A paixão do capitão de gelo

Tempo estimado de leitura: 19 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 18

    O Tênue Portão

    Álcool, Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Os canais das galerias subterrâneas de Seireitei se estendem por toda cidade. Através destes é possível chegar à qualquer lugar sem nenhum obstáculo. No entanto, mesmo que seja de fácil acesso (basta remover um bloco das ruas) os únicos que conseguem seguir por esse labirinto são os shinigamis do 4º bantai, grupo médico e especializado em suporte.

    Um desses shinigamis fazia sua rota de limpeza quando ao longe escutou um estranho barulho. Um enfurnar. Franzindo a testa, apagou a lanterna que carregava e sumiu aparecendo numa esquina do longo canal. Segurando com uma mão na parede, Kamui se inclinou um pouco para o outro caminho e arregalou os olhos.

    Acima da água, flutuando no ar uma passagem em chamas azuis se abriu. Era negra, comprida e um tilintar de correntes ecoava. A fenda em horizontal se alargou mais e logo quatro sombras atravessaram. Uma atrás da outra. Kamui estremeceu, um calafrio varrendo sua espinha. Sob as luzes alaranjadas do teto três das quatro figuras vestiam mantos negros e máscaras brancas com olhos vermelhos, com ferros e correntes quebradas em seus pulsos. No entanto, a quarta era que o aterrorizou. A criatura era alta, esguia e musculosa. O pelo negro a cobrindo por inteiro. A máscara branca e a forma humana lhe deram a ideia do que era.

    Um Vastor Lorde.

    Quando recuou um passo, sua lanterna balançou tinindo. O barulho ecoando acima do sussurro da água. Kamui estremeceu mais, o coração batendo louco. Antes de fugir no shunpo escutou um rasgo de som atrás de si. Olhou sobre o ombro chocado em tempo de ver uma cauda branca chicoteando na sua direção.

    O grito agonizante ecoou pela galeria.

    HITSUGAYA POV

    Um campo congelado. Sem céu, sem paisagem. Apenas gelo e neve cobrindo cada pedaço do solo nesse espaço negro e isolado. O frio congelante predominava todo o ar e soube onde estava. Esse era o lugar onde sempre encontrava Hyourinmaru. No entanto, enquanto olhava em volta não encontrei nenhum dragão de gelo. Muito menos sua voz cavernosa me chamava. Que estranho...

    Quando dei um passo um som ecoou atrás de mim. Algo imenso se dobrando. Girei no lugar e uma rajada de vento me acertou como um golpe. Levantei um braço à frente do rosto, estreitando os olhos enquanto me inclinava tentando me firmar. A ventania era forte demais. Meu kimono sacudia furioso, meus cabelos bagunçando e açoitando meu rosto. O som ecoou outra vez e a força do vento dobrou. Trinquei os dentes, meus pés se arrastando no gelo. O que é isso?

    Quando a rajada enlouqueceu ouvi um grito agudo. Que apesar de tudo estranhei. Inclinei mais para frente e saltei para longe parando agachado no ar. Ao levantar a cabeça meus olhos se arregalaram.

    À metros de onde estava, pairando no ar, uma ave gigantesca batia suas imensas asas negras. A cada vez que batia rajadas de vento varriam o campo congelado. Levantando neve e gelo. Meu choque aumentou e lembrei do que uma garota dizia. Uma garota muito especial para mim.

    Bata suas asas... YOU OU!

    HITSUGAYA POF

    KARIN POV

    - Hummm.

    Alguém gemeu, me tirando um pouco do torpor. Porque sempre de manhã quando mais queremos dormir precisamos acordar? Eu não queria me mexer. Não tinha a mínima vontade para isso. Meu quarto estava frio e me encolhia deitada em cima de algo quente que se mexia. Subindo e descendo. Tinha um cheiro gelado tão gostoso. Menta ou hortelã? Ah, tanto faz. Era tão bom quanto o cheiro do Toushirou.

    Espera. O cheiro... do Toushirou?

    O torpor diminuiu mais enquanto franzia a testa e ao mexer as pernas uma dor incomoda disparou no meio delas, por dentro do meu ventre vindo do meu sexo e de repente, lembrei de tudo. Arregalei os olhos prendendo o fôlego, totalmente desperta e vi onde estava realmente deitada, a razão por ser quente e se mexer. Debaixo de mim, completamente relaxado Toushirou dormia.

    A vergonha me inundou. Agora que notei, seus braços se enrolavam em minha cintura, me segurando bem firme contra ele. Como se não bastasse, minha blusa da Academia estava aberta. Da cintura para cima Toushirou e eu estávamos colados pele contra pele. Meu rosto queimou mais. Meus seios se apertavam no seu peito nossas pernas se entrelaçando. Sua calça negra as cobria um pouco, me aquecendo nesse quarto gelado. Fechei os olhos, o pulso disparando em meus ouvidos. Como acabamos assim? Até onde lembro dormimos um de frente pro outro e abraçados, mas mesmo assim... Será que rolei pra cima dele? Ou Toushirou caiu de costas me trazendo junto? Ah, sei lá. Tudo o que queria agora era não acordá-lo. Não enquanto me refazia da vergonha. O rubor me queimava tanto que fiquei vermelha como um tomate.

    Nesse instante, ele respirou fundo me distraindo, o peito subindo e descendo e abri os olhos outra vez, observando em volta cautelosa. Ainda estava escuro... E fazia tanto frio. Verifiquei as paredes de repente em pânico e relaxei. Nenhuma camada de gelo subia e também nenhuma brisa circulava em volta de nós. Me encolhendo enterrei parte do rosto no em seu peito, sentindo seu queixo no topo da minha cabeça. A respiração calma e profunda dele diminuiu meu nervoso, as batidas do seu coração debaixo da minha bochecha. Acho, acho que o vento frio se prendeu nesse quarto trancado e o esfriou, mesmo depois de ter parado.

    Suspirei relaxando um pouco (e tremendo de frio). Puxa vida. Não foi um sonho, realmente aconteceu. Toushirou e eu... Nós, nós realmente... Meu rosto queimou. Transamos!!!!!

    Caramba. Até agora não acredito nisso, apesar da prova dolorida que me incomodava, sem falar que estava nua e abraçada nele. Fechei os olhos lembrando de tudo. Me sentindo terna e quente. Não foi só sexo. Foi mais. Apesar do tamanho do desejo que sentíamos Toushirou foi carinhoso comigo. Ele foi... Gentil. Entreabri os olhos no escuro, puxando e dobrando um braço, cobrindo parte do meu rosto com a manga enquanto um pequeno sorriso se abria. Ele me pediu em namoro e foi atencioso comigo, a ponto de cuidar de mim. Mas ainda assim não era isso que fazia meu coração bater descompassado. Minha respiração rarear.

    Antes de dormirmos Toushirou disse uma coisa que me deixou acordada por um bom tempo.

    “Acho... que te amo demais”.

    Sorri derretida. Ele disse “Te amo”! Arfei insegura e alegre ao mesmo tempo, me sentindo tão... Leve, delicada. Fechei os olhos outra vez. Ouvindo sua voz rouca me dizendo. Esses são os sentimentos dele por mim e depois do que ouvi, considerei bastante meus sentimentos e concluí boba que também era assim pra mim.

    Eu amo ele.

    Agora o que só falta é dizer.

    Sorri mais boba e então os braços na minha cintura me apertaram. Abri os olhos me assustando. Antes de fazer qualquer coisa um deles me soltou e então o peito onde me deitava suspirou.

    - Ohayo.

    A voz rouca me arrepiou inteira. Levantei a cabeça me erguendo um pouquinho. Toushirou me encarava sonolento, seus cabelos bagunçados e o pescoço inclinado. Ele não sorria e esfregava a mão outra vez nos olhos, tentando e sem sucesso acordar direito. Era. Tão. Kawaiiii.

    Me olhando outra vez percebi que nem disse nada, então gaguejei sentindo as bochechas arderem.

    - O, o ohayo.

    Jogando o braço no futon Toushirou suspirou outra vez.

    - Como se sente?

    - Na, nani?!

    Do que ele tava falando? E porque não paro de gaguejar? Quase rindo disso ele estreitou os olhos, umas mechas brancas os encobrindo o deixando tão...

    - Você sabe, Karin.

    Sua mão em minhas costas escorregou devagar para baixo, descendo pela minha coluna, passando pelas minhas nadegas até seus dedos se insinuarem de leve entre minhas pernas.

    - Bem aqui.

    Me tocou lá e o choque que eu segurava disparou me arrepiando. Ele riu quando arregalei os olhos e dei um tapa no seu peito, afastando sua mão. Só aumentei seu riso. Idiota!

    - Estou muito bem, obrigada.

    O fulminava pela brincadeira nada engraçada e ele nem se importou. Levantou a sobrancelha cético.

    - Mesmo?

    Antes que respondesse, apoiou a mão livre no futon e se ergueu, sentando e me obrigando a fazer o mesmo, ficando em seu colo com as pernas dobradas lado a lado em seu quadril. O gesto me fez pular de susto e engoli em seco.

    - Po, porque tá me perguntando isso?

    Sorrindo ele se inclinou devagar, se debruçando e enrolando o outro braço em minha cintura. Com o rosto queimando, percebi as abas da minha blusa abertas, me expondo total pra ele. De tão perto assim o fôlego morno banhava meu rosto, mas os olhos dele estavam cravados nos meus seios e desciam lentamente pela minha barriga seguindo caminho. Ai, caramba. Tentei chamar sua atenção.

    - Toushirou?

    - Hã?

    Ele estreitou o olhar começando a arfar. Sentada em seu colo senti um volume crescendo dentro de sua calça. Ofeguei me espantando.

    - Ah, ia dizer que temos tempo. Talvez seja duas ou três da manhã, mas ainda temos tempo.

    O frio no quarto desapareceu. Antes que dissesse sim ele se debruçou mais e colou a boca na minha. Fechei os olhos arfando surpresa e seus braços me puxaram levantando, minhas pernas parando em sua cintura e meus braços presos contra seu peito. Ele deslizou a língua para dentro da minha boca, aproveitando minha surpresa e gemeu baixinho, rouco. Deslizando e puxando meus lábios nos dele Toushirou se ajoelhou um pouco e um braço seu me apertou, enquanto a mão livre agarrou minha blusa por trás e a puxou levantando, um instante depois nos jogou no futon. Minhas costas bateram no macio indo e voltando e soltei meus braços, agarrando suas blusas nos ombros, nervosa e atrapalhada ao tentar passar o tecido, pouco me importando o quanto ele era pesado e me prensava.

    Ofegando, Toushirou me soltou e retorceu os braços me ajudando, apressado e sem deixar de me beijar. Quando tirei suas blusas embolei numa mão e atirei pra longe. Depois ele pegava quando saísse e então deslizei as palmas nos seus braços subindo por seus ombros e descendo devagar nas costas. Puxa vida! A pele onde minhas palmas passavam era macia e esquentava, os músculos sob ela estremeciam e Caramba, meu namorado era mesmo lindo de morrer. Toushirou que então me beijava com certa calma enlouqueceu. Gemendo fundo aprofundou o beijo, deslizando a língua na minha, arrancando meu fôlego enquanto se esfregava em mim.

    O calor queimou, meus seios inchavam e os mamilos enrijeceram contra seu peito forte. Num frenesi, suas mãos agarraram minhas coxas com força, as puxando para ele e as levantou. Sua boca largou a minha e deslizou rosto ofegando forte na minha bochecha e pescoço. Fechei os olhos arfando, sentindo uma mão me soltar e puxar minha blusa no ombro, afastando a aba de perto do seu seio esquerdo. Quando seu rosto chegou até ele, a língua quente lambeu com vontade enquanto a mão voltou a me agarrar pela coxa. Tirei uma mão de suas costas e agarrei o futon. A outra deslizei pela coluna até sua nuca e o agarrei pelos cabelos ao me arquear. A boca tomando o mamilo e me sugando.

    Pra completar, ele deu um jeito de abaixar sua calça e me puxou mais para si, o membro rígido e quente deslizando entre minhas pernas até parar nas minhas nádegas. Apertei os olhos e cerrei os lábios, segurando um gemido longo. Me levantando e segurando bem firme pelas coxas Toushirou recuou um pouco e voltou a se esfregar em mim  como se estivesse me penetrando e cerrei os lábios com mais força. Um barulho abafado ecoava pelo cômodo e escutei um risinho. Droga. Gemi alto demais, muito alto.

    Toushirou parou de rir e voltou a me sugar, suas mãos deslizando subindo pelas minhas coxas até me agarrarem firme pelo quadril. Se dobrando mais em mim ele voltou a esfregar o sexo quente e excitado de uma maneira gostosa que em poucos movimentos eu já estava molhada. A entrada ainda doía, mas não contaria pra ele. Toushirou podia parar e estava tão bom. Seus gemidos abafados no meu seio me estimulavam demais.

    Depois de uns minutos sua boca deslizou pelo meu colo até encontrar outro mamilo e abocanhá-lo. Gemendo e sugando com tanta vontade. Como se tivesse fome. Virei o rosto arquejando. Meus dedos se retorcendo em seu cabelo e no lençol. Eu latejava demais e a aquela sensação aguda apareceu, aumentando tão rápido. Entreabri os olhos grogue de prazer. Da primeira vez demorou. Porque...?

    Senti o membro quente deslizar outra vez e fechei os olhos engolindo um gemido. Claro, Toushirou não estava tão fogoso como agora. De repente ele se mexeu mais rápido, me levantando a cada vez que se esfregava, sugando mais sedento meu seio o que aumentou essa tensão, essa agonia. Quando achei que não ia mais aguentar, arquejei estremecendo e me arqueando. Apertando os olhos sentindo tudo explodir. Meu ventre, minha mente. Um branco me cegou me enrijecendo e logo um liquido quente descia pelas minhas coxas.

    Em nenhum momento, Toushirou parou de se mexer.

    Um longo minuto passou e depois desabei inerte no futon. Arfando sem fôlego. Suada e febril. Soltei sua nuca, entorpecida e exausta (nem sei porque se não fiz nada) e tentei lembrar como se respira. Meu Deus. (Arfei de novo). Pensei que fosse arrebentar e ele nem entrou em mim.

    Toushirou parou de mexer e largou meu seio arfando.

    - Karin... Não aguento mais.

    Sussurrou quase implorando. Isso me fez estranhar. Toushirou se afastou de mim, me dando um frio com sua falta de calor e então suas mãos me agarraram pelos quadris. Mas ao invés de me puxar ele me virou de bruços no futon. Bati no macio tão grogue e então ele voltou a encostar em mim. Antes de se debruçar em minhas costas, seu braço deu a volta no meu quadril, me levantando e puxando. Os dedos dele passaram no meu sexo molhado e deslizaram para trás até chegar ao pequeno anel. Arfei arregalando os olhos e ele percebeu meu corpo tenso, pois voltou a deslizar os dedos indo e voltando.

    - Relaxe.

    Fácil falar. Eu não acreditava que ele ia mesmo me penetrar aí! Pra confirmar senti dois dedos seus se enfiarem devagar e então saindo. Arfei fechando os olhos, agarrando o lençol com as duas mãos. Caramba, doía. Mas isso não o impediu. Toushirou deslizou os dedos entrando e saindo até que me acostumei e meu corpo relaxou. Enterrei o rosto no futon ofegando tonta e então os dedos saíram. Senti a ponta do membro se apertando e cerrei os lábios. Bem hora. Porque quase gritei quando ele se empurrou devagar, praticamente todo dentro de mim. Estremeci inteira e minhas unhas se cravaram no futon. O lençol não era suficiente. Doía. Muito. Me arrebitei sem querer sentindo-me abrir por inteiro.

    Mal tomei fôlego e ele se mexeu. Recuou um pouco e arremeteu me puxando. Arfei com a sensação e ele se mexeu outra vez. Saindo e me puxando ao entrar, continuando assim enquanto comecei a arquejar. Meu corpo balançando ao ser empurrado pelos movimentos dele. Toushirou soltou um gemido baixo ao me puxar e apertei os olhos, começando a gostar e suando mais e mais. Eu arquejava sem parar. Estremecendo e sentindo o sexo dele deslizando dentro de mim me dando dor e prazer. Virei o rosto, deitando de lado pensando mais uma vez onde foi que Toushirou aprendeu essas coisas. Ele era experiente. Ficou obvio pra mim ontem. Então quando e COM QUEM ele fez isso nesses cinco anos?!

    De repente, ainda me penetrando ele se debruçou mais até colar o peito nas minhas costas. Onde minha blusa não cobria senti que estava suado e quente. Isso me excitou mais. O braço no meu quadril me apertou e estocou mais forte e rápido. Arquejei mais alto agarrando o lençol e uma respiração ofegante, entrecortada e morna banhou minha orelha.

    - Você gosta?

    Me penetrou fundo e apertei os lábios acenando. Toushirou gemeu rouco e continuou nesse ritmo. Rápido e forte. Eu estava grogue, nem importava que doesse um pouco. Senti uma lambida na minha orelha e a mão livre dele alisou meu ventre até cobrir minha vagina. Diminuiu um pouco o ritmo, mas continuou estocando forte e fundo enquanto os dedos começaram a me massagear, me excitando mais, me umedecendo mais. Logo me tremia. Meu corpo esquentando tanto, principalmente nesse lugar que quando dei por mim estava a ponto de gritar. Toushirou percebeu, pois se debruçou mais e colou a boca na minha passando a dar estocadas fortes que me sacudiam e aumentavam aquela sensação aguda, a pressão. Ao me penetrar outra vez eu gritei e ele gemeu profundamente. Meu corpo enrijeceu enquanto minha mente estilhaçava. Estremecendo a mão me apertou enquanto eu.. eu... (meu rosto queimou) gozava nela, a encharcando e me penetrando fundo, Toushirou se derramava em mim. Minha mente virou um branco ofuscante mais uma vez e me tremia tanto que achei que fosse quebrar. É, pode ser exagero, mas era essa a impressão. Por que foi tão forte? Tão, tão intenso?

    Eu não sei. E agora nem queria saber.

    Quando a sensação cedeu, paramos o beijo e o membro saiu de mim. Sem forças desabei de lado, arfando e estremendo. Tão suada... Exausta. Além de dolorida, contudo, minha mente aos poucos tentava se refazer e a única coisa que entendia era que sexo desse jeito era muito bom também, mas Toushirou ia me explicar onde raios aprendeu. E me dizer quem foi a professora (pretendia talvez conversar com chutes e murros na vadia).

    Ouvi um tecido caindo em algum lugar e depois um liquido quente e cremoso saía de mim. Era incomodo, mas nem me importei muito, mal conseguia me mexer. Atrás de mim um peso afundou o futon e depois um pano úmido passava entre minhas pernas afastadas, me limpando. O toque era gentil e depois de um longo minuto o liquido parou de sair. Toushirou me limpou como da última vez e atirou o pano para um canto. Ainda às minhas costas tirou com cuidado minha blusa.

    Ele se afastou um pouco e então voltou. Um pano macio me cobriu até a cintura e atrás de mim, Toushirou se debruçou em minhas costas. Nossas pernas se entrelaçaram e percebi vagamente que estava nu como eu. Afastando meu cabelo da nuca, enfiou o rosto ali e enrolou o braço na minha cintura, por cima do lençol e se cobrindo também. Roçando a ponta do nariz na minha orelha, ele se ajeitou me apertando contra seu peito e sussurrando.

    - Descanse.

    E foi a última coisa que ouvi antes de dormir.

    KARIN POF

    HITSUGAYA POV

    Devia tê-la tratado melhor.

    Franzi a testa pensando enquanto ia ao 1º esquadrão. Quando saí mais cedo de seu quarto, fui direto para o meu me lavar e me trocar. Depois segui para o gabinete encontrando Matsumoto jogada no sofá. No chão uma garrafa vazia de saquê. Obvio, ela se assustou quando a chamei e logo foi me perguntando onde era que estava ontem. Não era costume meu sumir por tanto tempo sem explicar e claro que não me incomodei em responder. O que acontece entre Karin e eu só diz respeito a nós dois.

    Karin... Suspirei preocupado. Ela ainda estava dormindo quando acordei. Com certeza não estaria em condições de treinar mais tarde. Encarei o chão um pouco perturbado. Devia ter me controlado mais cedo. Não só porque ela devia descansar, mas também por ter sido descuidado. Quando acordamos de madrugada a impressão de que estávamos sozinhos nublou minha mente e só aumentou quando a vi e senti nua em cima de mim. Quanto percebi meu corpo inteiro esquentou e desejava-a demais.

    Karin não reclamou. Pelo contrario, ela gostou tanto quanto eu. Contudo, não era hora pra isso. Havia a questão do Pecador que estava atrás dela e minha conversa com Urahara me mostrou o quanto era perigoso nossa situação atual. Conexão de almas pode ser fatal para um dos parceiros. No último caso, a esposa do shinigami não resistiu. E pelo o que notei, a troca de nossas reiatsus é algo inevitável, nada pode impedi-la. Entretanto... Entrei no quartel do 1º bantai vagamente ciente que os shinigamis me cumprimentavam.

    Não posso me dar ao luxo de perder o controle outra vez. Apesar de ter se recuperado da doença por falta de reiatsu, Karin não tem o mesmo nível que eu. Por isso, pedi ao Comandante a dispensa dela por duas semanas e Unohana concordou comigo. Sem as aulas da Academia teremos mais tempo e assim controlaremos melhor nossas Skikais.

    Ontem quando cheguei a floresta perto de Rukongai os céus estavam carregados de nuvens negras enquanto ventos furiosos tomavam todo o lugar. Apesar do meu pânico por causa dos Togabitos a cercando e atacando, isso confirmava minhas suspeitas. Quando chamamos nossas zanpakutous agora Hyourinmaru e You Ou aparecem com os efeitos combinados. O controle do clima e ventos.

    Cheguei à passarela que dava acesso ao prédio principal. Vendo ao longe alguns capitães se dirigindo à sala de reuniões do 1º esquadrão. Suspirei, me concentrando para a reunião. Kurotsuchi pelo visto fez mais descobertas e agora contará ao resto dos lideres da Brigada quem dessa vez é o inimigo.

    //////////////////////////////////////////////////////////////

    - Nani?!

    Soi Fong praticamente gritou. O resto dos capitães encaravam Kurotsuchi aparvalhados exceto eu, Kyouraku e Hirako. Kuchiki que raramente perde sua costumeira calma olhava chocado o capitão do 12º bantai.

    - Os Togabitos são os responsáveis pela sabotagem da minha pesquisa, capitã, mas isso não vem ao caso.

    Kurotsuchi desdenhou. Parado ao lado do Comandante ele ergueu os dedos da mão levantada fazendo com que uma luz brotasse do piso e se erguesse, expandindo num circulo, tomando a forma de um holograma flutuando no ar. A imagem começou a girar enquanto Kurotsuchi explicava.

    - Este é Dangai, o Mundo Divisor. Como bem sabem, as correntes temporais que cercam o corte no espaço-tempo são de natureza errante sem qualquer ponto de partida. Exceto esta aqui.

    Kurotsuchi sorriu afetado, enquanto uma parte do holograma se aproximava, mostrando uma das correntes temporais que cercavam Dangai fluindo veloz e conectando-se com outro local, um ponto escuro e imperceptível. Enquanto a imagem girava, mostrando a todos nós, a tensão nessa sala escura aumentou.

    Depois de um longo minuto, Kenpachi estalou a língua.

    - E o que isso interessa, Kurotsuchi?

    O taichou do 12º bantai o encarou atravessado.

    - Macaco acéfalo.

    Kenpachi estreitou o olhar.

    - Como disse?

    Suspirei enfadado. Porque raios esses dois vivem se provocando? O Soutaichou cansado bateu o cajado no piso de madeira.

    - Prossiga Kurotsuchi.

    O demente bufou e levantou a mão abrindo os dedos. Outra vez o holograma aumentou a imagem. Nos dando uma melhor visão da passagem escura que a corrente temporal se ligava.

    - Esta corrente como podem perceber tem um fluxo continuo. Desde o ponto negro até o Dangai. Isso senhores é uma passagem.

    O silencio ficou mais pesado. Rose taichou que raramente se manifesta inclinou a cabeça tenso.

    - Imagino que descobriu onde esse fluxo se conecta.

    Encarei Kurotsuchi com mais outros capitães. Ele sorria mais afetado, me dando sinceramente um mal estar.

    - Garganta.                                                                                                

    Arregalei os olhos.  E uma exclamação geral ecoou. Na ponta da minha fileira Soi Fong deu um passo. Seu rosto chocado.

    - É impossível!

    Esse louco apenas aumentou o sorriso.

    - Mais é claro que é possível. Assim como o Mundo Divisor é a passagem que nos conecta ao Mundo dos Vivos, Garganta é a passagem que conecta ao Hueco Mundo.

    Hirako se virou para ele.

    - Está dizendo que esse fluxo temporal ligou as duas passagens?

    Jogando a mão para o lado, Kurotsuchi desdenhou.

    - Claro que sim. Não seja tão obvio em suas perguntas, capitão.

    Hirako se entalou. Antes que dissesse qualquer coisa um movimento à minha esquerda me chamou atenção. Kuchiki se virou para esse demente.

    - Qual a relação dessa passagem com os Togabitos?

    Virando o rosto pra ele Kurotsuchi assumiu uma postura séria.

    - Foi o caminho que usaram pra entrar em Soul Society.

    Arquejei de susto e encarei o holograma. Mas... como?!

    Ignorando o choque dos líderes da Brigada, o Taichou continuou.

    - É impossível precisar como de fato conseguiram essa ligação com a Garganta. A resposta mais provável é que tiveram ajuda de um Hollow.

    De imediato lembrei da criatura que esmagou a perna de Karin e sabotou a pesquisa de Kurotsuchi. O Vastor Lorde de pelo negro.

    - No entanto, essa passagem é instável demais.

    - De que modo?

    Encarei mais concentrado no holograma.

    - Esse fluxo liga três passagens. Dangai, Garganta e ao que leva para Jigoku. Pecadores do Inferno somente podem abrir seus portões no Mundo dos Vivos e apenas alguns são capazes.

    Estreitei os olhos. Com certeza. Segundo o relatório do caso de há cinco anos. Apenas cinco Togabitos apareceram em Karakura e desses, um foi levado ao Inferno pelas correntes que o prendiam, morto pelo Guardião dos portões.

    Ao meu lado Kyouraku esfregou o queixo pensativo.

    - Então esse fluxo funciona como um túnel.

    - Sim e não. Na verdade, é uma sobreposição de Garganta e a passagem de Jigoku.

    - Um tênue portão.

    Completei ainda encarando a imagem, mas percebi vários olhares sobre mim. Inclusive do Soutaichou. Kurotsuchi sorria animado.

    - Exatamente Hitsugaya taichou. A estrutura dessa sobreposição é tão fina que em questão de dias se desfazerá.

    Kensei se virou surpreso para ele.

    - Tem certeza?

    - Claro. Três dimensões tunelares de natureza distintas não se mantém por muito tempo.

    Hirako franziu a testa, cruzando os braços por dentro das mangas do haori e encarando o holograma.

    - Então porque criaram esse caminho?

    Kurotsuchi sorriu divertido.

    - Excelente pergunta.

    Todos nós olhamos a imagem de luz girando. Mostrava uma fenda de espaço-tempo cercada por diversas correntes temporais girando em seu torno e uma delas, em vez de seguir o padrão, se ligava no ponto escuro e em Dangai. Estreitei os olhos, sentindo um mal estar. O ataque dos hollows-quimeras foi um chamariz para que não percebessemos a abertura desse portão. E nada mais conveniente que o alvo principal fosse o Centro Tecnologico. Engoli em seco. Minha suspeita e mal estar aumentando. Esse portão não foi criado para uma invasão em massa. Foi feito para outro objetivo e pelo o que houve ontem, tinha relação com Karin.

    HITSUGAYA POF


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