Os Cinco Selos

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    14
    Capítulos:

    Capítulo 132

    Fuga

    Linguagem Imprópria, Mutilação, Violência

    Yoo,

    Como amanhã possa ser complicado para postar, decidi postar hoje

    Boa leitura ^^

    A cela do Dante é apertada demais para ele. Não havia cama, tochas e nem luz ou algo para cobrir-se no interior. Os vãos das grades eram tampados com madeira para que não pudesse ver o exterior, deixando tudo ainda mais no breu.

    A única vez que a luz entrou no recinto foi quando jogaram um pedaço de pão. Estava mofado e era tão duro quanto o chão, mas Dante estava com fome demais para negar.

    Durante todo o tempo em que ficou encarcerado, ele não dormiu, ficou apenas tentando lembrar de quem era, mas em vão. Depois de algumas horas, finalmente teve o soar dos sinos, e a grade foi aberta sem demora. Perto da saída, Mary o esperava com a picareta em mãos.

    Enquanto batiam as picaretas contra as rochas, Mary passava informação para o Dante. Obviamente, todo lugar da mina era infestado pelos demônios, assim como o lado de fora também. Teriam que encorajar a maioria das pessoas a começar a tumulto, encorajá-los a lutar para sair dali. A única passagem que os levariam para a superfície era um túnel escuro, onde provavelmente haveria demônios ocultos lá. Mas os problemas não eram estes, e sim, o demônio guardião do local que era responsável por impedir a saída de qualquer um: Golias.

    – Ele tem muitos metros de altura, é musculoso e bastante forte, consequentemente – descrevia ela enquanto minerava.

    – Antes de vir para cá, algo me acertou um soco e eu desmaiei – observou Dante.

    – Para ter derrubado alguém como você tão fácil, com certeza foi o Golias.

    – Então... – ele bateu com a picareta. – A única coisa que vai complicar nossa fuga é o Golias?

    – Exaaaato.

    – Não acho que vou ser muito útil...

    – Você é forte, Grandalhão. – Ela se apoiou na picareta, limpou o suor em sua testa com as costas da mão e sorriu. – É só fazer como te ensinei: concentra toda sua força e raiva e boooom! – Mary socou o ar.

    – É. Pelo jeito, essas duas coisas eu tenho de sobra – ele riu. Por um momento, Dante a analisou. Mary era pequena e tinha um corpo frágil, ao seu ver. – Você vai ficar bem...?

    Mary manteve o sorriso no rosto, balançou a mão para cima e para baixo e disse:

    – Não se preocupe comigo. Apesar de não parecer, eu também sou forte, mas de um jeito um pouquinho diferente de você. Daqui a três badaladas, você irá ver.

    Os sons dos sinos ecoaram.

    – Duas badaladas – corrigiu.

    De volta para sua confortável cela, Dante continuou tentando relembrar alguma coisa sobre ele, mas nada veio. A única coisa que veio foi o pão duro mofado. Ele pensou em não comer, mas iria gastar muita energia daqui a duas badaladas. Sem escolha, comeu esperando o badalar, até que por fim veio.

    Do lado de fora, ele acompanhou Mary enquanto ela convencia as pessoas sobre sua fuga. Os que ela já conhecia, concordaram, mas outros ficavam receosos. Mary não ficava preocupada com isto, sabia que, quando a hora chegasse, todos iriam tomar coragem para fazer algo. Todos sentiam raiva dos demônios, afinal. Se a coragem não os impulsionassem, a raiva iria.

    Depois conversar com muitas pessoas, enfim o terceiro badalar ressoou.

    Mary lançou um olhara para Dante, que por sua vez assentiu.

    Dante foi até onde estava um grupo dos demônios que utilizavam espada larga.

    – Ei – chamou.

    Quando um dos demônios virou, Dante concentrou toda sua força e raiva acertou-o, e o ser saiu voando. Ainda com uma sequência de socos, Dante rapidamente nocauteou todos os outros quatro demônios.

    Ele olhou ao redor e viu mais dois grupos de demônios vindo em sua direção.

    – Grandalhão, me jogue uma das espadas! – vociferou Mary.

    Rapidamente, Dante pegou uma das espadas largas dos demônios e jogou para ela. Ao pegar a espada, Mary foi jogada no chão por causa do peso e bateu seu rosto. Dante fez uma careta.

    – Estou bem, estou bem. – Ela se levantou e sorriu desajeitadamente com sangue escorrendo pela narina. – Magia de vento.

    O vento circulou o corpo de Mary, esvoaçando seu cabelo rosa. Ela começou a flutuar e ergueu a espada como se fosse uma pena.

    Mary estocou o ar, e um turbilhão de vento foi atirado em direção aos demônios, que começaram a sofrer múltiplos cortes. Ao final do turbilhão, os dez demônios estavam mortos em uma poça de sangue, com vários cortes pelo corpo. Mary repousou a espada nos ombros.

    – Viu? Eu sou forte – sorriu, ainda tinha o filete de sangue em sua narina esquerda.

    Dante suspirou.

    Conforme iam avançando matando os demônios, os humanos ficavam cada vez mais confiantes. Pegavam as espadas dos demônios mortos e partiam para a rebelião.

    Não demorou muito para que o subterrâneo virasse um campo de batalha. Corpo dos humanos estavam espalhados para todos lados. Podia escutar gritos rompendo em meio ao barulho do confronto dos aços. O cheiro do sangue já pairava o ar, mesmo em meio ao cheiro do minério.

    Mary e Dante seguiam em direção as celas. Ela focava nos demônios maiores, enquanto Dante acabava com os menores, apesar disso se reverter algumas vezes. Ao chegar no corredor das celas, Mary continuou avançando matando os demônios enquanto Dante abria as grades com sua força.

    O corpo de Mary flutuava no ar. Graças a sua magia de vento, ela fazia cortes no ar com a espada e a rajada disparada matava seus inimigos, sem nem mesmo precisar arriscar-se a chegar perto, mesmo quando os demônios eram um dos grandes.

    Ao terminar de abrir todas as celas, Dante se aproximou dela.

    – Sua magia é foda – ele admitiu. – Queria ter alguma também.

    – Hmmm, talvez meu mestre possa te ensinar alguma, se você mostrar seu valor, é claro. – Ela olhou em direção ao túnel. – Mas temos que fugir antes. Vamos, Grandalhão!

    Nó túnel, as pessoas mais corajosas começaram a adentrar. Porém, instantes depois, os gritos delas de dor ecoaram. A multidão começou a se aglomerar na entrada, com medo.

    Mary passou sobrevoando por cima do aglomerado e Dante passou empurrando entre eles, e ambos mergulharam escuridão adentro. Segundos depois, gritos nada humanos vieram lá de dentro. A multidão se entreolhou por um tempo, até um homem gritar e correr em direção ao túnel, e todos os outros começaram a fazer o mesmo.

    Enquanto isso, dentro do túnel, Mary enxergava absolutamente nada. Ela apenas balançava a espada de um lado para o outro e saia cortando qualquer demônio em sua frente. Já Dante, achava o que estava acontecendo estranho, pois ele sentia seus inimigos, apesar de não ver, entretanto não era hora de questionamentos, ele apenas espancava qualquer um que sobrava dos golpes da Mary.

    Finalmente eles começaram a enxergar o final. Ao sair, os raios de sol os cegaram por um instante. Afrente deles, uma horda de demônios esperava-os, sedentos e famintos. No centro desta horda, estava Golias, um demônio de dez metros com pele avermelhada que tinha algumas partes de seu corpo revestida por carapaças, detinha um físico musculoso e chifres grossos que se arqueavam para trás. Atrás da horda, estava a saída da prisão.

    Mary tomou uma compostura mais séria, mas manteve seu olhar sereno. Dante, percebendo isso, fez o mesmo. Instantes depois, os humanos começaram a sair do túnel e aglomerar-se envolta dos dois.

    De um lado, uma horda de demônios que ansiavam por carne humana. Do outro, humanos furiosos que clamavam por liberdade.

    Continua <3 :p


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