Necromante - Os Deuses da Morte

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    14
    Capítulos:

    Capítulo 5

    Escuridão

    Linguagem Imprópria, Mutilação, Nudez, Violência

    Yooo,

    Desculpa pelo atraso, mas Oa estava fora do ar again

    Boa leitura ^^

    Hades estava deitada em uma espécie de masmorra situada abaixo castelo. Ela estava em silêncio. A escuridão daquela masmorra parecia se retorcer, como se fosse algo vivo. Subitamente, Hades ficou sentada.

    — Temos visitas...?

    Ela se deitou de novo, mas dessa vez foi engolida pelas sombras.

    No breu criado entre uma casa e outra, Hades emergiu. Ela observou os aventureiros chegarem e encontrarem Ahriman. Continuo aguardando calmamente nas trevas enquanto Ahriman fazia um deles suicidar-se. Vendo todos enfurecidos por este ato, Hades viu uma brecha. As sombras se esticaram até os aventureiros e foram engolidos.

    Após deixar cada um dos aventureiros com os respectivos Deuses da Morte, Hades levou seu convidado (ou presa) para a masmorra. Na escuridão, ela enxergava nitidamente. O aventureiro tinha músculos rígidos, não usava nenhuma peça de armadura, apenas roupas casuais. Ele matinha itens acoplados em seu cinto e uma machadinha em sua mão direita. Hades percebia a forte tensão que ele sentia – não parava de se mover de um lado para o outro.

    — Q-quem está aí? — ele perguntou. — Eu posso senti-lo.

    Desajeitadamente, ele passou os dedos pelo cinto até encontrar um objeto cilíndrico, onde começou a emanar luz ao apertá-lo, porém não era o suficiente para iluminar toda a escuridão na masmorra. Ao ver a figura negra com máscara branca em pé não muito distante, o aventureiro deu um sobressalto e recuou um pouco.

    — O que você acha que eu sou? — perguntou Hades, calmamente.

    O aventureiro, Draim, engoliu seco, abriu a boca e hesitou por um instante, mas por fim disse:

    — Monstro, demônio. — Saiu quase como um sussurro.

    Draim podia ver as sombras se retorcerem e olhar para ele como se fosse sua presa. Ele sentiu algo roçar em seus pés, instintivamente deu um salto para lado, e pode ver as sombras recuarem. Voltando seus olhos para sua inimiga, não a encontrou. Segurando sua machadinha com força, o aventureiro olhava ao redor, procurando-a.

    — Monstro, demônio... nem mesmo eu sei quem sou, mas sei o que não sou — disse Hades. Sua vez ecoava pela masmorra, serena e distante. — Um aventureiro morto.

    Draim arregalou os olhos e girou seu corpo para trás, fazendo sua machadinha brandir contra a lâmina do Deus da Morte. Os começaram a trocar golpes, as faíscas se acendiam a cada contato. Poucos segundos depois, Draim passou a não acompanhar o ritmo, fora obrigado a jogar seu corpo para lado, mesmo assim Hades talhou seu ombro direito. Ao contra-atacar, o aventureiro acertou as sombras, e Hades sumiu de novo.

    Draim estava ofegante, com medo. O corte em seu ombro sangrava mais do que ele pensou, assim empapando sua roupa.

    Essa coisa é muito forte. Não consigo vê-lo. Estou na pior. Vou morrer?, ele pensava repetidas vezes.

    De uma bolsa no cinto, ele retirou um frasco de líquido rosa e sorveu. O corpo dele emanou um brilho da mesma cor.

    — Não adianta tomar poções que ampliam seus sentidos, você nunca irá me encontrar — explicou Hades.

    Draim começou a tremer quando percebeu que era verdade.

    — Apareça, aberração! — ele vociferou.

    Subitamente, Draim sentiu algo gelado em sua nuca e algo quente escorrer pelas suas costas. Hades estava com a ponta da lâmina na nuca dele e um filete de sangue escorreu pelo raso corte.

    — Você ainda não percebeu que você só está vivo porque eu quero?

    Ele berrou e começou a correr para longe dela. Draim pegou um frasco com liquido verde e sorveu, após seu corpo emanar a mesma cor, passou a correr mais rápido. Dando de cara com a parede, ele cambaleou para trás, mas logo recuperou-se, ergueu sua machadinha e desferiu um golpe na parede. Quando acertou, percebeu que sua machadinha havia sumido. Ele sentiu algo agarrar sua perna direita, e começou a ser puxado. Sendo arrastada, suas unhas arranhavam o chão à medida que tentava desesperadamente livrar-se das trevas. A sombra começou a apertar sua perna, fazendo-o berrar mais alto ao tê-la quebrada. As sombras entrarem em sua boca para abafar o som, enquanto agarravam seus braços e inçavam-no, por fim agarrando sua perna esquerda.

    Pela primeira vez, Draim pode ver a máscara branca em meio a escuridão, arrependendo-se amargamente por sentir a aura assassina que emanava intensamente dela.

    As sombras começaram a puxar seus membros. Os gritos de dor abafados começaram a ficar mais angustiantes. Seus olhos tremiam fintando os olhos frios de Hades. Por fim, as sombras arrancaram todos seus membros juntos e o tronco morto caiu no chão com um banque, e as trevas ao redor o engoliu.

     

     

    Morrigan estava de pé nos degraus da entrada do castelo, e Nif estava ao seu lado em silêncio. Hades emergiu das trevas atrás dele e aproximou-se com uma reverência. Thanatos, Hela e Molly saíram de dentro do castelo. Por fim, Aisa e Ahriman estavam vindo do meio da cidade até seu rei.

    — Por que você trouxe os inimigos para cada um, Hades? — perguntou Aisa. — Você poderia ter acabado com eles.

    — Imaginei que vocês estariam entediados. — Hades olhou para Morrigan. — Perdão se achei errado, meu rei.

    Morrigan apenas assentiu.

    — Meu rei, quem é este homem? — perguntou Hela referindo-se a Nif.

    — Foi ele quem lutou comigo. Seu poder me chamou atenção. Ele utiliza técnicas de lança mesclado com bruxaria — explicou Morrigan.

    — Seu poder de bruxo é inútil agora, meu rei. Para conseguir o poder, ele precisaria pedir perante aos deuses e, se quisessem, ele seria abençoado. Nenhum deles vai emprestar sua força para um morto-vivo.

    — Hum... inútil até mesmo agora. — Ele olhou para seus servos. — O que aconteceu com seus adversários?

    — Virou pó. — Aisa bocejou.

    — Explodiu — disse Hela.

    — Partiu ao meio — informou Thanatos.

    — Morto — simplesmente disse Hades.

    — A minha adversária teve uma morte lenta e dolorosa. — Sorriu Ahriman.

    — Vocês a estuprou, Ahriman? — questionou Morrigan com seus olhos sérios e frios.

    — Óbvio que não, meu rei — mentiu. — O senhor me ordenou parar de estuprar mulheres, e segui esta ordem.

    Morrigan fincou fintando Ahriman por um tempo, mas virou-se para Hela.

    — Fez as poções que lhe pedi? — perguntou.

    — Sim, meu rei. — Hela tirou uma sacola de seu manto e entregou para o necromante. — Poderia ter feito mais, porém a intrusa fez a poção derramar... E acabei me exaltando e usei o liquido para explodi-la... perdão, meu rei.

    — É o suficiente, Hela, não se preocupe. — Fez uma pausa. — Nosso plano está indo de acordo, e está na hora de irmos para o próximo passo. Hela e Hades, fiquem aqui. Os demais irão ir comigo.

    — Perdoe-me, meu rei, mas não seria mais vantajoso Ahriman ficar aqui e eu ir com vocês? — perguntou Hela, em um tom amigável.

    — Também acho — concordou Ahriman.

    — Não. — O olhar de Morrigan da Molly foi para Hades e Hela. — Não a matem.

    As duas assentiram.

    Seguindo seu rei, Thanatos, Ahriman e Aisa se dirigiam para o lado de fora do reino.

    — Não iremos descansar nem um pouquinho antes? — reclamou Aisa.

    — Não — respondeu o necromante.

    — Aaah, por que você é tão mau comigo? Posso te satisfazer tão bem quanto Hela. Talvez melhor.

    Ahriman riu.

    — Do que está rindo, careca? — Aisa o fintou. — Só porque nenhuma mulher nunca fez sexo com você por livre e espontânea vontade que você deve rir dos outros.

    — Está abusada demais, não acha? — Ahriman devolveu o olhar.

    — Calem-se — ordenou Morrigan com uma voz autoritária. — Não estou de bom humor para aturar suas discussões medíocres.

    — Perdão, meu rei — pediu Aisa.

    Do lado de fora do reino, Morrigan ergueu sua mão esquerda envolto em uma energia azul, e ossadas de quatro cavalos começaram a erguer do chão. Cada um dos Deuses da Morte montou em um cavalo de ossos e partiram em direção ao leste.

     

    A diferença entre bruxos, magos e feiticeiros é bem simples. O bruxo precisa pedir forças a um deus, onde a tatuagem marcada em seu corpo representa esse vínculo e a oração indica o pedido, mas sempre é cobrado algo em troca, seja almas; seja seu próprio sangue. Um mago retira energia para suas magias da natureza, e para tal necessita recitar palavras e de um meio para captar essa energia (cajados, livros). Diferente dos anteriores, um feiticeiro nasce com seu poder.

    Você consegue imaginar o inferno que uma criança abandonada passa, com poderes incrivelmente fortes no qual ela não faz a mínima ideia de como controlar, com todos a chamado de mostro e sem ninguém para lhe estender a mão?

    Bem, Aisa, a feiticeira, sabe. E Morrigan estendeu sua mão para ela.

     

    Alguns dias depois...

    Seguindo a ordem de seu rei, Nif se dirigiu até o reino de Condar. Por não sentir fome, frio, cansaço... por sentir nada, ele foi capaz de seguir caminho sem pausar, o que lhe deu bem menos tempo do que um ser vivo de fato levaria. Nif não sentia nada por Morrigan e os Deuses da Morte terem matado seus amigos. Ele tinha ciência disso, mas realmente não se importava mais. A única coisa que sentia era que devia seguir a ordens de Morrigan.

    Nif se aproximou do muro do reino de Condor. Ficou um tempo parado observado as pessoas entrando e saindo, os soldados nos portões e acima dos muros. Humanos... outra coisa pelo qual ele sentia nada. Poderia matá-los que não ligaria.

    Ao se aproximar do portão, um homem corpulento e de armadura prateada entrou na frente de Nif e ficou o encarando.

    — O que você quer? — perguntou o homem.

    — Trago uma mensagem do Rei Morto.

    — Eu sou Cletus, um dos comandantes do Rei Kornn, do reino de Condor. — Ele descruzou os braços e levou a mão para o cabo da espada. — Pode dizer a mim.

    — Eu sou Nif. Meu grupo decidimos ir a Talles para completar a missão requisitada pelo rei. Todo meu grupo foi exterminado, e eu fui feito de lacaio. — Ele fez uma pausa. — O Rei Morto passou esta mensagem: vocês já confiram que é verdade. Preparem-se, o próximo reino é o seu.

    — Entendo.

    Cletus sacou a espada e desferiu um golpe. Nif saltou para trás para desviar, pegou sua lança e estou em direção ao comandante. Cletus moveu seu corpo para lado, cortou o braço direito de Nif, girou o corpo e cortou-o horizontalmente ao meio com um golpe.

    As pessoas que estavam ao redor começaram a gritar e afastarem-se. Cletus tirou o sangue de sua espada e a embainhou.

    — Limpem essa bagunça — ordenou.

    Cletus caminhou até a sala do trono. Lá, ajoelhou-se na frente do rei Kornn, que demonstrava uma aparência cansada.

    — Meu rei, as dúvidas sobre Talles foram confirmadas. Há um necromante lá. Ele exterminou um grupo de aventureiros e fez seu líder um lacaio para nos entregar uma mensagem. — Ele ergueu a cabeça. — O próximo reino é o nosso.

    — Mas que audácia...

    — Eu andei pesquisando, meu rei, e tudo aponta que este necromante libertou dois prisioneiros de nível SS de prisões diferentes — explicou Cletus.

    — Nível SS?!

    — Sim. Uma tinha poder peculiar de domar a escuridão e a outra era uma feiticeira. — Fez uma pausa. — Além disso, ele conta com uma bruxa e uma besta em seu grupo.

    — Uma besta?

    — Um monstro. Um ser gigante e peludo, pelo que ouvi falar.

    Kornn coçou a barba, refletindo por um tempo até decidir:

    — Este grupo não pode chegar até meu reino. — Olhou fervorosamente para Cletus. — Vá até Talles. Pegue homens o suficiente para que enfrente o exército de mortos dele, mas que não comprometa as defesas do nosso reino. E você pode levar mais um comandante consigo. Pense bem, Cletus.

    — Sim, meu rei.

    Continua...


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