mágicos translúcidos erguidos, que segurava uma esfera de chamas multicolorida que aumentava gradativamente seu diâmetro.

    Continua <3 :p

    Observações:

    1 – Não é novidade que os Selos são orgulhosos e arrogantes. Contundo, é possível notar que Edward tornou-se ainda mais neste momento. Isso aconteceu porque Sombra apossou-se de seu coração em um acordo, e quando seu poder é liberado, o coração do Selo é tomado pelo ódio e rancor. Apesar disto, sua mente continua sendo sua, portanto Edward não cede a esses desejos obscuros vindo do Sombra.


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