Os Cinco Selos

Tempo estimado de leitura: ontem

    14
    Capítulos:

    Capítulo 140

    Sobreviventes

    Linguagem Imprópria, Mutilação, Violência

    YOOO

    SABE QUE DIA FOI ONTEM?

    "Ah, tio, ontem foi dia 09/03"

    PUTA QUE PARIU, ISSO MESMO, COMO VOCÊ É UM PUTA GÊNIO E INTELECTUAL!

    "E dai que ontem foi dia 9, seu cuzão?"

    SE ONTEM FOI DIA 9, SIGNIFICA QUE FAZ DOIS ANOS QUE POSTO ESSA CARALHA AQUI QUE EU CHAMO DE HISTÓRIA

    É gente...

    Há dois anos essa história começava a se criar em minha cabeça fora do normal

    Há dois anos eu dormia pensando nela, e isto me incomodava muito (mais do que pensar na morena)

    Há dois anos eu tive a brilhante ideia de postar

    Há dois anos eu encontrei a Social Spirit e postei meu primeiro capítulo

    Passaram-se dois anos e agora já são 140 capítulos

    Passaram-se dois anos e agora conquistei 33778 mil views

    Passaram-se dois anos e conquistei 197 comentários

    Passaram-se dois anos e encontrei a pessoa mais incrível que eu já conheci

    Com dois anos, eu descobri o tanto que gosto de escrever, e acabei me tornando bom nisso (é o que me dizem, pelo menos) graças aos diversos livros de outros autores que li. Melhor do que gostar de escrever, é saber que tem gente que gosta do que escrevo

    Agora, depois de tanto tempo, olho para trás e penso "PORRA, VALEU APENA PRA CARALHO"

    Agora vocês podem prosseguir para a leitura, eu deixo

    Boa leitura ^^

    Pietra

    Entre o frio de congelar os ossos, a quente e intensa bola de chamas verdes caia em direção a espessa neve. Quando tocou o solo, a neve em amplo raio se derreteu, demonstrando o chão de pedra em que ali jazia.

    A neve caia intensamente, transformando tudo além do que as chamas da Pietra tocaram em um mar branco. Não demorou muito para que a brisa fria começasse a sobrepuser ao calor proporcionado pelas chamas.

    Pietra estava vestida apenas com uma blusa sem manga e fina, um short e botas de cano alto, assim ela se abraçou para se proteger do frio. Ela observou o machado vermelho de um gume com haste longa caído no chão. Sentindo-se atraída por ele, Pietra rapidamente agachou e o pegou.

    Sobre a neve, Pietra andava com dificuldades. O frio já fazia ela tremer. Os flocos de neve começaram a esbranquiçar seu cabelo ruivo e a congelar os cílios sobre seus olhos verdes.  

    A sua frente, uma descida íngreme surgiu. Pietra deu um passo cuidadoso, mas seu pé afundou na neve fofa, fazendo-a perder o equilíbrio e começasse a rolar pela descida. Rolando pela neve completamente sem controle, Pietra se chocou contra algumas pedras e árvores, até por fim parar de bruços no chão. Ela não sentiu dor algum dos impactos, mas sentia o frio intenso, que fazia seu corpo tremer cada vez. Ao se levantar, Pietra sentiu ser coberta por algo, um casaco de pele. Quando olhou para frente, um pequeno grupo de cinco pessoas estavam em sua frente, divido entre três homens e duas mulheres. Eles estavam todos envolvidos por casacos de pele bem grossos, onde um dos homens estava com uma camada a menos, e este foi o que deu um casaco para Pietra. Além disso, todos estavam portando lanças que pareciam ser improvisadas.

    – Você está bem, senhorita? – perguntou o homem, estendo a mão. Não conseguia ver muito de seu rosto graças o capuz, apenas uma barba espessa com o branco dos flocos de neve.

    Pietra se levantou sozinha e se abraçou com o casaco de pele – ela tremia, só que pouco. Olhando para o homem, ela assentiu.

    – Ótimo. Venha conosco, ou irá congelar aqui fora. Deixamos as apresentações quando estivermos em um local apropriado.

    O grupo começou a seguir em frente. Sem nenhuma outra escolha, Pietra teve que os seguir.

    O casaco de pele estava resolvendo seu problema com o frio parcialmente, agora eram só os seus pés que sofriam – as bostas que ela usava eram finas demais. Isso estava dificultando muito a andar. Ela não conseguia distinguir local algum, tudo era branco. Todavia, parecia que o grupo sabia muito bem onde estava indo, pois, às vezes, curvavam para outra direção.

    A nevasca começou a se intensificar. Pietra teve que abraçar o manto de pele para ele não sair voando. Ela já não era capaz de enxergar além de cinco palmos a sua frente. Inesperadamente, alguém a puxou pelo braço. Antes que ela pudesse fazer algo, já estava dentro de uma caverna, e o grupo fechava entrada com uma pedra.

    Uma mulher abaixou o capuz. Sobre o cabelo castanho escuro, sua pele era pálida. Pietra reparou nas peles pálidas de cada um que começou a abaixar o capuz. Esta mulher abriu um sorriso para Pietra, que tremia de frio.

    – Venha – ela disse. – Melhor irmos nos aquecer, antes que você morra de frio.

    Ela segurou Pietra pelo braço e arrastou-a mais afundo da caverna. O Selo começou a sentir-se mais aquecida conforme avançavam.

    Quando a caverna se ampliou, algumas pessoas ali estavam. Em uma contagem rápida, Pietra determinou que tinha cerca de vinte, variando entre velhos, adultos e pouquíssimas crianças –  apenas quatro.

    Enquanto as pessoas iam cumprimentar os que chegaram, a mulher sinalizou para Pietra se sentar perto de uma das fogueiras, e foi o que ela fez. Colocando seu machado ao lado, Pietra esfregou as mãos pertos das chamas. Estranhamente, a fervor do fogo trazia algo familiar a ela. Imaginou por ter sido que caiu do céu como uma bola em chamas... só que chamas verdes.

    – Tome isso para se aquecer – disse a mulher de cabelo castanho escuro, enquanto entregava uma tigela acinzentada para ela. – Você é muito bem-vinda conosco.

    Pietra bebericou do líquido dentro a cumbuca. Era um pouco espesso, salgado e gorduroso. Ela tentou identificar o que estava misturado, mas preferiu deixar isso para lá. Estava bom.

    – Obrigada – Pietra agradeceu, foi quase em um sussurro.

    – De nada. – Ela abriu um sorriso. – Eu me chamo Eri, é um prazer em conhecê-la, senhorita...?

    – Não sei. – Pietra bebeu mais do líquido. Começou a sentir seus pés novamente, pouco, porém. – Não lembro de nada referente a minha vida.

    – Nossa... – Eri refletiu. – Deve ter sido por causa de sua queda.

    – É. – Alguma coisa em Pietra dizia para ela não sair contando abertamente que caiu dos céus envolto em chamas verdes. – Talvez.

    Pietra olhou ao redor.

    – O que trouxe vocês aqui? – perguntou ela.

    Eri deu um logo e cansado suspiro.

    – Aposto que é difícil de acreditar, mas esta terra não tinha um floco de neve sequer. Isso foi há um ano, eu acho. Perdemos a noção do tempo. A neve começou a cair em uma época errada e, bem, não parou mais, como pode ver. – Ela pegou uma tigela e sentou-se do outro lado das chamas. – Se você andar alguns quilômetros mais a frente, conseguirá sair da neve em um campo lindo e ensolarado. É estranho.

    – E por que não para lá? – questionou Pietra com curiosidade.

    – Demônios. – Eri bebericou da tigela. – Aparentemente, demônios não gostam muito do frio.

    O silêncio entre elas surgiu. Eri deu uma risadinha.

    – O quê? – perguntou Pietra.

    – Meu avô sempre me contava uma história que tinha uma profecia. Ele dizia que, cerca de mil anos atrás, o mundo quase foi tomado pelos demônios, e a raça humana quase extinta. Um grupo, Os Cinco Selos, conseguiu derrotar o rei dos demônios, e humanidade conseguiu se erguer novamente.  A profecia dizia que o rei dos demônios iria voltar, e os Selos também. – Eri ficou em silêncio por um tempo olhando para as chamas. – O rei dos demônios voltou, mas os Selos não.

    – Não se preocupe – ouviu-se dizer Pietra. Aquilo saiu espontaneamente. – Seres que visam a destruição e domínio só irá conquistar sua ruína. Demônios são seres vivos, e até mesmo uma peste pode matá-los.

    Eri sorriu.

    – Uma peste acabar com eles iria ser muito bom.

    Uma criança se aproximou das duas. Ela estava envolta de um casaco de pele enquanto abraçava um boneco de pano. O cabelo da menina era castanho escuro, assim como seus olhos. Eri acariciou o cabelo da criança.

    – Esta é minha filha, Lau. – Eri apertou a bochecha de sua filha. – A moça ruiva perdeu a memória. Ela ficará com a gente o tempo que quiser, então seja educada.

    Lau estendeu a mão esquerda em direção a Pietra.

    – Brinca com a gente? – ela perguntou.

    Com um pouco de receio, Pietra segurou a mão da Lau, e a criança a puxou.

    Lau puxou Pietra até se distanciar um pouco dos adultos, e lá estavam mais três crianças. Um menino de cabelo curto e negro – este era o Pock; havia uma outra menina, porém, seu cabelo tinha um castanho mais claro do que Lau – seu nome era Bia; e o terceiro, um menino com um cabelo loiro que descia até o ombro, chamava-se Olivier.

    Lau explicou para Pietra que ela tinha que fechar os olhos e contar até vinte, e eles iriam se esconder e ela teria que encontrá-los. Após assentir concordando, Pietra fechou os olhos e contou até vinte, e...

    As crianças sumiram sem deixar um rastro se quer! Pietra olhou de um lado para o outro caçando os quatro, mas Lau, Olivier, Bia e Pock sumiram. Do fundo, ela escutou risadas.

    – Eles se escondem muito bem, moça ruiva – disse alguém entre os adultos.

    Pietra olhou para trás e sorriu brevemente.

    Sem ter noção por onde começar a procurar as crianças, Pietra ficou parada e concentrou sua atenção em lugar aleatório, refletindo. Surpreendendo-se, ela sentiu as pessoas atrás de si. Fechando os olhos, concentrou-se novamente. Pietra começou a sentir a presença de cada um dali, e algumas presenças do lado de fora da caverna. Quando encontrou quatro presenças separadas, ela sorriu.

    Havia uma abertura em baixo e uma em cima logo a frente. Pietra entrou na abertura debaixo, onde provavelmente a levaria até a de cima e até uma criança. O corredor era estreito, iluminado por uma tocha como os outros. Sorrindo, ela disse:

    – Eu vou encontrá-la, Lau!

    Após o ecoar de risadinhas, veio:

    – Não vai, tia ruiva!

    Pietra viu uma movimentação logo a frente, e disparou-se em direção a menininha. Ela viu Lau parar na saída superior, viu o boneco de pano dela cair no chão e escutou um grito em seguida, mas não o dela.

    Pietra alcançou Lau, e conseguiu ver a caverna fora invadida por demônios. Haviam dois humanos mortos no chão, e o restante estava sendo acorrentado. Eri era uma que estava sendo acorrentada. Lau abriu a boca para gritar, mas Pietra a tampou imediatamente. Quando escutou choros e múrmuros assustados, Pietra se lembrou das outras crianças.

    As crianças estavam todas juntas em canto o andar de baixo, e estavam cercados por três demônios horrendos de andar quadrupede. Pietra arregalou seus olhos verdes e mordeu seu lábio.

    – Merda!

    Ela agarrou Lau e saltou para baixo.

    Continua <3 :p


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