Desespero

?Jery- Ahh como é bom beber uma água gelada depois de um trabalho no sol escaldante. Diz ele colocando o copo vazio em cima da mesa marrom de madeira.?

San - Eu preciso procurar Layla.

Jery - Claro. Você está certa. Eu vou voltar ao trabalho.

San - Tá. Se você a ver... por favor me avise.

Jery - Claro, eu dou notícias. - ele sai da casa indo em direção aos girassóis.

San - Layla!

Deise - Chegamos San! - bate a porta do carro, segurando as compras.

Bruno - Amor, eu vou falar com Jery e daqui a pouco eu entro.

Deise - Claro.

San olha pela janela e corre para o andar de baixo.

Sua mãe entra em casa.

Deise- San, me ajude a colocar as compras nas prateleiras por favor?

San- Tá.

San se vira para colocar as compras no lugar e ouvi uma risada de Layla.

Deise - Layla! Oi meu amor! O que você estava fazendo hein? Estava brincando é? Onde arrumou esta boneca? Ah, está sem um olho, depois eu compro um botão e coloco nela, tá bom?

San vira e olha para Layla no colo da mãe.

Layla olha para San com a boneca na mão, como se quisesse a avisar de alguma coisa.

San - Mãe. Eu poderia pegar o carro e ir para cidade?

Deise - Para???

San - Conhecer alguém. Ou a cidade.

Deise - Claro San. Cuidado. E as 7 horas em casa, tá ouvindo moça? Para o jantar.

San - Claro.

Ela acaba de colocar as compras nas prateleiras e procura as chaves do carro.

San - Mãe. Você sabe onde estão as chaves do carro?

Deise - Não querida. Acho que estão com seu pai. Layla! OIha pra câmera. Oh você fica tão linda com este vestidinho!

San - Pai! Pai! Está com a chave do carro?

Bruno - Por quê?

San - Vou até a cidade.

Bruno - Para quê San?

San - Quero conhecê-la. Desde que cheguei não vi nada além de girassóis.

Bruno - Eu vou com você.

San - O quê?

Bruno - Preciso comprar umas coisas que o Jery pediu para os girassóis. Eu vou com você.

San - Tá. EU dirijo.

Bruno - Pegue. Vamos.

San- Aqui está bom?

Bruno - Está. Eu volto logo.

San - Tá.

Bruno - Fique no carro.

San - Claro.

Algum tempo depois...

San - Puxa, que demora.

Ela sai do carro e vai até a loja.

San - Pai? Por quê a demora?

Bruno- Olhe a fila.

San olha para a fila de pessoas a sua frente e depois desvia o olhar, parando em um mural de desaparecidos a poucos meses.

Tinham várias fotos de pessoas sorrindo e com outros rostos censurados.

Todas as fotos estavam pretas e brancas e com identificação em baixo. Pareciam até que foram tiradas de um jornal.

San vai até o painel e começa a ler baixo para si mesma:

Samantha Madson, desaparecida em um sábado de 2001 . Encontrada morta de baixo de uma casa abandonada. Esquartejada e morta a tiros, depois de uma tentativa de fuga.

Causa do assassinato: Desconhecido.

Assassino: Não encontrado.

Carolyne Medeiros desaparecida em 2003 em um Domingo. Encontrada de baixo de um asfalto, na rua A Lagoa dos Santos, na frente de sua própria casa. Esquartejada.

Causa do assassinato: Desconhecido.

Assassino: Não encontrado.

Família Wasahira. Mulher casada; com filhos.Uma menina de 19 anos e um menino de 3 anos, com pai. Desaparecidos em 2006, na segunda-feira . Encontrados mortos no porão de baixo de sua fazenda, no interior de Helena Montana. Esquartejados e espancados após a morte, com tentativa de fuga.

Causa do assassinato: Desconhecido.

Assassino: Não encontrado.

Bruno - Vamos San.

San - Ah, claro.

Ela arranca a lista de desaparecidos do painel sem que ninguém veja e leva para casa.

Deise - Bruno. Onde estava?

Bruno - Ah, eu fui na cidade com San, comprar o que Jery me pediu para os Girassóis.

Deise - Então quer dizer que vocês fizeram as pazes?! Ah que bom!

Bruno - É...

Deise - San, você não disse nada desde que chegou. O que foi?

San - Ah nada mãe. Eu só preciso descansar um pouco, hoje foi um dia corrido.

Deise - Ei, e o jantar mocinha?

San - Eu já vou descer!

Diz ela subindo as escadas com as mãos no bolso da calça jeans preta, já sentindo o papel que arrancara do painel da loja de plantações.

San abre a porta do quarto. Ascende a abajur, que fica em cima da escrivaninha de madeira. Pega uma caneta vermelha e coloca o papel em sua frente. Lendo atentamente o assunto.

San - Estranho... Todas essas pessoas e famílias foram encontradas dias após dias, sempre depois de três anos. A maioria são mulheres de 20 á 30 anos de idade e sempre morreram esquartejadas... Eu não consigo achar mais nada a não ser isso. O que é mais obvio.

Ela lê várias vezes a morte da família e o lugar em que morreram. Tentando achar mais alguma coisa fora de seu normal.

San - Internet!

Ela pega o seu notebook do guarda-roupa e escreve o nome da família.

Aparecem várias opções de busca.

San - "A morte de Wasahira. Como a grandiosa família Wasahira a morte. Família desaparecida em 2006. O que a família de girassóis Wasahira provocou em seu assassino. Helena Montana é acusada pela falta de segurança aos seus moradores, desde a morte da família Wasahira. Por quê morreram?"

San entra na primeira opção.

A história na internet conta:

A família Wasahira, foi morta em 2006 em plena segunda-feira. Encontrada em baixo do porão de sua própria fazenda, onde se cultivava girassóis e os vendia. No interior de Helena Montana. O assassino não foi encontrado até hoje (2009) sua causa foi desconhecida.

Fotos e especialistas mostram que foram esfaqueados braços, pernas e até os rostos.

E hematomas pelo corpo todo comprova que a família reagiu ao agressor, enquanto estavam em boas condições de luta.

Meus Deus, como não encontraram um homem tão horrível como este?!??

Tinham fotos dos cadáveres da família, mas San não quis ver. Mas ela viu onde fica a fazenda, onde a família morreu.

San - Meu Deus!

Deise - San! O jantar está pronto!

San - Precisamos sair daqui!

Continua...