Meu Marido É Um Anjo Da Guarda

  • Finalizada
  • Aelita
  • Capitulos 12
  • Gêneros Bishoujo

Tempo estimado de leitura: 3 horas

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    Capítulos:

    Capítulo 8

    Capítulo 7

    Olá!!

    Espero que gostem do capitulo .

    Boa leitura.

    Uma porção de novelos coloridos enchia o cesto deixado aos pés de Lucy, ao lado sofá. Um fio de lã vermelha pendia do colo dela em direção ao cesto, e Lucy puxou-o de leve, antes de continuar tricotando.

    Natsu a olhou de soslaio, achando estranho que ela estivesse fazendo aquilo por tanto tempo, Lucy lhe dissera que tricotar servia como uma espécie de terapia para ela, mas se fosse isso, àquela altura ela já deveria estar mais do que calma. Afinal, vinha tricotando com determinação desde que haviam chegado do passeio ao shopping, no sábado.

    Chegara até a levar o tricô ao consultório do médico, quando ele fora se consultar algumas horas antes, nessa mesma tarde. Imaginou se ela estaria sentindo que o momento da despedida estava cada vez mais próximo.

    Desde que Nahum não enviara nenhum mensageiro para leva-lo, depois do acidente na loja de calçados, ele concluirá que não fora enviado para protege-la especificamente daquele episódio. Porém, o acontecimento servira para deixa-lo alerta com relação à missão.

    Além disso, sentira um peso na consciência ao saber que, em parte, havia sido responsável pela vida complicada de Kasuma . Não havia mais como consertar seu erro com ex-protegido, mas pelo menos podia tentar evitar que o mesmo acontecesse com Lucy.

    Ajeitando-se melhor no sofá, recostou a cabeça e fechou os olhos. Permaneceria alerta para qualquer perigo que pudesse atingi-la dali em diante, por mais que o mundo ao redor tentasse distraí-lo.

    __ Natsu?

    Ele abriu os olhos, levantando um pouco a cabeça. Lucy havia deixado o tricô sobre o sofá e o olhava com um ar de preocupação e de curiosidade ao mesmo tempo.

    __ Parece entediado. Por que não vai pegar aquelas penas que andou juntando, para ver o que podemos fazer com elas?

    “Grande ideia”, pensou ele. Talvez pudesse fazer um par de asas, enquanto esperava que as verdadeiras lhe fossem entregues, depois da missão. Poderia praticar com o uso de modelos caseiros, para se acostumar com o peso extra que carregaria nas costas.

    Ficou de pé notando com satisfação quanto sua perna ficara mais leve desde que o gesso fora retirado, naquela tarde. Dirigiu-se ao quarto, para pegar o saco com penas de ganso.

    Porem, lembrou-se no ultimo instante da promessa que havia feito a si mesmo quanto a prestar mais atenção no trabalho. Desistindo da ideia, voltou para junto de Lucy e sentou-se ao lado dela.

    Lucy olhou-o com um leve ar de espanto, mas não disse nada, voltando a se concentrar no tricô. Do ângulo em que estava, Natsu poderia observá-la com mais atenção.

    __ Pode parar – disse ela, sem desviar os olhos da tarefa.

    __ Parar o quê?

    __ De me olhar desse jeito. Está me deixando pouco à vontade.

    Natsu nunca havia recebido aquele tipo de reclamação quando se encontrava invisível para seus protegidos. Com um suspiro, ele desviou a vista. Porém, continuou a enxerga-la pela visão periférica.

    __ O médico disse que nunca viu uma recuperação tão rápida como a sua antes – disse ela. __ Na verdade, parece até que nunca sofreu uma fratura ou que teve úlcera.

    Natsu sorriu, lembrando-se de quando ficara satisfeito ao ouvir aquilo do médico. Pensando na possibilidade de Lucy haver esquecido um detalhe, lembrou-a:

    __ Ele também disse que já estou pronto para me arranjar sozinho.

    Lucy ouvira muito bem quando o Dr. Dissera aquilo. Entretanto, por mais que houvesse desejado que Nathan voltasse para a própria casa nos últimos tempos, não pode deixar de senyir uma espécie de vazio, ao imaginar como sua casa ficaria monótona sem a presença dele.

    Tudo indicava que o que ela mais temia acabara acontecendo: envolvera-se com Natsu mais do que deveria, e estava correndo o risco de se magoar novamente.

    Enrolou a peça de tricô em torno das agulhas e guardou tudo no cesto, pensando em uma maneira gentil de fazer a pergunta que vinha adiando desde o passeio ao shopping. Chegara a insinuar algo para o dr., durante a consulta, mas não obtivera nenhuma resposta concreta.

    __ Quando você foi leva-lo para fazer o exames de raios X, o médico fez algum comentário sobre seu estado... – Tentou escolher palavras mais amenas. _ Bem, nós últimos tempos você tem dito coisas sem sentido, Natsu.

    Ele cruzou os braços, parecendo indignado com o que ela estava insinuando.

    __ Tais como? – Perguntou a ela.

    __ Parece estar com a impressão de que vai morrer logo, por exemplo.

    Natsu se aproximou e pousou a mão sobre a dela. Lucy teve se esforçar para ignorar o contato.

    __ O dr. Falou que isso não é incomum para alguém que esteve tão perto da morte como Nathan, ou melhor, como eu.

    __ Mas você vive falando com estranhos e agindo como se os conhecesse, sendo que eles nunca o viram antes – persistiu Lucy.

    __ Talvez minha memoria seja melhor do que você imagina.

    __ Natsu, você nem sequer havia nascido quando o Sr. kasuma jogava futebol!

    Preferindo não entrar em detalhes, ele respondeu:

    __ Lucy, meu poder de raciocínio está intacto.

    Natsu tinha razão. Ela própria ouvira o médico dizer que se ele quisesse voltar a levar uma vida mais independente não havia mais motivo para não fazê-lo.

    Talvez Natsu pensasse que ela estava tendo uma atitude maternal demais. Contudo, não conseguia deixar de se preocupar com a possibilidade de Natsu acabar incendiando o apartamento ou que alguém pudesse se aproveitar da inocência dele.

    __ Quanto ao trabalho – continuou ele -, quero voltar para o escritório amanhã.

    Ao ouvir aquilo, Lucy ficou de pé e começou a andar de um lado para outro.

    __ Como poderá trabalhar, se não se lembra dos procedimentos do escritório? – perguntou a ele.

    E como ela conseguiria manter uma distância segura dele se tivesse de conviver com Natsu também no escritório? Por que de repente a sala lhe pareceu tão pequena?

    Natsu a interrompeu, parando diante dela. Olharam-se em silencio por algum tempo, enquanto uma espécie de química invisível os atrais cadê vez com mais intensidade.

    __ Se eu quiser algo – respondeu Natsu, com voz rouca -, darei um jeito de obter.

    Somente depois de muito tempo foi que Lucy se deu conta de que ele apenas respondera à sua pergunta sobre o trabalho.

    Natsu pensou que fosse continuar com Lucy, pelo menos até se familiarizar com o trabalho no escritório. Entretanto, pouco depois daquela conversa, ela mencionara algo sobre a necessidade que ele teria de recuperar a independência e a dela de recobrar o espaço pessoal.

    __ Não posso voltar para o apartamento agora – protestou ele, quando ela abriu o guarda-roupa do quarto de hospedes e começou a colocar as roupas dele em uma mala.

    __ Preciso ficar aqui com você.

    __ Tenho certeza de que se sairá bem – afirmou Lucy, sem parar o que estava fazendo.

    __ Não é comigo que estou preocupado, mas com você. Quero ficar aqui para protege-la.

    Ela sorriu e meneou a cabeça.

    __ Pode acreditar que ficarei mais protegida se você voltar para o seu apartamento.

    Natsu não entendeu o que ela quisera dizer com aquilo, mas tinha certeza de que precisava faze-la mudar de ideia o mais rápido possível. Se seus pertences fossem levados para o carro, seria o fim de sua utilidade como protetor.

    Durante as últimas semanas, ficara cada vez mais afeiçoado a Lucy. Não sabia dizer ao certo o que sentia por ela, já que nunca experimentara o que era o amor romântico. Porém, se fosse mesmo aquilo que estava sentindo, tratava-se de algo estranhamente bom e doloroso ao mesmo tempo. De qualquer maneira, era maravilhoso ficar perto de Lucy e desfrutar as sensações que a presença dela lhe provocavam.

    Adiantando-se, tocou o braço dela, fazendo-a parar por um momento.

    __ Sentirei sua falta- confessou, com sinceridade. Lucy hesitou, mas acabou assentindo.

    __ Também sentirei a sua – admitiu. __ Tê-lo aqui tem sido bem diferente do que imaginei.

    __ O que você imaginou?

    __ Não tenho certeza, mas não achei que seria tão exasperador e tão divertido ao mesmo tempo.

    Pelo visto, Lucy estava vivendo o mesmo tipo de conflito emocional que ele, pensou Natsu. Os olhos dela mostraram uma sombra de incerteza e de receio. O mesmo que ele próprio estava sentindo com relação a ela.

    Baixando o olhar devagar, observou o nariz arrebitado, os lábios rosados e o queixo delicado. Notando que a correntinha de ouro que ela usava torcida em um ponto, ajeitou-a em um gesto automático. Porem assim que tocou aquela pele macia, sentiu algo familiar se acender em seu corpo.

    Lucy não pareceu tão receosa quanto das outras vezes em que eles haviam estado tão próximo. Natsu deslizou o dedo devagar, percorrendo os contornos da blusa até alcançar o vale entre os seios dela. Um botão perolado impediu que ele fosse adiante.

    __ Sentirei falta de beija-la – sussurrou, colando os lábios aos dela.

    Lucy gemeu em resposta, retribuindo o beijo com ardor. Sem pensar direito no que estava fazendo, Natsu abriu o primeiro botão da blusa dela. Depois outro, outro... Por fim, afastou o tecido para os lados, finalmente alcançando a renda branca que abrigava os seios esculturais.

    Lucy foi a primeira a interromper o beijo. Mas, para surpresa de Natsu, ela começou a abrir os botões de sua camisa. Ao terminar, enlaçou os braços em torno da cintura dele. As pernas de Natsu se tornaram tremulas de repente e uma intensa sensação se apoderou de seu corpo, deixando-o meio assustado. Sentou-se na cama para se recuperar, mas qual não foi seu espanto quando Lucy se deitou e puxou-o para si.

    Trocaram outro longo beijo e casa vez mais Natsu sentia que estar ali, ao lado de Lucy, era algo muito natural.

    __ Oh, Natsu – murmurou ela. __ Devo ter perdido o juízo para estar fazendo isso.

    Instintivamente, Natsu moveu uma perna, aprisionando-a sob o peso de seu corpo. Lucy arqueou, o corpo até tocar o dele com mais intimidade.

    Natsu arregalou os olhos por um instante, espantado com a quantidade de sensações novas que estava experimentando. Era como se, ao mesmo tempo, Lucy fosse a causa e a cura para sua aflição.

    Foi por isso que precisou de todo seu autocontrole para se afastar dela o suficiente para refletir durante alguns segundos. Seria mesmo certo continuar com aquilo?

    Lucy abriu os olhos, fitando-o com um ar de curiosidade.

    __ Qual o problema?

    __ Ainda não tenho certeza – respondeu Natsu. __ Me dê um momento, sim?

    Sem entender muito bem por que Natsu pedira aquilo, Lucy continuou onde estava, até algo sobre a mesinha-de-cabeceira chamar sua atenção. Outra caixa, provavelmente adquirida por meio de algum canal de televisão. Imaginou se seria correto pergunta a ele do que se tratava e chegou à conclusão de que seria “melhor prevenir do que remediar”.

    __ O que é isso?

    Natsu sorriu e esticou o corpo, pegando a caixinha. Quando ele a entregou a ela, Lucy se perguntou qual teria sido o objeto caro e supérfluo que ele comprara dessa vez. Natsu a observou com entusiasmo, esperando que ela abrisse logo a caixa.

    __ Sei que não queria que eu comprasse mais nada na televisão, mas não resisti quando vi isso – confessou ele.

    Lucy não queria decepciona-lo, mas também achava incorreto incentivar aquele mau habito que Ntasu adquirira.

    __Está endereçado a mim – afirmou, lendo a etiqueta.

    __ Não usou meu cartão de crédito, usou?

    __ Não – respondeu Natsu, orgulhoso. __ Dessa vez, usei meu próprio dinheiro. Mas quando me perguntaram para quem era, dei seu nome.

    Curiosa e apreensiva ao mesmo tempo, Lucy levantou o corpo até apoiar as costas nos travesseiros. Ainda com a caixinha nas mãos, hesitou e tentou entrega-la de volta a ele.

    Não tinha ideia do que poderia ser, mas algo, seu instinto de sobrevivência talvez, avisou-a para não abrir a caixa.

    __ Acho que não devo aceitar – disse a Natsu,

    __ Por quê? – Inquiriu ele, em um tom quase ofendido.

    __ Talvez sirva como um presente de aniversário para você. Além disso, aposto que é algo que nós dois apreciaremos.

    Lucy arregalou os olhos, chocada. Estaria Natsu tendo ideias lascivas? Se aquele fosse algum tipo de presente sensual, só servira para comprovar que ele vinha pensando em leva-la para a cama desde muito tempo. Talvez o antigo Nathan estivesse voltando a se manifestar afinal, pensou sentindo uma onda de tristeza. Decidia, entregou o pacote de volta a ele.

    __ Devolva e diga que veio para o endereço errado – sugeriu.

    Natsu pegou a caixa, fazendo menção de abri-la pessoalmente. Já que ele insistia, Lucy evitaria passar por outro aborrecimento. Sem hesitar, levantou-se e começou a abotoar a blusa. Mesmo havendo cedido por alguns minutos à proximidade de Natsu, teria de ser sensata o suficiente para sair dali antes que fosse tarde demais.

    Fez menção de se retirar, mas Natsu a alcançou antes que ela conseguisse passar pela porta. Posicionou-se diante dela, impedindo-a de sair e tornando simplesmente impossível para Lucy ignorar aquele peito forte e nu diante de si.

    __ Mande isso de volta, Natsu – repetiu.

    __ Não.

    __ Então não tenho mais nada para fazer aqui.

    Tentou passar por ele, mas Natsu segurou-a pela cintura e colou ao dela, deixando-a sem folego por um instante.

    Natsu parecia tão afetado quanto ela e respirou fundo, esforçando-se para não perder o controle. Pegando a caixinha mais uma vez, abriu-a com delicadeza e tirou dela um broche no formato de um anjinho de cristal, com uma aureola dourada acima da cabeça.

     Lucy conteve o folego, levando a mão aos lábios .

    __ Oh, Natsu, é lindo...

    __ Não tanto quanto você – falou ele, encantando-a com a sinceridade no olhar e no tom de voz . __ Claro que este não substitui o verdadeiro anjo da guarda, mas depois dos últimos incidentes com algodão e na loja de calçados, pensei em lhe dar algo para lembra-la de que  não está sozinha.

    Lucy fitou-o nos olhos, emocionada, enquanto um sorriso curvou seus lábios.

    __ Estou aqui com você, Lucy, e farei o possível para protege-la de qualquer mal.

    Dizendo isso, selou a promessa com um beijo. Enquanto retribuía o beijo, Lucy sentiu seus olhos se encherem de lagrimas. Como manteria seu coração a salvo de outra decepção depois de ouvir algo tão enternecedor?

    Quando se afastaram , uma lagrima rolou por seu rosto e  um ar de preocupação surgiu no semblante de Natsu.

    __ Eu a machuquei ? – perguntou ele. __ Diga-me se algo estiver doendo, querida.

    Lucy encostou o rosto junto ao peito dele, mas as palavras carinhosas serviram apenas para intensificar sua autocompaixão.

    O que poderia responder-lhe ? Que se coração estava doendo? Que o desejava mesmo sabendo quanto isso a prejudicaria?

    Porem, tudo que conseguiu fazer foi solução alto, denunciando seu choro. Se Natsu não fosse embora de sua casa logo, entregaria a ele não apenas seu corpo, mas seu coração. E se isso acontecesse, Não haveria mais volta.


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