Yooo,
Vou logo avisando que o Tio aqui está um bagaço hoje (sim, o dia mal começou, eu sei)
Então, se tiver algum erro que passou despercebido (ter escrito essa história não é um erro que preciso ser avisado ok), perdoai ai né
Boa leitura ^^
Aiken e Lua finalmente puderam ver a luz do dia novamente.
O fim da caverna se deu nas ruinas do que um dia já foi uma arena. No que restou da arquibancada, estavam alguns canibais. Em uma parte mais alavancada, estava o líder dos canibais em uma espécie de trono – muito mal feito, por sinal. Diferente de seus súditos, sua máscara era de um lado de pele e o outro de um tecido preto. Com o manejar de mão de seu líder, dois anões correram até dois gigantes tambores e começaram a tocá-los em um ritmo contínuo. Houve o barulho de correntes, e a parede do outro lado da arena começou a deslocar-se para cima. De lá, saíram quatro canibais altos e musculosos que cobriam o rosto com a máscara de tecido preto. Cada um deles segurava uma arma: espada de dois gumes, alabarda, machado de guerra e uma maça pontiaguda.
– Somos entretenimento – disse Aiken, sacando suas espadas negras.
– Meus pais sempre me ensinaram que brincar com a comida é feio – Lua brincou, girando sua espada curva.
Aiken disparou em corrida pela direita, e dois dos mascarados fizeram o mesmo. O canibal que empunha uma espada foi o primeiro a atacar, e com um golpe direto e pesado. O Selo da Fome bloqueou o ataque cruzando suas katanas, e, ao perceber que o canibal do machado de guerra estava o flanqueando, imediatamente soltou para trás o mais longe que conseguiu.
Insatisfeito, o canibal da espada rapidamente alcançou o Selo e começou uma sequência intensa de golpes com a espada, onde Aiken não conseguia fazer nada além de bloquear esquivar. A sequência de golpes terminou com Aiken sendo atingido por um chute no estômago, fazendo-o sair rolando pelo chão. De imediato, Aiken se colocou de pé e olhou o canibal do machado saltar em sua direção.
Praguejando mentalmente, ele decidiu seguir a linha prateada.
Aiken saltou girando o corpo.
O canibal descia, enquanto o Selo subia.
A lâmina do machado talhou superficialmente o braço esquerdo do Aiken, entretanto metade da lâmina esquerda do Aiken transpassou horizontalmente o torso do homem e a katana direita – graças ao giro – cortou metade da cabeça.
Admirando a brutalidade, os canibais que assistiam a luta entorpeceram-se.
Não muito distante, Lua encarava seus adversários. O da alabarda foi o primeiro a partir ao ataque, e ela também avançou. Quando estavam próximos, Lua deslizou no chão, passando por baixo das pernas do homem. Contudo, o canibal que segurava a maça veio logo atrás, desferindo um ataque de cima para baixo. Colocando sua espada na horizontal, Lua bloqueou o pesado golpe, mas o canibal ainda pressionava a maça contra ela.
Raios verdes dançaram pelo corpo da Lua, fazendo-a abrir um sorriso.
– Delírio – ela sussurrou.
Os raios verdes tomaram o corpo dela e ela sumiu, reaparecendo acima do canibal. Ainda no ar, Lua desferiu um golpe largo com sua espada, decapitando o homem com um só golpe. O corpo caiu no chão e cabeça rolou, e Lua pousou em cima do morto.
– Finalmente a droga parou de surtir efeito.
Ela escutou os canibais que assistiam gritarem em êxtase. Lua olhou para o Aiken, e o viu no ar caindo abertamente para um canibal que empunhava a espada.
"Preciso ajudá-lo. Delírio."
Os raios verdes novamente dançaram pelo corpo da Lua, fazendo-o a sumir em seguida. Graças a isso, o canibal da alabarda errou o ataque e cravou a lâmina no corpo morto de seu parceiro.
Lua reapareceu pousando em cima da cabeça do canibal que utiliza a espada.
– Vamos trocar! – disse para Aiken.
Ela colocou a espada deitada um pouco acima da cabeça, e Aiken utilizou como chão para atirar-se em direção ao canibal da alabarda.
Enquanto estava no ar, Aiken atirou sua katana esquerda em direção ao seu inimigo. Não esperando por isso, o canibal teve que usar a alabarda para brandir contra a espada, dando brecha o suficiente para o Selo perfurar o coração dele com a katana direta.
Lua saltou para o solo. Ela sorriu e provocou o canibal gesticulando com os dedos para ele atacar, e foi o que ele fez. O canibal seguro o cabo da espada com as duas mãos e atacou, mas cortou o ar. Lua se teletransportou para trás do canibal e o decapitou em um golpe.
Os espectadores se silenciaram.
Aiken se aproximou da Lua, que retirava o sangue de sua lâmina.
– Entendi porque sua espada é curva – comentou Aiken. – Para facilitar na decapitação, certo?
– Exato.
Houve o ressoar de trombetas – os anões a tocavam. Lua e Aiken perceberam a tensão vindo das arquibancadas.
Junto com o barulho de correntes, a parede começou a levantar novamente, mas antes que fosse aberta por completa, um demônio gigantesco a quebrou. A aberração andava sobre quatro patas. Suas orelhas eram pontiagudas; seu nariz era apenas dois orifícios; seus dentes eram podres e tortos; tinha olhos totalmente negros; e sua pele era cinzenta e enrugada.
– Lyu, acho melhor irmos agora – Lua disse.
Quando olhou para ele, percebeu que Aiken fintava a criatura com um sorriso sádico.
Aiken sentiu algo estranho ao ver aquela aberração, como se fosse um desejo de.., devorá-lo.
Lua viu a íris de cada olho do Aiken começarem a cintilar. As chamas prateadas tomaram o corpo dele, e ela teve que se afastar um pouco. O selo da Fome flexionou os joelhos – suas katanas negras já estavam em punho.
– Espere! – pediu Lua, inutilmente.
Aiken avançou para cima do demônio em uma velocidade que surpreendeu Lua. A monstruosidade tentou pisar no Selo, mas Aiken desviou para a direita com um salto – o chão se fragmentou com o impacto. Com as katanas envolto em chamas prateadas, Aiken girou o corpo e cortou a espessa pata dianteira esquerda do demônio. A criatura berrou enquanto litros de sangue coloriam o chão.
O selo da Fome não parou por aí. Avançou até a perna esquerda traseira e a cortou também, fazer o demônio tombar no chão enquanto berrava de dor e sangrava muito. Aiken subiu e cravou suas duas lâminas no pescoço da aberração, descendo até o chão rasgando-o e silenciando-o.
As chamas prateadas em Aiken apagaram-se.
Lua não sentiu medo ao ver aquela cena, sentiu admiração. Vê-lo acabar com um demônio daquele tamanho tão rápido fez seu coração bater mais rápido.
Quando olhou para o lado, Lua viu que os canibais restantes estavam indo atacar Aiken, e ele já estava pronto para atacá-los. Os raios verdes envolveram o corpo dela.
Aiken se surpreendeu quando a Lua se materializou em sua frente.
– Vamos embora daqui – ela disse, colocando a mão esquerda no rosto dele e puxando-o para selarem os lábios.
Os raios verdes que percorriam no corpo dela começaram a percorrem em Aiken também, então sumiram.
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Quando Aiken abriu os olhos, encontrou os olhos azuis de Lua... e diversos demônios atrás dela.
– Para onde cê nos levou? – ele perguntou.
– Arcádia.
– A cidade livre de demônios?
– Isso.
– Pode crê. Então... aquilo é...? – Aiken apontou com a cabeça.
Lua olhou por cima do ombro e viu diversos demônios de costas para os dois. Ela voltou seus olhos, agora arregalados, para o Aiken e deu uma risada nervosa.
– Talvez me teletransportar te beijando me fez pensar em... coisas... além do reino, o que acabou me desconcentrando e trazendo nós aqui – explicou, sorrindo.
– Ah.
Chamas verdes que incineravam os demônios começaram a vir em direção aos dois. Rapidamente, Aiken puxou Lua para trás de si e postou suas katanas envolto em chamas prateadas a frente. Um pesado machado vermelho brandiu contra suas lâminas, fazendo-o deslizar alguns centímetros para trás. Aiken observou a mulher ruiva e de olhos verdes a sua frente.
Chamas verdes e prateadas se entrelaçavam.
Aiken e Pietra se encaravam com olhos semicerrados.
– Eu te conheço? – perguntaram um ao outro, ao mesmo tempo.
Continua <3 :p
Curiosidades:
Canibais: o canibalismo ganhou força com a ascensão do Bahamut. Bahamut não só destrói a raça humana, mas também destrói qualquer outro ser e habitats –Â graças ao seu poder de destruição –, criando assim, um desequilíbrio na cadeia alimentar. Com sua alimentação comprometida, os animais têm que se adaptar de alguma forma, e algumas espécies acabam aderindo ao canibalismo, assim como os humanos, e o desiquilíbrio só aumenta.