A paixão do capitão de gelo

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    18
    Capítulos:

    Capítulo 17

    Companheira

    Álcool, Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Pecadores do Inferno.

    Almas que são acorrentadas por cometerem crimes hediondos em vida. Elas são amarradas e presas ao Inferno e torturadas pelos seus pecados por toda eternidade. Os kushanadas, guardiões de Jigoku se encarregam dessa tarefa, protegendo os portões e podendo até atacar qualquer espirito (mesmo não sendo um pecador) aleatoriamente. O fato que essas almas invadiram Soul Society (lugar onde supostamente não deveriam entrar) assustou os três Capitães do Gotei naquela tarde.

    Kurotsuchi como sempre estava ávido de interesse por essa novidade, mas outros Taichous não. Todavia, nem tudo estava revelado. Havia questões sem resposta. Como os Togabitos conseguiram entrar em Soul Society? Qual a relação deles com a sabotagem das pesquisas dos Hollows-Quimeras? E ainda. O que vieram fazer no Lar das Almas?

    Hitsugaya estava alheio à essas questões chocado com a quarta que ele mesmo se fez.

    Porque um Pecador do Inferno estava interessado em Karin?

    Essa foi a pergunta sem resposta que o estremeceu enquanto encarava o tecido em cima do painel. Seus tremores piorando com a lembrança do dia que sentiu a presença no esquadrão. O modo como o ser a olhava o perturbou e agora ainda mais. Antes que fizesse especulações sentiu o primeiro sinal de alerta.

    O calafrio que o avisava se ela estava em perigo varreu sua espinha. Sem meias explicações saiu do laboratório, movendo-se no shunpo mais rápido do que era capaz. Seu coração batia seco na garganta ao sussurrar com temor.

    - Karin.

    KARIN POV

    Eu realmente não acredito nisso. Duas semanas sem aulas. Por ordens médicas e pelo meu Capitão. Fiquei sem fala quando Reitor me deu o documento onde estava escrito e minha surpresa foi maior quando vi a assinatura de um terceiro capitão autorizando. Era o Taichou do 1º esquadrão, o Comandante Genryuusai. Agora faz sentido a irritação dele...

    Ele foi obrigado à aceitar sem uma explicação concreta pelo o que li no documento e afinal de contas, a ordem tinha assinatura do Soutaichou da Brigada.

    Sem dizer nada, saí do seu gabinete e fui direto pra sala. Os alunos me olharam curiosos enquanto ia até minha fileira e pegava minhas coisas. Mas ninguém teve coragem de perguntar. O que foi bom. Porque nem eu mesma sei. Só tinha uma certeza. Toushirou estava envolvido. Enquanto ia para o esquadrão meu susto foi substituído pela raiva, ainda maior pelo acumulo de ontem. E para completar, quando entrei no seu gabinete pronta pra dizer poucas e boas (além de cobrar uma explicação pra isso) ele não estava lá.

    Rangiku estirada no sofá me viu e percebeu pela minha cara que não estava de bom humor. Sorrindo sem graça se aproximou de mim dizendo.

    - Oi, Karin-chan? Como se sente?

    Suspirei irritada.

    - Cadê o Toushirou?

    - Ah. Ele foi ao Centro de Desenvolvimento Tecnologico para uma reunião. – me olhou acanhada – Porque?

    Resolvi desabar. Estava estourando de raiva desde ontem e se não fosse com ela, acabaria falando pra um estranho. Como fiz há dois dias. Alias, qual é mesmo o nome do sujeito? Shu... Alguma coisa.

    - Você sabe o que ele fez?!

    Ela abriu a boca, mas nem esperei pela resposta.

    - Toushirou mandou uma ordem pra Academia me dispensando das aulas! Acredita nisso, Rangiku? E ainda por cima conseguiu que uma Capitã assinasse e o Comandante também! Porque ele fez isso?!

    Comecei a andar de um lado pro outro, agoniada.

    - Sério. Isso passou do limite. Ele pensa que é o que?

    Suspirei irritada e percebi que Rangiku me olhava risonha do seu lugar. Parada no meio do cômodo enquanto eu zanzava da direita pra esquerda num frenesi de stress.

    - Karin-chan...

    - Não Rangiku. Dessa vez ele vai me ouvir. Sabe o que ele fez ontem? O papel de escandalosa que me fez pagar?! Toushirou é um...

    - Karin!

    Ela gritou finalmente me chamando atenção. Quando dei meia volta quase dei de encontro com seus seios enormes. Segurando meus ombros, Rangiku me parou.

    - O que?!

    Seus lábios se retorceram querendo rir, mas se controlou. Estreitei o olhar. Nem pense nisso! Basta as risadas de ontem.

    - Calma, está bem? O capitão deve ter um bom motivo para pedir esses dias, além do mais o Soutaichou não aprovaria qualquer ordem por um capricho de seus oficiais.

    Me encarou no fundo dos olhos e suspirei. Minha raiva abaixando. Vendo isso, me soltou se endireitando.

    - Falando nisso, você deve pegar suas coisas.

    Pisquei confusa pra ela.

    - Como assim?

    Ficou anormalmente séria.

    - Essas duas semanas sem aulas passará aqui no esquadrão.

    Abri a boca chocada. Antes que reclamasse Rangiku levantou a mão.

    - Foi uma ordem do Capitão. Caso você chegasse antes dele voltar da reunião, ele me pediu para te dar o recado.

    Apertei os dentes de raiva. Toushirou!!!! Suspirei umas vezes para me controlar e quando senti que falaria mais calma, afrouxei meus punhos (tinha apertado eles pra segurar a histeria)

    - Arigatou. E desculpa por esse... surto. Não estou de bom humor hoje.

    - Ahã.

    Sua sobrancelha levantou e reprimi um gemido. Pelo visto ela percebeu que era desde ‘ontem’ que estava assim.

    Agora depois que voltava de casa pensava nos motivos do Toushirou. Rangiku tem razão. Devia ser algo sério para que o Comandante autorizasse. Estava andando perto de um lago quando um homem apareceu vindo no caminho entre a grama. Usava um chapéu de palha e um kimono azul com calça. Nas suas costas um cesto também de palha carregado. Sorri simpática. Conheço ele. Era bem legal, afinal de contas trazia legumes todas as semanas para Kuukaku comprar. Era divertido de ver quando negociava o preço com o sujeito. Gerava uma discussão terminando no punho dela brilhando ou em seu pé, enterrado no estômago do cara.

    Quando estava à um metro de mim foi que levantou a cabeça e me viu. Logo um sorriso se abriu cansado, mas simpático também.

    - Como vai Karin-san? Vai sair em missão?

    Pestanejei confusa e me lembrei da sacola nas minhas costas. Neguei com a cabeça sorrindo sem graça.

    - Não. Vou passar uns dias no esquadrão. Ordens do Taichou.

    - Ah. – ele pensou um pouco, então me olhou amistoso – Que bom. Isso significa que está progredindo. Aposto que em breve vai ganhar um posto de oficial.

    Minhas bochechas esquentaram de vergonha.

    - Que isso.

    Ele balançou a cabeça com meu jeito encabulado e foi andando.

    - Até mais ver.

    - Tchau.

    Segui meu caminho. Quando me afastei uns bons metros foi que me lembrei.

    - Ah, Satou-san. A Kuuka...

    Uma explosão. Vindo do lago antes da água jorrar caindo como chuva. Ofeguei arregalando os olhos, girando para trás e o que vi me estremeceu. Satou-san estava dando espasmos. Sua cesta de legumes quase caindo dos seus braços. Suspenso no ar ele era atravessado por duas caudas vermelhas aneladas, como minhocas. Eu devia correr pra ajudá-lo. Ainda estava vivo, podia ouvir seu engasgo. No entanto, minhas pernas se recusavam a mexer. Porque? Eu tenho que ajudar.

    Ouvi um engasgo mais borbulhante (seu sangue, Kami!) e me dei uma sacudida. MEXA-SE!!!

    Minhas pernas tomaram força e corri até ele, jogando a sacola na grama. Arquejando agarrei o punho da zanpakutou e saltei no shunpo. Quando apareci atrás de homem perfurado, sacando a espada, as caudas aneladas o atiraram pra longe, o sangue saindo espesso dele enquanto eu ficava frente a frente com o monstro. No entanto, não era um hollow.

    Arregalei os olhos, prendendo o fôlego de assombro.

    Alto, com um manto negro. Seus braços eram brancos como cera e de formato em chicotes. Suas pernas pela abertura da roupa também eram brancas e a máscara não era parecida com de nenhum hollow. Porque? O objeto só tinha olhos redondos e vermelhos. Para confirmar, olhei para o seu peito. As três caudas saiam dele, balançando levemente.

    - Você.

    Sussurrei trêmula e sem fôlego. Por trás da máscara escutei um riso abafado.

    - Não achei que lembraria, garota.

    Fiz um esgar. Ainda subindo puxei o braço livre pra trás e empurrei com a palma reta.

    - HADOU Nº 33 SOUKATSUI!!!

    O raio azul o atingiu como um canhão no seu peito. O atirando para trás num arquejo abafado. Nem parei pra racionar na potência do meu kidou. Estremecia de terror. Enquanto aquele encapuzado voava, caí na grama e vi brilho esverdeado chamando minha atenção, arrepiando os pelos na minha nuca!

    - ARGHHHHTTT!!!

    Saltei pra trás com o shunpo aparecendo perto da floresta. O punho gigante também branco como cera puxava outro encapuzado. O osso como uma corda unindo ao braço também gigante. Estremeci de terror. Eu não lembro desse! De repente eles sumiram, o som parecendo com o sonido dos hollows e entrei para dentro da floresta. Atrás de mim um estrondo levantando poeira. Tomei impulso no ar e saltei para um galho. Me agachei tentando respirar.

    Acalme-se.

    Acalme-se, Acalme-se. ACALME-SE!

    Agora é diferente. Yuzu não está aqui. Você cresceu e tem como se defender.

    Meu coração se controlou junto com meus nervos e nesse instante ouvi um estrondo. Como uma coisa enorme quebrando. Encarei de lado e uma árvore caía na minha direção. Crescendo diante dos meus olhos.

    Droga!

    Saltei para longe, me jogando de costas o vento açoitava minhas roupas e cabelos enquanto assistia a árvore cair esmagando a outra. O som de trovão encobrindo um zunido às minhas costas. Um troço me acertou me atirando para baixo, roubando meu ar. Ainda encarando a frente, aquele gorila de manto negro apareceu. Seu braço esticado para me pegar. A raiva me tomou. Não mesmo. Joguei um pé a frente virando de lado e freando minha queda. Com a zanpakutou na outra mão joguei o braço me dobrando e girando o punho entre os dedos.

    - Bata suas asas, YOU OU!!!!

    Atirei o braço levantando e me endireitando. O vento girou feroz ao meu redor enquanto minha espada crescia e brilhava. Bati o pé no ar e pulei girando o corpo e as espadas e ouvi uma voz de tenor na minha cabeça gritando comigo.

    - KAZE ZEKKU!!!

    A lâmina de vento desceu rasgando tudo a sua frente enquanto o céu escureceu de repente. O gorila mal teve tempo de reagir. Fugiu pro lado desviando da minha lâmina e torci o punho balançando as espadas num arco. O choque dele foi absurdo quando apareceu no instante que imaginei e a lâmina o acertou. Dei uma olhada para baixo e seu amigo com braços de minhocas estava lá. Joguei as espadas com toda a força para baixo. Gritando.

    O golpe atirou o grandalhão em cima do outro. Os dois caíram num estrondo que levantou terra preta e folhas secas. Respirei fundo, queimando de raiva. Eu não vou me deixar sequestrar de novo. Eu não voudeixar que peguem! Girei You Ou baixando o braço e fiquei virada. Esperando. O vento sacudia forte as árvores e seus galhos. Folhas e gravetos voavam girando.

    Estreitei os olhos. Isso não os derrubaria. Podia estar quase escuro pelas nuvens negras no céu, mas ainda podia ver seus vultos estirados no chão. O que estão planejando? De repente, um punho gigante se atirava em mim, a energia esverdeada ao seu redor potenciando o golpe. Atirei o braço livre para o lado e gritei apontando o dedo.

    - GEKI!

    A corrente amarelada de reiatsu se estendeu e se prendeu. Agarrei e me puxei. O punho passou raspando em mim e bati o pé no ar, fazendo a corda me balançar dando a volta na àrvore onde a prendi e me levando até as costas do gorila. Desfiz o kidou e girei a zanpakutou dando um golpe. A lâmina não foi tão poderosa como a primeira, mas acertou em cheio. O urro de susto me fez sorrir enquanto o encapuzado voava pra longe.

    De repente, ouvi aquele zunido. Me esquivei, mas não fui rápida. A ponta da cauda anelada furou as costas das minhas blusas. Rasgando e me prendendo. Droga!

    Me dobrei enfiando a lâmina curta de You Ou nas blusas pela outra manga e cortei. Pulei pra longe com o shunpo parando em cima de um galho comprido. Ligando com uma àrvore ao lado. As folhas acima de mim me deram cobertura e as nuvens no céu aumentaram a sombra. Porem senti um frio de arrepiar da cintura pra cima. Olhei para baixo e mordi o lábio. Os pedaços das minhas blusas pendiam rasgados pelo cós da calça e tudo o que me cobria era meu top violeta. Mirei a frente, atenta e tentando sentir a reiatsu daqueles dois.

    Eu não vou deixar. Não vou.

    Meu punho agarrou com força You Ou. Por uns longos minutos tudo o que escutava era o farfalhar do vento. Forte da minha Skikai. Suspirei de raiva. Pra onde eles foram?

    O ar tremeu leve atrás de mim e saltei no shunpo aparecendo no ar mais a frente e girando. No momento que fiz isso outra vez o punho veio, só que a minha direita. Esperei pelo momento certo para atacar e então de repente o punho puxou seu dono. Arregalei os olhos quando urrando ele puxou o outro braço. Ia me acertar em cheio com o soco! Girei as espadas e o bolsão de ar amorteceu a queda. Porem me atirou para longe.

    Gemi de raiva. E girei para trás batendo o pé num tronco inclinado pela luta atrás de mim. O encapuzado riu saltando para me pegar. Minha raiva aumentou. Tomei um impulso e agarrei os punhos das espadas unidas, meus braços abaixados.

    - Não me subestime...

    Me virei de lado e estiquei o braço.

    - Seu maldito!

    Saltei de encontro a ele, os ventos se abrindo para mim e dobrei o corpo, o braço com as espadas esticado.

    - JIN NO SAIGA!!!

    Atirei para o alto e as correntes de vento enlouqueceram. Ele urrou surpreso enquanto o vento me levantava me girando e um brilho explodiu. Bati o pé numa corrente de ar e me inclinei esticando os braços um a frente e outro a trás. Fechei os punhos quando as zanpakutous vieram para minhas mãos. Sorri maldosa e cruzei as lâminas abriram os braços. As rajadas cortaram o ar e acertaram o gorila. Senti uma reiatsu atrás de mim e puxei a wakisaki na mão direita para o lado, girando e jogando o corpo enquanto dava o golpe. O encapuzado de braços de minhocas gritou de dor quando decepei suas caudas que iam me pegar. Depois sumi no shunpo e apareci na sua frente. Jogando a perna para um chute. Ele caiu com um estrondo no chão preto outra vez.

    Parei para respirar. Sentindo minha reiatsu me banhar e as espadas as sugando pelos punhos. Dei uma olhada para o céu. As nuvens negras carregadas, mas sem derramar uma gota d’agua. Estranho. Elas pareciam com as que surgiam na Shikai do Toushirou.

    De repente, senti um calor infernal as minhas costas e sumi no shunpo aparecendo no tronco de uma àrvore caída. A madeira criando uma ponte. Mal parei para bolar outros ataques quando o monstro surgiu na minha frente. Me arrepiei de medo, mas engoli. Segurei as espadas em posição, a katana acima, a wakisaki abaixo e fiquei de lado. Encarando o encapuzado.

    Invés de me atacar como achei, ele riu. Um riso cristalino que seduziria qualquer mulher, mas me deu um calafrio de medo. Ele reparou no meu terror e deu um passo. Recuei engolindo em seco e ele riu mais.

    - Que isso, menina. Não vou lhe fazer mal.

    Prendi o fôlego, meus olhos se arregalando mais. Eu já ouvi essa voz. Dias atrás, mas quando? O encapuzado curvou a cabeça me observando e pôs a mão no peito.

    - Você já me viu sem isso.

    Então sem aviso puxou o braço e a roupa se desfez em chamas azuis. Todo meu sangue fugiu do rosto. Chocada. Um rapaz de kimono negro sorria deliciado do meu terror e lembrei de quando ouvi a voz. Há dois dias atrás. Se aproximando ele disse com prazer.

    - Meu nome é Shuren e eu vim te...

    Um rugido de fera ecoou. O ar ficou mais congelado e as nuvens negras aumentaram no céu. Uma rajada de gelo celeste caiu em cascata num estrondo no tronco. Congelando-o, despedaçando. Shuren saltou pra trás, chiando de desgosto e Toushirou apareceu na minha frente, apontando a zanpakutou para ele.

    - O que você quer com ela, Pecador?

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    Um silêncio pesado ecoou exceto pela ventania furiosa que sacudia as folhas, levantando-as do chão, arrancando galhos. Mas isso não parecia nos incomodar. Eu estava assustada para esboçar qualquer reação e Toushirou encarava sério o homem a sua frente que sorria divertido.

    Toushirou o chamou de Pecador.

    - Responda.

    Shuren não respondeu. De repente, uma linha de fogo azul surgiu atrás dele em horizontal e abriu numa fenda vermelha e ouvi som de correntes tilintar. Rindo ele pulou de costas e Toushirou se atirou para frente levantando a espada, mas a fenda se fechou e o fogo sumiu. Somente nesse instante foi que voltei a respirar. Me endireitei e juntei as espadas. Girando-as desfiz a shikai e guardei na bainha pendurada em minhas costas.

    O vento parou e o céu se abriu dando passagem para o alaranjado do entardecer. Toushirou surgiu parando na minha frente. Estalava a língua de raiva.

    - Droga! Daijubou-ka?

    Levantou a cabeça e então seus olhos se arregalaram. Nem me importei. Eu tremia de medo. Abracei em mim mesma. Pensei no resto da frase que Shuren ia dizer e com terror se tivesse ouvido.

    - Eu... Toushirou, você chamou ele de Pecador. O que é isso?

    Me virei pra ele e me espantei como estava seu olhar. Irritado.

    - O que foi?

    - O que houve com suas blusas?

    Pisquei, meu medo fugindo. Eu ouvi bem?

    - Rasguei na luta com uns encapuzados. Alias, porque você tá aqui?

    Guardando a espada na bainha, ele suspirou de olhos baixos e senti um incomodo. Droga, igual a ontem!

    - Eu disse que te ouviria se estivesse em perigo.

    Qualquer garota no meu lugar teria achado super romântico o que ele disse. Seu namorado vindo em seu socorro. O elo entre vocês tão forte que ele vem te salvar como um herói... Mas eu estava com raiva. Toushirou me encarava dando uma boa olhada nos trapos pendurados na minha cintura. Se insinuar alguma coisa...

    No entanto, ficamos calados. Ótimo, assim é melhor.

    Me virei para saltar do galho quando sua mão me segurou pelo cotovelo. Me parando. Me virei pasma, esquecida da raiva. Ele vai me beijar?

    - Não vai sair daqui assim.

    Meu devaneio romântico se quebrou em cascos.

    - O que?!

    Sem dizer nada Toushirou tirou a bainha e no movimento segurou a aba do haori. O outro braço se esticava pra trás saindo também. Incrédula, assisti ele me vestir aquilo e então, puxar seu cachecol do pescoço. Unindo as abas, bem fechadas jogou a ponta do cachecol nas minhas costas e deu um passo ficando mais perto. Olhando para baixo terminou de amarrar para depois me encarar. Seu olhar menos irritado. Arregalei os olhos. Não acredito!

    - Pronto. Agora podemos ir.

    Estremeci de raiva. E puxei o braço da sua mão. Ele arregalou os olhos de surpresa e irritado. Eu tou nem aí.

    - Não vou com você.

    - Karin, pare com isso.

    Se aproximou, mas me afastei dele. Isso o surpreendeu.

    - Pare você! Eu tou cansada disso! Você não é nada meu pra mandar em mim desse jeito!

    Gritei e me arrependi em seguida. Toushirou tinha empalidecido, seus olhos maiores de choque. Mas não voltei atrás. Estava magoada, cansada e irritada. E grande parte era culpa dele.

    - O que disse?

    Suspirei e falei somente uma palavra. Expressando toda minha magoa.

    - Não.

    Me virei, não queria olhar para ele e me preparei para saltar quando Toushirou me segurou pelo cotovelo de novo. Respirei fundo de raiva e puxei o braço, mas seu aperto aumentou.

    - Matte. O que quis dizer com...

    - Exatamente o que entendeu.

    Ouvi ele prender a respiração e puxei o braço, agora conseguindo me soltar. Encarando de lado, meu coração doeu com o jeito que estavam seus olhos. Brilhantes e perdidos.

    - Você...

    - Eu esperei esses dias todos, te dando espaço para falar, mas nunca disse. Nem insinuou.

    Respirei fundo e senti meus olhos arderem. Droga! Fiquei de costas e continuei.

    - Eu gosto muito de você. Na verdade sou apaixonada por você. – funguei e odiei isso – Mas nunca disse nada sobre como se sente. Eu não sou uma coisa, Toushirou. Pode não parecer, mas sou como qualquer garota. Quero ao menos ouvir o cara que supostamente gosta de mim me pedir em namoro. Não custa nada!

    Um lágrima idiota desceu pelo meu rosto e limpei com raiva. Tomei impulso.

    - Espere! Eu...

    Senti sua mão quase me pegando e gritei.

    - Não! Já esperei demais e te dei a resposta! Eu não vou namorar você!

    Sumi no shunpo aparecendo no campo, vi perto minha sacola com as roupas e catei do chão. Depois dessa corri no shunpo feito uma louca até Rukongai e depois Seireitei. O caminho todo engolindo as lágrimas de raiva. Eu não vou chorar por ele. Nunca chorei por cara nenhum que não fosse meu pai e meu irmão. E ainda assim foram poucas às vezes. Então me lembrei que chorei uma vez pelo Toushirou, naquele dia que me arrancou da Academia e fiquei com mais raiva.

    Meu choro foi sumindo e achei bom. Entrei no esquadrão correndo até chegar aos alojamentos. A sorte que não tinha ninguém aqui. Esse horário todo mundo estava ocupado e ninguém me veria com o haori do Taichou. Fui andando até encontrar um quarto vago para mim. Precisei subir para o segundo andar e achei um vazio bem no meio do corredor. Ótimo. Abri a porta e tirei a zanpakutou colocando-a no armário. Depois peguei a sacola e puxei a primeira peça de roupa. Só queria tirar esse haori e entregar pra Rangiku. Não quero falar ou ver Toushirou por uns dias. Até passar essa raiva. Olhei o futon enrolado e tive uma ideia. O estendi e forrei rápido. Depois desatei o laço do cachecol na minha cintura e tirei o haori. Se Toushirou chegasse antes que pudesse entregar para Rangiku deixaria na recepção do alojamento e fingiria que estava dormindo. Ele é educado nessas coisas. Ia me deixar em paz.

    Já tinha posto a blusa (era do meu uniforme da academia) quando a porta atrás de mim bateu e ouvi a tranca travar. Arregalei os olhos de susto e me virei. Toushirou estava sério e respirava fundo. Isso só me irritou.

    - O que você tá fazendo aqui?

    Ele simplesmente olhou para o futon e depois para o haori dobrado de qualquer jeito na estante. Sorriu de ironia ao me encarar.

    - Ia fingir que estava dormindo para não conversar comigo?

    Suspirei de raiva. Porque tem que ser tão esperto?

    - Não.

    - Ah sei.

    Atravessei o quarto pisando duro e peguei seu haori e o cachecol. Ao me virar pra ele continuava parado no lugar. Então irritada fui até onde estava e os empurrei para suas mãos.

    - Toma. Agora sai daqui. Estou muito cansada.

    Seus olhos piscaram cansados e isso fraquejou minha raiva. Andando até mim recuei um passo, mas ele não se importou.

    - Não está cansada Karin.

    - Senão percebeu Taichou, eu lutei com dois sabe lá o que sozinha. Sim, estou cansada e quero dormir.

    Me virei para pegar minha sacola quando sua mão me segurou pelo pulso.

    - Toush..

    Ele me puxou me virando para si e inclinou cabeça, apoiando a testa na minha. Toushirou tinha me puxado de um jeito que me curvei pra trás. Nesse instante, um rubor subiu pelo meu pescoço. Minha blusa estava aberta e solta. Deixando a mostra meu sutiã! No entanto, ele não olhava para isso. Vi surpresa que tinha fechado os olhos e ouvi algo caindo abafado. Olhei de relance e o haori estava jogado no futon. Toushirou pegou meu outro pulso com cuidado e suspirou. A expressão no seu rosto evaporou minha raiva. Sofrimento.

    - Por favor.

    Apertou os olhos e me espantei mais.

    - O que?

    - Por favor não desista de mim.

    Abriu os olhos e engoliu em seco. Ofeguei chocada. Não era o verde sério, frio e distante. Era quente, jovem e perdido. Assombrada, vi várias emoções explodindo de uma vez no seu olhar. Toushirou incomodado pelo meu assombro baixou os olhos, mas continuou.

    - Eu sei que te magoei e tem toda razão, mas é tão difícil...

    Fechou os olhos outra vez e suspirou trêmulo. Dei um passo e balancei nossas mãos. Seus lábios se curvaram de leve e sorri.

    - Não precisa ser muito. Quer dizer. Eu não tou pedindo pra falar “eu te amo”.

    Ele prendeu a respiração e me xinguei. Burra, Karin. Você é muito burra!

    - Escuta. Eu quero dizer é que se você não conseguir falar tudo bem. Mas pare de mandar em mim! Isso me irrita e magoa, além dos... da sua raiva.

    Toushirou abriu os olhos e quase riu.

    - Meus ciúmes. Pode dizer.

    Engoli em seco e meu rosto queimou. Seus dedos faziam um lento carinho nos meus pulsos. Ele suspirou e seu hálito soprou no meu rosto, me deixando tonta. De repente, lembrei que estávamos trancados aqui e o quarto ficava no segundo andar...

    - Eu vou lhe dizer meus sentimentos, prometo. Mas não posso fazer a mesma coisa com seu outro desejo.

    Meu rosto ficou quente. Desejo. Será que ele tá pensando a mesma coisa que eu? Meu pulso acelerou. De repente, seus braços me envolveram (por fora da blusa e me amuou. Não acredito!) puxando devagar para mais perto de si.

    - Você me dá a honra de ser seu namorado, Karin?

    Me embeveci. Não, derreti nos seus braços com esse pedido tão... romântico. Nunca um cara falaria assim pra uma garota.

    Sorri boba e mais quente, cheia de sentimento por ele.

    - Sim.

    Toushirou deu um simples sorriso, mas seus olhos compensavam. Eram até uma bela substituição. Alegre, enrosquei os braços no seu pescoço e puxei para um beijo. Isso o pegou de surpresa, mas não liguei. O beijei do jeito que aprendi com ele. Primeiro lento, inocente. Depois mais carinhoso aumentando o contato. Toushirou suspirou e seus braços me apertaram. Me curvando para ele enquanto se debruçava em mim. Era a primeira vez que nos beijávamos assim. Comigo tão ativa no começo. Hesitante, passei a ponta da língua entre seus lábios entreabertos e Toushirou me puxou um pouco, mas não abriu mais a boca. Isso me irritou. Queria que ele ficasse perdido como fazia comigo. Então, lembrei da primeira vez no quarto. Mergulhei os dedos entre seus cabelos até afundá-los e puxei de leve na nuca. Ele ofegou e aproveitei. Enfiei a língua, passando na sua e gemi. Puxa, como é bom.

    Fiz de novo e gemi outra vez. A sensação melhorando. Quando puxei seu cabelo ele se rendeu. Com volúpia e uma sede Toushirou me apertou contra ele. Seus braços me esmagando e o ar deslocando a nossa volta.

    Minhas costas bateram na parede, mas não me suspendeu como da outra vez. Gemendo rouco enfiou os braços por dentro da minha blusa e me puxou para perto dele colando. Sua língua deslizou para dentro da minha boca e começou a brincar com a minha, provando cada canto e arrancando suspiros meus. Quando me colei nele, tonta pelo beijo Toushirou se afastou ofegando.

    - O que?

    Franzi as sobrancelhas.

    - É melhor pararmos por aqui

    Entendi e me irritei. A essa altura minha vergonha voou pela janela. Segurei as abas de suas blusas e gemi de raiva.

    - Mas eu não quero.

    Puxei de uma vez e quase consegui soltar tudo. Então dei outro puxão e soltei. As abas se abriram me mostrando minha fantasia em carne e osso. Passei as mãos pelo peito definido de arfar e desci pro abdômen, os músculos todos fortes e no lugar. Suspirei derretida. Toushirou não é só atlético, definido na mais pura da palavra. Peraí, eu pensei mesmo isso? Devo tá bêbada de paixão mesmo.

    - Você é tão bonito – me inclinei e agradeci por ser mais baixa que ele, enterrando o rosto no seu peito que respirava mais cansado – e cheiroso também.

    - Você é bela também, desenhada...

    Levantei a cabeça e ofeguei com o jeito dele me olhar. Era escuro, tão perdido e quente. Toushirou deu um passo e recuei encostando na parede. Ele me olhou nos olhos e ofeguei. Sua mão foi ao laço branco da minha calça puxando de leve. Levantou o olhar outra vez e perdi mais ar. Não me encaravam pedindo permissão. Ele queria ver minha reação.

    Me encarou provocante e puxou o laço com força o soltando de uma vez. Arfei espantada e seus olhos sorriram. Toushirou curvou a cabeça e abriu um sorriso dando outro puxão. Ofeguei e minha calça foi ao chão. Baixando a cabeça ele admirou minhas pernas e estreitou o olhar para minha calcinha. De imediato o calor que eu sentia aumentou nessa área.

    Respirando devagar ele me encarou e pisou no tecido da minha calça. Tirei os pés, um a um e puxou a roupa, chutando pra longe. Eu arfava com esse jeito dele. Me lembrou de um animal, espreitando uma fêmea e brincando com ela. Seu braço se enfiou por dentro da minha blusa e enrolou na minha cintura, me puxando enquanto se curvava ao me dobrar para ele, colando a boca na minha. Lento e enfiando a língua de jeito sinuoso. Suspirei e levantei as mãos. Queria enfiar os dedos nos seus cabelos. Porem, antes que fizesse isso, sua mão livre agarrou meus pulsos de uma vez e de repente, me virou de costas pra ele, prendendo meus pulsos contra parede. Acima da minha cabeça.

    Arquejei de susto e depois ele se curvou e senti uma mordidinha na orelha. Seguida de uma lambida e outra mordidinha. Relaxei e me encostei nele. Ofereci o pescoço e seus lábios desceram, escorregando. Senti uma mordida e sibilei. Toushirou me lambeu e passou a beijar. Comecei a me balançar de um lado para outro lado. Sentindo-me tão tonta, leve e quente. Toushirou enrolou o braço outra vez na minha cintura e seus dedos alisavam e massageavam minha barriga. Sempre lento, com certa força e depois leve. Abri os olhos um pouco, encarando a parede. Onde ele aprendeu essas coisas? Parecia saber exatamente o que tava fazendo.

    Senti um surto de raiva, mas passou quando lambeu minha orelha de novo. Suspirei de deleite e me segurei no seu braço. Uma brisa brotou dos nossos pés e subiu girando por nós, farfalhando nossas roupas, levantando nossos cabelos. Franzi a testa. Não tinha janela aqui.

    - Toushirou.

    - Eu sei. Só vamos cuidar para que fique assim.

    Me beijou no pescoço sugando e gemi. Acho que entendi. O vento era de mim. E o frio dessa brisa vinha dele. Não que a gente sentisse. Meu corpo parecia tão quente e pela mão dele, também estava com essa febre. De repente, essa mão começou a descer até chegar à borda da minha calcinha. Arfei abrindo os olhos. Não tive coragem de olhar. Uma respiração quente banhou minha orelha.

    - Posso?

    Engoli em seco.

    - Pode.

    Devagar senti sua mão se enfiar e prendi o fôlego. Ainda beijando minha orelha, seu outro braço enrolou na minha cintura e Toushirou deu passo me encurralando contra parede. Estremeci nervosa, afinal sua mão cobria toda minha vagina. Fechei os olhos e ele deu outra lambida na minha orelha, mordendo e enfiou mais a mão. Arfei. Sentindo seus dedos deslizarem num ponto sensível. Agarrei seu braço e o ouvi sorrindo. Um dedo se enfiou mais e pressionou esse ponto enquanto seus outros dedos iam e vinham. Estremeci e senti seu joelho se enfiando entre minhas pernas, abrindo-as mais. O contato aumentou e Toushirou passou a me apertar, alisar, roçar e agarrar, enchendo a mão. Quando fez isso arregalei os olhos e encarei abaixo. Meu rosto ficou vermelho, minha calcinha estava torta e também a visão e essa massagem começou a me latejar e molhei seus dedos. Mais e mais. Toushirou gostou pois aumentou o ritmo e a pressão. A essa altura eu gemia baixinho. Ouvi uma risadinha e me irritei.

    Peraí. Segurei seu pulso e puxei o pegando de surpresa. Antes que falasse qualquer coisa, enrolei o tornozelo no seu e torci me virando. O empurrando contra parede de frente pra mim. Seus olhos estavam surpresos e ofeguei.

    - Se você pode eu também posso.

    Seus olhos arregalaram e quase sorri. Passei as unhas na sua barriga e adorei quando se arrepiou e contraiu. Seguindo seu exemplo, o encarei e puxei um pouco o laço da sua calça. Toushirou arfou pela minha ousadia. Ele entendeu o que eu queria. Mas não me segurou. Ficou jogado contra parede me deixando empurrá-lo. Então enfiei o rosto no seu pescoço sentindo seu cheiro e cheguei mais perto, ao mesmo tempo que enfiei a mão na sua calça. Puxei o ar surpresa e o ouvi sorrir.

    - O que foi?

    O encarei risonha e espantada.

    - Você não tá usando nada.

    Ele não me explicou. Só me encarou de um jeito malicioso. Me provocando e então para mostrar que não me intimidei mergulhei mais a mão enquanto me inclinava colando a boca na sua. Bem na hora. Porque ele soltou um gemido alto. De repente, ouvimos vozes no corredor e nos encaramos. A excitação aumentou. Eu vi nos olhos dele e senti na minha mão. Fizemos um acordo silencioso. Nada de barulho. Então o beijei de novo e deslizei a mão no seu... no seu... Bem no sexo dele e me admirei. Minha mão era pequena, mas quase não fechava os dedos e a pele era macia, firme. Quando deslizei até o final arfei de novo. Desse tamanho?! Escondi meu espanto enterrando o rosto no seu pescoço e beijei devagar. Pensando um pouco. Vai caber?

    Toushirou gemeu baixinho na minha orelha. Me tirando desse devaneio. Seu braço deu a volta por dentro da minha blusa, me trazendo para perto. Ele estremecia e seus gemidos, suas paradas de respiração me diziam que estava fazendo do jeito certo. Detesto admitir, mas um dia minhas colegas me enganaram. Disseram que íamos ver uma comédia romântica, mas as sacanas alugaram um filme pornô. Trancaram o quarto e me obrigaram a ver. Agora me sentia aliviada por não parecer uma pateta. O apertei e ele escondeu o rosto no meu cabelo, arquejando. Pela minha mão estava endurecendo, aumentando de volume e esquentando.

    Quando dei outro aperto na ponta, sua mão agarrou meu pulso e tirou da sua calça. De repente eu estava de costas contra parede, suas mãos seguravam meus pulsos lado a lado da minha cabeça e Toushirou me encarava de um jeito faminto. Estremeci fazendo-o sorrir.

    - Minha vez.

    Se inclinou e enfiou o rosto no meu pescoço beijando, mordendo. Eu começava a gostar disso. Soltando meus pulsos ele foi se curvando, deslizando o rosto me dando umas lambidas e beijos molhados além de mordidinhas. Eu pensei que ia desatar os cordões do meu sutiã, mas suas mãos foram direto aos laços da minha calcinha. Arfei e o encarei. Toushirou me olhou então de um jeito safado e deu um chupão na minha barriga enquanto soltou os laços de uma vez afrouxando minha calcinha. Ele se ajoelhou na minha frente, ignorando meus tremores e abaixou a peça íntima encarando com desejo minha vagina. Arregalei os olhos. Ele ia fazer isso?!

    Como se fosse resposta enfiou a mão no meio das minhas pernas e puxou a peça com força para baixo. Arfei mais tremula, vendo ele arfar também de expectativa.

    - Toush...

    - Shss.

    Arrancou a calcinha dos meus pés rasgando e a atirando pra longe. Tremendo de choque assisti ele agarrar minhas coxas as separando e me levantando enquanto enfiava o rosto entre elas. Virei a cara fechando os olhos, meus pés quase nas pontas dos dedos e depois senti sua língua passando lenta. Seu hálito quente. Arquejei abrindo os olhos. Não acredito. Me segurei nos seus ombros e Toushirou me puxou mais pra ele, a língua lambendo e lambendo. Arquejei, a essa altura latejando pra valer e ficando tão molhada que meu rosto queimou. Cravei as unhas nos seus ombros e prendi a respiração. Fechando os olhos apertados. Meu Deus! Tinha gente andando no corredor! E o movimento só aumentava. De repente, ele cansou de lamber e começou a sugar. Entreabri os olhos encarando a frente, estremecendo então sua língua se enfiou dentro de mim. Ofeguei, minha boca se abrindo num “O”.

    Ela entrava e saía enquanto ele sugava aquele ponto sensível. A essa altura o liquido quente molhava minha vagina inteira devido isso que ele tava fazendo e descia pelas minhas coxas. Me matando de vergonha. Eu não parava de tremer e arquejava. Minha voz aumentando. Os dedos nas minhas coxas agarraram com força, por que comecei a balançar. Pelo amor de Deus! Eu não aguento mais!

    - Toushirou... eu acho... que vou... gritaaarr

    Falei entre arquejos e então ele parou e se levantou calmamente. Sua mão segurando minha cintura. Enquanto a outra ele passava a manga da blusa no rosto, me encarando travesso enquanto limpava a lambaça que fiz na sua boca. Meu rosto queimou. Tava melado até no seu pescoço. Achando graça do meu jeito todo vermelho, Toushirou me virou e suspendeu minha blusa até minha cintura.

    - Segure.

    Franzi a testa e o fiz então ele me empurrou contra parede, um segundo depois prensava seu sexo excitado e quente na minha bunda. Quase gritei. E sua boca foi a minha orelha.

    - Shsss.

    Seu braço enrolou na minha cintura e sua outra mão cobriu minha vagina outra vez. Quando moveu o quadril, se esfregando em mim, um dedo se enfiou dentro da fenda estreita. Franzi o rosto.

    - Hum.

    O dedo parou, o seu quadril também.

    - Doeu?

    - Não.

    Ele respirou aliviado e beijou minha orelha.

    - Me fale se doer.

    Voltou a se esfregar em mim e enfiou o dedo mais fundo. O vento frio circulava pelo quarto como se fosse um ar condicionado. Isso me deixou mais excitada. O dedo entrava e saía e entendi porque estava fazendo. Estava me preparando. Enquanto ele se esfregava, se inclinou um pouco para longe parando de mexer o dedo. Sua outra mão procurou os cordões do meu sutiã e teve um pouco de trabalho. Sorri divertida apesar do calor absurdo que sentia então perdendo a paciência Toushirou se inclinou nas minhas costas. Entranhei. De repente, senti seus dentes roçando minha pele acima do sutiã. Sua outra mão segurou um lado e ele mordeu o pano do outro. Um rasgo se fez ouvir e arregalei os olhos. Ouvi um pano caindo em algum lugar e Toushirou soltou um risinho.

    Me virando para ele soltei minha blusa enquanto suas mãos me seguravam pelo quadril. Ele sorria divertido do meu espanto.

    - Pare de rasgar minhas roupas.

    Sussurrei porque não podíamos gritar. O corredor estava movimentado a essa altura e sussurrando de volta seus dedos me apertaram e me suspenderam, me segurando agora no colo, minhas pernas abertas envolta da sua cintura.

    - Te compro outras.

    Meu rosto queimou, então sorrindo o quarto virou um borrão e de repente minhas costas deitavam no futon. Toushirou acima de mim puxou um pano às cegas e o embolou numa mão. Encarei espantada o tecido.

    - Toushirou é o seu...

    - Levante a cabeça.

    Ele não tava nem aí. Fiz o que pediu e enfiou o haori embaixo dela, como um travesseiro. Então ofegando escorregou a boca pelo meu colo indo direto ao meu seio. O segurando, de olhos fechados o juntou e abocanhou o mamilo o sugando com muita, muita vontade. Eu assistia isso sem acreditar. Ele não era bruto, fazia tudo com lentidão, mas com tanta sede, vontade e força. Segurando a borda do futon sua outra mão desatou de uma vez o laço de sua calça e abaixou. Meu coração já disparado, martelou. No entanto, Toushirou apenas continuou sugando meu seio. (parecendo gostar muito) e empurrou com a perna minha coxa, a abrindo. Sua outra mão escorregou pela parte interna até chegar ao meu sexo e sem prelambulos enfiou dois dedos dentro de mim. Mordi o lábio e agarrei suas costas pelas blusas. Minha outra perna se enroscou na sua. Esfregava a panturrilha subindo e descendo. Era bom.

    Depois de um tempo (eu não lembro, estava delirando com os carinhos dele) Toushirou se cansou de um seio e passou pelo outro. Eu estremecia. Mal podia me mexer. Presa debaixo dele toda vez que tentava me arquear ele me prensava no futon e o Toushirou é pesado. Mas eu gostava. Ser apertada desse jeito. Incrivel que fazíamos tudo isso praticamente calados. Daria vontade de rir se não sentisse tanta agonia com essa tortura. Eu senti seu membro quente e endurecido roçar na minha coxa. Quando gemi de lábios apertados, Toushirou levantou a cabeça e vi o verde tão escuro, quase negro nessa meia luz. Não foi preciso dizer nada. Ele se posicionou entre minhas pernas, (que fiz questão de abrir) e passou o braço no meu quadril levantando um pouco. Senti a ponta macia se apertando na fenda e ofeguei de ansiedade. Toushirou se remexeu mais, me encarando nos olhos enquanto se ajeitava melhor e arquejei.

    Tinha entrado um pouco.

    Agarrei suas blusas nas costas e de olhos baixos ele se debruçou e me beijou. Foi lento, gostoso e molhado e então tomando impulso se enterrou dentro de mim. Uma dor lancinante me fez prender o fôlego.

    A dor me trouxe a razão por um segundo. Eu tinha acabado de perder a virgindade.

    KARIN POF

    Ela cravou as unhas na blusa negra do kimono, estremecendo e gemendo de dor enquanto ele se afundava mais dentro dela. Toushirou a tinha beijado segundos antes e agora entendeu. Para distrai-la e para evitar que aquele gemido os denunciasse. Abafando-o. Karin sentiu duas lágrimas escorrerem, involuntárias e detestou isso. Sabia que ia doer, só que não tanto. Mesmo gostando dos carinhos dele, se excitando, parecia que era mais apertada do que imaginava. Parando o beijo, sentiu os lábios dele enxugando suas lágrimas, carinhoso e então descerem para sua orelha.

    KARIN POV

    - Gomen.

    Sorri ainda de olhos fechados. Toushirou parecia preocupado, mas ainda seu braço me segurava firme pelo quadril, me apertando contra o dele e tentei de verdade parar de tremer. Assim ele vai se arrepender. Tentei me mexer, mas ele me parou, me segurando no lugar. Pisquei confusa olhando para o lado, vendo as mechas brancas e escutei um risinho. Teria me arrepiado se não fosse que de mim que ria.

    Movi o quadril de novo e senti a dor aumentar, fazendo o braço dele me segurar com mais força, me parando.

    - Toush...

    - Quieta ou vou acabar te machucando.

    Arregalei os olhos, encarando o teto. Se debruçando mais, tomando o cuidado de não se mexer dentro de mim, sussurrou de um jeito terno no meu ouvido.

    - Espere até se acostumar. Quando eu me acomodar direito começamos, está bem?

    Fechei os olhos.

    - Tá.

    Eu estava nervosa, mas fiquei tão aliviada. A preocupação dele comigo aquecia meu peito, me relaxando e então ficamos esperando, até que parei de tremer. O braço no meu quadril afrouxou o aperto e me levantou um pouco mais. Quando Toushirou recuou um pouco entreabri os olhos surpresa então voltou a se afundar dentro de mim, gemendo rouco no meu ouvido. Eu mal assimilei a sensação e ele voltou a mexer. Entrando e saindo. Dessa vez não parando e indo bem devagar.

    Comecei a ofegar, apertando o tecido nas suas costas. Ardia e doía um pouco.

    Engoli em seco e fechei os olhos, agarrando suas blusas. Ele me penetrava fundo, eu senti o membro por inteiro dentro de mim. Mas Toushirou tinha muito cuidado. Pra me acostumar. Suspirei sentindo-o entrar, meu corpo se arqueando um pouco e seu gemido me arrepiou inteira. Foi quando a dor diminuiu mais e comecei a gostar. Parecia... que estava me massageando...

    Quando moveu de novo, pra dentro e pra fora, gemi baixinho no seu ouvido. Toushirou soltou um gemido mais rouco, afundando o rosto no meu cabelo e se mexeu um pouco mais rápido. Suas mãos - a que agarrava o futon e a outra – escorregaram por minha pele até me segurarem firme pela cintura e me puxaram quando se enterrou. Fechei os olhos com força. Arquejando.

    Mal tomei fôlego e ele me puxou de novo, arremetendo contra mim. Ofeguei e uma mão minha se soltou da sua blusa. Arremeteu outra vez e no movimento suas mãos me levantaram mais, suas pernas se dobrando, abrindo mais as minhas. Arquejei e virei o rosto pro lado, mordeu o lábio e agarrando seu braço. Meu Deus! Eu não queria gemer outra vez. Não queria que ninguém ouvisse, mas não pude evitar.  Quando senti ele me penetrando fundo de novo, soltei um gemido fraco e longo. Ele arquejou e senti o volume dentro de mim aumentar, endurecer mais... Gemi surpresa.

    - Toushi..

    Seus dedos me apertaram. No segundo seguinte, ele se enterrou mais rápido e com força tirando meu folego. Mal puxei o ar e fez de novo. De novo e de novo até que meus pés quase não tocavam no futon. De tanto me puxar enquanto me penetrava forte. De tanta luxuria que ele sentia, quase ajoelhado entre minhas pernas do jeito como as suas estavam dobradas, se empurrando e recuando, estocando tão rápido que eu não precisei me mover. Meu corpo se sacudia pelos movimentos dele e tudo o que podia fazer era me agarrar nas suas blusas, escutando entre o barulho do choque de nossos corpos sua voz gemendo sufocada.

    - Tão quente... Apertada.

    Tinha tanto abandono. Ele dizia essas coisas sem perceber e a dor que eu sentia enquanto se movia tinha praticamente sumido, ficando uma ardência quente, gostosa. Era isso que era pra mim o que fazíamos. Gostoso. Tão gostoso. Meus dedos se cravaram mais nas suas costas e seu braço, arranhando mesmo através do tecido e ele gemeu mais alto, se enterrando e dobrando mais em mim. Isso fazia minhas coxas baterem nas suas pernas com menos estalo. A essa altura não respirava direito. Só arquejava e gemia, sentindo uma dorzinha de vez quando, mas era boa. Estava rezando pra que ninguém batesse na porta, não gemer alto também e engolir o quanto eu conseguia nos arquejos enquanto que ele abafava os seus no meu cabelo, que por algum motivo, não os soltou.

    Pensei tonta de prazer enquanto encarava o teto de olhos baixos. Porque ele não os soltou? Desde aquele dia na biblioteca, toda vez que ficávamos sozinhos e rolava um clima, Toushirou sempre roubava minhas fitas. Segundo ele, as odeia. Ri de leve do que pensei o fazendo rir também e depois seus lábios estavam no meu pescoço beijando e mordicando, enquanto isso diminuía o ritmo. Mais controlado. Fechei os olhos sentindo suas mãos deslizarem outra vez. Afastando mais as abas da minha blusa. Uma delas escorregou para as minhas costas até seu braço me envolver, apertando e depois deslizando a mão até a minha nuca, onde me agarrou pelos cabelos e inclinou meu pescoço, expondo pra sua boca. A outra mão desceu lentamente pelo meu quadril, enquanto ele ia mais devagar. Seus dedos seguiram caminho até minha coxa, onde passou a alisar e massagear, no mesmo ritmo que se enterrava. Lento e lascivo. Seus dedos foram dando a volta e subindo até o fim da minha nadega e apertaram. Ofeguei gemendo e subi as mãos por suas costas, até segurar seus cabelos o puxando pra mim. Sua boca deslizou pela minha garganta, meu queixo até chegar a minha boca, onde me beijou profundamente.

    Tentei beijá-lo do jeito que fazia comigo e parece que deu certo. Toushirou gemeu e se afundou com mais força dentro de mim, voltando a acelerar só um pouco. Ele passou a me beijar de um jeito, imitando com a língua o que fazia comigo... Isso me deixou mais molhada, excitada e comecei a sentir uma coisa estranha, uma urgência crescendo no meu ventre que paralisava minhas pernas e um calor que não parava de subir.

    Quando a ar faltou, Toushirou continuou se movendo rápido e forte, apoiando a testa na minha e percebi o quanto nós dois estávamos suados, febris e isso me fez apertar os olhos, tirando as mãos de seus cabelos e agarrar com mais força sua blusa negra enquanto comecei me tremer em espasmos. Cada vez que ele me penetrava, eu me tremia mais. Num frenesi o abracei com as pernas e ele se enterrou mais fundo. Toushirou foi mais rápido e forte, um braço seu me apertando e levantando ao me penetrar, sua outra mão agarrando e soltando minha nadega. Meu... meu Deus. Eu tinha impressão que arrebentaria com essa pressão toda e ia adorar isso. Então, sem aviso uma explosão inundou meu ventre, estilhaçando minha mente e tudo o que eu sentia era uma sensação aguda e gritante que paralisou meu corpo inteiro, tirando meu ar. Eu nem conseguia falar. Um líquido quente escorreu por entre minhas coxas, fazendo o sexo dele deslizar mais fundo, melando sua calça...

    Uns segundos. Foi o que durou a sensação e caí inerte no futon, até minhas mãos que o agarravam pelas costas escorregaram.

    Toushirou ofegou mais forte, surpreso com meu orgasmo então seus dedos me apertaram, arremetendo mais uma vez e parou. Ele me soltou do aperto e se ergueu, suas mãos escorregando até pararem na minha cintura, onde me agarraram. Ficou sentado entre minhas pernas e senti um frio na minha pele nua e suada. O vento que girava leve a nossa volta me arrepiando. Nem me importei que ele me olhasse com cobiça, me observando de olhos baixos enquanto eu tremia e ofegava sem fôlego. Deitada e exposta desse jeito pra ele me fez achar que admirava o estado que me deixou. Entregue e vulnerável.

    Quando estava quase dormindo, o volume dentro de mim pulsou mais forte e me agarrando mais firme pela cintura, Toushirou me levantou. Meu corpo se arqueou pra trás enquanto me puxava devagar até ficar sentada no seu colo. Meus braços lhe dando um fraco abraço. Eu estava tão mole, tão tonta que me surpreendi quando me inclinou de novo, só um pouco, enquanto escorregava a boca pelo meu pescoço, descendo lentamente pelo colo até chegar ao meu seio. Onde lambeu por completo e começou a sugá-lo. Ofeguei e me segurei no seu ombro, enquanto deslizava os dedos até sua nuca, agarrando seus cabelos. Ele me sugava forte, fazendo barulho.

    Abri os olhos um pouco, me lembrando que estávamos trancados num quarto do alojamento e ainda por cima num horário onde todo mundo estava acordado. Que loucura. E saber disso me excitou mais. Toushirou percebeu e seu braço esquerdo deu a volta pelas minhas costas, me ajeitando melhor. Largando meu seio ele se inclinou um pouco pra trás, me apertando contra ele e sua mão direita escorregou pelo meu quadril até me segurar pela nadega, me erguendo. Entendi o que queria e me segurei (mesmo fraca) ainda mais no seu ombro. Devagar desci e levantei nos fazendo gemer de novo. Meus seios se esfregando no peito forte dele aumentando a sensação. Mexi o quadril ondulando ao subir e descer e Toushirou escondeu o rosto na curva do meu pescoço. Ele ofegava forte, trêmulo, a cada vez que eu descia e levantava. Então firmei mais as pernas, segurando seu braço pra me apoiar melhor e me movi mais rápido ondulando o quadril.

    Toushirou gemeu sufocado, seus dedos agarraram minha blusa. Sorri fraca e continuei. Escutando abafados seus gemidos. Vez ou outra dizia meu nome e gostei disso. Arrancar essas reações dele. Afinal, antes era ele quem ditava o ritmo. E puxa... Desse jeito era bom. Muito bom. Mordi o lábio, fechando com força os olhos por um momento. Por isso ele tava gostando. (pelo ao menos eu acho)

    Quando parei, sem forças mais pra continuar, Toushirou me ajudou. Sua mão direita me ergueu enquanto se afundava ao meu abaixar. Fechei os olhos, sentindo aquela urgência de novo no meu ventre e o calor. Mas de repente, meu nariz começou a incomodar, a arder e minhas pernas onde nossas blusas não cobriram se arrepiaram, mais tremulas. Demorei pra perceber que isso era frio. Eu estava me tremendo de frio.

    Entreabri os olhos, tonta de prazer encaixada nele desse jeito, meus seios inchando pelo roçar no seu peito e me espantei. Enquanto o vento continuava como uma brisa suave, o piso inteiro estava coberto por camada fina de gelo que subia agora pelas paredes. Ai, caramba. Fechei os olhos, sentindo mais frio e calor (nem sei como consegui isso) e sussurrei apavorada e ofegante no seu ouvido.

    - Toushirou... O... Ahn...

    Gemi quando ele se enterrou com mais força ao me ouvir dizer seu nome.

    - Hã?

    Ele estava tão tonto e perdido como imaginei. Espiei as paredes e gemi apavorada e ofegante de novo. O gelo chegava até o teto!

    - O quarto... Tá congelando.

    Apertei os olhos com força, escondendo meu rosto no seu ombro e sua cabeça se ergueu. Senti quando prendeu a respiração surpreso e apertei mais dedos.

    - Mas que... Droga.

    Ri do que disse. “Droga”. Me apertando contra ele, ainda nos movendo, Toushirou respirou fundo, tremulo e lentamente. Levantei um pouco o rosto e vi o gelo desaparecendo, descendo da parede se recolhendo da porta (ai, caramba) até onde estávamos. O quarto voltando a ficar quente, pelo ao menos pra mim e relaxei de novo. Se ninguém notou foi por um milagre. Mas não demorei pra pensar, aquela sensação aguda estava voltando, mais gritante que antes. Me descendo com força, aumentando o ritmo minha mente se estilhaçou de novo enquanto meu corpo inteiro ficava tenso. Trêmulo. Parei de respirar, chocada com o que estava sentindo e desabei nos seus braços. Toushirou parecia que tinha engolido o fôlego e estremecendo como eu, me agarrou de uma vez pela cintura e me puxou se enterrando fundo em mim.

    Segundos depois um líquido quente inundava meu ventre.

    Naquele caos que estava minha cabeça, consegui entender e me segurei nos seus braços, até que depois de um longo minuto parou. Afrouxei o aperto ficando sentada e inerte no seu colo. Toushirou apoiou a testa na minha, suado e febril. Ofegante como eu de tão cansado. Não sei quanto tempo ficamos assim, acho que foi minutos ou será que foi horas? Perdi toda a noção de tempo. Grogue nessa sensação entorpecente.

    Ele me inclinou para trás, acho que pra me deitar, mas ao se ajoelhar só um pouco, desabou em cima de mim e caímos os dois. Exaustos e trêmulos. Seu peso me prensava no futon, mas não liguei. Eu me sentia tão leve e tonta. As dores na minha intimidade que parava de latejar agora não me incomodavam tanto (era essa a impressão que eu tinha nesse estado aero). Com nós dois deitados desse jeito, Toushirou largado e ofegante em cima de mim, escorreguei os braços para abraçá-lo, mas antes que o envolvesse ele se apoiou numa mão se erguendo.

    - Um minuto.

    Franzi a testa, estranhando. Toushirou se levantou e virei o rosto enquanto segurava a faixa branca da calça, levantando-a. Foi nesse instante que tomei consciência de como eu estava. Nua, exceto pela camisa branca do meu uniforme da Academia. Descabelada, mesmo com as fitas e coberta de marcas vermelhas. De dedos e beijos. Meu rosto pegou fogo e fechei a blusa de uma vez, sentando encolhida no futon e sibilando.

    Itaiii!

    Meu ventre e meu sexo doíam mais do que imaginava.

    Apertando as abas da blusa, encarei meus joelhos sentindo tanta vergonha, que quase não ouvi um barulho. Olhei sobre o ombro e vi Toushirou meio de costas pra mim. As blusas negra e branca do kimono abertas e soltas. Puxa, ele perdeu mesmo a vergonha ao contrario de mim. Então reparei no que estava fazendo. Tinha uma bacia pequena com água numa cantoneira de madeira. Era para lavar o rosto e ele despejava um jarro nela. Franzi a testa, estranhando mais. Toushirou colocou o jarro de volta e abriu a mão. Em segundos uma pedra de gelo cresceu na sua palma. Levantei as sobrancelhas e lembrei quando visitamos a vovó Haru, de quando ainda era viva. Ele fez um bonequinho de gelo do nada e deu praquele espirito. O que ia fazer com aquilo?

    Como se respondesse minha pergunta seu punho se fechou, quebrando a bolinha e em seguida jogou os pedaços na água. Depois ele mergulhou os dedos, sacudindo de lá pra cá, de cabeça baixa e concentrado naquilo.

    - Ah... Toushirou?

    - Hum?

    Ele nem olhou pra mim. Isso me deixou mais confusa.

    - O que você tá fazendo?

    Ele sorriu, divertido com minha pergunta.

    - Analgésico.

    - Tá...

    Apertei os olhos, estranhando ainda mais. Balançando a cabeça, ele riu de leve e pegou um pano, mergulhando-o na água.

    - Deixe de ser cética, Karin. Isso aqui é pra você.

    - O que?

    Mais confusa ainda o observei enquanto pegou mais outro pano e se virou, trazendo a pequena bacia. Ele se espantou ao me ver toda encolhida e vermelha e depois me olhou risonho. Virei a cara, apertando mais a blusa. Idiota. Ao se sentar no futon, colocou a bacia ao lado e se virou pra mim. Seus olhos estavam mais risonhos e brilhantes e notei também um corado leve no seu rosto, pescoço. Meu rosto ficou quente de novo e encarei meus joelhos. Ai, que vergonha.

    - Algo errado?

    Sua voz estava divertida. Droga, porque não ficava tão constrangido quanto eu?

    - Não.

    - Seu rosto está vermelho vivo.

    Apertei mais as abas.

    - Eu sei.

    - É porque transa...

    Levantei a cabeça com raiva e mais vermelha. Toushirou me encarava quase rindo.

    -Baka! Não fala assim! Dá vergonha!

    Levantando uma perna, Toushirou apoiou o cotovelo no joelho, sua mão ainda segurava o pano e ao se inclinar pra mim, ele me olhou de um jeito carinhoso e risonho, esfriando minha raiva e me deixando mais sem graça.

    - Não precisa ficar com vergonha.

    - Fácil você falar. Eu... eu nunca fiz isso antes. Nunca tive um namorado! Dizer esse tipo de coisa sempre me envergonhou e agora...

    - Fez comigo.

    Arregalei os olhos, espantada.

    - Para com isso!

    Toushirou riu do meu jeito e parecia tão relaxado. Olhando para ele quieta vi o quanto é bonito. Caramba, ele é mesmo lindo. Atlético, pele amanteigada, olhos verdes e esse cabelo, branco como a neve e agora todo desalinhado. O que será que ele viu em mim?

    Tomando folego do riso, Toushirou me encarou calmo e esticou a mão livre até meu rosto. Quieta, assisti ele puxar as fitas, uma por uma e soltando meu cabelo. Em outro momento teria brigado, mas agora eu me senti tão delicada, principalmente quando umas mechas caíram em volta do meu rosto e devagar, com cuidado, ele afastou um lado e prendeu atrás da minha orelha, olhando pro próprio gesto distraído. Então, me encarando travesso puxou a mão. Não entendi, até que vi as fitas enroladas no seu punho.

    - Vou ficar com elas.

    Suspirei cansada.

    - Eu não entendo porque faz isso. Quantas você já tem?

    Fingindo pensar, Toushirou mergulhou o pano na bacia o sacudindo e depois o apertando.

    - Algumas.

    Bufei então se virou pra mim. Com o pano numa mão, segurou meu joelho com a outra e o afastou. Dei um pulo, chiando e fechando de novo. Ele me olhou com paciência

    - Calma Karin.

    - O que você tá fazendo?

    - O que lhe disse. Não precisa ficar nervosa.

    Olhou pra baixo e afastou meu joelho de novo. Pulei com seu toque, o fazendo me encarar entediado. Não liguei. Era muito estranho.

    - Para.

    - Tsk, como é teimosa.

    Então, deixando o cuidado de lado segurou meu joelho outra vez junto do outro me virando de frente pra ele. Ignorando meu esperneio, passou as mãos debaixo das minhas pernas até minhas panturrilhas e as segurando abriu mais minhas pernas. A vergonha me inundou quando ele olhou pra baixo, para minha vagina e como senão fosse nada demais! Tentei fechar as pernas e Toushirou me segurou com força, mantendo-as abertas. Eu conheço essa posição, vi meu pai fazendo várias vezes em partos. Mas eu não estava tendo um bebê!

    - Para com isso!

    - Karin é para seu bem.

    Suspirando cansado olhou pra mim, parando meu esperneio. Ele estava preocupado comigo, percebi surpresa.

    - Eu sei que está doendo. Muito. – estreitou os olhos, triste – Um pouco de gelo e água fria vai diminuir a dor. E não precisa se envergonhar comigo.

    Sorriu um pouco e fiquei muda. Me puxando mais pra ele, Toushirou passou minhas pernas em cima das suas, ficando entre elas como um obstetra. Olhando pra baixo ele passou o pano devagar e o choque térmico me espantou. Levantou o olhar pra mim, mas virei a cara constrangida, então continuou. Me limpando totalmente até jogar o pano pro lado. O espiei de canto e pegou o outro que estava mergulhado na água fria. Com esse, o deixou um pouco empapado e o dobrou, com pedaços de gelo nele. Se virando pra mim, colocou com cuidado e dei um pulo.

    Toushirou me olhou triste.

    - Gomem.

    - Não, tudo bem. Vai melhorar, não é?

    Não disse mais nada. Só o apertou e o segurou por uns minutos. Era muito constrangimento, eu nem conseguia olhar pra ele e realmente... Tava funcionando. Sem perceber relaxei e ouvi o quase riso. Não quis levantar os olhos, continuei encarando meus braços cruzados enquanto ele... Cuidava de mim. Isso me surpreendeu. Toushirou estava cuidando de mim. Desde aquele dia que abriu meu pulso, notei que seu comportamento mudou um pouco. E tive um estalo. Ele se sentia culpado. Por me machucar.

    Depois de umas compressas de gelo e água fria, se afastou levantando com a bacia e olhei de relance pra ela. A água estava um pouco vermelha, de sangue. Engoli em seco e abaixei as pernas. Toushirou a deixou num canto e foi até mim, sentando do meu lado com um lençol no braço. Já ia perguntar pra quê quando o abriu um pouco e forrou o lugar onde nós... Onde eu e ele... Bem, ele o forrou e me puxou pros seus braços, me envolvendo neles e deitando comigo. Ficamos de lado, um de frente pro outro descansando a cabeça no seu haori e fechei os olhos. Eu não disse nada apenas me aconcheguei no seu peito me encolhendo e o fazendo rir. O braço que estava debaixo de mim se mexeu até ficar sob minha cabeça, como um travesseiro.

    - Melhor?

    - Um hum – suspirei sentindo seu cheiro gelado – Arigatou.

    - Pelo o quê?

    Seus dedos brincavam com umas mechas do meu cabelo, alisando e enrolando.

    - Por cuidar de mim. Aquele troço funcionou.

    Me aconcheguei mais, tão cansada. Seu peito tremeu de riso, abafado para nenhum de seus soldados ouvir. Afinal, de vez em quando alguém passava no corredor, mas não me importei, só queria dormir.

    - Karin?

    - Hum?

    Ele prendeu o fôlego, esperando. O sono veio tão pesado que quando achei que já tinha dormido senti sua respiração na minha franja, tremula e insegura.

    - Acho... que te amo demais.

    Então me apertou, estendendo uma aba das blusas branca e negra do shihakushou, me cobrindo um pouco. Meus olhos estavam arregalados de assombro, com o coração disparado pelo o que ouvi.

    KARIN POF

    HITSUGAYA POV

    Acordei cedo como sempre, mas não abri os olhos. Continuei deitado e pensei que finalmente enlouqueci. Havia sonhado que estava com Karin. Eu e ela tínhamos nos entregado dentro de um quarto do alojamento do esquadrão e havia sido tão bom, tão incrível. Eu me sentia extasiado por ela ter confiado em mim, de ter me entregado sua virgindade (coisa que não fez a outro, graças a Kami) e adormecemos no quarto, abraçados. Eu estava mesmo louco. Sentia aninhado em mim o corpo quente da garota, debaixo do meu nariz seu cheiro de chocolate. Entreabri os olhos pra sair dessa tortura e prendi o folego.

    Baixei o olhar, encarando uma cabeça coberta por uma cabeleira negra. Sedosa e comprida. Ainda era noite, mas via distintamente sua bochecha. Me inclinei um pouco, me afastando e deslizei os olhos nela. Encolhida e coberta somente pela blusa do uniforme suas pernas estavam entre as minhas, procurando se cobrir com minha calça. Suspirei tremulo, de olhos arregalados e mirei para seu rosto. Relaxado de sono e num tom rosado. Meus lábios se abriram preguiçosos, num sorriso que a princípio nem percebi. Meu coração batia rápido e forte ao continuar olhando seu rosto. Era a coisa mais linda que já tinha visto. E melhor de tudo, não foi um sonho.

    Escorreguei devagar para mais perto, bem lentamente para não acordá-la e fiquei deitado encarando seu rosto. Estendi o braço de novo, a cobrindo com a aba das minhas blusas e o apoiei no futon, não enrolando na sua cintura porque queria continuar admirando seu rosto adormecido. Parei de sorrir, suspirando pensativo enquanto sentia e deixava esse sentimento me inundar. Era quente, ansioso, destemido, bondoso, às vezes inseguro (como eu me sentia agora) e sem sombra de dúvidas, imenso. Engoli em seco, meu coração acelerado e me perguntei quando foi que me apaixonei por ela.

    Não estava reclamando. Longe disso. Desde que percebi que Karin era muito importante pra mim, deixei de ver as coisas de modo tão sério. Fui obrigado a ser assim. Primeiro, quando criança as pessoas se afastavam de mim, só tendo minha avó e Hinamori como verdadeiras companhias. Depois, quando comecei a ter aquele sonho esquisito com um dragão de gelo e senão fosse por Matsumoto, teria matado minha avó com minha reiatsu. Fui obrigado a ficar desse jeito. A agir como adulto invés de ser um adolescente normal. Todos me temiam. Alguns admiravam e a maioria tinha antipatia pelo prodígio Hitsugaya Toushirou.

    Estreitei os olhos, o sono esquecido e lembrei daquele dia. Uma bola de futebol rolando até mim e sem interesse devolvi pra sua dona. Ela me encontrou naquela colina enquanto eu estava trabalhando e disfarçado num gigai. Quase ri. Me convidando para jogar uma partida de futebol. Eu me perguntava porque raios essa garota (que não tinha vaidade) insistia no assunto e também me irritava ao me chamar de criança, como os seus amigos. Não podia culpa-la. Na época, realmente tinha tamanho e aparência de um garoto de uns... Sei lá, onze anos? Isso realmente me irritava.

    Suspirei de novo, lembrando de outra ocasião quando a encontrei. Foi depois da batalha contra Aizen. Tinha tirado uma folga e... De novo... Me pediu pra socorrer seu time. Essa garota só pensa em futebol? Pensei na época comigo mesmo, mas ainda sim joguei e conversamos. Ela já sabia que eu era um shinigami e que conhecia seu irmão. Novamente me irritava ela ficar me seguindo, puxando conversa e foi quando conheceu a vovó Haru. Me espantava que conseguia ter assunto com ela e quando me ofereceu lugar pra ficar nesses dias sua irmã achou que namorávamos. Ri sem barulho lembrando mais nitidamente. Eu fiquei tão incomodado, tão irritado e Kurosaki Ichigo piorou me olhando daquele jeito, fingindo ciúme de irmão.

    Suspirei de novo. Acho que foi por causa disso. Ao leva-la outro dia na casa de Haru Oba-san, a senhora também fez a gracinha de que éramos namorados. Desde essa folga, volta e meia pensava nela. Se ainda continuava jogando futebol, em como havia ficado com o passar dos anos. Com a revolta de Aizen, fiquei muito ocupado como todo resto da Brigada tentando estruturar tudo que aquele sádico manipulador desfez e nunca mais tive noticias suas. Até meses atrás e foi a pior de todas. Kurosaki Karin tinha morrido e foi enviada a Rukongai.

    Quando ouvi isso não acreditei. Foi um choque. E mesmo triste com sua morte senti aquele espasmo estranho. Claro que fiquei abalado. Nunca tinha me passado pela cabeça que um dia isso iria acontecer. Ela era tão nova. No entanto, acho que me sentia preso pela diferença gritante e inegável que antes existia.

    Eu – um shinigami

    Ela – uma humana

    Eu – uma alma

    Ela – ainda viva.

    O fato que Karin passou a ser uma alma, vivendo no mesmo mundo que eu me causou um espasmo involuntário de ansiedade quando ouvi seu irmão chorar, dizendo seu nome. Foi tão vergonhoso, tão impróprio e num momento de sofrimento ainda mais, mas ainda sim senti isso. Era uma chance que sequer notei que esperava. Uma chance não de vê-la morta, mas de um futuro que pudesse durar. Sem barreiras. Eu realmente estava apaixonado por ela e nem tinha percebido e agora, a olhando dormir tão tranquila nos meus braços, entendi que esse sentimento cresceu. Cresceu, mudou e ontem antes de dormir confessei tremulo e inseguro para ela. Eu a amo.

    Suspirei outra vez, meus olhos brilhando de tão espantado ao cair em mim. Meu Deus! Eu amo mesmo essa garota! E de uma maneira tão profunda. Cheguei mais perto, fechando os olhos e encostando a testa na dela. Meu braço enrolando em sua cintura. Karin tinha um cheiro tão gostoso. Chocolate. Sorri sozinho. Precisei ficar bêbado e roubar suas fitas de cabelo para descobrir. Respirando fundo enchi os pulmões dele, relaxando. Nunca vou contar que coleciono suas fitas de cabelo por causa do seu cheiro.

    Abri de novo os olhos, pensativo sobre o que houve conosco. Não foi uma simples noite fogosa pra mim, ela não era uma meretriz para ser tratada desse jeito e muito menos passaria a ser somente minha amante. Pensei seriamente, o que Karin significava pra mim agora?

    Namorada? A palavra me soou como muito pouco agora.

    Parceira, então?

    Naquela luta onde fizéssemos a barricada, só nós dois. Foi uma experiência de tirar o folego. Sem explicar, ela sabia o que eu ia fazer e vice-versa. Nossos ataques e defesas combinados causaram tanto reboliço que nos apelidaram. Sorri de novo. “Tempestade de Gelo”. As zanpakutous supremas de Gelo e Vento lutando juntas. Nada mal.

    Contudo, Karin não era apenas isso pra mim. Era mais. Gosto da sua companhia, gosto do seu jeito. Lutar ao seu lado é incrível e com certeza meu desejo por ela não é nada pequeno. Mas quero protege-la, quero cuidar (como fiz ontem) Eu quero... Viver ao seu lado. Sabendo que é minha e só minha, como eu pertenço à ela e de mais ninguém.

    Suspirei de novo. Que complicado. O que ela é pra mim? Então tive um estalo. Claro, como não vi antes? Hyourinmaru já me disse várias vezes. Karin era minha Companheira. Alguém que se encaixa perfeitamente no que sinto. Outra palavra equivalente seria Esposa. Mas logo será assim também. Isto é, se ela me aceitar como marido. E eu faria questão em insistir até que diga sim.


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