Yoo,
Percebi recentemente que as notas finais não estão aparecendo mais no Oa
Agora é um lugar a menos para eu bostejar
Enfim, vamos dar sequência a nossa novela mexicana, então
ALOW SBT, PATROCINA NOIS
Boa leitura ^^
Atualmente...
Depois que Morte terminou de contar a história de seu ponto de vista, Edward começou a contar o que havia acontecido em sua linha temporal. Contou que era verdade que havia encontrado um livro dos Mephistos logo depois da cidade de Taric (Edward ficou surpreso ao descobrir que havia sido Lúcifer que implantou ele lá) e que Mikaela retirou uma magia dele para derrotar o Bahamut. Não contou que Mikaela também havia morrido e nem sobre a guerra contra os anjos, achou melhor omitir esta parte.
Quando o assunto entre os dois acabaram, o sol já estava no alto. Morte ergueu-se da rocha e cortou o ar com a foice, abrindo uma fenda vermelha que levava para o reino do medo.
— Está na hora de fazer o que prometeu. — Morte retirou do bolso do sobretudo um papel e esticou a Edward. — Fique com isso. — Depois, retirou o colar de cristal azul do pescoço. — Dê para Deckard e Miana.
— O colar será entregue e eles saberão da verdade. — Ed pegou os dois e guardou. — Seu erro foi ter admitido e aceitado tão rápido sua fraqueza.
Edward ergueu a foice para subjugá-lo, mas neste momento sentiu a foice ficar muitas vezes mais pesada do que deveria e sentiu intensa dor de cabeça. Pela primeira vez, a ressonância entre Edward e Lizzie estava completamente dessincronizada. "Lizzie, o que há?!", pensou ele, sentindo o peso aumentar gradativamente, assim como a dor.
“Eu... eu posso matar tudo e todos, mas... mas não você”, Liz sussurrou de volta. “Não você, Edward”.
O peso da foice era tanto que o chão se afundou, abrindo várias fissuras, e a dor de cabeça Edward aumentou ao ponto de deixar sua visão trêmula e embaçada. "Lizzie, o que está na sua frente não é Edward e nem Morte, é apenas uma casca vazia lutando para não ser corrompido. Nem a você daqui está ali mais. Eu já decidi acabar com a dor dele, mas é você quem decide se ele vai morrer ou não."
Morte observou a dificuldade que o seu eu de outra linha temporal sofria, e entendia muito bem o motivo daquilo tudo. Esboçou um pequeno sorriso sem mostrar os dentes. Ficou feliz em saber que aquela Lizzie ainda tinha sentimentos próprios e independentes, e ainda mais por serem tão sensíveis. Então não se incomodou com a demora, esperou calmamente.
Com grande esforço, Edward conseguiu mover sua lâmina em direção ao Morte. No meio do trajeto, a foice tornou-se tão leve quanto uma pena, sua dor de cabeça sumiu e a visão voltou ao normal. Sob o barulho sutil da lâmina, a cabeça fora decapitada, e, pela força inicial que Edward tinha feito, resultou no rasgo profundo do solo. A cabeça de Morte rolou pelo chão e seu corpo caiu para frente, e o chão fora maculado pelo seu sangue. Imediatamente, o solo ao redor do corpo começou a apodrecer. As árvores em volta começaram a apodrecer também e suas folhas a cair; flores murcharam e perderam sua cor; a grama verde tornou-se negra e sem vida. Por até onde Edward conseguisse enxergar tudo havia morrido, talvez ido além de seu campo de visão. "Então é isso o que acontece se eu morrer? Que piada", pensou.
Ele trouxe a foice para seu peito e transformou-a em Lizzie, e ela pressionou a cabeça contra seu peito e começou a chorar demasiado. Edward afagou os cabelos dela.
— Nós fizemos o certo, Liz. Uma hora você irá entender isso. Até porque, nunca um...
— ...sem o outro — ela completou, em meio aos soluços.
Naquele momento, Edward refletiu sobre havia acontecido nesta linha temporal e no que havia acontecido na sua. Perguntou-se se sempre Mikaela teria que morrer para Bahamut também morrer e que seria ele sempre o carrasco para tal. Pensamentos mais sombrios sobre isso começaram a tomar conta, mas Edward balançou a cabeça para dispersá-los.
Depois de alguns minutos, enfim Lizzie havia conseguido controlar suas lágrimas, porém ainda mantinha um semblante triste. Ao mesmo tempo e de maneira inconsciente, os dois levaram seus olhares para o corpo do Morte, contudo não estava mais lá. Lizzie e Edward se entreolharam perplexos.
“Mas que porra foi essa?”, sussurrou Sombra, demostrando que até ele estava surpreso.
Erguendo a cabeça, Edward fintou o céu ensolarado e limpo. "O que você irá fazer, Vida?", pensou.
Sem mais enrolação, ele aproximou-se da fenda que Morte havia aberto. Quando fez que ia colocar Lizzie em suas costas, ela protestou segurando firme, querendo ficar em seus braços, e Edward continuou segurando-a. Sem hesitar, o capitão dos Selos adentrou na fenda.
***
Ao sair do outro lado da fenda, os dois já se encontravam no Reino do Medo. Eles estavam em uma área circular com pequeno diâmetro, sendo que uma longa escadaria se alavancava em sua frente. O chão, cheio de rachaduras, parecia ser feito de uma rocha com um negro bem denso. Edward olhou para cima e deparou-se com o céu laranja e completamente sem nuvens. Três sóis ardiam sobre o Reino, sendo que dois deles pareciam bolas de fogo gigantes, o que explicava o intenso calor que sentia; e um estava em eclipse. Além disso, destroços rochosos de variados tipos de tamanho flutuavam. Sons estranhos ecoavam, como se fossem gritos. Curioso, direcionou-se até a borda da área e olhou para baixo. Sob o Reino, encontravam-se diversas almas penadas lamentando-se, retorcendo-se e gritando de dor pelo sofrimento eterno. As almas geralmente eram azuis e translucidas, mas aquelas eram negras e densas. O fluxo de almas era tão intenso que parecia ser um mar negro, todavia Edward não conseguia enxergar seu destino. Não deixou notar também que toda a parte rochosa, que ele julgou ser toda a extensão do Reino, flutuava, assim como o Reino dos Céus flutua sobre as nuvens. "Há uma grande diferença entre flutuar sobre nuvens e flutuar sobre almas penadas, imagino", Edward pensou. Sem mais observações, começou a subir os degraus.
“Talvez seja melhor evitar enrolação, Morte”, sussurrou Sombra. “Certamente o tempo aqui transcorre diferente do Reino dos Humanos. E não tem como sabermos se transcorre mais lentamente ou rapidamente.
— Ora, bem observado, Sombra. Chuto que o tempo aqui deve transcorrer mais rápido — supôs Ed. — Viu como você consegue ser útil mesmo não precisando tomar conta do meu corpo e sair matando qualquer coisa que se move?
Lizzie abriu um sorrisinho com isso, e Edward alegrou-se ao ver que ela ficaria bem.
“Vá se foder”, esbravejou Sombra.
No fim da escada, o chão alargou-se e uma floresta de árvores negras sem folhas surgiu em sua frente. Apesar da aparência, as árvores estavam longe de serem podres. Enaltecendo ainda mais a beleza sombria do local, mais a frente havia um grande castelo negro. No topo deste castelo, crescia uma gigantesca e espessa árvore, que tinha seus troncos e raízes — estas entrelaçavam-se pelo castelo — negras, mas, diferente de todas as árvores dali, esta detinha folhas vermelho-sangue que cintilavam intensamente.
A partir da fissura do chão, Edward observou uma alma penada começar a materializar, e, com um grito agoniante, avançou em sua direção. Ele passou a segurar Lizzie com apenas seu braço esquerdo e agarrou a alma com sua mão livre. Era excessivamente grudenta e de textura gomosa; juntando isso a sua coloração negra e densa, parecia ser piche. As escleras dos olhos de Edward tornaram-se negras e a íris azul começou a brilhar intensamente. Desta forma, ele conseguiu descobrir que aquela alma pertencia a uma criança. "E se fossem meus filhos no lugar dele?," pensou Edward de maneira involuntária. Este auto-questionamento o incomodou mais do que imaginava. Seu braço ardeu em chamas azuis; a alma debateu-se e gemeu de dor. Quando a movimentação cessou, um brilho azul emanou e alma sumiu, demostrando que fora expurgada.
— Você não irá se perder agora. Descanse em paz — disse.
E eles prosseguiram caminho floresta negra adentro. Por estarem em um ambiente hostil e desconhecido, Edward achou melhor não sair por aí voando. O visual daquela floresta era bastante sombrio, mas conseguia ter o afeto mútuo de Edward, Lizzie e Sombra — o que provavelmente não era coincidência. Mais almas penadas atacaram-nos, entretanto Edward as expurgou sem nenhuma dificuldade. Tirando isso, os dois não encontraram mais nenhuma complicação dentro da floresta.
Do lado de fora desta floresta, porém, as almas penadas começaram a amontoarem-se uma sobre a outra em enormes proporções. Com isso, resultou em dois altos amontoados grotescos de almas negras que tomaram forma semelhante a um corpo. Os gritos de lamento e dor tornaram-se ainda mais altos e angustiante. O tamanho oscilava conforme as almas movimentavam-se: umas se perdiam do corpo e outras adentravam.
— Liz...? — chamou Ed.
Lizzie fintou as almas por um tempo, em silêncio. Quando viu que elas estavam conseguindo se mover na direção deles, virou seu rosto para Edward — seu semblante tristonho havia diminuído.
— Estou bem, Ed. Vamos.
Edward imediatamente transformou Lizzie em foice, fazendo-a cintilar e sibilar. Com a transformação, os dois sentiram algo diferente; uma sensação estranha, porém boa. Talvez fosse reflexo da maior aproximação que os dois recentemente adquiriram, intensificando seus lanços e, consequentemente, a ressonância entre eles. Seu poder havia aumentando apenas com isso.
O amontoado de almas moveu seu não-braço em direção a Edward, que por sua vez apenas balançou a foice. O corte percorreu por toda a extensão do não-braço e dissipou as almas que o formavam. Voando em meio a elas com suas asas de energia negra, Edward pairou sobre a anomalia, fez seu braço esquerdo ficar envolto em chamas azuis e disparou um intenso turbilhão, assim dissipando e expurgando as almas que o formava.
De pronto, Edward mergulhou em direção ao chão e redirecionou-se até o segundo amontoado de almas, e, com um movimento de sua foice, cortou as duas não-pernas da singularidade. Sem sustentação, o não-corpo começou a tombar. Concentrando, novamente, suas chamas azuis em seu braço, Edward atirou um turbilhão para cima, também dissipando e expurgando aquele amontado de almas penadas. Por alguns instantes, o lugar havia colorindo-se pelo brilho azul das almas sendo libertadas de seu eterno sofrimento.
O capitão dos Selos sobrevoou do lado de fora da estreita passarela que levava até o castelo. Ele viu que sob a rocha flutuante que sustentava o castelo havia um buraco com enorme dimensão de diâmetro e que não era possível ver seu fundo. Nele, as almas penadas, vindas de diferentes pontos, criavam um vórtice e desciam até o vazio; parecia um rio e sua cascata. Do vazio, emergia energia vermelha, como fumaça, e ele não deixou de notar que elas não subiam além do subsolo daquele continente flutuante. Voando mais baixo, conseguiu ver que as espessas raízes da árvore sobre o castelo desciam até por debaixo dele e que as pontas destas raízes eram cristalizadas. Com estas observações, Edward chegou à conclusão que a energia vermelha era o medo. As almas penadas sofriam intensas torturas ciclicamente para extrair, pelo medo, esta energia vermelha, que por sua vez eram absorvidas pelas raízes e a árvore alimenta todo este Reino, deixando-o vivo.
Não querendo perder mais tempo, Edward voou até o castelo e pousou de frente para ele. A porta de pedra era gigantesca. Imagens de almas sofrendo estavam entalhadas por toda sua extensão e os olhos emanavam a energia vermelha e era como se observassem você. Nem um pouco incomodado com essa sensação, ele encostou sua mão na porta e começou a empurrá-la.
“Mas que diabos você pensa que está fazendo, Ed?!”, sussurrou Liz.
— Como assim? — Edward arqueou uma sobrancelha. — Eu preciso abrir a porta para entrar no castelo, oras!
“Eu sei! Mas você está abrindo a porta com a mão!”
— Ah, é verdade! — Ele deu um tapinha cabeça. — Obrigado por avisar, Liz.
Então, Edward explodiu a porta da entrada do castelo com um chute.
Continua <3 :p