A Odisseia de Anika
Num belo dia de primavera, com o sol a brilhar e a brisa fresca e cheirosa no ar, Anika, uma bela menina de cabelo ruivo e vestido alaranjado, e com botas pretas calçadas, brincava com o seu coelhinho branco de peluche no quintal, ao pé da horta.
Então, o seu pai, que estava dentro de casa a fazer o almoço, mandou-a encher um balde com água.
- Está bem papá. ? disse ela, pousando o seu amiguinho de peluche na fofa relva, e pegando no balde, e dirigiu-se para o pé da torneira, que tinha no quintal, e começou a encher o balde.
De repente, uma águia enorme e má, apareceu, e agarrou com as suas garras o peluche de Anika.
- Nããããão! ? gritou ela, ao ver o seu único amigo a ser levado, e começou a correr atrás da águia, levantando os braços e dando sem queres um pontapé no balde, entornando a água. ? Séju! ? chamou ela pelo coelho, era este o seu nome, ela tinha chegado ao pé da cerca que estava entre o seu quintal e a floresta. ? Tenho de ir salvá-lo. ? disse a menina para si, e quando tocou na cerca, apanhou um choque.
Então começou a andar de um lado para o outro, a pensar como iria saltar a cerca, e teve uma ideia.
- Já sei! ? exclamou. - Vou pôr-me encima do balde, e salto para o outro lado.
E, assim fez.
Começou então a andar pela floresta, com grandes árvores, que tapavam a luz do sol. No ar pairava um cheiro bom, doce, devido às flores, e os insectos, em geral abelhas e borboletas, não paravam de andar de volta delas.
Anika chegou então à margem de um riacho. Havia um tronco oco, encima de uma pedra, mesmo no meio do riacho, e Anika viu que podia, andando de gatas, atravessar para a outra margem, por dentro do tronco, e assim ela fez.
Mas quando já estava a meio do tranco, três criaturazinhas, peludas, e com dois cornos e olhos grandes e amarelos, meteram-se encima do tronco, e começaram a gira-lo.
Anika ficou tonta, e teve de sair do tronco, voltando para a margem de partida.
As criaturas peludas, desataram a rir. Uma era vermelha e veio para o lado de Anika. A outra era amarela, e ficou encima do tronco. E a terceira era azul, e ficou no outro lado da margem.
Anika reparou, que o vermelhinho estava sempre a imitá-la, por isso, ao ver uma árvore com um buraco, a menina foi lá espreitar, e como esperado, o vermelhinho segui-a e imitou-a. Quando ele estava e espreitar para o buraco da árvore, Anika empurrou-o lá para dentro.
As outras criaturas, ao verem o amiguinho preso, correram para o salvar, e Anika aproveitou e atravessou a margem.
- Ah ah ah! ? riu-se. ? Vocês são tolinhos! ? continuou ela a gozar com eles, e deitou-lhe a língua de fora.
As criaturas ficaram envergonhadas, e piraram-se, e Anika continuou o seu caminho, e chegou à foz do rio, que era num grande lago.
Para Anika chegar à outra margem, ela começou a saltitar de pedra em pedra que havia no lago, e até que chegou a uma estranha e verde. Assim que salta para cima dela, a padra começa a tremer. Sobressaltada, Anika salta para trás, para outra pedra.
Um monstro marinho horrendo e medonho, sai da água verdeada do lago. Anika, a ver o monstro diz, com aquela voz típica de menina-criança, e abanando a mão:
- Olá.
- Aaaaaaaaaaaah! Grrrrrrrrrrrr! ? gritou o monstro assustado, levantando-se, e batendo sem querer num ramo de uma árvore e voltando a mergulhar.
Por causa da cabeçada que o monstro deu no ramo da árvore, um camaleão gigante, ficou enrolado em folhas e preso debaixo do ramo.
Anika ajudou-o, libertando-o.
O camaleão, subiu de novo para a árvore, e pegou Anika com a sua língua grande, e posa-a na outra margem.
- Obrigada! ? agradeceu ela, e o camaleão desapareceu.
Para Anika continuar o caminho, ela tinha de subir uma falécia. Lá encima um homem gordo, peludo, estava à pesca.
- Por favor... - pediu Anika. ? ...ajude-me a subir!
- Eu ajudo-te com uma condição. ? disse o homem.
- Qual?
- Tens de me ajudar a pescar um peixe.
- É só isto?!
- Sim.
- Mas isto é fácil.
- Fácil?!
- Sim.
- Oiça minha menina, estou aqui há horas, e ainda não pesquei um único peixe!
- Isto é porque não está a usar a isca certa. ? explicou Anika, que era uma menina muito esperta.
- Hã? Eu estou a usar minhocas!
- Mas os peixes daqui não gostam de minhocas. Gostam de bagas.
- Bagas?
- Sim.
Ela viu que havia um pequeno arbusto com bagas, mesmo abaixo da falésia. Pegou em algumas, e atiro-as ao lago. Pouco depois uma data de peixes haviam ido á superfície comer as bagas que flutuavam. Um peixe sem querer, mordeu o isco do homem peludo, e foi pescado.
O homem peludo, rapidamente pescou o peixe e comeu-o.
- Muito bem! ? exclamou ele a Anika. ? Tinha razão! Como prometido vou ajudar-te a subir a falécia.
E o homem peludo, atirou pela falésia abaixo uma corda, e puxou Anika para cima.
- Muito obrigada! ? agradeceu Anika.
- Eu é que te agradeço. ? disse o homem. ? Graças a ti já sei qual a isca que usar.
Anika continuou o seu caminho. Ela já estava quase a chegar à montanha, onde a águia que levara Séju, o seu querido amigo, tinha o seu ninho.
Agora a menina atravessava por entre as casas de gnomos e fadas.
Finalmente chegara à montanha.
- O ninho da águia é mesmo no topo! ? exclamou Anika, ao olhar para cima.
Ela começou a subir a montanha, subiu e subiu até que rapidamente chegou ao topo.
- Séju! ? gritou ela ao ver o amigo, ali no ninho. ? Ainda bem que a águia não está aqui. ? continuou ela a falar para si própria, e pegando no amigo.
E de repente a águia apareceu. Anika, assustada, fugiu para um canto com seu amiguinho, e quando a águia os estava quase a apanhar, a montanha começou a tremer, e ficou com olhos de pedra, que olharam para a águia assustando-a.
Com a fuga da águia, ela perdeu algumas penas, que Anika pegou logo. Despediu-se da montanha com um beijo, deixando-a corada.
Anika para se ir embora, pôs as penas em volta dos braços, como se fossem asas, e atirou-se montanha abaixo. Com a ajuda das penas, ela voou, até chagar a casa.
Aí, ela encheu o balde de água, e deu ao pai.
Antes de ir para casa almoçar, ela esticou os braços mais uma vez para admirar a beleza das suas ?asas?.