Necromante - Os Deuses da Morte

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    14
    Capítulos:

    Capítulo 1

    Queda e Ascenção

    Linguagem Imprópria, Mutilação, Nudez, Violência

    Yoo,

    Vamos começar uma nova aventura com um necromante, então

    Boa leitura ^^

    Era noite no reino de Talles. O céu estava limpo e estrelado. As pessoas neste reino curtiam a noitada: muita cerveja, putas e guardas correndo atrás de ladrões para matá-los.

    Há muito o povo do reino de Talles sabia o que era paz. A guerras aconteciam por todo lugar, claro, mas ali parecia que não vinha. Tudo isso graças a Oros, o rei deste grandioso reinado. Graças a seu carisma marcante, não era muito difícil de Oros conseguir fazer amizades com outros Reis, mas não era apenas isso, mas também sua força. Seu martelo fora apelidado de Mjolnir. Além do mais, a população o amava. Um Rei formidável e justo, uma coisa rara neste mundo podre, corrompido pela crueldade e ganância.

    Nesta noite – não diferente das outras –, haviam guardas na entrada do reino. O interior reino era protegido por gigantescas muralhas, que eram protegidas pelos soldados. Um destes guardas, viu uma mulher aproximando-se da entrada. Ela andava de um jeito estranho, torto e mancando. Com receio, ele pegou sua alabarda e caminhou lentamente até esta mulher.

    – Pare – ordenou o guarda. – A senhora está bem? Ferida? Precisa de ajuda?

    Quando a mulher se aproximou mais um pouco, o guarda viu que o pescoço dela estava quebrado.

    Ela parou. Seu pescoço quebrado estalou até que conseguisse olhar para o guarda – um olhar sem vida. Em questão de um piscar de olhos, a mulher avançou para cima do homem. Sem esperar por isso, o guarda teve seu pescoço abocanhado. Ele gritou – sentia o seu sangue quente escorrer pelo corpo.

    O grito alertou outros guardas, e não demorou muito para mulher ser atingida por um tiro de besta bem em sua testa, mas ela não parou, continuou mordendo. Desesperado, o homem reuniu forças o suficiente para empurrar a mulher, fazendo ela se afastar com um pedaço da carne dele na boca –  a adrenalina o impedia de sentir a falta de carne em seu pescoço. Ele ergueu a alabarda e gravou a lâmina na cabeça da mulher, e o corpo dela estatelou-se no chão em seguida.

    Outros guardas foram ao auxílio do primeiro. Todos eles, de olhos arregalados, observaram a mulher começar a se levantar mesmo com seu crânio aberto até o cérebro.

    – Que porra é essa?! – disse um dos homens.

    Ao olhar atrás dela, os homens começaram a notar mais pessoas que detinham o mesmo andar. Quanto mais olhavam, mais os números destes seres se multiplicavam: homens, mulheres e até mesmo crianças.

    Os soldados começaram a brandis suas espadas contra estes zumbis, flechas sento atiradas, fogo sendo ateado, mas a maioria continuava mesmo assim. E os números aumentavam cada vez mais.

    Não demorou muito para que invadissem a cidade. O terror começou a espalhar-se em meio aos gritos.

    Na sala do trono, o rei Oros desfrutava de seu banquete farto, acompanhado de sua Rainha, Léa e de um bom vinho. Tudo isso foi interrompido com a abertura violenta das grandes portas da sala. Um soldado entrou e ajoelhou-se.

    – Senhor, estamos sendo invadidos – pronunciou.

    – Invadidos?! Por quem?! – o rei manteve um expressão séria.

    – Por... zumbis.

    O rei gargalhou.

    – Ora, rapaz, vocês sabem que adoro suas brincadeiras, mas estou no meio do banquete com minha Rainha, então...

    Um segundo homem entrou na sala. Diferente do outro, não usava elmo, demostrando ter características parecida com as do rei.

    – Pai, o que ele estava falando é verdade – confirmou seu filho, seriamente.

    O Rei levantou do trono.

    – Preparem minha armadura e tragam o meu martelo.

    De volta as muralhas, agora uma horda inteira de esqueletos começou a se aproximar. Cada um dos esqueletos começou a pegar as armas caídas no chão por soldados mortos e adentram na cidade.

    Ao passar toda a horda, um grupo de seis integrantes prosseguiam lentamente. O que ficava no meio, ocultava todo seu corpo com um manto vermelho, seu rosto era oculto pelo capuz. Ele ergueu a mão direta, que emanou em azul, então os corpos mortos começaram a erguer-se e obedecê-lo.

    Eles adentraram na cidade. Os gritos ecoavam por todos os lados. A sua frente, um mar de sangue e corpos mortos, e alguns moribundos também. E o ser de manto vermelho reanimava todos os mortos.

    Uma mulher gemia de terror perto da onde estavam. O ser de manto vermelho a observou. Ela tinha cabelos castanhos escuros, assim como seus olhos. O corpo dela estava manchado de sangue, apesar dela não ter nenhum ferimento.

    Quando os seis se aproximaram dela, recuou com medo. O ser de manto vermelho agachou e abaixou o capuz. Sua pele era cinzenta, seu rosto era magro com uma tatuagem de crânio humano em sua extensão. Seu cabelo era longo e branco. Seus olhos tinham um azul bem vivo, apesar dele não parecer ser.

    – Qual é o seu nome? – perguntou ele. Sua voz era um pouco rouca.

    A mulher estremeceu, sentia o olhar penetrante dele em si. E respondeu depois de um tempo:

    – M-Molly.

    – Certo, Molly, eu sou o Morrigan, um necromante. Eu vou lhe dar duas opções agora. Em uma delas, eu paro o ataque do meu exército de mortos imediatamente, mas você morre. Na outra, eu deixo você ir embora, mas todos na cidade morrem. – Morrigan fez uma pausa. – Então, qual você escolhe, Molly?

    Morrigan, pacientemente, aguardou a resposta. Como não veio, ele tocou o rosto dela. Molly sentiu o toque frio, junto com ele, horror e podridão.

    – Qual você escolhe? – perguntou novamente, sem alterar o tom de voz e a não expressão.

    – Me mate! – ela berrou.

    Morrigan intensificou seu poder. As veias no rosto de Molly começaram a ficar negras, mas seu olhar determinado continuava o mesmo.

    Por fim, ele se levantou, deixando-a no chão.

    – Não a matem. Ela é minha refém – determinou. – Thanatos, carregue-a para mim.

    O ser de manto negro, que estava ao lado de Morrigan, fez um círculo no ar com o dedo, logo laços brilhantes se materializou e prenderam as mãos de Molly uma na outra e uma amordaça em sua boca. O homem musculoso, Thanatos, que estava equipado com uma armadura de porte médio e uma espada grande, jogou-a nos ombros. Molly não tentou se remexer, sabia que era inútil. 

    O ser de manto negro demostrou ser uma mulher – muito linda por sinal – ao abaixar capuz. Era pálida, seu cabelo era curto e negro. Sua boca parecia ser costurada, mas era apenas tatuagem.

    – Senhor Morrigan, posso pegar algumas almas para minhas bonecas? – perguntou a mulher.

    – Claro, Hela.

    Então o grupo voltou a caminhar lentamente.

    O exército morto deixava rastro destruição onde passavam. Matavam os soldados e habitantes do reino de Talles implacavelmente. Era difícil conter um ataque surpresa de inimigos onde matá-los não ajudavam em muita coisa.

    – Com o exército de mortos, isso vira um tédio – reclamou o careca. Era franzino e usava roupas leves.

    – Acalme-se, Ahriman, a diversão já vai começar – disse um ser envolto em sombras que utilizava uma máscara Oni. Sua voz era feminina.

    – Você não engana ninguém, Hades. Está sedenta também – rebateu a mulher de vestimentas roxas. Seu cabelo era longo e negro.

    – Aisa, você é muito esperta – Hades deu uma risada.

    – Calem-se – ordenou Morrigan, o necromante. – O Rei Oros já está fazendo seus movimentos.

    Mais à frente, eles puderam ver os brilhos laranja intensos. Quando chegaram até onde esses brilhos foram emanados, viram Oros com o corpo envolto de uma energia laranja. Seu grupo de mais de cinquenta homens estava com ele. O zumbis e esqueletos dali foram aniquilados.

    Ao ver o grupo, Oros demostrou muito fúria pelo seu olhar.

    – Então são vocês que estão fazendo isso com o meu reino?! – vociferou o Rei.

    Eles não responderam.

    Ahriman olhou para Morrigan, que assentiu. Com um sorriso no rosto, Ahriman olhou para os soldados de Oros.

    – Suicidem-se – disse.

    De imediato, os soldados começaram a fincar suas espadas no coração. Em questão de segundos, grupo fora praticamente derrotado, sobrando apenas dez contando com o Rei.

    Oros se enfureceu ainda mais, o corpo dele emanou energia laranja intensamente.

    Thanatos jogou Molly no chão. Hades abriu os braços, e a escuridão se espalhou, cegando a todos.

    Quando a escuridão sumiu, Thanatos estava acima do filho de Oros, e cortou ele ao meio apenas com um golpe com sua gigante e pesada espada. Hades perfurou o coração de um soldado enquanto sufocava outro com a escuridão.

    De dentro do manto negro, Hela retirou pequenos bonecos de pano, que, ao recitar algo, eles cresceram e começaram a engolir os soldados – eles gritavam no interior dos bonecos.

    As mãos de Aisa ficaram envolto de raios. Ela atirou nos soldados restantes, matando-os instantaneamente eletrocutados.

    Oros saltou com seu Mjolnir envolto em energia laranja. Ossos começaram a flutuar perto de Morrigan, contorceram-se e fundiram-se até virar uma espada de ossos. Ele a agarrou e brandiu contra o martelo. O impacto emanou energia laranja e azul, e empurrou todos os outros para longe.

    Os dois começaram a trocar golpes rápidos. A cada impacto do Mjolnir contra sua espada de ossos, Morrigan era jogado aos poucos para trás – Oros se enchia de confiança a cada golpe. O necromante ficava apenas defensiva, desviando e bloqueando os golpes.

    Morrigan achou uma brecha, e, com uma estocada, talhou o braço do rei. Como resposta, Oros acertou com seu Mjolnir no peito do necromante, fazendo-o deslizar no chão e ficar alguns metros de distância.

    O rei avançou, saltou, girou o corpo e martelou o mais forte que pode. Sem opção, Morrigan teve que bloquear com sua espada. Ele sentia a força maçante o empurrando para baixo, esmagando-o. Oros, confiante, preparou-se para dar o golpe final aumentando a o poder em seu martelo. Entretanto, Thanatos decepou o braço que segurava o Mjolnir, e Hades se materializou ao lado dele e cortou suas pernas.

    Oros ficou caído no chão, sangrando enquanto gemia de dor. Seus olhos estavam arregalados, incrédulos. Morrigan pisou no peito do rei moribundo e fintou-o.

    – Não faça essa cara, Rei Oros. Nunca foi um mano a mano. Nunca ganharia de você, afinal. – Morrigan ergueu a espada com a ponta para baixo. – Seu reino agora pertence-me. Vá para o inferno com a vergonha de não ter conseguido proteger seu povinho imundo.

    – FILHA DA PU-

    Antes que Oros terminasse de falar, Morrigan cravou a espada de ossos na boca dele e puxou-a para cima, rasgando a cabeça dele.

    O grupo seguiu para o castelo. O exército de mortos ficou parado em frente a ele – zumbis e esqueletos. Os soldados restante no castelo atiravam com suas bestas nos mortos, mas eles sequer reagiam.

    Os mortos e esqueletos abriam espaço para o grupo passar. Aisa tomou a frente, e, a partir de seu pé direito, o chão começou a congelar até onde os soldados estavam, congelando-os também.

    Ao adentrar no castelo, guardas partiram para cima. Ahriman ordenou que eles se matassem – arrancando pedaço por pedaço de sua carne, rasgando a própria garganta, enfiando a espada no coração, entre outros meios – e todos fizeram a seu bel-prazer.

    Perto da entrada da sala do trono, mais guardas. Desta vez, foi Thanatos que agiu – e estava com Molly, a refém, em seus ombros. Ele balançou a sua grande espada, cortando um ao meio. Thanatos bloqueou o ataque do segundo homem, e depois cravou a espada no peito dele. Hades emergiu das sombras no teto. De seu manto de sombras, sacou uma espada e cortou a cabeça de dois soldados com um golpe.

    Agora, eles adentraram na sala do trono. Lá estava a Rainha e mais dois guardas. Eles avançaram ao mesmo tempo. Morrigan desviou do ataque do primeiro e cortou a cabeça dele com a espada, enquanto agarrou o segundo pelo pescoço. As veias do homem começaram a ficar negras, o corpo dele tremia ao toque frio e horrendo. Morrigan o largou – ficou tremendo no chão – e cravou a espada de ossos no peito dele, e deixou encrustada lá.

    A Rainha chorava e tremia de medo, e isto triplicou com a aproximação dos seis.

    Ahriman lambeu os lábios.

    – Vejo que sobrou uma para eu me divertir – disse.

    – Sem estupros, Ahriman – advertiu Morrigan.

    Ahriman bufou.

    – Esqueci que você não permite, oh, nobre guerreiro.

    – Faça ela passar uma mensagem para mim.

    – E está mensagem seria...?

    Morrigan agachou, fintou a Rainha com seus olhos azuis e frios.

    – Diga que o Reino de Talles foi subjugado a morte, assim como seu Rei, Oros. – Ele fez uma pausa, sem tirar seus olhos do dela. – Nós, os Deuses da Morte, iremos levar a morte a qualquer outro reino que interferir nos meus planos. A partir de hoje, Talles é minha... eu sou o Rei Morto, Morrigan.

    – Você escutou o que o Rei disse. – Ahriman gesticulou os dedos.

    O choro da Rainha cessou, assim como sua expressão de medo. Com um olhar vazio, ela se levantou e começou a andar.

    – Espera. – Morrigan olhou para Hela. – Você ainda tem aquela poção que faz o corpo de quem ingere explodir?

    Hela assentiu, e entregou um pequeno frasco com um liquido verde dentro para a Rainha. Em silêncio, a Rainha foi embora.

    Morrigan subiu os degraus e sentou-se no trono. Os Deuses da Morte ficaram de joelhos, exceto Thanatos.

    – Glória ao Rei Morto – disseram.

    – Ajoelhe-se, Thanatos – advertiu Hela.

    – Thanatos não vai ajoelhar-se perante rei algum, e vocês também não deveriam – disse Morrigan. – Tire as amordaças da Molly.

    Com o estalar de dedos de Hela, as amordaças sumiram. A refém ficou em silêncio, observou-os com os olhos arregalados e sem expressão.

    – Vocês... são uns monstros – disse ela.

    – Sim. E você continua muito serena para quem viu tanto, então você é o quê? – questionou Morrigan.

    Molly ficou em silêncio.

    – Thanatos, ensine a arte da espada para ela – ordenou Morrigan.

    Thanatos assentiu.

    – O quê?! Por que você vai fazer isso?! – perguntava Molly.

    Ela questionou mais coisas até Thanatos ir embora da sala do trono, e Morrigan ignorou todas.

    Ahriman olhou para Morrigan.

    – Meu Rei, posso perguntar o por que...

    – Não. Vocês estão liberados para fazer o que quiserem, até eu decidir o nosso próximo movimento – avisou o necromante.

    Após assentirem, eles começaram a sair da sala do trono, exceto Hela.

    Ela levantou seu manto negro e sentou-se no colo de Morrigan. Começou a beijar o pescoço e o peito dele. Hela pegou a mão do necromante e colocou em seu seio nu. Ao sentir o toque frio e horrendo, ela arfou.

    – Use-me hoje, meu Rei, por favor – ela sussurrou.

    Do lado de fora da sala do trono, os três começaram a escutar os gemidos de Hela.

    – Bem, eu vou dar uma volta e procurar mulheres vivas – anunciou Ahriman.

    – Você é nojento – disseram Aisa e Hades.

    – E vocês duas tem sorte por eu não conseguir controlar suas mentes.

    Está não é uma história de um herói que sai por aí desbravando o mundo, combatendo a vilania com toda suas forças e, no fim, salva o dia. Na verdade, é uma história que conta sobre os atos horrendos de um necromante vil e cruel, onde levará morte a qualquer lugar que vá.

    Vida longa e muita glória ao Rei Morto.

    Continua...


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