Silenciosamente, com o rosto levemente molhado, Sakura deixou o restaurante. Do lado de fora, uma voz interrogou Kakashi:
— Fazendo o trabalho sujo?
— É, os garotos não devem ter coragem para bater de frente com Danzou. Ambos podem ser exilados, tratados como criminosos políticos, não poderia deixar que isso ocorresse.
— Então, já podemos ir falar com ele?
Kakashi deixou o restaurante e confirmou:
— Sim, vamos Gai!
No Escritório do Hokage, Danzou jazia sentado em sua cadeira atrás de uma comprida mesa branca enquanto Sai se mantinha ajoelhado em sua frente. Danzou jogou um pergaminho para ele e lhe falou:
— Sua próxima missão é vigiar a Vila da Areia, qualquer movimentação militar deles, avise. Se for pego, diga que pretendia evitar algum conflito militar entre as duas vilas, que não estava ao meu serviço.
— Entendido, por isso escolheu alguém sem máscara, Senhor?
— Esse tempo no Time 7 te amoleceu Sai, questionando-me sobre alguma decisão minha...
— Perdão, Senhor!
— Desta vez passa. Vá!
Sai então se dispersou em tinta e se retirou pela janela, no mesmo instante em que Gai e Kakashi entraram na sala.
Ambos se firmaram a 5 metros de distância da cadeira de Danzou, Kakashi estava com sua bandana posicionada apenas na testa e Gai olhava para o peito de Danzou, que logo os questionou:
— Devo interpretar sua postura como uma ameaça?
— Não, Senhor.
— Então qual é a razão para estar com seu Sharingan à mostra?
— Eu sei o que possui no olho esquerdo. Não se preocupe, ninguém além de mim e Gai sabe disso. Estou me precavendo contra seu olho e, contra os guardas invisíveis que colocou aqui.
Danzou sorriu brevemente e exclamou:
— Precisam se esforçar mais, Raízes! O que quer, Kakashi?
— Eu quero que me envie para caçar Sasuke.
Danzou franziu o cenho e o indagou:
— Por qual razão quer ser enviado? E por que eu deveria o fazer?
— Sasuke era meu aluno, é meu dever cuidar dele. O Senhor não tem nada a ganhar com isso, exceto um afogo diplomático com os Areias, já que esta missão denotaria uma relação de confiança entre nós.
— Sendo assim, eu poderia apenas lhe obrigar a dizer à Gaara que não o apoie.
— Ele não iria me ouvir. Sabe muito bem das qualificações do Senhor, quero evitar um possível conflito militar.
— Está blefando. Se suas intenções fossem tão nobres não se daria ao trabalho de trazer um guarda costas. Quanto maior a precaução, maior o perigo, é a lógica básica ensinada aos Raízes para compreender a atitude dos estrangeiros.
A resposta de Kakashi foi um absoluto silêncio, o qual Gai interrompeu:
— Senhor, por favor, deixe-nos cuidar de Sasuke. Precisamos nos redimir!
— Para caçar um Uchiha, são necessárias duas coisas: Sharingan e o treino devido para enfrentar um Sharingan. Duas coisas que vocês têm, claro, seria melhor se fossem ambas juntas, como Itachi o tinha. Mas, não se nascem mais gênios como antigamente. Enfim, podem assumir a função de executar Sasuke Uchiha, mas saibam que estão por conta própria no que diz respeito a achar sua localização. Satisfeitos?
— Sim, Senhor!
Responderam ao mesmo tempo, em seguida, viraram as costas deixando a sala pela porta da frente. Restando apenas um Danzou pensativo.
Numa área seca, em meio à floresta, Karin e Sasuke trocavam golpes. Karin pouco era efetiva em atingir seu parceiro, e, pingando de suor arfou:
— Podemos parar um pouco? Estou cansada!
— Entenda, não temos o direito de recusar treino. Mas tem razão, se você se esforçar muito vai prejudicar seu desempenho.
Os olhos vermelhos de Sasuke se tornaram pretos como uma jabuticaba, enquanto ele caminhava pela trilha de volta a hospedaria, Karin bufava e tentava em vão secar o próprio suor.
Depois de algumas dezenas de minutos caminhando, ambos chegaram à frente da hospedaria, onde Karin apontou para o lado e avisou:
— Vou à fonte termal, quer vir comigo?
Sasuke a olhou com uma sobrancelha erguida e, ruborizada, ela completou:
— Para ser meu guarda costas, claro!
— Não precisa. Muito pelo contrário, se eu for será mais perigoso para você. Volte em 1 hora, entendeu?
— Certo, não vou demorar muito.
Karin então se dirigiu a Casa de Banho, enquanto Sasuke adentrou a hospedaria. Lá dentro, Suigetsu fazia flexões de um dedo com Juugo sentado em suas costas.
— Ela está indo bem, Sasuke?
Perguntou Juugo.
— Está, teve uma melhora incrível, se eu não usar o Sharingan é capaz de ela me acertar. O dia da partida está próximo, sua espada já foi reparada?
— Sim, a consertei durante a noite, sem barulho, como pediu.
Respondeu Suigetsu.
Sasuke sorriu maliciosamente e olhou pela janela, onde um pássaro pousou e deferiu seu canto harmonioso. Juugo se voltou para o mesmo e relatou:
— Ele disse que sua cabeça foi colocada a prêmio, já foi autorizada a sua execução pelos Folhas e pelos Nuvens.
— Já esperava por isso quando pegamos o Oito Caudas! Felizmente, meu novo olho pode burlar eventuais curiosos sobre a minha identidade.
Meia hora depois, Karin retornou exclamando com fervor:
— Sasuke, precisamos ir embora logo, tem cartazes com o seu rosto sendo pregados por aí, querem a sua cabeça!
— Acalme-se, eu sei disso. Não há o que temer por aqui, nada mudou.
— Mas...
— Relaxe, Karin. Eu protegerei você com a minha vida!
— É com a sua mesmo que estou preocupada!
— Tenha fé em nós, Karin, tenha fé em você mesma, e então nada poderá te segurar!
Sasuke sorria levemente, com a boca e com os olhos, o que fez Karin ruborizar e desviar o rosto.