Esse capitulo foi só uma aposta que tive que pagar. Eu não tinha intenção de cria-lo, mas deu uma história que senti vontade de postar. Eu vou continuar, postando um capitulo por semana.
“Uma alma saudável se compõe de um corpo saudável e uma mente saudável...”
- Sou mais do que os olhos podem ver. – Disse a garota, enquanto manejava um violino, tocando uma suave melodia, algo como uma canção de ninar. Seus olhos e cabelos negros, irregulares, contrastavam com a pele branca e lábios avermelhados. – Você tem certeza que vai querer me ter como parceira?
- Por que não iria querer? Você é uma “artesã” de nível alto, posso ver isso só pelo comprimento da onda de sua alma. –Falou um jovem rapaz, de cabelos avermelhados. Seu rosto tinha algumas poucas sardas e seus olhos eram em tom de castanho bem claro. Em sua mão tinha um cappuccino – Além do mais, eu não consigo “sincronizar” minha alma facilmente, pelo que me falaram, você sempre conseguiu fazer isso com todas as “armas” que já teve como parceiros.
- Hum... – Resmungou, enquanto terminava sua musica e começava a guardar o violino. – Por acaso já pensou que o problema pode ser você?
- Muitas vezes, para ser sincero. – Suspirou e tomou um gole da bebida, que já estava quase fria. – Penso que não sou especial o bastante para criar “sincronia” com alguém.
- Não é preciso ser especial para sincronizar, você só precisa estar em total sintonia com seu parceiro. Acho que deve saber dos boatos. Mesmo assim, quer mesmo ter a mim como sua “artesã”? - Falava a jovem, enquanto começava a sair do café em que estavam –
- Então é verdade? Todas as armas que você usa, acabam morrendo? – Questionou o garoto, seguindo a mulher – Eu não creio que eu vá morrer tão facilmente.
- Ninguém acha. Se quer um conselho, se afaste o máximo que puder de mim. – Disse, parecendo amargurada em suas palavras. Apressou-se e seguiu pela via movimentada, deixando o garoto para trás. Na verdade, as grossas palavras que disse, não eram intencionais, mas sim, um aviso. De fato, todas as “armas” que ela havia manuseado já estavam mortas. Ela não era uma pessoa normal, seu “comprimento de alma anti-demônio” era forte demais para uma arma inexperiente suportar. Mesmo as “Death Scythes” tinham certa dificuldade para aguentar a carga dela. E ela sabia exatamente o por quê disso acontecer, mas jamais contaria seu segredo para outras pessoas. – Acho que terei que conversar com o Kid. Ou melhor, Shinigami-Sama. Desde que ele proibiu a criação de novas “Death Scythes”, eu meio que fiquei sem ter o que fazer. É tedioso... – Resmungou, indo até uma janela e baforando nela. Estava disposta à conversar com a morte, embora, a ultima conversa não tenha sido boa. Escreveu então os números na janela – Shi ni shi ni go ro shi. – Ao terminar de colocar o ultimo número, a imagem de um garoto de cabelo negro, usava o manto da morte. Haviam listras brancas em seu cabelo. Ele olhou para a garota – Shinigami-Sama, preciso perguntar algo.
- Sobre as “Death Scythes”? Se for, eu já lhe disse, Naomi, não posso delegar uma “arma” dessas para uma estudante da Shibusen. – Falou o jovem, parecendo um pouco incodamodo com algo –
- Eu entendo que são as “armas” mais poderosas que existem na Shibusen. Mas, como você deve saber, na minha condição, eu não tenho como manusear uma “arma” ainda em treinamento. É preciso muita experiência para fazer uma “ressonância tripla”. – Dizia a garota – Ao menos me deixe ser a parceira substituta do Spirit, já que o Professor Stain está ocupado com a gravidez da Mjolnir.
- Lamento. Err... Será que pode arrumar seu cabelo? Ele não está simétrico e isso me deixa um pouco tenso.
- Shinigami-Sama... Não... Kid. O que supõe que eu deva fazer? Você sabe bem o motivo de eu ter virado aluna da Shibusen, sendo quem sou. –Seu tom de voz era frio. - Você acha que pode me tratar como bem entender?
- Sua relação com Eibon está fora de cogitação. Sei que é errado dizer isso, mas no momento, nenhuma arma é compatível com você. Então, até que ache uma que consiga “sincronizar”, esteja alerta. É só. – Disse o rapaz em tom sério, fazendo a imagem sumir –
- Alerta. É o que ele sempre diz. – Suspirou e saiu andando pelas vielas da Death City. – Eu vim para cá, somente para virar uma cobaia da Shibusen. É irritante. – Seu olhar estava perdido, embora, soubesse para onde estava rumando. Perdida em pensamentos, destrancou a porta de sua casa e rumou para o quarto, deitando-se na cama e olhando para o teto – Ei, eu sei que você está ai.
“Eu sempre estou aqui.”
- Acho que não vamos conseguir nada aqui.
“Eu penso o contrário. Estamos seguindo bem. Só precisamos de uma ‘arma’ nova.”
- Entendo. E o que acha daquele garoto?
“Não acho que ele vá conseguir ‘sincronizar’ conosco. Bem, vamos seguir conforme o planejado, Naomi.”
- Sim. Acho que preciso espairecer um pouco, que tal caçarmos algumas “almas corrompidas”?
“Por mim tudo bem, só não se esforce muito. Lembre-se que esse corpo não é perfeito.”
- Eu sei. – Falou a jovem, se levantando e começando a alongar. Após alguns exercícios leves, ela saiu de casa, trancando a porta e tomou rumo para os esgotos da cidade, onde algumas pessoas diziam haver possíveis “Ovos de Kishin”. Abriu o bueiro e entrou, notando que as tubulações estavam bem iluminadas, o que lhe era estranho. Geralmente esses locais eram escuros durante a noite, para ocultar os inimigos da Shibusen. Olhou em volta e começou a andar. O cheiro naquele lugar era extremamente desagradável, mas nada que a impedisse de seguir. Seguia a alma das pessoas. Apesar de ser uma “Artesã de nível 1”, tinha uma ótima percepção de alma. – Sinto muitas almas mais adiante...
“Algumas delas parecem ser humanas. Eibon disse para não ferir almas humanas.”
- É, eu sei. Está pronto? – Falou enquanto rumava para onde as almas se encontravam. – Três... Dois... Um... –Sussurrava para si mesma. A contagem descia e a frieza em seu olhar se notava mais intensa. – “Soul Resonance.”
“Soul Resonance.”
Continua.