Os Cinco Selos

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    Capítulos:

    Capítulo 162

    Monmog e Manmog

    Linguagem Imprópria, Mutilação, Violência

    Yooo,

    Tudo pão?

    Eu disse que no fim do mês eu fazer comparação de views, mas eu acabei esquecendo de novo

    Bem, mês que eu vem tendo de novo. Provavelmente irei esquecer

    Boa leitura ^^

    Camille estava sentada em seu trono. Estava equipada com sua armadura dourada completa, exceto pelo braço direito nu. Aiken havia dito que tinha grandes chances de demônios invadirem a cidade enquanto estivessem fora. Sem duvidar da capacidade de um Selo, ela extraiu todos seus moradores tento todos seus soldados escoltando-os, com a exceção de seus Guerreiros Sagrados.

    Perguntava-se agora se devia tê-los extraído também. Camille nunca teve filhos, mas adotou e cuidou de cada um deles como se fossem. Seu coração ainda doía muito pela recém morte de Barek, e a dor só aumentava conforme pensava nos rostos dos vários outros guerreiros que morreram. Não queria que mais mortes acontecessem. Porém ela sabia que iriam se recusar a deixá-la. O que tinham de teimosia tinham de força. Teria que confiar na capacidade deles. Deu um longo suspiro e esboçou um sorriso.

    — Crescem tão rápido... — Seu sorriso esvaiu para uma expressão séria tomar conta. — Está na hora.

    Camille levantou-se do trono e desceu os degraus. Em cima da extensa mesa, pegou sua Relíquia de Guerra, calçou-a em sua mão e puxou até cobrir todo seu braço direito.

    — Relíquia de Guerra: ativar.

    Das fissuras da manopla dourada, a energia roxa começou a emanar fortemente.

    A Rainha de Arcádia caminhou pelo salões e corredores de seu castelo, todos vazios. Passou pela ponte que intercalava o castelo com o pátio frontal do castelo e parou, aguardando seu inimigo.

    Os dois demônios entraram no campo de visão da humana. As aparências de ambos eram iguais: pequenos, seus rostos pareciam ser iguais a de uma criança, manchas negras no mesmo lugar, cabelos negros curtos e, é claro, olhos negros e pele avermelhada. Porém haviam coisas que os diferenciavam. A única asa, chifre e olho — ambos negros —  ficavam no lado direito do corpo de Monmog, enquanto em Manmog ficavam em seu lado esquerdo.  Além disso, Monmog empunhava um machado de um gume em sua mão direita e Manmog em sua mão esquerda.

    — Mais gêmeos não, puta que pariu — resmungou Camille para si. Depois de suspirar, voltou a encarar seriamente os demônios. — Vocês ousaram adentrar em meu reino, agora só sairão daqui mortos, demônios.

    Os demônios gêmeos penderam a cabeça para o lado e depois entreolharam-se.

    — Monmog, aquela humana está tentando nos ameaçar?

    — Sim, Manmog. Aquela humana acha que nos amedronta.

    — Monmog, o que iremos fazer com ela, então?

    — É obvio, Manmog. Iremos matá-la.

    Ao término de suas palavras, Monmog avançou voando em direção a rainha de arcádia desferindo um golpe com o machado. A manopla de Camille converteu sua mana em uma espada de energia roxa, que brandiu contra o machado. O impacto resultou em uma forte ventania. Manmog investiu contra o flanco direito, mas Camille saltou para cima, e o machado cortou o ar.

    A espada transformou-se em cinco esferas de energia. No ar, Camille gesticulou seus dedos da mão direita e as esferas responderam ao movimento. Uma delas desceu e acertou Manmog em cheio nas costas, afundando-o no chão. Uma segunda investiu contra Monmog, que se defendeu com o machado, mas fora jogado para trás.  A Rainha de Arcádia chegou ao chão, seus dedos se mexiam sem parar. As esferas confrontavam os demônios, fazendo-os recuar e ficar em posição defensiva, bloqueando com machado e esquivando.

    Irritando-se com a situação que estava, Monmog conseguiu passar por entre as três esferas e lançar-se em direção a humana, acertando-a com uma forte ombrada. Camille fora projetada para trás, rolando. Erguendo-se, observou o mesmo demônio continuando o ataque, porém, desta vez, com o machado. As esferas desmancharam-se e foram convertidas em energia novamente, transformando-se em um escudo roxo, bloqueando o pesado golpe do machado. Em resposta, Camille desferiu um forte soco de esquerda no rosto de Monmog, arremessando-o até Manmog.

    — Monmog, aquela humana é mais forte do que o normal?

    — Sim, Manmog. — Monmog cuspiu sangue. — Ela é.

    Camille gargalhou.

    — Vocês invadem o último reino dos humanos e ainda subestimam a Rainha? — Ela os fintou. — Para demônios tão evoluídos, ainda são bem burrinhos.

    Os demônios não se expressavam, mas Camille notou um rápido franzir de cenho dos dois. Sorriu ao perceber que conseguiu ofendê-los.

    — Monmog, o que iremos fazer?

    — Não economizar forças, Manmog. E fazer ela virar pedacinhos.

    Sincronicamente, os gêmeos demônios emanaram sua energia vermelha e começaram a atirá-la em forma de corte com o machado em direção a Rainha. O escudo de energia transformou-se nas esferas roxas, que começaram a circular o corpo de Camille em elevada velocidade. A energia vermelha confrontava as esferas, todavia era dissipada, deixando Camille imaculada. "Os dois começaram a levar a luta a sério", pensava, "tenho que acabar com pelo menos um deles logo, se não vou começar a ficar em desvantagem."

    Pacientemente, Camille aguardou para encontrar o momento certo para avançar, observando os golpes brandirem contra sua defesa. Quando ela achou uma brecha no padrão de ataque, avançou. As esferas converteram-se em energia, envolveram o antebraço direito de Camille e tomaram forma de um grande punho. Ela atingiu em cheio o Monmog com o poderoso punho, jogando-o violentamente a metros dali com a explosão de energia roxa, destruindo o que estivesse no caminho. Manmog não se assustou e atacou com o machado, atingindo-a na costela, contudo a armadura da humana absorveu bem o impacto. Camille tentou golpear com a direita, mas o poderoso punho deixava sua movimentação lenta, o que deu tempo suficiente para o demônio saltar para trás.

    Camille empunhou a espada de energia roxa e estocou. Manmog gingou seu corpo para o lado e teve apenas o peito rasgado pela lâmina. O demônio girou o corpo e desferiu um golpe com o machado, mas a Rainha moveu sua espada rápida o suficiente para conseguir aparar o golpe.

    Percebendo a nítida desvantagem em um combate direto mano-a-mano, Manmog começou a voar.

    A espada de Camille transformou-se em um machado de um gume, que fora atirado em Manmog. O demônio teve sua asa cortada pelo machado e caiu diretamente na mão esquerda da Rainha, que se fechou em seu pescoço. Camille afundou Manmog contra o chão e esticou sua mão direta. Quando o machado recaiu sobre sua mão, ela fechou os dedos e abaixou o braço com tanta força que, no momento que o machado se encrustou na cabeça de Manmog, houve um alto estalo do crânio rachando-se e o solo fragmentou.

    Camille se levantou, pisou no peito do demônio e descravou o machado da cabeça dele. Sangue esguichou e miolos saíram do crânio entreaberto. Ela cuspiu no demônio, nem um pouco enjoada com a cena.

    — Uma imundice a menos.

    Monmog se aproximou novamente do pátio frontal do castelo. Seu olho arregalou-se ao ver o corpo morto de seu irmão com a humana por cima.

    — Man...mog?

    Inesperadamente, o braço esquerdo de Monmog tornou-se grande e musculoso, e com o direito o mesmo logo após. Seu torso se expandiu, assim como suas pernas. O chifre, olho e asa que faltavam em seu lado esquerdo do corpo cresceram. Em questão de segundos, o pequeno demônio tornou-se em uma monstruosidade musculosa de mais de quatro metros.

    Sem precisar pensar duas vezes, Camille recuou uma boa distância.

    — Manmog...

    O poder dos gêmeos era mais ardiloso e traiçoeiro do que alguém possa prever. Se algum dos adversários conseguisse matar um deles, o que sobrevivesse teria seu poder aumentado muitas vezes pelo desejo de vingar seu irmão morto. Caso conseguisse saciar este desejo por sangue — que já dizimou muitas cidades —, o corpo dele iria dividir-se novamente e voltar ao normal, assim seriam dois novamente.

    — A situação ficou ainda pior — analisou Camille. — Modo de Ataque: alvos múltiplos.

    As cinco esferas de energia roxa pairaram sobre Camille. Com a movimentações dos dedos, as esferas responderam avançando em direção ao demônio. Monmog simplesmente moveu seu braço, e as esferas foram completamente obliteradas. "Tão forte quanto pensei que seria, porém lento", pensou Camille.

    — Modo de Ataque: alvo único. — A espada de energia roxa formou-se na mão de Camille e a energia roxa começou a emanar por todo seu corpo.

    A Rainha de Arcádia avançou frontalmente com o demônio. Monmog começou a mover seu lento e pesado braço para atacar, mas a humana redirecionou o avanço para flanqueá-lo, obrigando-o a mudar o curso de seu ataque. Observando o demônio mover o pesado corpo, Camille parou repentinamente e jogou-se para trás, voltando para sua posição anterior de ataque frontal. Monmog não conseguiu acompanhar as rápidas alterações de curso, e teve um rasgo aberto em sua perna direta. Camille se afastou após seu ataque. Não estava satisfeita. O seu golpe deveria ter arrancado a perna dele fora, mas os músculos eram rígidos demais.

    Monmog pareceu nem mesmo sentir aquele corte. Ele virou-se para a Rainha, pegou uma pedra do chão e atirou nela com muita força. Camille arregalou os olhos, sua espada virou um escudo para protegê-la da pedra. O impacto fora tão forte que ela foi arremessada metros dali, caindo direto nos escombros onde ela mesma havia atirado o demônio minutos antes. Camille gemou de dor ao levantar, mas conseguiu manter-se firme. Observou o demônio aproximar-se com mais pedras na mão.

    Ela inspirou e expirou.

    Camille levantou sua perna esquerda, equilibrando-se sobre a perna direita. Moveu sua mão esquerda para frente, enquanto ergueu a mão direta acima da cabeça.

    — Modo de Ataque: dança da morte.

    Uma lança de energia roxa materializou-se na mão direita dela, com a lâmina apontada para o demônio. A energia roxa começou a entrelaçar pela sua armadura dourada como se fossem fitas.

    Monmog disparou a pedra. O pé esquerdo de Camille tocou o chão e ela girou, fazendo a lâmina da lança cortar a pedra ao meio. Então a humana avançou, e o demônio continuou atirando pedras contra. Ela desviava e cortava as pedras com movimentos extravagantes com seu corpo, como se fosse uma graciosa dança. Quando, enfim, a lança de haste longa conseguiu alcance o suficiente para atingir o demônio, Camille saltou, rodopiou no ar e, de baixo para cima, sua lâmina da lança rasgou a monstruosidade da cintura até o olho direito. Monmog grunhiu de dor e desferiu um golpe com sua mão direita, contudo a Rainha saltou para longe, e o punho errou seu alvo, abrindo uma cratera no chão.

    Voltando a sua posição inicial sobre sua perna direita, Camille inspirou e expirou, dispersando seu medo e adrenalina em seu corpo, deixando seus músculos menos tensos.

    Monmog, sentindo seu corpo latejar, observou o sangue escorrer em direção ao chão, gotejando. Ele fintou a humana com seu, agora, único olho negro.

    — Humana... mais... forte que... eu já.... enfrentei — admitiu o demônio, sem tirar seu profundo olhar negro sem sobre a humana.

    — E farei de tudo para que eu seja a última a te enfrentar, demônio — replicou Camille, com seus olhos roxos intensos e severos.

    Após mais poucos segundos de calmaria e tensão elevada, a Rainha de Arcádia foi a primeira a avançar. Monmog bateu o pé no chão, fragmentando o solo em direção a humana. Camille saltou e, novamente, rodopiou no ar e abriu outro corte no torso do demônio, porém, desta vez, de baixo para cima. Monmog tentou mais uma vez golpear com seu punho. Camille, de cabeça para baixo, tocou o solo com a mão e, com sua energia roxa, impulsionou-se para cima, passando girando sobre a cabeça do demônio. Tendo as costas desprotegidas do demônio em seu alcance, ela rapidamente estocou, penetrando a lâmina da lança e rasgou-o de dentro para fora. Monmog novamente grunhiu de dor. Enfurecido, começou a girar seu pesado corpo. Camille agachou — a monstruosa mão passou centímetros de sua cabeça — e girou, abrindo mais um corte na perna. Porém, simplesmente por puro azar, o pé da Rainha prendeu-se em um sulco do solo fragmentado, fazendo-a perder totalmente seu equilíbrio. Aproveitando-se desse vacilo, Monmog agarrou-a com a mão e ergueu.

    Com um sorriso tão grotesco quanto sua risada, o demônio começou a aperta sua mão, e Camille começou a gritar de dor. Ela debatia seus braços para tentar desesperadamente libertar-se do intenso aperto, sua energia roxa começou a acumular-se em sua Relíquia de Guerra. Monmog, sabendo que aquela arma no braço dela era perigosa, agarrou o braço dela com a mão livre e desmembrou-a rudemente. Camille berrou de dor ao ter seu braço arrancado.

    Mudando de ideia, Monmog jogou a humana fortemente contra o chão.

    — Humana... morrer... como Manmog.

    Ele caminhou até o machado pequeno demais para sua grande mão, que outrora pertenceu a Manmog, e pegou-o.

    Camille estava deitada sobre o chão. Sua mão esquerda apertava onde deveria estar seu braço direito. Seus dedos era a única parte do corpo que sentia quente, por causa do sangue fluindo de sua ferida. Se cabelo roxo estava empapado de suor e colado em seu rosto. Sua consciência vacilava. Seus olhos, cansados e sem forças, fintavam o céu azul sobre ela.

    — Se realmente existir algum deus... por favor, me de forças para matar este demônio e salvar... — Lágrimas começaram a escorrer pelos seus olhos. Estranhamente, sua voz não oscilava, saia firme e forte. — Salvar minhas crianças.

    Então, como se os deuses respondessem a suas suplicias, o céu azul tingiu-se de um intenso vermelho. Camille arregalou os olhos ao ver a cena, porém, o que ela não sabia, é que aquilo fora causado por um Selo.

    — Seu desejo foi escutado em alto e bom som.

    Monmog, que estava distraído com o céu vermelho, assustou-se com a nova voz. Ao seguir o som, uma espada cravou-se um pouco distante em sua frente. Percebeu que aquela lâmina com várias caveiras e runas em sua face emanava uma própria aura assassina.

    Camille moveu sua cabeça em direção a nova voz e encontrou os olhos amarelos cintilante e intensos do Deus da Guerra sobre ela. Kleist agachou, retirou a mão dela de cima do ferimento e repousou cuidadosamente a própria mão sobre.

    — Vai doer — avisou.

    As chamas amarelas envolveram a mão, queimando a ferida, e Camille berrou de dor até desmaiar. Após cauterizar a ferida, Kleist pegou a Rainha nos braços e afastou-a até um lugar mais seguro, perto da ponte. Retirou seu casaco — deixando seu musculoso e definido torso nu —  e cobriu a mulher que corria sérios riscos de vida.

    Guerra caminhou calmamente até sua espada, repousou sua mão no cabo e ergueu a cabeça para encarar o demônio. Por sua vez, Monmog abaixou seu olhar para encarar o Selo inexpressivo.

    — Você... um Selo... — afirmou Monmog. — Mostre... toda... força.

    — Não — negou Kleist. — Irei mostrar metade, e só por um segundo.

    Sentindo-se subestimado, Monmog ergueu seu grande e pesado braço direito. A energia vermelha começou a acumular-se abundantemente no membro, com tanta pressão que o vento ao redor sibilava fortemente e sentia-se leves tremores. Quando o demônio fez que ia abaixar o braço, Kleist disse:

    — Despertar: Deus da Guerra.

    As chamas amarelas explodiram subitamente, engolidos os dois seres. Um segundo depois, as chamas dissiparam-se no ar. Kleist já estava de volta em sua forma humana, com a espada erguida em direção aos céus. O demônio continuava com seu braço erguido, mas não demorou muito para seu corpo, dividido em dois, recair morto e impotente no chão.

    “Você estava enganado, Guerra”, sussurrou Odin. “Um terço de sua força já era o suficiente”.

    — De fato — concordou o Selo. — Isso foi mais do que decepcionante.

    Continua <3 :p


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