Yoo,
Hoje não deu para postar capítulo mais cedo, mas postei!
Boa leitura ^^
Com a derrota da besta demoníaca, Mikaela foi até Deckard e Miana. Os dois estavam ferimentos consideráveis que sangravam. Estavam sentados no chão ofegante, completamente exaustos.
– Olha o estado de vocês! – exclamou Mika. – Vocês ficarão bem?!
– Calma, calma. – Miana esticou o braço onde havia um corte que já se regenerava. – Como eu disse, regeneração alta. Sem problemas.
Mikaela fez uma expressão triste.
– Queria ter ajudado vocês, mas não sou forte para isso...
Miana e Deckard gargalharam.
– Você é uma incrível maga, Mika! Se você não tivesse perdido as memórias, teria esticado seu braço assim – Mia gesticulou –, recitaria algo, gritaria “explosão” e BOOOM! Tchau, tchau, demônio.
Mikaela arregalou os olhos.
– Verdade?!
– Sim, sim. O que ela recitava mesmo, Deck?
– “A deusa da pólvora me abençoou com o seu dom” – respondeu ele.
Mikaela esticou seu braço direito.
– A deusa da pólvora me abençoou com o seu dom. – O círculo mágico vermelho se materializou. – Explosão.
Os gêmeos arregalaram os olhos. Miana mergulhou na sombra, e Deckard saiu correndo o mais rápido que pode.
Ao disparar a magia, uma parte de cima da montanha foi explodida. Mikaela, com os olhos arregalados, levou suas mãos ao rosto.
– AH! DESCULPA, DESCULPA! – ela repetia. – Não sabia que daria certo!
Deckard estava no chão, surpreso. Miana apenas emergiu sua cabeça das sombras, quando teve certeza que estava tudo bem, ela começou a consolar Mikaela que choramingava.
– Tudo bem, tudo bem – dizia Mia enquanto afagava o cabelo da Mika e trocava olhares assustados com Deck.
Deckard estudou o cristal marrom flutuante em sua frente. O rodeou para observar melhor, mas não achou nada que pudesse tirar uma conclusão para o que ele servia.
– Mika, você pode usar a magia para explodir este cristal? – perguntou Deck.
– Acho que sim...
Mikaela repetiu o processo e conseguiu explodir o cristal em muitos fragmentos, dessa vez sem colocar a vida de Miana e Deckard em risco.
No momento que ela se virou para os gêmeos, sentiu-se zonza. A sensação de ânsia veio em seguida, e ela vomitou.
– Você está bem? – perguntou Deck preocupado.
Ela cambaleou, Deckard a segurou em seus braços para ela não cair. Mikaela viu Miana se aproximar, os dois falaram algo, mas ela não escutou. Então apagou.
Mikaela acordou escutando crepitares. Ao abrir os olhos, a luz do sol a cegou por um instante. Sentia-se fraca, com a boca seca. Percebeu que estava deitada envolto de um manto negro. Quando olhou para o lado, viu Deckard sentado ao lado de uma fogueira de chamas azuis. Ele estava sem a armadura de couro, demostrava ter músculos rígidos e eram bem definidos.
– Deck...? – chamou Mika, saindo mais como um murmuro.
– Oh, então resolveu acordar. – Ele chacoalhou o cabelo molhado e jogou as mechas que caíram em seu olho para trás. – Você desmaiou. Tive que vir te carregando até aqui.
Ele acendeu um cigarro na fogueira e começou a fumar.
Uma sombra cobriu Mikaela dos raios de sol, e viu que era Miana. Ela estava ensopada de água, também havia tirado o peitoral de couro, ficando apenas com um top preto. Era notável que os músculos da Miana eram fortes, mas, mesmo assim, não deixava de ter um corpo muito feminino.
– Achamos que você desmaiou por passar um bom tempo se comer e beber água. – Miana estendeu o odre. – Beba.
Mikaela bebeu toda a água do odre. Deckard deu a ela um peixe assado, que logo comeu quatro.
Ela decidiu ir lavar o rosto no lago. Ainda se sentia enjoada e a cabeça doía. Quando jogou a água no rosto, percebeu que usava um tapa olho. Tentou tirar, mas, não importava o quão forte puxava, não saia. Por fim, desistiu.
– Para aonde vamos? – perguntou Mika.
– Arcádia – respondeu Mia.
– Arcádia?
– O último lugar seguro para viver longe dos demônios – explicou Deck, exalando fumaça pela boca. – No caminho explicamos.
Deckard e Miana se prepararam, e então os três retomaram a caminhada.
Demoraram um dia e meio para chegarem a um lugar rochoso, onde o início da floresta não ficava muito distante. O final da desta área dava-se em um precipício – se caísse, iria demorar um bom tempo até seu corpo chocar-se contra a água e, é claro, morrer.
Os irmãos gêmeos pararam na beira do precipício.
– Chegamos – disseram.
Mikaela fez uma careta.
– E onde está a cidade? – perguntou ela.
Os dois sorriram, então deram um passo para o precipício. O corpo dos dois desapareceram, e Mikaela arregalou os olhos. Em seguida, a cabeça da Miana reapareceu flutuando e disse:
– Vai vir ou não?
Com receio, Mikaela se aproximou do precipício, respirou fundo e jogou-se para frente.
Um campo florido se projetou em sua frente, seguido por uma estrada de chão que tinha seu fim em uma alta muralha. Quatro pilares de energia branca emergiam, formando algo parecido com uma cúpula quadriculada transparente que cobria toda aquela área.
– Bem-vinda a Arcádia – disse Deck.
– Uma cidade invisível? – perguntou Mikaela, boquiaberta.
Os gêmeos sorriram.
– Sabe aqueles pilares de energia e a cúpula lá em cima? – questionou Deck enquanto apontava.
Mikaela assentiu.
– É responsável por deixar a cidade invisível, criando uma ilusão para quem está do lado de fora. Também é responsável por camuflar a energia das pessoas, deixando impossível para os demônios nos rastrear – explicou ele. – E tudo isso foi criado por você.
– Por mim? – ela ergueu uma sobrancelha.
– Sim.
– Sou tão fodona assim?
– Pode apostar que sim – Mia riu.
Os três idiotas foram até o gigantesco portão da muralha. Os soldados logo reconheceram Miana e Deckard e deixaram entrar.
Lá dentro, apensar da situação em que o mundo se encontra, era bastante movimentado e o clima agradável. Comerciantes nas ruas, crianças brincando, adultos conversando – nada fora do normal. Claro, havia uma quantidade de soldados acima do normal para uma cidade, o que era justificável.
Enquanto caminhavam pela cidade, Mikaela percebeu que Deckard e Miana eram bastante populares, pois sempre alguém cumprimentava os dois. Havia alguns que saiam correndo também.
Enfim, chegaram em casa. Mikaela foi a última a tomar banho. Quando ela foi para a sala de jantar, os dois estavam sentados envolta da mesa. Os irmãos encaram a Mikaela por um tempo, levantaram-se e abraçaram-na bem apertado.
– Eu era tão importante para vocês assim? – perguntou Mika. Estava sem reação.
– Uhum – responderam os dois, ainda a abraçando.
– Sinto não lembra de vocês, mas... – Mikaela abraçou os dois na mesma intensidade. – Estou de volta.
– Sentimos sua falta – murmuraram os dois, aninhados em Mikaela.
Continua <3 :p