“Acordei no hospital, pouco depois de tudo ter sido resolvido. A mulher de capa branca havia sumido, mas sua capa e seu relógio estavam em cima do criado mudo. Eu me mexia com dificuldade, meu braço e minha perna estavam imobilizados. Tomika entrou no quarto junto com a enfermeira e ela me deu um sorriso de alivio que me deixou feliz, realmente feliz. Tínhamos evitado uma desgraça maior que a que iria ser causada... Tomika então olhou para a capa e falou”
- A garota da capa branca disse que isso era um presente pra você. Ela disse que era da sua mãe e do seu pai. Incrível como ela tem um jeito doce de fazer tudo parecer bem com aquele sorriso...
- Da mamãe e do papai? Mas... Como ela teria essas coisas? A não ser que...
- Que ela seja do passado? É, foi o que eu pensei quando ela disse isso. Eu pesquisei na web, a capa é igual a que a sua mãe usava quando era uma heroína. Ela realmente pode ser sua mãe. Ou não. Você já viu alguma foto dos seus pais?
- Vovó tinha apenas uma foto, de quando eles eram adolescentes... Sabe, realmente não sei nada sobre meus pais. Nunca tive essa curiosidade, apesar de herdar o legado deles...
- Bem, você vai ter bastante tempo pra pesquisar. As aulas na UA só vão voltar semana que vem, e vai demorar um tempo pra toxina da Poisonous Viper fazer efeito... Então vai ter que ficar pelo menos uns dias de cama. Sua vó está vindo. Tokoyami Sensei quer falar com você. Boa sorte...
“Ela saiu e o Tokoyami Sensei entrou e sentou-se ao meu lado, e em um breve suspiro ele disse”
- Você não vai participar dos estágios para herói. Já arrumei dois tutores para te fazerem esse favor, você vai fazer estágio com Blind Mirror e com a Número Um do Mundo, ela veio aqui para tutelar você. Tem que se sentir agradecida. Não é qualquer um que a Nightcrawler aceita tutelar.
- Por que eu recebo esse tratamento especial?! Por acaso sou algum tipo de mocinha indefesa que tem que ser vigiada? Eu não quero saber desse tratamento especial, eu quero ser uma heroína como todos os outros. Entenda Sensei, eu posso me cuidar, eu posso fazer o estágio!
- Sem teimosia, a decisão foi tomada pelo diretor Iida, então não há nada que você possa fazer. Sinceramente, eu poderia tutelar você, mas nas situações atuais... A All For One tem mirado em você em todo o tempo, parece que ela está sempre dois passos a nossa frente. Em um segundo ela assassinou mais de 15 heróis profissionais, e, se o alvo verdadeiro dela é você, é uma razão pra ficar mais forte e mais rápido.
- Mas...
- Sem mas. A decisão foi tomada, assim que o efeito da Poison Heal começar, você vai para o estágio especial.
- Tudo bem...
“Tokoyami Sensei saiu e eu me sentei na cama, olhando de canto a capa e o relógio. Eu acho que finalmente chegou a hora de conhecer meu passado de verdade. Quem eram realmente meus pais, isso podia me dar uma pista de quem era a All for One e de como eu poderia enfrenta-la. Eu tive muita sorte de ter meus companheiros por perto, mas agora, teria que ficar mais forte sozinha, a todo custo. Eu não sabia se isso era bom ou ruim, muito menos se iria sobreviver a isso... Mas eu precisava tentar. Então foi quando peguei a capa que minha vó entrou no quarto. Ela tinha um sorriso reconfortante.”
- Você tem passado por poucas e boas, minha amada Nyanru... Sinceramente, eu preferia que deixasse isso de lado e fosse pra casa, mas como não impedi sua mãe, não vou conseguir te impedir...
- Vovó... Como minha mãe era? E me meu pai?
- Acho que finalmente chegou a hora de dizer... Querida, seus pais eram heróis, mas, também eram cientistas. Eles tentavam criar a individualidade perfeita, alguém que conseguisse superar os poderes do Deku... Foram muitas tentativas, até que finalmente, eles decidiram cruzar suas próprias individualidades... O resultado disso foi você, Nyanru. Seus pais sabiam que era arriscado fundir individualidades temporais assim, mas fizeram isso por amor a ciência deles e por amor a você, eles seguiram até o fim. Você foi o vigésimo sexto bebê, mas o único criado por eles, foi você.
- Essa capa e esse relógio... São deles?
- Sinceramente não sei como conseguiu isso, mas sim, são deles. O relógio tem uma mensagem que seu pai gravou no dia que você nasceu e a capa era a preferida da sua mãe.
- Entendo... Não estou triste, mas... Pode me dar um tempo a sós?
“Ela deu um aceno com a cabeça e saiu. Eu fiquei olhando a capa e o relógio. Eu queria que aquilo fosse mentira. Mas devia aceitar a verdade como ela era. Minha vó me criou, mas sinceramente? Mãe... Pai... Nesse momento, tudo que eu queria era um abraço de vocês...”
Continua