A paixão do capitão de gelo

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    Capítulos:

    Capítulo 26

    Ryokas de Muken

    Álcool, Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Quem diria que com tudo o que já lhe aconteceu, ainda podia se surpreender? Desde que acordou naquele quarto no 4º bantai muitas coisas surpreenderam Karin. Primeiro, a discussão sobre a real origem da sua família (alias, ainda faltava muita coisa a ser explicada). Segundo, o fato chocante de estar casada com seu namorado e Terceiro, a intenção dele de querer mesmo isso. Porem, nunca pensou que receberia uma “bomba” daquelas e ainda do pior jeito possível.

    A garota que odiava lhe contar que não sabia da gravidez, justo no momento que sentia todos os sinais que estava perdendo o bebê.

    KARIN POV

    Enquanto Hinamori saltava no shunpo saindo daquela alameda na Academia, somente pude pensar em duas coisas. Ou melhor, nos únicos pensamentos que consegui me agarrar no meio dessa dor agonizante.

    A primeira foi: “Grávida?”

    Como assim eu estava grávida?! E a segunda...

    ... Na dor que o bebê dentro de mim estava sentindo.

    Nem soube como consegui raciocinar direito, mas logo em seguida de me livrar do choque me concentrei tentando respirar e como uma mão minha já estava em cima do meu ventre, a mesma começou a brilhar fracamente num brilho pálido. A dor diminuiu um pouco, mas não o suficiente. Eu nunca usei um kidou de cura antes, mas o desespero que sentia era maior. Maior do que as contrações insuportáveis.

    - Karin-chan, o que está fazendo?!

    Estremeci de raiva e quase me desconcentrei. As lágrimas corriam soltas pelas bochechas e essa tenente estava tentando me dizer alguma coisa, só reparei no que dizia quando o movimento do shunpo havia parado. Porque havia parado?! A garota agarrou meu pulso puxando histérica.

    - Não faça isso! Pode...

    - TENTA ME IMPEDIR E EU ACABO COM VOCÊ!

    Dei uma cotovelada no seu braço, a empurrando de perto de mim e quase caí de joelhos. Ouvi Hinamori tropeçando, arquejando chocada enquanto que cambaleei uns passos me afastando, tentando me equilibrar. Se ela não queria fazer nada eu não aceitaria também, até porque tudo isso é culpa ela! Ainda estava de olhos fechados e o vento soprava forte jogando meus cabelos para trás, sacudindo minhas roupas. Pela superfície debaixo dos meus pés estávamos em cima de um telhado. Mas não me importei. Eu não queria mais a ajuda dela, odiava essa garota, porem não conseguia juntar força nenhuma para ir ao 4º esquadrão por mim mesma. Minhas pernas tremiam, minha pele transpirava e mesmo a dor diminuindo estava apavorada, sentindo-me tão sozinha...

    Eu queria que Toushirou estivesse aqui comigo.

    - Karin-chan!

    Garota irritante. Senti sua mão perto do meu braço e me afastei às cegas.

    - Fica longe de mim!

    Dei mais um passo e meu pé escorregou. Arfando meu corpo tombou para trás desequilibrando e depois a gravidade me puxou, caindo do prédio sem chance alguma de evitar. Pasma encarei o céu azul e a expressão desnorteada da Hinamori, depois tudo virou borrão enquanto estava caindo. Ouvi os gritos apavorados das pessoas lá embaixo, a queda livre parecia enorme, com certeza eu me arrebentaria. Sem deixar de usar o kidou, o vento enquanto eu caía de repente mudou. Invés de ser apenas aquele uivo ao mergulhar no vazio, outro soprava alto vindo à minha esquerda. Uma energia muito conhecida por mim perturbou o ar e mal abri os olhos, espantada com o vento gelado varrendo a rua subitamente.

    Um estalido de som próximo de mim e um par de braços me segurou em pleno ar. Tremula mal senti o choque dos nossos corpos e ele me puxou aninhando no seu peito, depois se inclinou pegando impulso, saltando no shunpo outra vez. O deslocamento forte doeu em seus ouvidos, mas não me importei. Fechei os dedos num tecido macio e virei o rosto, enterrando no peitoral que arfava. As pessoas com certeza estavam alvoroçadas, devíamos estar armando uma baita confusão. A aparição súbita do taichou do 10º bantai, ainda pegando uma aluna da Academia caindo de um prédio daria no que falar, porem isso era o de menos agora.

    Me sentia tão aliviada, agarrando ainda mais o tecido macio de seu haori e me encolhi nos seus braços chorando e estremecendo. O coração que ouvia batia descompassado e acelerado. Mas agora ficaria tudo bem, ele estava aqui comigo. Eu devia ficar chocada em como Toushirou surgiu do nada assim que pensei nele, mas era como disse naquela vez no pronto-socorro. Ele ouviria se algo perigoso me acontecesse e iria me socorrer, aonde for. Só que dessa vez o perigo envolvia nosso filho. Filho... Solucei forte segurando um gemido e Toushirou me segurou mais apertado, a respiração dele mais ofegante. Mal soube que seríamos pais e estava perdendo o bebê. Como vou contar isso pra ele?!

    De repente, o vento parou e ele correu para algum lugar. As pessoas exclamavam com certeza abrindo espaço e logo subia degraus, mais vozes estavam em nossa volta, porem sufocaram em segundos. Nervosa notei o ar mais denso tremulando pela pressão de energia. Vindo de nós! Mal ele entrou no prédio e uma reiatsu surgiu no caminho, impedindo Toushirou de continuar.

    - Hitsugaya taichou, o senhor...

    - Eu preciso de Unohana agora!

    O sujeito se calou junto com o todo o resto. Não me admirava, Toushirou praticamente berrou com ele.

    - Se acalme capit...

    - Não vou me acalmar! Saia da minha frente!

    Meu Deus! Empurrando com o ombro, ele passou pelo sujeito estremecendo forte e sua reiatsu sempre tranquila estava oscilando. Aumentando ao ponto que afetava as pessoas ao redor. Ouvi vários baques inesperados contra o chão e arrisquei uma olhada em volta. Mesmo enxergando tudo borrado (tanto pelas lágrimas como de fraqueza) vi que estávamos numa sala de recepção, o quarto bantai como adivinhei. Toushirou conseguiu me trazer aqui num único salto? De qualquer modo, não consegui mais ver outra coisa. A dor e o esforço ao usar o kidou em mim me esgotou. Revirando os olhos caí no torpor em tempo de ouvir alguém gritar.

    - Mas o que está acontecendo aqui?!

    KARIN POF

    Momentos atrás

    HITSUGAYA POV

    - E então Toushirou, o que queria falar comigo?

    - É Hitsugaya taichou, Kurosaki.

    Suspirei cansado. Dentro de uma sala de reunião no prédio do escritório, Kurosaki estava sentado num sofá enquanto que me mantinha em pé. Depois que o soltei do bakudou voltamos para o quartel e o trouxe para cá. Era visível seu desconforto, suas suturas devem ter rompido na nossa briga, mas não iria me desculpar. Afinal, ele me atacou. De qualquer modo, ignorei minha irritação e encarei a paisagem lá fora pela janela. Seria uma conversa difícil.

    - Antes de mais nada peço que mantenha a calma.

    O ambiente nessa sala mudou. Arrisquei um olhar de esguelha e não me enganei. Ele havia ficado repentinamente serio.

    - Porque devo ficar calmo? Tem haver com a Karin, não é?

    Continuei calado e ele estreitou o olhar mais desconfiado.

    - Toush...

    - Sua irmã ainda não sabe, mas quando ficou hospitalizada Unohana conversou comigo sobre o quadro dela e... descobriu uma gestação de duas semanas.

    Um barulho suspeito me fez encarar a porta. Será que...? Não, Matsumoto estava cuidando dos estragos no meu gabinete. Por outro lado, ela nunca foi responsável. Sondei tentando encontrar alguma energia no corredor quando o grito tirou minha atenção.

    - Grávida?!

    Kurosaki havia se posto de pé me encarando transtornado. Antes que explicasse avançou para cima de mim, agarrando a gola das blusas.

    - VOCÊ ENGRAVIDOU MINHA IRMÃ, DESGRAÇADO?! POR ISSO CASOU COM ELA, NÃO FOI? RESPONDE MALDITO!

    Agarrei os pulsos me soltando num safanão. Basta de um ataque explosivo dele por hoje.

    - Se controle, Kurosaki. Ainda não disse tudo.

    Arfando ele estremeceu se reprimindo ao notar que eu estava sério. Apesar de sua reiatsu densa pela raiva em mim, o substituto percebeu que não era momento para brigar.

    - O que ainda não contou? Vai dizer que vou ser tio de gêmeos?

    Estreitei o olhar com seu tom debochado. Era tão difícil ficar de boca fechada e escutar? No entanto, não poderia dizer isso. Até porque eu mesmo estava estressado com tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo. As milícias que era obrigado a fazer por ordens do Comandante, minha vida de casado "vazia" antes da tarde de ontem e ainda esse segredo sobre a gravidez.

    Eu me irritei ontem com Karin por muito pouco e ainda a fiz chorar.

    Apertando os punhos encarei um ponto qualquer numa estante de livros enquanto suspirei tentando me acalmar.

    - Por causa dos ferimentos do ataque quando foi sequestrada ou ... – fechei os olhos evitando imaginar – Quando aquele togabito tentou violenta-la, prejudicou a gravidez e... ela corre risco de perder a criança.

    - Nani?

    Com seu tom desnorteado o olhei e realmente ele ficou preocupado como imaginei. Até empalideceu.

    - Mas ela sabe disso?

    - Não. Eu lhe disse que não. Karin deve ir hoje ao 4º bantai conversar com Unohana sobre os maus estares que anda sentindo e a capitã vai lhe dar a noticia.

    - Porque está me contando?

    Franziu a testa desconfiado e então resolvi abordar logo o assunto.

    - Conhece sua irmã. Ela é teimosa e não aceita conselhos tão fácil. – cruzei os braços vendo sua confusão – Karin quer fazer um exame pratico de combate em breve. Como avaliação da Academia.

    Nem meio segundo passou ele logo ficou alterado.

    - Ela tá grávida, Toushirou! Não pode fazer de jeito nenhum!

    - Exatamente. Eu tentei..

    Prendi o fôlego. Soltando os braços ao encarar o vazio. Que sensação horrível é essa? Calafrios varriam minha espinha me deixando arrepiado. Parecia que alguém estava gritando por socorro bem atrás de mim. Arregalei os olhos.

    - Toushirou, mas o que você... Ei!

    Havia corrido direto para uma janela, abrindo de rompante e saltei no shunpo ignorando seus chamados. Mal apareci em cima de um telhado e saltei outra vez indo desgovernado em direção a Academia, forçando o passo relâmpago a ir mais longe para que chegasse logo, sem perceber nada ao redor. O clamor mudo estava me deixando em pânico! Ecoava até mim cada vez mais alto.

    De repente, a direção mudou. Parei de saltar, derrapando em pleno ar girando o corpo e olhei ao redor. Arquejando enquanto encarava os telhados dos prédios abaixo de mim, o vento soprava forte e virei o rosto para esquerda. Lá. Corri sumindo outra vez, sentindo vagamente uma reiatsu me seguindo, mas não dei importância. Todo ao redor se transformava em borrão pela visão periférica. A junção dos espaços entre um salto e outro exceto na direção que me focava. Logo vi duas figuras em cima de um telhado, em tempo de uma delas cambalear, desequilibrando ao cair daquela altura. Rangi os dentes e saltei outro passo. O vento gelado no deslocamento de ar atordoou os shinigamis na rua ao mesmo tempo que a alcancei.

    Segurei-a nos meus braços e puxei para mim, tremula e agarrando meu haori. Inclinando-me, peguei impulso e forcei mais um passo sumindo no ar. Aumentando a desordem que estava provocando. Karin se encolheu enterrando o rosto nas minhas blusas, reprimindo soluços ao chorar. Isso me desesperou. Num instante apareci no pátio do esquadrão médico, o ar agitando ao tremular em minha volta espantou alguns shinigamis e corri direto para o prédio de pilastras vermelhas.

    Mal subi os degraus entrando na varanda e o Terceiro Oficial do esquadrão me bloqueou o caminhou. Estremeci angustiado, apertando Karin mais do que devia.

    - Hitsugaya taichou, o senhor...

    O tom jocoso autoritário me perturbou ainda mais. Principalmente na forma repreensiva com que me olhava.

    - Eu preciso de Unohana agora!

    O sujeito se calou com meu tom. Mesmo por trás dos seus óculos escuros senti que arregalava os olhos. Uma gota de suor escorreu por seu rosto e ouvi arquejos ao meu redor, dentro da recepção. Até Iemura ficou pálido de repente.

    - Se acalme capit...

    - Não vou me acalmar! Saia da minha frente!

    Avancei um passo, o empurrando com o ombro ao entrar no posto médico geral. Sougou Kyuugo Tsumesho era o principal centro de tratamento, por isso segui direto para cá. A capitã do esquadrão permanecia muito tempo por aqui e esperava que estivesse no prédio. Olhei ao redor, para as enfermeiras e shinigamis tentando achar algum conhecido e vi quase que instantaneamente a maioria cair prostrada no chão. Isso me espantou e então o corpo tenso nos meus braços amoleceu. Baixei o rosto arfando mais ao vê-la desmaiada.

    - Karin.

    - Mas o que está acontecendo aqui?! Hitsugaya?!

    Levantei o olhar desnorteado para a pessoa. O taichou louro do 5º bantai me encarava confuso e irritado na entrada de um corredor. Ao se aproximar de mim notou Karin nos meus braços. Seu rosto assombreou repentinamente serio e segurou no meu ombro, sacudindo.

    - Controle-se. Vai desacordar todos do prédio – então olhou para trás de mim – Ichigo, venha aqui e pegue sua irmã.

    O que?! Girei no lugar e vi Kurosaki já próximo de mim. O ar estremecia denso e mesmo ele sendo forte estava sendo afetado. Sem dizer nada, segurou Karin e tirou ela dos meus braços a levando para algum lugar, acompanhando Hirako enquanto fiquei para trás. Suspirando fundo, fechei os olhos e reprimi a energia até ficar estável, os gemidos dos outros shinigamis e enfermeiras enchendo essa sala. Agora que notei, muitos dos caídos no chão, quase sem sentidos porque eu liberava minha energia sem controle. Estou tão fora de mim assim? Ao ponto de ser irresponsável dessa maneira? As pessoas logo gemiam acordando e pedi desculpas rapidamente. Mesmo recusando, a maioria me fitava espantada.

    Olhando para o piso liso de madeira segui na direção que Hirako e Kurosaki foram, sentindo a reiatsu de Karin voltando ao normal. Isso me acalmou, entretanto apenas um pouco. Estava preocupado com o bebê. Eu vi os sinais e os calafrios foram horríveis para ser apenas um susto. Entrei num corredor de paredes esverdeadas encontrando Kurosaki ao lado de uma porta. Ele andava de um lado para outro e ao me ver, correu me abordando nervoso.

    - Toushirou, o que tá acontecendo? Hirako não me disse nada e mandou que eu ficasse aqui. Alias, o que ele faz aqui no quarto bantai?

    Engoli em seco e desviei o olhar, fitando o tecido branco.

    - Depois de Unohana, ele é o capitão mais qualificado em Kaidon. Mas sua especialidade são cirurgias. Curas de ferimentos com reshis quando não podem mais ser feitas por kidous.

    Kurosaki arquejou de espanto.

    - Ele vai...?

    - Não. Eu espero que não.

    Passei a mão pelos cabelos, notando o quanto estava tremendo. Não havia móvel algum onde pudesse me sentar e mesmo se tivesse, acho que não conseguiria ficar quieto. Sentia que o irmão dela me observava intrigado, reparando em meu comportamento. Ambos estávamos nervosos, porem eu ainda mais. Um grupo de paramédicos passaram por nós agitados e sem querer ouvimos uns pedaços da conversa.

    - Já é o décimo grupo. Se continuar desse jeito todas as divisões paramédicas...

    - Eu sei. Ainda bem que Hirako taichou veio ajudar mais cedo. A capitã já não estava dando conta.

    Os dois continuaram o caminho enquanto que os outros sussurraram sobre os feridos. Agora faz sentido Hirako por aqui. No entanto, não pensei mais a respeito. Encarei o tecido branco do quarto, já fazia um certo tempo que entraram e ainda nada. Isso me agoniava. Eu queria ficar ao lado dela. Saber o que Hirako está fazendo e ter certeza que não tinha acontecido o pior.

    - Toushirou.

    Olhei para o lado, Kurosaki que até então estava quieto continuava me observava intrigado.

    - Como você sabia?

    Franzi a testa confuso.

    - Sobre o que?

    - Como sabia que Karin precisava de ajuda? Alias, como sabia onde ela estava? Com tantas reiatsus em Soul Society é impos..

    - Depois conversamos sobre isso.

    O interrompi angustiado e arfei mais virando o rosto. Não estava em condições de explicar sobre a conexão agora.

    - Taichou!

    Giramos com o chamado. Matsumoto caminhava apressada para cá, ao seu lado Hinamori, mas ela quando me viu desviou o olhar. Estranhando lembrei que ela estava com Karin naquele telhado. O movimento agitado e rotineiro já havia retornado ao posto médico, no entanto, continuei pensando no porque de Hinamori estar com Karin naquele momento quando elas se aproximaram. Pelo semblante de Matsumoto, estava muito preocupada.

    - Taichou, o que houve? A Karin-chan está bem?

    - Ainda não sabemos – encarei confuso a outra tenente. Ela continuava evitando de me olhar – Hinamori.

    - Hai?

    Ela pestanejou com meu chamado. Porque?

    - O que fazia em Shinourijutsuin?

    - O, o que?

    A confusão sumiu ao começar a entender esse comportamento estranho dela. Minha mente cogitava todas as possibilidades de terem causado essa situação, até que cheguei à uma óbvia. Não, não é possível. Eu não quero acreditar. A energia espiritual do feto é imperceptível demais com apenas um mês de gestação. Se não houvessem me contado eu jamais perceberia. Apenas dali a dois meses no máximo, então não havia como outros saberem, mesmo assim... um sentimento próximo de cólera me subia. Aumentando enquanto via o nervosismo nítido em Hinamori.

    Percebendo, Matsumoto tentou intervir.

    - Anno... Quase me esqueci capitão, um...

    - Mais tarde, Matsumoto – dei um passo me aproximando da outra – Venha comigo.

    Dito isso, segurei Hinamori pelo cotovelo sem olha-la. Ela estremeceu com o gesto. Sequer estava apertando, mas me reprimia demais. Arfava leve em tentativa de me acalmar enquanto a levava para o outro extremo do corredor. Mal dobramos a curva e Unohana caminhava apressada com sua tenente. Numa olhada percebeu a situação e seguiu caminho. Bem indo aonde Karin estava.

    - Shirou-chan...

    - Quieta.

    Sibilei com frieza e ela engasgou. Quando não vi ou percebi mais ninguém nessa ala a soltei virando para mim. Rápido seus olhos encararam o chão. Estremeci suspirando. Eu estava perturbado, mas não faria nada. Só queria uma resposta.

    - Por quê?

    - C..como?

    Apertei os punhos. Observando o comportamento dela, senti a cólera aumentando acompanhada de um sentimento de decepção. Ela não conseguia disfarçar a culpa.

    - Por que foi até a Academia e discutiu com ela?

    Finalmente me encarou com a pergunta. Seus olhos castanhos estavam maiorias e brilhantes, porem, demonstravam magoa. Não tão grande quanto a minha, isso não daria pra duvidar.

    - Eu não fui..

    - Não minta. – minha voz soou baixa e perigosa, a fazendo notar que não devia me enganar – Karin não teria esse princípio de aborto se não a provocassem. Esses dias todos não houve nada. Até os colegas que a destratam não chegaram a esse extremo. Por que fez isso?

    Engolindo em seco ela se desesperou com minha expressão. Uma mistura de raiva, cólera e magoa. Entretanto, a raiva era maior e ela via nitidamente isso.

    - Shirou-chan... Eu não sabia que ela estava grávida. Se soubesse eu jamais a faria perder a cria...

    - Cale-se Hinamori! – ela arfou espantada. Eu não queria gritar, mas perdia o controle demais. Estremecendo a encarei penetrante - Ela não perdeu. Karin não vai perder meu filho e a partir de hoje, fique bem longe dela.

    - O que?

    Pela sua confusão ela não acreditava. Pouco me importa. Eu estava a ponto de cometer uma loucura.

    - Você entendeu. Agora vá embora. Você não tem nada que fazer aqui.  

    - Mas shirou-chan...

    Ao tentar pegar meu braço agarrei seu pulso, impedindo. Pela primeira vez vi algo que nunca achei que veria nos seus olhos. Medo. Medo de mim.

    - Não insista. Eu não quero fazer algo que me arrependa depois.

    A soltei brusco virando e voltei para o corredor, sem ao menos olhar para ela. Havia sido sério. Se fosse qualquer outra pessoa, qualquer uma já teria feito pagar pelo que estava acontecendo. Por uns momentos, havia me pegado imaginando ao surrar aquele nobre outra vez. A possibilidade de ter sido ele era grande e diferente da ultima, eu não refrearia minha força, mas só o fato de Hinamori estar ao lado de Karin naquele telhado já esclarecia tudo. Eu não queria acreditar. Porque ela faria isso? Certo que não sabia da gravidez, contudo, porque foi até lá?

    O que ela disse ao ponto de Karin se estressar tanto? Elas não se entendem e isso já contribui, mas mesmo assim... Se algo acontecer eu não vou perdoar. Já agüentei muita culpa e perdoei Hinamori por seus atos impensados no passado. Nossa amizade estava fragmentada demais. Aizen provocou, mas dessa vez, ela tinha toda parcela de culpa. Tanto que nem negou quando perguntei.

    HISTUGAYA POF

    Horas depois

    KARIN POV

    - Hum.

    Franzi o nariz. Que cheiro enjoativo é esse? É álcool, mas tinha outra coisa também. Me lembrava vagamente de umas tardes com a minha irmã. Resmungando me remexi no futon, cobrindo as pestanas com o pulso. Uma luz incomodava meus olhos, mesmo fechados ainda conseguia notar a claridade. Eu tinha tido um sonho tão estranho...

    Havia brigado com aquela tenente insuportável na Academia, lugar que achava onde nunca me encontraria com ela e depois de ouvir umas verdades sobre Toushirou (mesmo odiando, Hinamori ainda estava certa) senti uma dor lancinante no meu baixo ventre e comecei a sangrar um pouquinho, escutando as desculpas desesperadas da tenente sobre minha gravidez.

    Gravidez... Uma sensação de pânico me tomou e abri os olhos sentando de qualquer jeito. Quase caí da cama.

    - Ei, ei mocinha. Desse jeito vai perder mesmo o filhotinho do taichou.

    O que?! Observei ao redor, a visão desfocada por acordar de repente e notei o ambiente em volta. Paredes verdes e lisas, o piso polido de madeira. O quarto amplo era sóbrio, mas arejado. Uma brisa circulava suave por aqui graças à janela aberta e entendi, estava num quarto de hospital. Agora fazia sentido essa fraqueza. Mais desperta virei o rosto para a voz alegre e encontrei Rangiku piscando os olhos cinzentos pra mim. Sentada numa cadeira ela retocava o esmalte, soprando ao tentar secar. Franzi o nariz de novo. Esse era o cheiro.

    - Yo. Como se sente? Você nos pregou um baita susto.

    - Bom, eu... – Espere aí. Encarei minha barriga lisa, passando de leve minha palma tremula. - Rangiku, então quer dizer que...

    - Umhum. Eu não sei o que fez, mas parece que seu bebê quer mesmo nascer. O taichou ficou louco de preocupação, mas agora me conta... – o ar agitou perto de mim e me espantei escorando reta na cabeceira. Rangiku sorria toda alegrinha sentada ao meu lado – Como foi aquela tarde? Teve o que queria?

    Um rubor violento tomou conta do meu rosto enquanto meu pulso disparava. Isso só aumentou a malícia dela. Além disso, o cheiro de esmalte me deixou mais embrulhada.

    - Rangiku, chegue pra lá. O esmalte...

    Rapido olhou as unhas esticando uma mão e se afastou um pouco. Bem melhor, mas minha vergonha não diminuiu.

    - Gomem. Eu quase não tenho tempo com essas milícias do capitão. O trabalho da papelada ficou todo pra mim.

    A olhei sóbria com seu muxoxo. Se não ajudasse de vez em quando nessas semanas Toushirou encontraria pilhas enormes tomando o gabinete. Falando nele, segurei nervosa o lençol apertando entre os dedos e remexendo.

    - Ah... Rangiku?

    - Sim?

    Engoli em seco. Vamos, coragem.

    - Co..como o Toushirou recebeu a noticia? Ele, ele gostou?

    Ela apenas olhou serena o céu alaranjado pela janela. Devia ser fim de tarde com certeza, no entanto, essa falta de resposta apenas aumentou meu nervosismo e tentei disfarçar, sorrindo de leve.

    - Quer dizer, a gente casou não tem muito tempo e... E com certeza eu fiquei grávida naquele dia – meu rosto embrasou e engoli em seco de novo, apertando mais o lençol – Eu sei que agora complicou tudo. Nem acredito ainda, nunca parei pra pensar nessas coisas. Achei que ia demorar mais, sabe? Mas o Toushirou passou esses anos todos sozinho. É normal ele se dedicar ao esquadrão e a gente se des..descuidou. Eu vou parar de estudar, até de treinar e com esses problemas todos, o Toushi...

    - O Taichou já sabia desde que ficou internada quando voltaram de Jigoku.

    Levantei o rosto pasma. A tenente sorria meiga ainda observando o céu como se lembrasse de algo e então voltou os olhos para mim, piscando travessa.

    - Escutei numa conversa ontem quando contou para seu irmão.

    - Nani?!

    Agarrei a gola dos quimonos, sentindo-me em pânico. Ichi-nii sabe. Kami-sama, Ichi-nii sabe! Ele vai querer matar meu marido! Espere um pouco. Fitei Rangiku emburrada e ela rápido notou essa mudança de humor, sorrindo sem graça.

    - Como assim ele sabia antes?

    - Etto...

    Bati a mão no colchão. Isso a espantou.

    - Não me enrola Rangiku! Toushirou já sabia que estou grávida não é? Você acabou de dizer! Por isso que ele estava tão estranho comigo. De vez em quando eu sentia um afago na minha barriga de noite. Eu achava que ele estava dormindo! E quando a gente tava...

    Um calor subiu pelo meu pescoço com a lembrança, quando tivemos as núpcias  tardias. Antes da gente realmente começar na cozinha, Toushirou havia parado e senti uma energia entrando em mim. Um kidou. Ele pôs um kidou envolta do bebê e depois continuou sedento.

    - Hum... Pelo visto o Capitão não estava tão louquinho naquela tarde como achei.

    A fitei rubra de vergonha confirmando minhas suspeitas. Rindo de mim ela tentou se segurar sem sucesso.

    - Para!

    - Desculpe, mas você está tão vermelha. Aqui, como foi realmente?

    Me remexi incomodada no colchão. Ela estava mais interessada nisso, do que nas minhas perguntas sobre a gravidez e o nosso capitão. Mas também eu queria saber de uma coisa.

    - F..foi muito bom. – encarei minhas mãos cruzadas suspirando ao lembrar – Bom demais.

    - Dá pra ver.

    Ouvi um risinho e estreitei os olhos meio irritada.

    - Sinceramente Rangiku o que você fez? Ele estava...  Parecia que... Enfim, o que você fez?

    Olhando para o nada ela colocou um dedo na bochecha, pensando alto.

    - Coloquei um pozinho no chá dele. Me disseram que devia ser só uma colherzinha rasa, mas o capitão parecia tão estressado. Ele precisava relaxar então coloquei uma colher bem cheia. Você tinha que ver, nem demorou muito ele ficou todo inquieto e depois sumiu do gabinete.

    Ela riu da minha cara enquanto simplesmente fiquei calada. Tanto processar o que ela acabou de dizer. Eu sei o que é esse tal “pó”. Oyaji tentou uma vez presentear meu irmão numas visitas da Rukia, fazendo Ichi nii ter um ataque quando viu, mas mesmo assim a ficha demorou para cair. Quando me convenci estava mais vermelha que um tomate.

    - Rangiku, ele não precisava disso!

    Ela simplesmente deu os ombros enquanto gemi de vergonha.

    Afrodisíaco... Ela batizou o chá dele com um pó afrodisíaco! Não é toa que desmaiei mais exausta do que normal naquele dia.

    - Karin-chan. O que aconteceu na Academia?

    Pisquei com seu tom de repente sério. Deixando a brincadeira de lado, Rangiku estava mais que intrigada e logo entendi o porque. Engolindo em seco olhei a paisagem pela janela, pensando no que diria. Com meu silencio, ela suspirou.

    - Hinamori apareceu no esquadrão angustiada, dizendo que você havia tido algum problema, além do espanto em ver o capitão aparecer onde estavam e te levar pessoalmente aqui.

    Minha pele ardeu. Seus olhos me encaravam.

    - Ela discutiu com você não foi?

    Continuei quieta.

    - Karin-chan não precisa esconder. O capitão já sabe, tanto que proibiu Hinamori de se aproximar de você. O que ela disse exatamente que te perturbou? Você não teve simplesmente uma crise pela negação dela com seu casamento.

    Rangiku me conhece bem demais. Droga. E não duvido que Toushirou suspeitava também. O que aquela falsa me disse? Muitas coisas. Me chamou de vagabunda, que enganei o Toushirou pra transar comigo e assim se ver obrigado a se casar. Até pena de mim ela disse ter, mas na verdade Hinamori apenas me perturbou ao me lembrar do meu medo.

    O fato de que a qualquer momento posso estragar o amor que ele tem por mim.

    Ela parecia saber bem disso e fez questão de jogar na minha cara com aquelas indiretas. Aumentando minha insegurança. Não suporto quando ele me olha com um ar de paciência forçada ou entediado. Ele foi o único cara que gostou de mim. Ele é meu primeiro em tudo. E mesmo vendo, ainda não acredito em como Toushirou pode gostar tanto assim de mim, de me... amar...

    Eu tenho medo que ele enxergue mais os meus defeitos e assim...

    - Karin-chan.

    Pisquei voltando a mim. Rangiku me olhava preocupada, franzindo a testa senti um dedo afagar minha bochecha, enxugando uma lágrima.

    - O que foi?

    Funguei sorrindo e afastei com cuidado sua mão, fazendo um ar debochado.

    - Não é nada. É por causa da gravidez. Fico assim por nada agora.

    Ela me encarou nada convencida.

    - Sei.

    - Mudando de assunto, porque o Toushirou não está aqui? Saiu em milícia de novo?

    Perguntei só por perguntar. Ela continuava a me olhar desconfiada. Jogando o cabelo sobre o ombro, Rangiku se ajeitou ao meu lado.

    -  Sim e não. Tem haver com as milícias, mas o taichou foi a uma reunião com os outros capitães. Então até ele voltar vou cuidar de você.

    Ri dela e por um momento esquecendo minha insegurança

    KARIN POF

    HITSUGAYA POV

    - E eu pensei que os trabalhos não iam aumentar. Essa folga mal durou dois dias.

    - Um terço da Brigada hospitalizado sem uma guerra é motivo suficiente para o Comandante suspender.

    Observei Hirako de soslaio. Andando nesse corredor longínquo de paredes brancas e veios vermelhos, estávamos voltando de uma reunião demorada com todos os capitães. Havia pensado que se tratava da reportagem das milícias que eu, Kuchiki, Kenpachi e Kyouraku fazíamos. Hirako foi dispensado uma semana atrás em serviço de apoio ao 4º esquadrão pelo o que se esclareceu.

    - O que acha a respeito?

    Suspirando ele olhou para o alto.

    - O Soutaichou que resolver o problema, isso é obvio. Mas não temos um ponto de partida. Pelo que ouvimos de Mayuri nenhuma atividade estranha ocorreu no ultimo mês em Dangai. Os fluxos espectrais sem uma perturbação e ainda todos os grupos das missões vieram de lugares diferentes. Ou seja...

    - Pode ter sido em qualquer lugar.

    Ele me encarou.

    - Exato.

    Ouvi um resmungo a direita e paramos de andar, em tempo de Soi Fong passar por nós. Ela mal havia dirigido a palavra durante as explicações e questionamentos, estava ocupada lançando olhares ferinos para Hirako. Ao meu lado ouvi um sorriso.

    - Ela ainda está brava com o castigo.

    Olhei para a pessoa e Kyouraku realmente sorria achando graça, ao contrario do louro debochado. Ele encarava as costas da capitã com ar tedioso.

    - Essa mulher é inflexível demais. Não me admira que homem nenhum tentou algo com ela nesses cem anos.

    As costas da capitã se retesaram, o fazendo calar. Esperamos Soi Fong dar meia volta, um olhar sobre o ombro ou um simples golpe em Hirako. Vingança pelo comentário nada agradável. Ela é um dos shinigamis mais formidáveis em shunpo. Soca-lo no estomago e continuar caminho como se nada tivesse ocorrido era fácil para ela. Contudo, Soi Fong apenas voltou a caminhar.

    Atitude que nos estranhou.

    - Ela ouviu, não ouviu?

    Hirako quase ria. Isso me enfadou.

    - Não é estranho que te deteste.

    - Faço o que posso.

    Seu sorriso alargou e suspirei cansado. Essas provocações entre os dois não passavam de diversão para ele. O louro debochado não perdia a oportunidade de irrita-la e corria boatos que a taichou do 2º bantai usava como alvos de treino seu rosto. Não estranharia Hirako aparecer machucado um dia. Voltando a caminhar, logo nos deparamos com a grande passarela. A luz poente do entardecer praticamente havia sumido, deixando o céu com tonalidade escura e anil. Fiquei muito tempo na reunião. Karin já deve ter acordado no hospital.

    - Quando o grupo de Onmitsu Kidou vai investigar?

    Pestanejei com a pergunta de Kyouraku de tão disperso que estava. Ao meu lado Hirako cruzou os braços.

    - A primeira abordagem será feita hoje à noite. Kurotsuchi vigiará com seus técnicos.

    Lembrei do semblante neutro do capitão, o sorriso discreto de empolgação. Isso havia me incomodado a reunião inteira.

    - Vamos participar da vigília.

    - Porque Hitsugaya taichou?

    Olhei atravessado para Kyouraku. A imagem tranqüila de superficial não me enganava.

    - Kurotsuchi está escondendo informações. Ele claramente quer deixar isso se estender mais.

    Encarei adiante. Minhas palavras os calaram e entendi no silencio que eles iriam comigo ao Departamento Tecnologio.

    Alguma coisa estava muito errada e deixávamos passar.

    HITSUGAYA POF

    Hueco Mundo

    - Isso é um absurdo. Mesmo que ele tenha vindo do inferno é só um mito!

    - Matem esse verme!

    - Não, vamos quebrar a mascara de bulbo dele! Assim vamos ver um Kushanada o empalando nos portões.

    Risos de muitos se misturaram com outros gritos. A acustica do grande salão fazia reverberar até o teto.

    Halibel suspirou, apertando os braços de pedra no alto do trono. O palácio de Las Noches estava em polvorosa. Afinal, o que acabaram de ouvir do ex- Espada, em pé no grande salão do rei provocava reações agressivas. Sobretudo, por serem impulsionadas pelo pânico. Mesmo que as paredes cinzentas sejam sólidas e o piso de mármore negro reforçado não diminuíam a chance dessa torre sofrer uma visita inoportuna. E Syazel sabia bem disso, tanto que o sentia encarando-a debochado mesmo por trás da máscara.

    - Silencio!

    Todos a olharam e logo as vozes diminuíram para sussurros. O Pecador diante do trono de pedra elevado quase riu. Halibel sentiu o desprezo corroe-la.

    - Como isso é possível, Syazel?

    Sua fráncion arregalou os olhos chocada.

    - Halibel-sama! Não pode estar...

    - Eu vi um deles no deserto há uma semana de distancia daqui – Encarou-a seria – São reais e devoraram dezenas de Adjuchas.

    Arquejos chocados ecoaram e a francion entre muitos estremeceu. Arancars demonstrar medo, nunca pensou que veria isto.

    - Devorar é um termo muito grotesco Halibel. Eu usaria expurgo. Afinal, eles limpam os pecados.

    Estreitou os olhos, ao seu lado Mila berrou.

    - Ryokas de Muken não são shinigamis seu maníaco! Se comer nossas almas acaba tudo! Como foi que eles saíram de lá?

    Suspirando dramático Syazel suspirou, estalando os dedos. Uma linha fogo azul riscou o ar. Abrindo numa fenda horizontal enquanto correntes tilintavam.

    - Isso não é problema meu. Não pertenço ao Daí Avici, portanto, encarem como um aviso aos meus antigos camaradas.

    Numa risada se jogou de costas, a passagem de Jigoku se fechando em seguida. Todos voltaram a gritar irritados e em pânico enquanto a Espada no trono divagava. Daí Avici, o Inferno dos Sofrimentos Incessantes. Os humanos diziam que era o pior de todos os infernos e espíritos, principalmente eles, os hollows não acreditavam que existia. O fato que um lugar como esse estivesse em Jigoku perturbava, ainda mais que seus guardiães vagueassem fora dos domínios de Muken.

    Se estavam em Hueco Mundo, com certeza apareceriam em Soul Society.


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