Os Cinco Selos

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    Capítulos:

    Capítulo 154

    Próximo Passo

    Linguagem Imprópria, Mutilação, Violência

    Yooo,

    Vamos continuar com mais um capítulo dessa joça aqui, né

    Aliás, animados para copa? Já até coloquei minha foto de perfil de anime no face para passar vergonha também

    Boa leitura ^^

    No dia seguinte, ao fim da tarde...

    Edward estava sentado no telhado da casa de Deckard e Miana — trajava seu recém costurado sobretudo e Lizzie cochilava em suas costas. Estava com seu olhar fixo no nada, em silêncio e com o cigarro entre seus dedos indicador e médio.

    Mikaela se aproximou e olhou para cima.

    — Finalmente achei você! — ela disse.

    Ele continuou inerte em seus pensamentos, e Mikaela vez uma careta.

    — Meu bem...? Ed...? Edward!

    Lizzie acordou assustada com o repentino aumento no tom da voz da Mikaela. Rapidamente entendendo a situação, ela deu dois tapas na cabeça de Edward.

    — Hã? — Ele olhou para baixo e viu Mikaela. — Aconteceu alguma coisa?

    — Não... Você está bem?

    — Estou. Por quê?

    — Está fumando.

    — Fumando? — Ed olhou para sua mão e viu o cigarro. Seus olhos abriram-se como se demonstrasse surpresa, e depois jogou fora.

    "Ele não percebeu que fumava?", pensou Mika.

    Lizzie olhou para Mikaela como se estivesse pensando a mesma coisa.

    — A festa já irá começar, vamos?

    — Claro. — Ele saltou para o chão.

    E os três foram juntos em direção ao castelo. Como ontem fora um tributo para aqueles que faleceram no confronto contra os demônios, hoje seria o dia de comemoração da vitória sobre os demônios. Seria bom para aqueles que perderam seus entes queridos se distraírem. Então, todo o reino de Arcádia estava em clima de festa.

    Decorações foram espalhadas pelo reino, palcos foram erguidos para os músicos — onde uns já tocavam com suas flautas, alaúdes, ou outro instrumento, claro. As pessoas começavam a se reunir em volta das tavernas.

    Aproximando-se do castelo, lá estavam a Rainha Camille, seus Guerreiros Sagrados, os Selos e mais um punhado de soldados e serventes. A comemoração havia acabado de começar por aqui também.

    A embriaguez aumentou conforme anoitecia. Uma grande fogueira fora acessa. As pessoas, com as canecas em mãos, dançavam e cantavam girando ao redor dela.

    Um pouco distante, Edward bebia solitariamente em seu canto. Ele viu a Gabi sair discretamente da festa. Com um assobio, Edward chamou a atenção de Kleist.

    Mikaela estava de braços dados com Deckard dançando com ele ao redor da pira. Estava muito feliz. Por um instante, ela viu Edward e Kleist em um canto. Os dois trocaram sussurros e Kleist saiu da festa em seguida. Desconfiada de algo, Mikaela começou a se aproximar de Edward.

    — Aconteceu algo? — ela perguntou.

    Edward, delicadamente, colocou suas mãos nas bochechas dela e beijou-a.

    ***

    Gabi se direcionou para um lugar afastado e solitário. De dentro de seu bolso, ela retirou um cristal vermelho-sangue. Desconfiada, a mulher olhou ao redor até estar segura de que estava sozinha. Sua respiração estava pesada e o suor escorria pela sua testa. Apertando o cristal, que começara a brilhar, sussurrou:

    — Há alguém aí? O reino todo está festejando, suas defesas estão fracas. — Fez uma pausa e observou ao redor. — Por favor, respondam!

    — Vejo que o capitão estava certo. Havia um traidor.

    Ela se assustou. Com os olhos arregalados, Gabi procurou desesperadamente pela pessoa da voz, então encontrou. Sob a luz do luar, o corpo de Kleist sobre o telhado de uma casa tornou-se visível. Gabi, ao encarar os olhos amarelos intensos e frios, largou o cristal e recuou um passo. Após isso, não conseguiu se mover mais. Seus olhos trêmulos não conseguiam desviar daqueles olhos impiedosos.

    — Eu... eu posso explicar. — Gabi engoliu seco. — Pegaram minha família e...

    — Sua família foi morta no momento que foi pega. Você foi usada por todo este tempo pelos demônios — friamente cortou Kleist. — Você sabe quantos perderam família por sua culpa, mulher?

    As lágrimas começaram a escorrer pelas bochechas da Gabi.

    — Por favor...

    — Calada. Humanos... não se importam com seus iguais enquanto auto beneficiam-se. Mas, no momento que este benefício acaba, clamam por misericórdia e ajuda. Tão... repugnante. — Kleist saltou para perto da mulher, que continuou quieta e tremendo. — Meu capitão tentou lhe entregar misericórdia, mas você provou não a merecer. — Ele colocou a mão no cabo da espada. — Ele pediu para entregar-lhe uma mensagem: “este é o preço que se paga por colocar a vida de minha mulher, meus filhos e meus subordinados em risco”.

    Antes mesmo que pudesse perceber, Gabi teve seu corpo cortado verticalmente ao meio. Suas metades caíram no chão e o sangue maculou o solo. Kleist fez suas chamas amarelas arderem nos restos mortais dela, e limpou o sangue de sua espada com um chacoalhar.

    ***

    Mikaela e Edward separam os lábios. A expressão e olhos de Edward haviam se transformando em fúria. Mikaela suspirou.

    — Está deixando sua raiva transparecer — ela sussurrou perto do ouvido dele.

    Ele balançou a cabeça, e seu ar de indiferença voltou.

    — Gabi, a mulher que veio comigo, repassou a localização de Arcádia para os demônios — explicou murmurando.

    — Então você que Kleist a matasse?

    Edward assentiu.

    — Ótimo.

    Os olhos de Mikaela foram para além de Edward, e encontrou Lizzie sentada em uma cadeira com uma caneca na mão.

    — O que é aquilo na mão da Liz?

    — Bom, pelo menos até ontem anoite, chamava-se caneca — Ed respondeu.

    — Não, seu idiota. O que ela está bebendo?

    — Não me chame de idiota! Provavelmente cerveja.

    Mikaela arregalou os olhos.

    — Mas ela só tem dez anos!

    — Não. — Ed fez uma careta. — Ela tem mais de mil anos como a gente. É só a aparência dela.

    — Mesmo assim!

    A passos largos, Mikaela se direcionou até Lizzie e tomou a caneca da mão dela, que esticou os bracinhos para tentar alcançar a caneca de volta.

    — Você é muito nova para isso! — brandiu Mika.

    — Mas eu tenho mil anos! — retrucou Liz.

    — Não importa! Você é uma criança ao meu ver!

    Mikaela se afastou. Lizzie cruzou os braços e bufou, com a cara emburrada. De imediato, ela se levantou, passou por entre as pessoas e aproximou-se de Dante, que estava em companhia com Boros, o cego.

    — Dante, quero cerveja.

    — Claro. — Dante entregou sua caneca para os bracinhos esticados de Lizzie e imediatamente estava com uma segunda caneca em mãos.

    — Obrigada. — Lizzie semicerrou os olhos pensando da onde ele conseguiu uma segunda caneca tão rápido, mas por fim deu de ombros e sorveu.

    Com o afastamento de Lizzie, Dante retomou a postura ao lado do velho. Boros tomava um saboroso vinho seco.

    — Ouvi a história da aventura de você e Mary. Obrigado por ajudá-la, Dante — agradeceu Boros.

    — Então você é o mestre dela? — Dante sorveu a cerveja.

    — De todos os Guerreiros Sagrados, na verdade. Mas só ensinei a Mary sobre dominar o vento.

    — Não pude deixar de notar isso, mas ela carrega muita fúria dentro de si. Mais do que os outros. Por quê?

    — Todos os Guerreiros Sagrados chegaram a nós quando pequenos, no momento em que os demônios tiraram sua família e amigos. Com Mary não foi diferente. — Balançou a caneca de vinho. — Pelo o que entendemos, sua pequena vila fora atacada por demônios. Seus pais tinham porão secreto embaixo da casa, e a colocaram lá. Camille e eu chegamos quando toda a vila já havia sido massacrada. Escutei os gritos de Mary por ajuda. Seus pais estavam mortos em cima da porta que levava para o porão. O sangue deles gotejou em Mary, disfarçando seu cheiro. Protegeram sua filha até mesmo mortos. Mais fúria do que tristeza despertou nela.

    Dante observou Mary por um tempo. Ela se divertia junto com Aiken e Lua — serena e inocente. "Ela pode ser a calmaria, como também pode ser a tempestade. Como o vento", pensou.

    Kleist havia acabado de chegar. Ele logo olhou para o Edward e assentiu quando se entreolharam. Após isto, recostou-se em um pilar não muito afastado. Segurando uma caneca em ambas as mãos, Pietra aproximou-se de Kleist.

    — Você nunca deixa essa espada? — ela perguntou, estendendo uma caneca até ele.

    — Sinto-me pelado sem ela — explicou, pegando a caneca.

    Sorrindo, Pietra postou-se ao lado de Kleist. Eles ficaram em silêncio após sorverem o líquido da caneca.

    — Não vai procurar por ela? — perguntou Pietra.

    — “Ela” quem?

    — Não se faça de desentendido. — Suspirou. — Lucy.

    — Não — respondeu depois de um curto silêncio. — Se for seguir a data, ela nem teria nascido.

    — Deck e Mia ainda não nasceram em nossa linha temporal — replicou Pietra.

    — Lucy nasceu em Alexandria, e fora um dos primeiros reinos a ser dizimado.

    — Então, de certa forma, você a procurou. — Pietra sorriu.

    Kleist deu de ombros.

    — E seus amigos da guilda?

    — Não — ela respondeu de imediato. — Não mereço vê-los, de qualquer jeito.

    — Pietra...

    — Eu sei, Kleist. Não tenho culpa.

    Silêncio.

    Lizzie estava sentada. Não gostava de ficar em pé, muito menos dançando. Tentando esconder-se ao máximo de Mikaela, ela bebericava da caneca com olhos bem abertos e focados. De um momento para o outro, Lizzie começou a sentir uma energia forte emanar. Está energia, que pulsava, era um tanto quanto familiar, e parecia querer chamar sua atenção. Ela começou a olhar de forma fixa para Edward, que estava de costas.

    Edward sentiu um arrepio em sua nuca e instintivamente olhou para Lizzie, que sinalizou com a cabeça, ergueu-se da cadeira e começou a afastar-se. Dando uma desculpa para Mikaela, Edward seguiu Lizzie. Os dois foram até em um beco, distantes de todos.

    — O que foi, Liz? — Ed perguntou, curioso.

    — O seu eu daqui está nos chamando.

    — Ótimo. Vamos.

    Edward puxou Lizzie e colocou-a em suas costas. Sem que avisassem a ninguém, os dois foram até o limite da ilusão de Arcádia e ultrapassaram. Assim que tomou mais distância, Edward preparou-se para voar, mas parou. Ele olhou para trás e viu Mikaela parada de braços cruzados.

    — Para aonde vai? — ela perguntou.

    — Dar uma volta...

    — E pretende voltar vivo? — Mika ergueu uma sobrancelha.

    — Mas é cla-

    — Há dois seres para lá que podem te matar. Definitivamente.

    Lizzie deu uma joelhada nas costas de Edward, que logo entendeu o aviso. Ele a retirou das costas e colocou no chão.

    — Difícil acostumar-me a isto — Ed sussurrou, e Liz sorriu.

    Edward aproximou-se de Mikaela e repousou sua testa na dela.

    — Eu vou voltar — assegurou. — Só... preciso de respostas.

    Ele tentou aproximar os lábios, mas Mikaela o impediu colocado sua mão na boca dele e dando um leve empurrão.

    — Vá. — Ela sorriu.

    — Não se esforce muito. É sério.

    — E isto é uma ordem, capitão?

    — Não. É um pedido, mãe de meus filhos.

    Antes que Mikaela pudesse falar algo, Edward deu as costas, correu até Lizzie a pegando e voou ao céu estrelado com suas asas de energia negra. Ela o observou até sumir noite adentro.

    Ao entrar nos limites da ilusão, os Selos e os gêmeos estavam de pé no gramado.

    — Ele vai voltar. Satisfeitos? — perguntou Mika.

    Todos deram de ombros.

    — Só quando ele voltar — respondeu Pietra.

    Mikaela sorriu.

    ***

    Na manhã seguinte...

    Pietra abriu os olhos, e odiou fazer isto. Uma luz muito forte atingiu seus olhos e sentia tanta dor em sua cabeça que pensou que ia explodir. Quando finalmente sua visão acostumou-se um pouco com a iluminação ela percebeu que estava olhando para o sol e que estava deitada no chão. Sentando-se — com a mão ainda na cabeça, pois a dor ainda não havia a deixado — olhou ao redor: garrafas de uísque e de vinho espelhadas para dos os lados, assim como canecas e barris. A fogueira havia virado cinzas, e tinham mais gente que, assim como ela, haviam passado a noite dormindo no chão. Observando um amontoado de garrafas onde tinha um braço musculoso para fora, Pietra levantou-se e fora até lá, praguejando por seu cabelo estar todo bagunçando.

    Ela desempilhou com cuidado as garrafas, até por fim encontrar o rosto de Dante. Pietra deu dois tapinhas no rosto dele e chamou-o. Ao abrir os olhos, Dante grunhiu com a claridade e fechou-os novamente. Depois de ficar um tempo em silêncio recuperando-se, ele viu a Pietra.

    — Aconteceu algo...? — perguntou.

    — Não. Mas, como você percebeu, já é manhã, e precisamos discutir sobre o próximo passo. Vamos para o castelo.

    — Certo. — Percebendo que estava com uma garrafa na mão, Dante a chacoalhou e bebeu o resto de uísque dentro.

    A ânsia de vomito subiu pela garganta da Pietra e tampou a boca imediatamente.

    — Como você ainda consegue beber? — Ela respirou. — Credo.

    Dante deu de ombros.

    Pietra seguiu sua jornada de encontrar todos os quatro idiotas. Logo, deparou-se com Mary deitada de bruços no chão. Ela sinalizou para Dante para resgatar a menina, e ele concordou com um aceno. Não muito distante, Peste encontrou Mikaela deitada no chão abraçada com uma garrafa de vinho e sussurrando “Edward”. Do outro lado, estava Deckard deitado e roncando sobre a mesa que antes estava farta de comida e bebida.

    Aproximando-se de seu sobrinho, Pietra o empurrou até acordar.

    — Sim, tia? — Deck perguntou, mal conseguindo falar.

    — Vá consolar sua mãe. Ela está abraçada com uma garrafa achando que é seu pai. — Olhou ao redor. — E tente achar a Mia. Depois, vá para o castelo com elas.

    — Como desejar. — Ele tentou levantar, e caiu miseravelmente da mesa.

    Pietra balançou a cabeça em negação, mas isso fora o suficiente para a dor latejar muito.

    — Nunca mais eu bebo — ela disse.

    Não foi muito difícil encontrar Kleist, pois ele estava no alto de uma construção de pedra, e estava com as pernas cruzadas e as mãos unidas. "Ele está meditando...?, ela pensava. Não, está dormindo!", Pietra pegou uma pedra e atirou o mais leve que pode.

    A pedra atingiu certeiramente a testa de seu alvo. Com o susto, Kleist perdeu o equilíbrio e caiu para frente até atingir o solo. Arregalando os olhos, Pietra correu aos tropeços até ele.

    — Você está bem?! — perguntou Pietra.

    — Ótimo. — Kleist se levantou. Seu rosto estava inexpressivo como sempre, mas sua mão estava na cabeça. — Acho que um pássaro me atingiu.

    — Sim! Um pássaro! — Pietra pigarrou. — Precisamos ir ao castelo discutir o próximo passo. Você está no comando agora. — Ela esperou ele dizer algo, mas nada veio. — Você sabe onde está o Aiken?

    — Advinha.

    — Lua.

    Caminhando pelo resto do reino, Pietra percebeu que a situação não se encontrava muito diferente da entrando do castelo. Haviam pessoas jogada nas ruas, assim como garrafas e canecas. Poucos foram os comerciantes que conseguiram abrir suas lojas, e olha que já haviam passado horas que o sol raiava.

    Chegando na casa da Lua, Pietra bateu na porta. Depois de alguns segundos, a porta se abriu e, assim como todos os outros, Aiken tampou os olhos ao ter a luz refletindo contra os olhos. Enquanto isso, Pietra observou pela primeira vez a tatuagem em de um crânio humano em chamas no peito dele.

    — Não sabia que você tinha uma tatuagem — comentou.

    — Legal, né?

    — Sabe outra coisa legal?

    — O quê? — ele perguntou, curioso.

    — Calças.

    Aiken olhou para baixo e observou a beleza de seu corpo nu.

    — Pode crê. — Ele sorriu.

    Quando Aiken virou, Pietra, com a mão no queixo, analisou a bunda dele.

    — Sua bunda é nada mau mesmo — ela concluiu.

    — Boa de apertar. Eu deixo você, se quiser.

    — Eu passo.

    A casa da Lua não era muito grande — apenas dois cômodos. A cama ficava logo na entrada, onde ela estava dormindo. Lua se levantou, puxou o lençol para cobrir seus seios e olhou para a porta.

    — Oi, Pietra — ela sorriu.

    — Noite agitada, hein?!

    — Muito — Lua e Aiken concordaram em uníssono.

    Depois de vestir-se adequadamente, Aiken fora até a porta.

    — Nós iremos até o castelo — disse para a Lua.

    — Tudo bem. Chego lá em um pulo.

    Agora, Pietra e Aiken caminhavam lado a lado pelo reino em ressaca.

    — Aiken? — chamou Pietra, interrompendo o silêncio.

    — Sim?

    — Nós não ficaremos aqui para sempre.

    — É... eu sei.

    — Não se apegue.

    O silêncio voltou, mas só por alguns passos.

    — Acho que é tarde demais — ele disse.

    Os dois sorriram um para o outro e riram, terminando com Pietra dando um leve empurrão em Aiken. Curiosa, ela apertou a bunda dele e surpreendeu-se.

    — É boa mesmo!

    — Eu disse!

    ***

    Os Guerreiros Sagrados e os Selos reuniram-se na sala do trono do castelo. Todos estavam ao redor da grande mesa, exceto Camille que se situava no trono, e todos tinham expressões cansadas da noite interior, menos Will, que estava com a caneca de café na mão e uma rosquinha na outra e estranhamente radiante.

    Para início de conversa, Kleist relatou sobre a traição de Gabi, e Camille teve os nervos assegurados após ele concluir dizendo que a mulher teve um fim apropriado. Mikaela pediu a Kleist o cristal, que fora repassado deslizando pela mesa, e ela e Deckard começaram a analisá-lo.

    — A Mikaela me contou sobre a existência de um cristal, onde ela, Deck e Mia destruíram. — Aiken olhou para Camille. — Sabem a existência de outros?

    — Sim. Há outros três — respondeu a rainha.

    — Bem, só consigo imaginar uma função para eles. — Aiken fez uma pausa proposital. — Bahamut quer trazer o Reino dos Céus direito para o plano existencial.

    Os Guerreiros Sagrados ficaram espantados.

    — Por que ele iria querer fazer isso? — perguntou Boros.

    — Anjos, quando em seu Reino, só morrem para seres provenientes de lá. Ou seja, só Bahamut seria capaz de matá-los, e isso não seria divertido ao seu ver. Trazer os anjos para o plano existencial, ao Reino dos Humanos, eles sangrarão e morrerão como nós. Uma perfeita guerra sanguinária para entretê-lo.

    — Isso explica dragões defendendo estes cristais — observou Mia.

    — Temos que derrotar Bahamut quanto antes, então — propôs Dante.

    — Não — negou Kleist. — Vingança nos trouxe aqui para restaurar o equilíbrio. Humanos nunca conseguiriam derrotar estes dragões, logo temos que cuidar deles também.

    — E, se não fizermos isto agora, os dragões possam ser uma complicação na luta final — acrescentou Pietra.

    — Os dragões ficam em localizações diferentes, distâncias diferentes. — Will sorveu o café. — Se não atacarem ao mesmo tempo, Bahamut ficará em alerta com os outros pontos.

    — Atacar ao mesmo tempo não será uma complicação. — Deckard deslizou o cristal para o centro da mesa. — Dá para se comunicar por este cristal.

    — Eu não sei criá-los, mas sei fazer algo parecido com eles — concluiu Mika.

    — Mesmo assim, nossa volta talvez seja demorada. É provável que Bahamut mande seus demônios para atacar Arcádia — teorizou Aiken. Ele abriu um largo sorriso. — Tenho um plano. — Olhou para Pietra e Mikaela. — Posso contar com vocês duas?

    Mikaela e Pietra se entreolharam.

    — Com certeza — ambas disseram, sorrindo.

    Os Selos entreolharam-se.

    — Estamos criando um plano? — questionou Dante arqueando uma sobrancelha.

    — Com o capitão é mais fácil. Simplesmente “vai até lá, chute a bunda deles e volta”. — Pietra suspirou.

    — Mas ele não está aqui. Temos que nos virar sem ele. — Kleist se desapoiou da mesa. — E desta vez...

    Os quatro olharam para Mikaela.

    — Sem sacrifícios — disseram, em uníssono.

    Mikaela deu uma risadinha e coçou a bochecha.

    — Pode deixar!

    — É sério — Kleist disse com a voz mais amigável do que autoritária. — Sua vida não é só sua no momento.

    — É... eu sei. — Mikaela acariciou sua barriga e sorriu.

    Após esta pequena pausa, os Selos e os Guerreiros Sagrados voltaram a discutir sobre o plano.

    Continua <3 :p

    Curiosidades:

    Camille: a Rainha de Arcádia, e aquela que acolheu Deckard e Miana, assim como os outros Guerreiros Sagrados.

    Armas: nomeado de “Relíquia de Guerra”, este artefato é uma manopla especial que converte a mana de Camille a tomar forma de uma arma a sua escolha. Com isto, pode criar várias possibilidades e combinações diferentes. Esta arma fora criada há anos pela ordem dos Mephistos para a exterminação de demônios.

    Magias: Camille achou desnecessário que ela aprendesse magia, pois sua manopla a servia muito. Assim, ela dedicou-se mais a aprender a lutar com diferentes tipos de armas e estudar mais afundo seu artefato.

    Idade: 36 anos.

    Altura: 1,80 metros.

    Aparência: uma bela mulher dotada de cabelos curtos e roxos, da mesma cor que seus olhos. Detém um físico admirável, pois é forte, mas não deixa de ter suas curvas bem femininas.

    Características: ela é uma mulher bem decidida e inabalável. Camille é rude com seus Guerreiros, pois teme que não ser dura o suficiente para que eles se tornam fortes e sobrevivam a este mundo. Por causa de seu grande coração e força, tornou-se Rainha. Ela nunca quis, mas os habitantes de Arcádia a elegeram, até porque, fora ela que acolheu todos os que vivem ali.

    Gosta: tomar banhos quentes para relaxar.

    Odeia: sentir-se impotente.


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