As Crônicas de Xenorion: Bravos Guerreiros

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    Capítulos:

    Capítulo 4

    A invasão do dragão negro e o recado do inimigo

    Mutilação, Suicídio, Violência

    O príncipe esperava uma reposta para a ausência do terceiro guerreiro milagroso, e sem jeito, Mai explicou que ele se recusou a nos acompanhar até Xenorion e que Saito era muito desconfiado e cabeça dura. Henk não conseguiu conter seu olhar de descontentamento.

    -Sem os três juntos, como Xenorion vencerá Lucifier? –Ele indagou.

    -Com certeza vamos dar tudo de nós por esse reino, majestade. Com ou sem o Saito... –Eu disse.

             Mais tarde, o príncipe nos presenteou com trajes muito elegantes e um grande banquete de boas-vindas. No meio do jantar, um dos ministros se dirigiu a mim me chamando de “Lancelot”, e sem entender o motivo eu questionei ao príncipe e ele levou a mim e a Mai para um tour pelo salão de deuses e heróis do mundo de Zhan, todo palácio de todos os reinos daquele mundo possuem um salão assim.

             Ficamos muito admirados com todas aquelas estátuas e quadros sobre cavaleiros e deuses que já haviam passado pela história daquele reino e no meio do salão havia um altar enorme dedicado a nós, os guerreiros que um dia salvaram Xenorion. E debaixo dos pés das estátuas estava escrito “Sir Lancelot, o bravo”, “Lady Carmell, a justa” e “Sir Arthur, o destemido”.

             O príncipe Henk percebeu nosso olhar de curiosidade e nos contou sobre aqueles nomes. Ele disse que quando aparecemos em Xenorion pela primeira vez há cem anos atrás, nos chamávamos assim e perguntou se esse poderia ser nosso nome enquanto estivéssemos no reino. Nossa resposta foi positiva, e após isso, retornamos ao banquete.

             O quarto que nos foi dado no castelo era grande e aconchegante e tinha nossas armaduras dentro de uma enorme estante de vidro. Ao olhar para as armaduras, notei que cada uma continha as iniciais de cada um de nós e ao olhar para a armadura com a inicial “A” senti muito a falta de Saito ali com a gente, e Mai também sentiu.

    -Você acha que Saito mudará de ideia e virá se juntar a nós? –Mai me perguntou.

    -Eu não sei... Saito é imprevisível. –Respondi.

    -Somos os melhores amigos dele, ele não conseguirá viver naquele mundo nós.

    -Ele é um grande cabeça dura! Como pode desconfiar de uma fada bonita como a Ninka? –Eu disse rindo.

    -Você acha ela bonita, Yoshiro? –Mai me questionou cruzando os braços e franzindo as sombrancelhas.

    -Bom, eu só quis dizer que...

             Fui interrompido por um estrondo seguido de um tremor forte. O que teria sido? Corremos até a sala do trono e o teto estava destruído. O príncipe Henk duelava bravamente contra um dragão que invadira o castelo e ao nos ver, ele soltou um rugido alto e ensurdecedor seguido de uma gargalhada.

    -Hahahahahaha! Então quer dizer que os Bravos Guerreiros Milagrosos retornaram?

    -Quem é você e o que quer aqui, besta demoníaca? –Perguntou Henk.

    -Fique quieto, príncipe Henk. Hoje eu não vim falar com você, pois o meu assunto é com eles! –O dragão rugiu novamente apontando pra nós.

    -O que quer conosco? –Eu perguntei.

    -Fui enviado pelo futuro rei de Xenorion, o Grande Lucifier! Ele mandou que eu vos desse o seguinte recado: “Saudações, Bravos Guerreiros Milagrosos. Fico lisonjeado que tenham voltado para o mundo de Zhan só para morrerem nas minhas mãos! Não pensem que continuo sendo o mesmo de cem anos atrás, pois agora estou incrivelmente poderoso e não terei piedade de suas sujas almas mortais! Portanto, voltem de onde vieram ou perecerão diante o meu poder esmagador!”

    -Só pode ser piada! Não pense que ele intimidará os heróis de Xenorion com esse recadinho tolo! –Disse o príncipe.

    Mas aquilo conseguiu nos assustar. De alguma forma, o dragão conseguiu transmitir todo o poder e perversidade de Lucifier e estávamos assustados, pois era a primeira vez que sentíamos aquilo.

    O dragão rugiu pela última vez e saiu voando pela enorme fenda que abriu no teto. Seu corpo negro desapareceu pela escuridão da noite e nós não conseguíamos esconder que estávamos de certo modo apavorados com aquilo.

    Estar naquele lugar parecia um pesadelo. E eu queria muito acordar e esquecer tudo.


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