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Conforme o tempo ia passando, nós começamos a apresentar as características dos nossos antecessores. Treinávamos duro todos os dias cada um com sua função. Eu treinava combates usando a espada, Saito treinava com os magos conjurando feitiços e encantamentos e Mai treinava com os arqueiros, e estávamos progredindo a cada dia que se passava.
Tudo ainda parecia um grande pesadelo. O dragão negro, Lucifier, uma guerra se aproximando... Tudo era assustador para nós, mas não dava mais pra voltar atrás, pois Xenorion dependia de nós e já tínhamos nos apegado muito àquele lugar acolhedor e aconchegante. Era confortável ouvir diariamente um “bom dia”, “boa tarde” e “boa noite” cheios de sinceridade e carinho dos habitantes do reino.
Numa bela noite, o príncipe Henk anunciou um baile luxuoso para comemorar seu aniversário e todo o reino encheu o salão de festas do castelo com alegria e muita felicidade, até que no meio do baile o dragão negro surgiu destruindo o teto novamente e rugindo enquanto se ouvia uma terrível gargalhada o acompanhando. Quando o dragão pousou, um homem com aura escura, armadura vermelha, olhos amarelos, cabelo comprido branco e com um cetro na mão desceu das costas da fera olhando para todos que ali estavam e se reverenciou.
-Saudações, povo de Xenorion. Olá, príncipe Henk e Bravos Guerreiros Milagrosos! Hahahahahahaha!
-O que você veio fazer aqui, Lucifier??
Fiquei congelado quando Henk pronunciou aquele nome. Lucifier em pessoa estava ali diante de nós naquele momento! O que faríamos naquela situação? Como lutaríamos contra ele? A única coisa em que eu conseguia pensar naquela hora era na morte e em como aceita-la tão repentinamente. Mai e Saito o encaravam preparados para qualquer coisa enquanto eu estava surpreso com tão inesperada aparição.
-É assim que o príncipe de Xenorion recebe um visitante? Que coisa feia, pequeno Henk! Huhuhu...
-Você não é bem-vindo neste reino! Saia já daqui!!
-Só estou aqui para ter uma conversa com meus futuros adversários, não posso?
-Não! Saia daqui AGORA! –Disse o príncipe empunhando sua espada.
-Ora, Henk, por favor! Nós dois sabemos o resultado de um embate entre nós, não é? Quer mesmo me enfrentar agora? Hahahahahahaha, que engraçado você é, principezinho! Igualzinho ao seu pai!
-NÃO ABRA ESSA BOCA IMUNDA PRA FALAR DO MEU PAAAI!!! –Gritou Henk perdendo as estribeiras e atacando Lucifier sem raciocinar direito.
A luta se estendeu pelo salão. Lucifier gargalhava enquanto trocava golpes de espada com Henk que atacava o inimigo euforicamente sem medir consequências, até que Saito corajosamente lançou uma enorme esfera de magia e parou a luta, da qual Henk saiu exausto.
-Que rapaz corajoso você é, Saito! Ou melhor dizendo, Arthur.
-Meu nome não é Arthur, é Saito! –Disse meu amigo impaciente e em posição de combate.
-Não ouse me atacar, pequeno guerreiro. Não costumo ter piedade das pessoas, entende?
-D -diga logo o que veio fazer aqui, Lucifier! –Disse eu. –O que você quer?
-Quero adverti-los sobre o local da nossa guerra. Xenorion contra as forças do Purgatório. Já escolhi o campo de batalha, e será às margens do rio Tera, a norte daqui. Entenderam? Será daqui a vinte sóis e vinte luas, quando o rio Caspian mudar seu curso em direção ao céu. Estejam preparados, pois meu exército atacará com tudo!
Após avisar-nos sobre a guerra, Lucifier montou o dragão negro e foi embora deixando os rastros de sua presença maligna pairarem por ali. Henk nos explicou que o dia depois de vinte sóis e vinte luas seria em menos de dois meses, o que não era suficiente para preparar as tropas e completar nosso treinamento. No dia seguinte, a rotina de Xenorion mudou drasticamente. Todos começaram a se dedicar o dia inteiro aos preparativos para a guerra e eu e meus amigos não nos falamos mais durante um mês, pois estávamos muito ocupados com os treinamentos.
A guerra estava se aproximando cada vez mais, e era inevitável.