Os Cinco Selos

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    Capítulos:

    Capítulo 173

    Redenção

    Linguagem Imprópria, Mutilação, Violência

    Yo! Olha nós aqui de novo

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    Boa leitura ^^

    Kleist e Bahamut se entreolhavam.

    Uma espada translucida roxa criada pelo seu próprio poder surgiu na mão direita de Bahamut. Kleist apertou o cabo de sua espada e as chamas amarelas começaram a envolver seu corpo.

    O Rei dos Demônios fez que ia avançar, e o Selo da Guerra apareceu na frente dele acertando-o com o ombro, desequilibrando-o. Com a mão direita, Kleist puxou uma rápida estocada, e Bahamut jogou seu corpo para o lado, e a lâmina passou rasgando e queimando apenas seu peito. Bahamut contra-atacou acertando o Selo com um soco na costela. Kleist chiou, e respondeu devolvendo uma cotovelada no rosto.

    Bahamut sentiu algo estranho no solo sob si, e rapidamente saltou para trás.

    Raízes brotaram do chão para tentar agarrar a perna do rei, mas não conseguiram.

    Kleist saltou em direção ao Bahamut e golpeou com a espada, e as lâminas se encontraram no cintilar mesclado em amarelo e roxo. Golpe. Golpe. Golpe. As espadas se encontravam em pesados e poderosos golpes, e acabaram sendo pressionadas uma contra a outra.

    O Selo sentia cada vez mais suas chamas amarelas intensificando sua força.

    Ainda no ar, Guerra fez suas chamas concentrarem-se em seus braços e empurrou sua espada. Bahamut fora atirado violentamente contra o chão, que deslizou e colocou-se de pé o mais rápido que conseguiu. Vendo o Selo indo em sua direção, ele tentou se mover, entretanto não conseguiu. Ao olhar para o chão, viu que sua sombra estava entrelaçada com uma outra.

    — Vadia.

    Mikaela viu uma esfera roxa energia vindo em sua direção. Ela foi obrigada a soltar a sombra do Senhor Sombrio para desviar.

    Criando uma segunda lâmina translucida, Bahamut cruzou suas duas espadas para defender-se da estocada que vinha em sua direção. A ponta da espada do Kleist chocou-se contra as espadas de energia do rei dos demônios. As chamas amarelas e a energia roxa começaram a confrontar-se, entrelaçando entre si. A ponta da lâmina do Kleist penetrou ambas as lâminas e saiu vazando até encrustar-se no peito do Bahamut.

    O sangue jorrou.

    Desfazendo sua espada na mão esquerda, Bahamut aproximou a mesma mão a centímetros do rosto do Guerra e fez sua energia roxa explodir. Kleist voou pelo ar até cair não chão. Uma parte de seu elmo fora estilhaçado com o ataque, deixando a pele enrugada e cheia de cicatrizes de seu rosto à mostra, levemente sangrando.

    Olhando para o filete de sangue escorrendo de sua ferida, Bahamut fez uma careta. O ferimento deveria já ter sido cicatrizado.

    — Você é bem forte — admitiu o deus, abrindo um sorriso sádico em seguida. — Finalmente poderei aumentar minha força depois de longos anos. Você aguenta, né, Guerra?!

    Linhas roxas de energia desenharam-se no corpo de Bahamut: nos braços, pernas, torso, rosto. Em seus olhos, sua íris tornou-se completamente branca e sua esclera tornou-se roxa. Do meio de suas costas até acima da cabeça, um nimbo roxo-escuro cintilou.

    Os Selos olharam para aquela forma surpresos, assim como próprio Bahamut olhou para si perplexo. Por fim, ele começou a gargalhar alto.

    — Eu estou usando meu poder de deus apenas agora! — Ele olhou para as mãos, abrindo e fechando os dedos. — Isso é engraçado e magnifico. — Em sua mão direita surgiu sua espada de energia roxa, porém ela estava mais detalhada, mais refinada. — Ora, com este novo limite, minhas criações devem melhorar também.

    Kleist segurou o cabo de sua espada com as duas mãos, mantendo sua guarda alta e seus pernas entreabertas. Os Selos notaram essa posição, sendo que Kleist nunca havia usado antes. E Bahamut também notou.

    — Ah, agora você está em uma posição defensiva? — O olhos tornaram-se sombrios e Bahamut deu um passo à frente, fazendo os Selos sentirem uma sensação de opressão pulsarem em seus corpos. — Não fora você que se achava fodão o suficiente para lutar de frente comigo? — Mais um passo, e de novo a sensação pulsando. — Não me decepcione agora, Guerra.

    No passo seguinte, Bahamut atirou-se em direção ao Selo. Quando estocou com a espada, notou que uma película mágica envolveu o corpo de Kleist. Com o impacto da ponta da lâmina contra a película, ela estilhaçou protegendo o Selo do ataque direito, mas ainda sim fora jogando violentamente para trás.

    O rei dos demônios fintou Mikaela com uma carranca.

    — Você me enoja, Lilith — cuspiu ele.

    — O que eu sinto por você não é exatamente amor também.

    Sobre os olhos sombrios de Bahamut, Mikaela sentiu temor, mas não pelo o que ele poderia fazer por ela, mas pela vida de seus filhos. Sem que percebesse, seu rosto fechou-se em uma carranca tão sombria quanto a do Bahamut. "Onde está você, Edward?", ela pensou sem tirar os olhos sobre seu antigo Rei.

    — A expressão de um animal tentando proteger seus filhotes. Devia temer pela vida deles mesmo.

    Quando Bahamut fez que ia avançar, um turbilhão de chamas amarelas engoliu Mikaela. Ele ficou olhando sem entender. Quando as chamas cessaram, viu que Mikaela havia recuado até os outros Selos, intacta. Dando um passa para trás, ele desviou de uma lâmina que passou rente a seu rosto, e viu Kleist se aproximando envolto em chamas.

    — Você. E eu — disse o Selo.

    Com um ataque em arco, Bahamut moveu sua espada disparando a energia roxa em forma de corte, que saiu rasgando o solo em direção ao Selo. Kleist concentrou suas chamas em sua espada e golpeou contra a energia cintilante, causando uma explosão mesclada em amarelo e roxo.

    Bahamut surgiu ao lado de Kleist e golpeou com sua espada, abrindo um rasgo tão profundo que passou a armadura e atingiu a carne, fazendo o sangue esguichar. Praticamente ao mesmo tempo, Kleist também moveu sua lâmina, talhando horizontalmente o peito de Bahamut. Os dois ignoraram as feridas, e brandiram suas respectivas espadas uma contra a outra, causando uma forte pressão no impacto, fazendo-as deslizarem em seguida. Bahamut se recuperou mais rápido e golpeou, porém Kleist desviou para o lado e contra-atacou chutando a perna, desequilibrando-o. Aproveitando-se do desequilíbrio de seu inimigo, o Selo golpeou com punho que segurava a espada no rosto dele, puxando um gancho de esquerda seguidamente, atirando Bahamut distante de si.

    Odin fez suas correntes selarem o ferimento aberto em Kleist e reparou a abertura na armadura.

    O ferimento em Bahamut simplesmente fechou-se como se nunca tivesse existido.

    O rei dos demônios fez uma esfera maciça de energia crescer sobre sua mão esquerda, atirando em direção ao Selo. Kleist ergueu sua espada para confrontar a esfera, mas ela definhou no ar tão rápido quanto surgiu. Uma segunda esfera, esta menor, veio logo atrás, atingindo em cheio a espada de Kleist, fazendo-a escapar de suas mãos e voar para longe.

    Guerra percebeu tarde demais que Bahamut estava acima dele. Bahamut agarrou a cabeça de Kleist e afundou-o no chão, recaído sobre seu peito com o joelho para mantê-lo deitado. Erguendo sua mão esquerda, ele começou a concentrar sua energia roxa. Em sua sombra, porém, os gêmeos emergiram.

    Miana estava agarrada nas costas de seu irmão, e começou a fazer suas chamas azuis envolverem o corpo dos dois. Deckard manteve seu revólver apontado para Bahamut, concentrando sua energia, as chamas de Mia e o sangue.

    — Booom — disseram.

    Deckard apertou o gatilho e o disparo silvou em direção ao Bahamut, brandindo contra suas costas em uma explosão. Mas o projetil nem mesmo arranhou a costas do Deus da Destruição.

    — É só isso? — questionou Bahamut olhando por cima dos ombros.

    Aproveitando-se da distração causada deste inútil ataque, Kleist moveu seu braço e acertou com a garganta do Bahamut com seus dedos em riste. Sentindo-se sufocado, Bahamut levou suas mãos institivamente para a garganta, desesperado por ar. Guerra aproximou a mão do peito do rei dos demônios, fez suas chamas arderem a as lâminas brotarem a partir dela perfurando o corpo em diversas regiões.

    Os gêmeos aproveitaram deste momento para correrem aos tropeços para longe dali.

    Bahamut recuou, Kleist avançou. O punho direito do Selo assoviou no ar e atingiu o rosto da divindade, o segundo soco explodiu no estômago. Sob a sequência de golpes incessantes que levava, Bahamut irritou-se e fez sua energia roxa pulsar por todo o corpo, repelindo o Selo, e acertou-o com uma rajada da energia, atirando-o para além de onde os Selos estavam.

    Pietra, Aiken, Mikaela, Dante, Miana e Deckard viram, juntos, o momento em que Kleist passou voando sobre eles. Olhando para frente, viram que Bahamut caminhava calmamente em direção a eles.

    Subitamente, todos começaram a sentir uma energia, forte e horrenda, pairar sobre si; uma energia um tanto quanto familiar. Miana olhou para sua mãe.

    — Este poder...

    — Sim. É seu pai dizendo que está a caminho.

    Porém uma outra energia puxou os Selos do devaneio, e esta estava bem próxima. Ao olhar para frente, depararam-se com a esfera maciça de energia roxa pronta para devorá-los. Os Selos estavam fracos para defender-se daquela concentração destrutiva de poder, e Kleist estava longe demais para chegar a tempo antes de colidir contra eles.

    Mikaela levou sua mão até o tapa-olho em seu olho esquerdo. Um círculo mágico multicolorido se desenhou nas costas de sua mão.

    — Magia dos Mephistos: Quebra-tempo. — E ela puxou o tapa-olho.

    Aiken e Pietra se levantaram, fazendo as chamas prateadas e verdes irem de encontro com a esfera, assim como as chamas azuis de Miana e os disparos de Deckard.

    A esfera os atingiu em cheio, causando uma poderosa explosão. A poeira subiu com grande densidade, e dela fragmentos do solo e membros dos seis saíram voando.

    Kleist gritou e correu em direção a explosão, adentrando na poeira.

    Bahamut abriu os braços, gargalhando bem alto.

    Uma energia multicolorida pulsou por uma grande área.

    Bahamut parou de rir, fechando os braços.

    Kleist saiu da poeira e correu de volta em direção sua antiga posição, gritando.

    Os fragmentos do solo e os membros dos seis voltaram para dentro da poeira, que retrocedeu até voltar para o chão. Na mesma medida que o corpo dos Selos iam se reconstruindo, a esfera de energia acumulava-se novamente.

    Os disparos feitos por Deckard voltaram para seu revólver, assim como as chamavas azuis de Miana voltaram para seu corpo, e as chamas prateadas e verdes de Aiken e Pietra também, e novamente eles sentaram-se no chão.

    A esfera de energia roxa retrocedeu até Bahamut, então desapareceu em suas mãos.

    Sim, o tempo havia retrocedido alguns segundos com a magia da Mikaela.

    Subitamente, todos começaram a sentir uma energia, forte e horrenda, pairar sobre si; uma energia um tanto quanto familiar. Miana olhou para sua mãe, e a viu com um olhar sério antes que fosse tomada por uma energia multicolorida.

    Aquela energia multicolorida (verde, prateada, vermelha, azul e amarela) tomou conta do corpo de Mikaela, que, conforme ia se dispersando, demostrava que sua pele havia sido tomada pela coloração negra, bem densa e profunda como o espaço. Apenas tornou-se possível diferenciar as partes de seu corpo por causa de suas curvas. Mas nem tudo havia sido tomado pela escuridão: a íris de seus olhos brilhava intensamente pela cor multicolorida, assim como seus cabelos, cílios e a asas de formato abstrato que ondulava em suas costas. Além disso, a energia multicolorida ficou sobre sua pele em uma fina camada, como uma película.

    Desta vez, a esfera de energia maciça colidiu contra uma barreira translúcida multicolorida, e continuou a tentar rompê-la. Mikaela começou a fechar os dedos da mão esquerda, e a barreira envolveu a esfera, e cada vez que os dedos, com dificuldades, fechavam-se, a barreira diminuía a esfera. Quando finalmente conseguiu fechar os dedos, a esfera eclodiu, fazendo uma explosão poderosa, mas sem colocar em risco a vida deles.

    A transformação de Mikaela se desfez como fumaça, e ela caiu no chão, ofegante e exausta.  Os Selos e seus filhos a fintavam surpresos. Um sorriso largo as abriu no rosto de Aiken.

    — Parece que a Deusa da Redenção finalmente Despertou! — ele disse.

    Devido ao efeito colateral de sua primeira vez no Despertar, Mikaela não sentia seu corpo.

    E o sorriso em Aiken morreu no momento em que viu uma segunda esfera vindo na direção deles.

    Desta vez, porém, Kleist teve tempo o suficiente para chegar e jogar-se em direção a energia, com as mãos nuas. Ele segurou aquela concentração deslizando apenas alguns centímetros para trás. Fazendo suas chamas arder em seu corpo, ele tentava redirecionar a esfera, mas estava complicado. Sentiu o poder desintegrar a parte frontal de toda sua armadura, começando a desintegrar sua pele.

    Pietra levantou-se e tentou ir em direção ao Kleist, mas Dante a segurou. Ele estava tão fraco que um simples puxão dela o fez soltá-la. Mas Pietra deteve-se no momento que viu Kleist sendo engolido pelo poder.

    — Kleist!

    A esfera maciça de energia roxa manteve-se inerte. As chamas amarelas começaram a mesclar-se com ela. Então, subitamente, a esfera subiu os céus e explodiu, dissipando as nuvens. Kleist ficou no solo, nu, com o corpo completamente ensanguentado e em carne viva. Sem forças, tombou para frente.

    A expressão em Bahamut fechou-se em ódio.

    — Por que vocês simplesmente não morrem?!

    O rei dos demônios começou a fazer uma esfera em cada mão, mas, quando olhou para o lado, viu o momento antes que dois pés o atingiram.

    Houve uma explosão de chamas negras tão forte que Bahamut voou para a direção oposta, Kleist fora arremessado para cima e os outros que estavam ali foram engolidos pela negritude.

    O capitão dos Selos adentrou no embate.

    Continua <3 :p

    Curiosidades

    Quebra-tempo: uma magia também retirada dos livros dos Mephistos. Como viram, ela consiste na regressão do tempo.

    Para isso, é necessário que seu usuário sacrifique uma parte de seu corpo para que possa concentrar uma grande quantidade de mana, que é absorvida diretamente da natureza pouco a pouco. No caso da Mikaela, fora seu olho esquerdo. A quantidade mana acumulada diz o quanto no tempo irá voltar e o tamanho da área que a magia envolverá (Mikaela conseguiu fazer voltar poucos segundos e alguns metros de distância).

    Mana: é simplesmente a energia da natureza que paira sobre todos. E da onde vem está energia? Bem, ela é os resquícios do poder de Deus que ainda emana de suas criações, mesmo após tantos anos. Assim como o vento, você não vê em seu estado normal, mas a sente, precisa apenas de treino para tal.

    Não só os humanos, anjos e demônios são capazes de manipular a mana, mas alguns outros animais também. Contudo, a forma com que eles fazem pode considerado inferior. Sendo algo mais vinculado a raça e sua evolução — extinto —, do que a bel-prazer.


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