Necromante - Os Deuses da Morte

Tempo estimado de leitura: 3 horas

    14
    Capítulos:

    Capítulo 11

    Mensagem

    Linguagem Imprópria, Mutilação, Nudez, Violência

    OLHA EU MAIS UMA VEZ ATRASADO

    E OLHA QUE ODEIO ATRASO

    Perdão de novo, novamente, pela segunda vez. Dessa vez eu não esqueci, porém, só os dias foram apertados mesmo. Tive que adiantar a escrita da minha história principal, ai demorei um cadin aqui

    Falando nisso....

    DEEM UMA PASSADINHA LÁ EM OS CINCO SELOS, DIFERENTE DAQUI, O SADISMO LÁ É SEMANAL

    Ah, para, a história é minha. Não tem problema divulgar minha história em outra história minha, certo?

    Boa leitura ^^

    Na cidade, as coisas só pioravam para o lado dos humanos. O exército de mortos quebrava toda a resistência e tomavam cada vez mais conta do reino. As barricadas eram facilmente penetradas, e os humanos foram rechaçados cada vez mais reino adentro.

    Quanto mais próximo do centro do Reino, onde lá havia o castelo, maior era os afortunados que ali viviam. Consequentemente, as pessoas que moravam perto dos muros eram os pobres, que, além dos soldados, foram os primeiros a serem massacrados. Homens, mulheres e crianças, os mortos-vivos e esqueletos os matavam e devoravam seus corpos, mesmo que não estivessem portando armas. A cena deste massacre entrava na mente dos soldados, atingindo diretamente seu psicológico, que já estava muito abalado pelo dragão sobre o muro e seus companheiros morrendo facilmente.

    Agora, a perseguição continuava e chegou ao bairro dos nobres, com suas casas até então incólume. Lá, a defesa era mais intensa. Catapultas atiraram pesadas pedras contra o exército inimigo. Arpões por entre as barricadas eram atirados, empalando os mortos em paredes ou fazendo os esqueletos desmancharem e também rasgando os bonecos de pano — que só restavam poucos deles agora. Ademais, magos atiravam suas cálidas bolas de fogo, dificultando ainda mais o avanço.

    Mais atrás do exército, os Deuses da Morte Aisa e Thanatos seguiam calmamente enquanto o resto passavam por entre eles correndo. Os dois viram os lacaios de seu Rei atiraram-se inutilmente para cima dor arpões e bolas de fogo, sendo que uma grande pedra caiu perto deles, esmagando muitos dos lacaios. Mas, não importavam quantos tombavam, eles continuavam a atirar-se em direção a barricada dos humanos.

    — Não me surpreende a área nobre ser mais bem guardada — comentou Thanatos.

    — Pois é! — Aisa suspirou. — Sem nosso Rei ou Hela para controlar os lacaios eles acabam sendo meio... — Ela fez uma pausa observando os lacaios serem rechaçados continuamente —... meio mortos.

    — Mas nós não. Me ajude com aquela barricada.

    Aisa sorriu.

    — Palavrinhas mágicas? — ela disse.

    — Bem... — Thanatos suspirou. — Por favor.

    A feiticeira ergueu ambos os braços, o vapor gélido pairou, então ela os abaixou até suas mãos tocarem o chão. O filete de gelo seguiu pelo chão, e, ao entrar em contato com a barricada, congelou-a por completo em pouco instantes. O braço direito da Aisa ardeu em chamas, então ela atirou um turbilhão cálido contra a barricada congelada — os lacaios pelo caminho foram incinerados — que, ao atingi-la, a destroçou e fez uma densa cortina de vapor exalar.

    Dificultados pelo vapor, os homens perto da barricada não conseguiram defender-se dos mortos que surgiram, sendo mortos facilmente.

    Thanatos, ao longe, conseguiu enxergar um homem que obliterava os lacaios de seu Rei sem dificuldades. Era alto e robusto, equipado por uma armadura completa com um elmo de leão e segurava um grande e pesado martelo de guerra. "Érold, o Leão de Condar", pensou Thanatos.

    O espadachim disparou-se em direção ao grande homem de armadura. Ele desviou dos lacaios e humanos a sua frente. Postando sua grande e pesada espada ao lado direito de seu corpo e segurando o punho com as duas mãos, Thanatos desferiu um golpe em arco, rasgando o chão com a ponta da lâmina até subir e brandir contra o pesado martelo, resultando em um alto soar metálico. Praticamente no mesmo instante, Thanatos girou seu corpo sobre o próprio pé, e a espada fez o movimento junto. Érold, com a haste do martelo, atingiu a espada, desviando o ataque para o chão. Em seguida, o Deus da Morte saltou para trás, evitando um punho que vinha em sua direção.

    Érold e Thanatos se entreolharam.

     — Você deve ser o Leão de Condar, certo? — perguntou Thanatos, ajeitando-se e repousando a lâmina em seu ombro.

    — Eu não te conheço. — Érold girou o martelo. — Mas pelo seu olhar dá para saber que é um bom guerreiro, ao contrário destes esqueletos. — O martelo foi erguido acima da cabeça. — Qualquer ameaça para meu rei deve ser erradicada.

    O martelo desceu assobiando em direção ao espadachim. Thanatos moveu sua espada de encontro com a arma inimigo, colidindo-as em um forte impacto, que desequilibrou Érold. Thanatos avançou e adentrou na guarda aberta do Leão e o acertou com um ombrada, desestabilizando-o ainda mais. Sua espada veio em um golpe em arco, brandindo contra o flanco esquerdo de Érold, amassando e penetrando na armadura, fazendo o sangue escorrer.

    Como resposta, Érold, o Leão de Condor, acertou o punho esquerdo fechado no rosto de Thanatos e com uma joelhada no estômago em seguida. O espadachim deu um longo salto para trás, e o pesado martelo explodiu no chão onde ele estava pisando milésimos antes.

    — Você é bem forte — observou Érold.

    — Humpf — chiou Thanatos, enquanto tirava o sangue de seu nariz com as costas da mão.

    Thanatos avançou com um estocada. Érold virou seu martelo de cabeça para baixo e bloqueou a ponta da lâmina, assim deslizando alguns centímetros para trás por tamanha força de seu inimigo. O Leão moveu seu martelo para cima com força, obrigando a espada subir também; girou seu martelo e, com um movimento semicircular de cima para baixo, acertou o Deus da Morte no peito, que viajou no ar até brandir contra uma casa.

    Não muitos segundos depois, Thanatos saiu da casa. Sua couraça estava amassada — pois absorveu boa parte do impacto — e um filete de sangue escorreu pelo canto de sua boca.

    — Por que você não usa sua forma bestial?

    Ele olhou para o lado e viu Aisa em cima de uma casa sentada de pernas cruzadas, com o cotovelo sobre a coxa e o queixo repousado na palma da mão.

    — Porque assim não teria graça — respondeu. — Por que não vai matar os magos?

    — Gosto de ver você lutando. — Aisa suspirou. — Mas irei faz isso.

    Érold achou estranho como o exército de mortos passou a ignorá-lo quando começou a lutar contra o Deus da Morte. Não ligou para isso, pois sabia que seu adversário era mais perigoso para seu rei do os outros.

    Ele olhou para cima e viu o espadachim caindo em sua direção. Érold moveu seu martelo para cima, bloqueando o ataque aéreo do Deus da Morte. Thanatos apoiou seu pé no peito do adversário e jogou-se para trás.

    Imediatamente, Thanatos postou sua espada de lado sobre a cabeça e colocou sua mão esquerda sob a lâmina, o martelo atingiu em cheio a espada. O golpe fora tão forte que o espadachim fora obrigado a tocar o chão com um de seus joelhos, e o solo afundou e rachou logo em seguida. Em um movimento muito rápido, Thanatos deslizou a lâmina para frente, indo para a haste do martelo, e, com toda sua força, inclinou a ponta da espada para cima com a sua mão esquerda, fazendo o martelo escapulir das mãos de Érold. No mesmo instante, Thanatos largou sua espada e segurou ambos os braços de Érold. Ele ergueu seu corpo e puxou os braços de seu inimigo, fazendo Érold passar por cima de si e cair no chão virado para cima.

    Érold tentou levantar, mas o peso de sua armadura misturado com o próprio impedia de fazer isso com facilidade. Neste tempo, Thanatos recuperou sua espada e encrustou no meio do peito de Érold, afundando até a metade da lâmina com força bruta. O sangue brotou na boca e peito de Érold, que tentava desesperadamente levantar do chão, porém a espada e a dor que se alastrava pelo seu corpo o frustrava.

    Thanatos pegou o martelo do inimigo e carregou-o arrastando pelo chão.

    Érold viu seu martelo sendo erguido. Antes que pudesse dizer algo, Thanatos abaixou o martelo de guerra contra a cabeça do Leão de Condar.

    O som do crânio rachando, os miolos sendo amassados e o sangue espirrando não se sobrepujaram ao barulho da guerra que acontecia ao redor deles.

    Não muito afrente, Aisa obliterava os magos que lançavam as bolas de fogo contra a hoste de seu Rei Morto.

    Ela notou que tinham guerreiros rápidos e poderosos investindo contra seus flancos, costas e frente. Olhando rapidamente ao redor, também viu magos preparados para atirar suas bolas de fogo contra o seu gelo. "Não quero queimar nosso exército... vou ter que usar o vento", pensou. De baixo para cima, uma forte rajada de vento subitamente jogou para cima os guerreiros, outros soldados e os mortos, e arremessaram os magos. A partir de seus pés, a feiticeira fez seu gelo trilhar o chão e emergir em estacas, empalando os guerreiros no ar — os que não tiveram a armadura penetrada, simplesmente congelaram até a morte.

    ***

    O Rei Kornn hesitou ao ver sua família em posse dos Deuses da Morte. Seu coração estava batendo mais forte, enchendo-se de pavor e dúvida. Sentia sua garganta seca, sua cabeça começando a latejar. A sensação de ódio crescendo, mas não podendo demonstrá-la e nem aliviar.

    Com uma voz grave, calma e desprovida de emoções, Morrigan entoou:

    — Rei Kornn, preciso que você escreva algumas cartas para mim, e que envie para todos os seus aliados. Você poderia fazer isso?

    O Rei de Condar continuou em silêncio, fintando Morrigan intensamente. O Rei Morto suspirou.

    — Eu acho que ele não está nos levando a sério, Hades.

    De imediato, Hades afundou a cara do filho do Rei, Carlac, no chão, fazendo até mesmo fissuras se abrirem. As sombras circularam o corpo da Rainha Niley e adentraram em sua boca, sufocando-a. Ela caiu no chão, debatendo-se desesperada por ar, e ele continuou com o rosto no chão, dando abafado gemidos de dor enquanto Hades o pressionava contra o chão cada vez mais forte.

    — Acho que não fui bem claro, Kornn — recomeçou o necromante —, eu não vou simplesmente matá-los. Irei fazê-los sofrer tanto que eles me pedirão para eu matá-los. Por fim, torturarei eles até deixarem de reconhecer quem são, daí sim cederei ao desejo de morte.

     O Rei de Condar encarava Morrigan intensamente, e o necromante devolvia com um olhar apático. Kornn escutou o sufoco de sua Rainha, os grunhidos de seu filho, e por fim cedeu.

    — Está bem! Pare com isso, e escreverei!

    Hades saiu de cima de Carlac e as sombras recuaram, livrando Niley. Ele continuou de cara no chão, sem se mover, porém vivo, e ela puxava ar com intensidade.

    — Que bom que nos entendemos. — Morrigan fez uma pausa. — Escreva o que eu falar, certo?

    Kornn assentiu, pegou um pergaminho, molhou a ponta da pena na tinta e preparou-se para escrever.

    — Eu sou o Rei Morto. Imagino que Kornn já tenha dito sobre mim para seus aliados, então vocês sabem quem eu sou. Venho por meio desta carta dizer que o Reino de Talles fora completamente obliterado por nós, os Deuses da Morte. Ademais, nós também tomamos o Reino de Condar por completo, chacinando todos que aqui outrora habitavam. — Morrigan fez uma pausa, observando a expressão de desgosto de Kornn enquanto escrevia. — Saibam que não pararei por aqui. Você, que está lendo está carta, tenha certeza que um dia chegarei até a porta de seu Reino com a minha infatigável hoste de mortos. Irie deleitar-me com o sangue de sua Rainha e de seus filhos, enquanto você assiste completamente impotente.

    O rosto de Kornn fechou-se em fúria. Ele olhou para o lado para fintar Morrigan, mas encontrou o olhar sombrio da bruxa fixo nele.

    — Se você fizer isso, Morrigan, comprará briga até mesmo com o Imperador — observou Kornn.

    — E é justamente isso o que eu quero, Kornn.

    — Você é insano.

    — Sim. Agora replique esta carta.

    Hesitante, Kornn começou a rescrever a carta em outros pergaminhos, um para cada de seus aliados. O conselheiro ao seu lado estava tão tenso quanto ele, alternando toda hora o peso de seu corpo entre suas pernas.

    — Não precisa escrever lentamente, Rei Kornn — indagou Hades. — Se você espera seu mestre assassino, ele já foi morto. Todas as sombras deste reino me pertencem.

    Houve o banque alto perto deles. Eles olharam para o lado e viram o corpo completamente estraçalhado do Mestre Assassino, um dos comandantes de Kornn.

    Os olhos do Conselheiro de Guerra se arregalaram, cheio de temor, e fora obrigado a suprimir um grito de medo, apenas soltado um leve grunhido. O semblante de Kornn fechou-se ainda mais sombriamente, e ele começou a escrever as cartas mais rápido.

    Quando terminou de escrever, dirigiu-se até a varanda da sala do trono. De lá, seu coração se apertou ao ver o estado de seu reino e de todos os que eram rechaçados lá embaixo. A derrota era mais do que certa. E, nos muros, o dragão observava, lembrando-nos que não havia escapatória. "Todos aqui dentro moravam por de dentro do meu muro sob minha proteção. Perdoe-me ter falhado como rei", pediu em silêncio o Rei Kornn. As lágrimas quiseram escorrer, porém ele as segurou com sua frieza de guerreiro.

    Kornn anexou as cartas nos respectivos pombos de cada um de seus aliados. Ele já queria repassar para eles sobre o necromante, mas infelizmente não foi possível alertá-los sobre o terrível dragão. Os pombos voaram para os lados que deveriam tomar, e o Rei voltou sua atenção para o necromante, que o fintava com o mesmo olhar inexpressivo desde o início.

    — Feito.

    — Muito obrigado, rei Kornn. Hades.

    As mãos de Hades tocaram o rosto de Carlac e moveu-as com rapidez, quebrando o pescoço do filho do rei em um alto estalo. As sombras ao redor da Rainha a envolveram no instante que ia gritar e também quebrou o pescoço dela, silenciando-a. Houve o baque no momento que o corpo do Conselheiro tombou no chão, morto com o pescoço virado.

    — Mortes rápidas e indolor — confirmou Hades.

    O peito de Kornn pesou muitas toneladas. Sabia que seria assim. Sabia que, fazendo aquilo, só havia comprado a morte rápida e indolor de sua Rainha e filho. Em seguida, começou a se entorpecer de fúria. Não se importava em ter uma morte lenta e cheia de dor, então iria fazer seu último ato valer a pena.

    Com um rugido, o Rei de Condar sacou sua espada, um brilho dourado resplendeu da lâmina, e estocou em direção a Morrigan. Hela se postou na frente com a mão esquerda esticada, fazendo a lâmina trespassar sua palma, mas ela fechou os dedos, parando o avanço deslizando poucos centímetros.

    — Me deem forças, meus amados deuses...

    A bruxa fintou Kornn com olhos sombrios, e as tatuagens em seu corpo começaram a cintilar.

    Continua....


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!