Um eterno amor

  • Yy Chan
  • Capitulos 13
  • Gêneros Shounen Ai

Tempo estimado de leitura: 2 horas

    16
    Capítulos:

    Capítulo 12

    Verdade parte 2

    Álcool, Bissexualidade, Drogas, Heterossexualidade, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Oiie espero que gostem ^^

    Yukine

    Estou me sentindo tão bem... Sinto algo envolver a minha cintura, como se tivesse me abraçando. O cobertor? Não, eu já estava coberto. É tão confortável e quentinho... Espera. Eu estou sendo abraçado por alguém. 

    Abro os meus olhos e me deparo com dois olhos azuis intensos. — Yato?!

    — Bom dia, Yukine! — Diz ele aos sorrisos.

    Dia... Quanto tempo eu dormi?!

    Estico o pescoço e olho para a janela. Os raios de sol alaranjados atravessam a cortina. Já é de tarde.

    — Idiota... *bocejo* Ainda é tarde.

    — Sim... Mas pelo jeito você continuaria a dormir até o dia seguinte. — Ele começa a rir. — Sabia que você é muito fofinho dormindo? Parece um anjinho— Ele fala com um sorriso bobo no rosto.

    Sinto minhas bochechas corarem. Fofinho... Não se fala esse tipo de coisas de repente aos outros!

    — Idiota... Até quando você pretende ficar assim comigo?

    Ele está com seus braços envolvendo a minha cintura, nossas pernas estão entrelaçadas e seu rosto está muito perto. Consigo até sentir a sua respiração roçar em meu rosto.

    — É que eu estava na rua até agora, e está muito frio lá fora! Deixa eu me esquentar um pouquinho aqui com você, Yukine! Você está tão quentinho.  — Pede ele com um sorriso envergonhado

    Mas tinha que ficar tão perto...?

    — Tá... Só não faça nada estranho...

    — Obrigado, Yukine! Você é o melhor! — Ele exclama me apertando cada vez mais forte.

    O silêncio cai entre nós. Mas não um silêncio incomodo. Um silêncio calmo e agradável. Realmente estar em seus braços é algo... Reconfortante.

    Institivamente apoio minha cabeça em seu peito. Yato não diz nada, então continuo apoiado nele. Consigo escutar as batidas de seu coração... Estranhamente aceleradas, porém me acalma.

    Começo a me sentir que nem um filho no colo de sua mãe. As batidas de seu coração vão me acalmando, me sentindo ficar cada vez mais sonolento. Sinto meus olhos pesarem, mas sua voz soa com uma pergunta desagradável.

    — Yukine... Nesse pouco tempo que eu te conheço, percebi que já gosto muito de você... De verdade... Até agora não te exigi nada, mas eu sinto que eu devo perguntar. Eu quero saber por você... O que dizem sobre você... É verdade?

    Subitamente tento me afastar, mas ele continua a me segurar em seus braços. — Por favor, Yukine. Me diga a verdade...

    —... O que você... acha desses boatos?

    — Eu... Não o julgaria se fosse verdade... Acredito que você teria bons motivos.

    Estico o meu pescoço e olho em seus olhos. — Eu nunca fiz sexo por dinheiro.

    Ele suspira parecendo estar aliviado. — Então os boatos são falsos.

    — Tecnicamente... — As lembranças de um passado sombrio vêm à tona.

    — Como assim?

    Respiro fundo tentando juntar coragem para respondê-lo. Eu quero falar para ele. Tenho medo, mas essa pode ser a minha ultima chance de dizer isso para alguém...

    —... No final do ano passado eu acidentalmente achei uma pagina da internet. Era um lugar que homens mais velhos pagavam para jovens garotos serem seus “filhos”... Basicamente só se fazia coisas que pai e filho fazem... Não sei o que deu em mim. — Talvez por ter o pai que eu tenho e também a necessidade de dinheiro me incentivaram.— Eu estava querendo muito juntar dinheiro e o pagamento era bom... Eu comecei a sair com alguns homens mais velhos. No começo era estranho, mas eles não faziam nada de ruim comigo... Eu... até gostava. Alguém prestando atenção em mim, cuidando de mim, passando um tempo livre comigo. Realmente parecia que eu tinha um pai, ou vários... — Eu respiro fundo. Inconscientemente eu começo a apertar a barra de sua camiseta. —... Estava tudo indo bem... Até que um dos clientes... começar a querer algo a mais comigo... — As lembranças daquele dia ainda são dolorosas. —... Desde então eu parei de fazer esse tipo de coisa.

    Ele permanece em silêncio. O que ele acha de mim agora? Ele deve me abominar...

    Yato finalmente olha em meus olhos. — Ele fez algo com você? — Seu olhar era de pura preocupação.

    —... — Lágrimas começam a escorrer. Aquele dia... Eu nunca me senti tão impotente. Tão fraco.

    Yato me aperta ainda mais em seus braços. Ele não me diz nada, só fica esfregando as minhas costas e minha cabeça, tentando me tranquilizar.

    Eu me permito chorar em seus braços. Só agora percebo o quanto doloroso foi manter isso só para mim. Não ter ninguém para me consolar... Para cuidar de mim.

    ... Mas agora eu tenho o Yato.

    Agora sou eu que o envolvo em meus braços o apertando fortemente, como se eu não o quisesse deixar ir embora.

    E eu realmente não quero.

    Yato

    Acordo com o Yukine ainda em meus braços. Eu nunca me cansaria de acordar e tê-lo ao meu lado...

    Sua face tranquila e plena, seus lábios entreabertos, sua respiração calma e constante, seus braços me envolvendo... Realmente me dá vontade de abraça-lo ainda mais e ficar com ele aqui para sempre.

    Mas eu tenho que sair dos braços desse loirinho. Já é de noite e a nossa única refeição foi o café da manhã.

    Acaricio o rosto do Yukine. Ele realmente parece uma criança.

    ...Será que ele realmente foi...

    Se eu tivesse sido amigo dele antes. Será que tudo isso teria acontecido?

    Se eu estivesse lá ao seu lado...

    Isso é tudo culpa minha. Se eu não tivesse sido um idiota e ter ido falado logo com ele!

    ...

    Seco as minhas lágrimas que teimosamente insistem em cair.

    Não irá ajudar em nada eu ficar me lamentando. Talvez não tenha acontecido aquilo. Talvez...

    Cuidadosamente me desvencilho de seus braços. Saio do meu quarto, mas antes de fechar a porta eu fico parado um tempo ao lado do batente o olhando.

    Eu estarei sempre aqui para te ajudar, Yukine. Então, não se preocupe com mais nada.

    Decidi não comprar uma pizza e fazer comida eu mesmo. Não será bom para o Yukine viver só de pizza. Ele ainda está em fase de crescimento então ele tem que comer adequadamente!

    Mas bem que eu gostaria que ele fosse pequeno para sempre...

    No final das contas eu fiz uma sopa de galinha. Falam que é bom para pessoas doentes... Eu sei que o Yukine não está doente, mas foda-se.

    Será que seria melhor eu levar numa bandeja para ele? Ou esperar ele acordar sozinho?

    Suspiro. Acho melhor eu levar lá em cima para ele. Assim ele não terá que se esforçar muito. Eu vi o seu estado, ele está cheio de manchas roxas esverdeadas pelo corpo todo. Ele pode não admitir, mas deve estar sentindo muita dor.

    Se aquele homem não fosse o pai do Yukine ele já seria um homem morto.

    Abro cuidadosamente a porta do meu quarto e encontro um Yukine já desperto prestes a se levantar.

    — Vejo que já acordou.

    Ele olha para mim meio assustado, pelo jeito não tinha me percebido ali.

    — Sim... Eu acho que eu não consigo mais dormir sem- — Subidamente ele para de falar e fica vermelho. Por que será? Ele olha para as minhas mãos e percebe que estou a carregar algo. — O que é isso?

    Eu sorrio e o respondo. — Fiz uma sopa para você, Yukine. Espero que você goste de sopa de galinha... — Digo pondo a bandeja em seu colo.

    Ele olha para a sopa e parece que algo o incomoda. — Yato... É que... Bem, eu sou... vegetariano.

    — Você... Desculpa, eu não sabia. — Rapidamente eu pego a bandeja de seu colo. — Deixa que eu faço outra coisa!

    Saio correndo do quarto. Eu estou morrendo de vergonha. Mas eu realmente não sabia... Para falar a verdade eu sei quase nada sobre o Yukine.

    Passos soa pela escada e um Yukine preocupado aparece. — Yato, não precisa fazer algo para mim. — Suas bochechas estão levemente coradas e em seu olhar pesa a culpa.

    — Claro que preciso! Você é vegetariano, então quer dizer que você não come carne, né? Então você não pode comer a sopa que fiz. Preciso fazer outra coisa para você comer.

    — Mas...

    — Yukine, eu já te disse isso hoje mais cedo. Não precisa se preocupar com essas coisas. Você não está me atrapalhando ou algo do tipo. — Digo olhando em seus olhos, mas ele desvia o olhar, encabulado.

    — Eu sei... Só me sinto mal por não poder fazer nada para te ajudar.

    — Não precisa... — Uma ideia surge em minha cabeça. — Yukine, você sabe cozinhar?

    Suas bochechas coram ainda mais e ele nega com a cabeça. — Ninguém nunca me ensinou. A última vez que eu tentei fazer algo sozinho... não deu muito certo.

    — Então que tal eu te ensinar?! Enquanto eu cozinho você me ajuda e aprende com isso. No fim todos saem ganhando, né?

    Ele olha em meus olhos. Sem perceber eu seguro a minha respiração. Esses olhos alaranjados me prendem completamente. — Eu... gostaria muito de poder te ajudar, Yato.

    Saio do meu transe momentâneo e sorrio para ele. — Então vamos! — Digo já indo para a cozinha com ele me seguindo logo atrás.

    — Desculpa por você ter que fazer outro prato. Eu devia ter te contado antes que eu era vegetariano.

    — Tudo bem. — Eu sorrio. — Eu realmente fico muito feliz por saber algo a mais sobre você.

    Ele sorri de volta com um leve avermelhar em sua face.

    Eu nunca me senti um cozinheiro tão bom quanto hoje. Com os poucos legumes que eu tinha em casa, eu consegui fazer Legumes assados com molho de tomate. É claro que eu pesquisei na internet, eu nunca cozinhei um prato desses, mas admito que ficou muito bom.

    O Yukine me ajudou um pouco a lavar os legumes e a fatia-los, realmente foi a parte que eu fiquei mais tenso, pois não queria que ele acabasse se cortando sem querer, mas tudo ocorreu bem.

    Acho que amanhã terei que ir às compras de novo. Pois eu comprei poucas coisas e a maioria foi carne...

    — Ficou bom, Yukine? — Nós nos sentamos juntos para comer, e já era o segundo prato que o Yukine estava comendo, acho que ele devia estar faminto.

    — Sim! Ficou m-muito b-boom. — Responde ele com a boca cheia.

    Olha-lo assim o faz parecer ainda mais como uma criança. Ele é tão fofo!

    — Fico feliz que tenha gostado.

    Acho se for para ver o Yukine assim até eu virarei vegetariano.

    — No fim eu acabei me esquecendo de perguntar... Se você já tinha parado de fazer aquele trabalho, então, por que disseram que te viram com um homem lá no centro da cidade?

    Só depois que eu disse eu percebi o quanto desconfiado eu parecia estar. Mas saiu totalmente sem eu perceber! A pergunta surgiu na minha cabeça e eu não consegui não perguntar...

    O Yukine me surpreendendo, não parece ter se ofendido, na verdade, ele me olhou nos olhos normalmente e me respondeu. — Eu sou bom em mexer em computadores, e eu disponho o meu serviço online. Caso alguém queira que eu arrume seu computador eles me contratam, e eu não cobro muito, então já recebi muitas ofertas por causa disso.

    — Então... o homem que viram era um de seus clientes do seu trabalho atual?

    — Sim. Ele mora na região central e como eu só aceito em dinheiro, ele foi num banco sacar. Foi só coincidência nós estarmos na “rua dos amores” quando ele estava me dando o meu pagamento.

    Então ele ouviu as fofocas...

    — Entendi... As pessoas não se surpreendem ao ver que você é uma crian-, quero dizer, tão novo?

    —... Sim, por isso eu digo que caso não fiquem satisfeitos não precisam me pagar, e então eles me deixam fazer o meu trabalho. Sempre ficam satisfeitos. — Diz ele orgulhoso.

    Vendo o Yukine falar assim ele parece tão maduro...

    Eu nunca precisei trabalhar, mesmo morando sozinho minha mãe é quem banca tudo. Agora eu fico pensando quem é a criança aqui...

    Uma curiosidade brota em minha mente. — Por que você queria tanto assim juntar dinheiro? Queria comprar alguma coisa cara ou algo do tipo?

    Ele fica sério. —... Eu queria juntar dinheiro para deixar de viver com os meus pais. Eu já tinha dinheiro o suficiente para viver sozinho, pelo menos por alguns meses.

    — Então por que não se mudou...?

    — Eu sou muito novo. Ninguém alugaria um apartamento para um garoto da minha idade... Por isso eu estava juntando dinheiro para que assim que eu tivesse idade suficiente eu já pudesse deixar de viver com eles.

    O Yukine é realmente um garoto maduro, mesmo tendo um corpo pequeno e frágil, um rosto infantil, e ter pouca idade, suas atitudes são de um homem.

    — Então... Que tal viver aqui comigo?


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