Os Cinco Selos

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    Capítulos:

    Capítulo 120

    Especial 01 - Os Cinquenta Anos de Kleist

    Linguagem Imprópria, Mutilação, Violência

    Yooo,

    Bem, o especial ficou maior do que eu esperava. Mas acredito que apenas o do Kleist seja tão grande, pois tentei construir bem a relação entre ele e Lucy em um especial. O do Edward (o próximo) talvez seja grande também, mas nem tanto, sei lá.

    Enfim, fiquem com seu presente de dias das crianças, meus caros leitores que eu poluo a mente constantemente

    Boa leitura ^^

    Há quarenta e dois anos...

    Desde quando os selos foram separados, Kleist, por trinta e dois anos, não fez muitas coisas chamativas. Na maior parte do tempo, ele vagava de cidade em cidade fazendo trabalhos normais como, por exemplo, carregar coisas, ajudar em construções, ou algo tipo. Era um trabalho fácil considerando sua força. Em um certo dia, ele decidiu ler sobre as pessoas que estavam tendo suas cabeças a prêmio. Dentre muitos, um chamou sua atenção. Dizia que o assassino gostava de dilacerar suas crianças e, na maioria das vezes, encontrava apenas a carcaça da vítima, como se tivesse sido devorada. Neste momento, Kleist desconfiou de que se tratava de um demônio, e, se fosse, com certeza a vítima era torturada e devorada. Ali dizia que o demônio rodeava Geórgia, um certo reino cujo o rei é de grande status. Mas sempre ouvia que era um reino podre, o que não era de se surpreender. Kleist havia aprendido que grande poder nas mãos dos humanos corrompe o melhor e aflora a podridão. Não havia nada que ele pudesse fazer sobre, mas ele realmente não liga.

    Kleist perseguiu pela estrada em direção ao reino de Geórgia. No caminho, ele teve que surrar alguns ladrões que o incomodavam, principalmente quando a noite caia. Kleist fazia paradas apenas para se alimentar nas pequenas vilas, ou para treinar, pois Edward havia dito que os selos deveriam treinar pelo menos quatro horas por dia. O porquê disso ele não sabia, mas já iria treinar de qualquer jeito mesmo.

    Após dois dias de viajem, finalmente Kleist havia chegado em Geórgia. Chegou ao anoitecer, mas a cidade parecia ser mais obscura do que qualquer uma. A área total do reino era circular, onde, em seu centro, ficava o grande castelo alavancado. Quanto mais no centro da cidade você ficava, mais alta era. Por causa disso, o reino se subdividida em cidade alta e cidade baixa. Na cidade alta morava as pessoas mais afortunadas, ou com dinheiro suficiente para não ser considerado pobre. Já na cidade baixa, ficavam o que eles chamavam de escória da sociedade, ou seja, as pessoas consideradas pobres, ladrões ou algo do tipo. Obviamente, era pela cidade baixa onde Kleist iria começar a procura do demônio, parecia ser um bom local para se matar e ninguém se importar muito com isso.

    Kleist caminhou entre a ruas com pouca iluminação na cidade baixa, podia ver gente bêbada, ou poderiam estar drogados, caídos no chão. Em um bar que parecia estar mais calmo, ele adentrou e sentou-se. Pediu uma cerveja e começar a escutar os sussurros das pessoas. Dentre todas as vozes, onde a maioria falava sobre o belo corpo da servente, pode escutar falar sobre a cidade subterrânea sob Geórgia. Bebeu mais um copo de cerveja, pagou, e foi embora.

    Caminhando pela cidade baixa, Kleist encontrou uma abertura que emitia um brilho não muito forte. Aproximando-se, viu a escadaria que o levava para o subterrâneo. Algumas pessoas olharam estranho para ele, mas acho que sabiam que não seria boa coisa enfrentá-lo. Desceu as escadas, e a cidade subterrânea começou a aparecer para ele. Casas muito mais simples tomavam está região, onde era estranhamente bem iluminada. Kleist podia sentir o cheiro fétido. Ao passar pelas ruas, pode ver corpos mortos em becos como se fossem nada. Escutava os gritos das pessoas tento partes do corpo arrancada para venda no mercado negro ou pagar dívidas.

    – A podridão humana não para de me surpreender. Não que eu nunca tenha decepado algum membro de alguém, mas a situação era completamente diferente – pensou.

    Caminhando a passos lentos por mais um tempo, Kleist viu uma mulher vestida com trapos, detinha um cabelo liso castanho escuro e seus olhos eram também castanhos escuros, quase negros, porém. Ela estava sendo espancada por três homens, mas Kleist decidiu ignorar para não chamar mais atenção. Depois de algum tempo sem encontrar nada, decidiu ir embora do subterrâneo.

    Na superfície, alugou um quarto simples por uma noite. Deitou na cama e dormiu.

    Acordando por volta de três horas da tarde, Kleist comeu um pão que ele realmente não sabia decidir se era mais duro que uma pedra ou não. Na floresta que rodeava a cidade, ele treinou manejando sua espada durante quatro horas seguidas. Com a volta da lua, descansou um pouco e foi em direção a cidade subterrânea novamente.

    Caminhou durante minutos inutilmente de novo, nada de demônio. Entretanto, Kleist novamente avistou a mulher de cabelo castanho. Os mesmo três homens a espancavam novamente, e, dessa vez, arrastaram-na para o beco escuro.

    Kleist parou e suspirou.

    Ele ficou de frente para o beco escuro, pode escutar o barulho da fivela do cinto. O mais alto dos três estava a sua frente e de costas para o selo. Kleist agarrou a cabeça do homem alto com sua mão direita e afundou a cara dele na parede de concreto. O mais baixo estava ao seu lado, e Kleist o acertou no rosto com as costas de sua mão revestida com sua manopla de ferro, estraçalhando dentes e fazendo-o apagar instantaneamente. O terceiro tentou fugir, mas Kleist chutou a perna dele, fazendo-o cair de cara chão, e ele apenas pisou com sua bota de ferro na cabeça do terceiro indivíduo. Nenhum dos três estavam mortos, pois Kleist não gostava de matar humanos, mas ficariam um bom tempo desacordados e meses se alimentando apenas de sopa.

    – Vamos. – Kleist estendeu a mão para a mulher. – Ou não consegue se levantar?

    – Sim... consigo – ela agarrou firmemente a mão.

    Os dois correram até saírem do subterrâneo, de lá, a mulher tomou a frente indo direção a sua casa. Eles precisaram sair da cidade e foram até um pouco antes de entrar na floresta, onde viram a casa. A casa era feita de pedra, pequena e não tinha nada demais.  Por dentro, havia apenas a divisão onde é a cozinha, uma mesa e a cama. Exausta, ela sentou na cadeira, e Kleist se manteve de pé.

    – Humm... obrigada... por me salvar. – Ela sorriu. Seu olho esquerdo estava roxo, tinha alguns hematomas pelo corpo, estava suja e seu cabelo empapado de suor e poeira. – Eu me chamo Lucy Sparda... e você é?

    – Kleist.

    – Kleist... por que você me salvou...? – perguntou com receio.

    – Talvez seja porque você estava sendo surrada. Tão incomum ser salva em uma situação desta?

    – No subterrâneo, sim. – Ela fez uma pausa, coçou a bochecha e sorriu exaustivamente. – Acho que vai ser difícil voltar para lá amanhã.

    – Você ainda pretende voltar?

    – Tenho que ganhar dinheiro de alguma forma...

    Depois de minutos de silêncio, Kleist abriu a porta para ir embora, mas Lucy o segurou pelo seu casaco.

    – Espera... é... se quiser dormir aqui por hoje... – Ela chacoalhou os braços. – Não pense errado... é que esta é a única forma que eu tenho de agradecer.

    – Quer que um estranho durma na sua casa?

    – Bem... este estranho me salvou de horas de socos e... de ser violentada.

    Kleist fechou a porta.  Ele não sabia ao certo porque estava aceitando isto. Lucy conteve sua animação. Ao lembrar que só tinha uma cama, ela deu um sobressalto.

    – Eu meio que me esqueci deste detalhe – ela riu olhando para ele.

    Kleist suspirou.

    – Tudo bem, eu durmo na cadeira.

    – Sério?

    – Sim.

    Lucy se deitou na cama, Kleist apagou a única lamparina e sentou-se na cadeira.

    – Tenha uma boa noite, Kleist.

    – Você também.

    Kleist acordou já no outro dia com o barulho da porta se abrindo. Viu a Lucy com os mesmos trapos e ainda suja saindo de casa, mas ele a impediu segurando seu braço.

    – Ah... bom dia, Kleist – ela sorriu.

    – Aonde você vai?

    – Eu disse que preciso de dinheiro...

    – Mas você é abusada lá, Lucy. Por que você quer tanto isso?

    Lucy olhou Kleist, mas abaixou o olhar.

    – Porque... porque estou grávida – falou entristecida, não pelo fato de estar grávida, mas pela vida horrível que iria dar para a criança. – Preciso de dinheiro para cuidar do bebê.

    Os dois ficaram se entreolhando em silêncio. Kleist se levantou e a puxou, fazendo com que ela caísse sentada na cadeira.

    – Não saia daqui até eu voltar, entendeu? – disse Kleist.

    Lucy pareceu receosa ao responder, mas assentiu depois de um tempo.

    Perguntou-se por que estava fazendo isso.

    Já era noite quando Kleist retornou para a casa, esteva com receio de que Lucy não estivesse em casa, mas o brilho da luz dizia ao contrário. Ele adentrou na casa, pode ver o ânimo dela ao vê-lo. Em cima da mesa, Kleist colocou sacolas. Dentro delas, estavam algumas verduras e um pouco de carne de porco. Antes que Lucy pudesse falar algo, Kleist jogou em cima da mesa uma pequena bolsa de couro onde moedas saíram dela. Após um sobressalto observado tudo aquilo, ela perguntou:

    – O que... é tudo isso?

    – Isso é o que eu consegui tendo um verdadeiro trabalho por um dia.

    – Eu... não posso ficar aceitando sua ajuda assim, Kleist.

    – E não vai. Você irá trabalhar comigo amanhã.

    Lucy abaixou o olhar.

    – Mas eu sou uma inútil...

    – Porra nenhuma – retrucou rigidamente Kleist. Palavras bonitas não faziam muito seu estilo.

    Ele tomou a frente e começou a pegar as coisas para cozinhar, mas Lucy entrou na sua frente abrindo os braços.

    – Nãooooooooo! – impediu ela. – Pelo menos isso eu faço.

    Kleist manejou a cabeça concordando. Decidiu treinar enquanto esperava o jantar ficar pronto.

    Não demorou muito para ficar pronto. Lucy se sentou em um lado da mesa e o Kleist do outro. Quando começaram a comer, Lucy comia desesperadamente. Kleist a observou por um tempo.

    – Você não come direito há quanto tempo? – perguntou a ela.

    – Hmmm – ela parou para pensar. Um pedaço de carne estava grudado em sua bochecha. – Nem lembro mais – respondeu e voltou a comer.

    Lucy só parou de comer ao ver que a panela vazia. Ela choramingou por ter acabado.

    – É melhor ir dormir. Teremos um dia cheio amanhã – propôs Kleist.

    Ela assentiu e se jogou na cama.

    – Boa noite, Kleist – disse seguido por um suspiro de alivio.

    – Para você também.

    Pela manhã, novamente, Lucy foi a primeira a acordar. Ela sentiu que aquela havia sido a melhor noite de sono que tivera.

    – Bom dia, Kleist! – vociferou ela. – Vamos trabalhar!

    Então eles foram. O trabalho era em uma construção, onde os dois tinham apenas que carregar materiais, equipamentos, ou coisas do tipo. Lucy carrega mais coisa do que o corpo de uma mulher de dezoito anos poderia carregar, além do mais, estava grávida! Kleist a advertiu sobre isso, e ela concordou em diminuir o peso com o sorriso bobo dela.

    Por quatro dias as situações foram exatamente a mesma. Ela acordava animada, iam trabalhar, Kleist brigava com ela por estar carregando peso demais, jantavam muito (ela, para ser mais exato) e, por fim, iam dormir. Mas, no quarto dia, Kleist resolveu levá-la às termas com o dinheiro que já tinha. Ambos precisavam, pois fediam, mas principalmente ela. Havia sido a primeira vez que Lucy fora a uma terma. Após o banho, Kleist ficou surpreso pelo cabelo dela ser tão bonito quando não está empapado. Apesar disto, faltava uma coisa: roupas. Os dois foram até uma loja, compraram algumas peças de roupas para Lucy. Já da loja, ela saiu trajada de uma blusa de manga com estampa de rosas, um short que descia até o meio de suas coxas e um par de bota de couro. Lucy estava muito mais feliz hoje, Kleist podia ver isso.

    Em casa, neste dia, Lucy jantava com mais calma. Ela olhava para Kleist, como se estivesse o estudando.

    – Quem é você, Kleist? – pergunto a ele. – Digo, você carrega todos os dias uma espada que é praticamente do tamanho do seu corpo e que parece ser pesada. Seus olhos amarelos brilham fora do comum. Você derrotou aqueles caras tão fácil quanto formigas. Você se mantém inexpressivo todos os dias, sabe sorrir?! Sempre coberto pelo seu capuz, você tem rosto? Me pergunto isto todos os dias.

    Kleist fez uma pausa a analisando também.

    – Já ouviu falar sobre Os Cinco Selos? – perguntou, e Lucy confirmou manejado a cabeça.  – Sou o quinto selo, Guerra. – Sua mão fincou envolto em chamas amarelas.

    Os olhos castanhos escuros de Lucy se arregalaram.

    – Incrível! Sobre soube que as histórias eram verdadeiras! Cadê os outros quatro?!

    – Nosso capitão disse para nos separarmos por enquanto. – Estranhamente, Kleist sentiu saudades. – E você? Quem é? – perguntou cortando um monte de perguntas que ela faria.

    O rosto da Lucy se fechou em tristeza.

    – Bem... eu sou filha bastarda do rei de Geórgia, Orsen. Eu vi minha mãe ser morta quanto eu tinha oito anos justamente por causa disto... ter uma filha e ser bastarda é uma vergonha para o rei. Desde então, tento sobreviver. – Ela abraçou sua barriga, ainda mais triste. – Eu nem mesmo sei quem é o pai do meu filho.

    Kleist pode ver uma lágrima.

    – Obrigado por contar – disse ele. – Sei que não é tão simples assim, mas... não importa seu pasado. O que é importa é seu presente, pois é ele quem constrói seu futuro. E eu te ajudarei.

    Perguntou-se novamente por que estaria fazendo isso.

    Lucy sorriu, desta vez, verdadeiramente.

    Ao chegar o momento de irem dormir, Lucy se sentou na cama e observou Kleist.

    – Kleist... – ela andou até ele. Kleist tem tamanho mediano, mas Lucy é baixa, tendo que erguer um pouco a cabeça para olhar para ele. Lucy abaixou o capuz, vendo seu cabelo castanho escuro levemente ondulado que descia até acima de um ombro. Passou a mão em sua bochecha, em um piscar de olhos, o brilho dos olhos de Kleist haviam se apagado, tornando-se um amarelo quase fosco. – Você é bonito.

    Ele deu um sorriso sem mostrar os dentes, e ela devolveu o mesmo sorriso. Kleist a agarrou pelas coxas e a ergueu, Lucy passou suas pernas envolto da cintura dele. Ela mordiscou o lábio inferior de Kleist.

    – Que tal dormir na minha cama hoje? – sussurrou.

    Kleist a beijou, e deitou-os sobre a cama.

    Alguns meses se passaram, eles continuavam a trabalhar com coisas relacionadas a construções. Não rendia muito dinheiro, óbvio, mas rendia o suficiente. Quando a barriga de Lucy ficou demasiado grande, Kleist conseguiu convencê-la de ficar em casa, e apenas ele continuou trabalhando. Mesmo com sua barriga enorme, Lucy não conseguiu ficar quieta, acabava sempre, pelo menos, arrumando a casa, e sempre levava sermão de Kleist.

    Em certa noite, onde os dois estavam dormindo juntos, Lucy subitamente acordou e ficou sentada na cama. Ao cutucar Kleist, ele acordou também.

    – Kleist... eu acho que o bebê quer sair – disse ela com a respiração pesada.

    – O QUE?! – Ele olhou de um lado para o outro. – O que eu faço?!

    – Vá chamar a Maria – fez uma expressão de dor.

    – Maria...?!

    – Sim, seu idiota – balbuciou ferozmente.

    Kleist pulou da cama, vestiu sua roupa rapidamente e correu o mais rápido que pode em direção a cidade para chamar sua amiga, Maria. Minutos depois, eles voltaram. Maria impediu a entrada de Kleist na casa, ele não queria, mas ficou. De fora, ele começou a escutar os gritos de Lucy rompendo o silêncio da noite. Kleist andava desinquieto de um lado para o outro. Ele não sabia ao certo de quantas horas Lucy estava gritando, mas parecia ser uma eternidade, mas, por fim, os berros cessaram. Imediatamente Kleist parou e ficou olhando para a porta. Silêncio. Seu coração batia forte. Então o choro veio gradativamente mais alto. Kleist suspirou, pode sentir todos seus músculos relaxarem. A porta começou a se abrir, ele pode ver os fios do cabelo loiro da Maria antes que saísse. Ela estava pingando de suor e com as mãos sujas de sangue, e disse que podia entrar agora. Sem pensar duas vezes, Kleist adentrou e viu Lucy com o bebê nos braços. Ela estava ainda mais suada que Maria, claro, estava completamente descabelada e exausta.

    – É uma menina – ela disse com um sorriso exausto. – Pegue ela, amor.

    Kleist engoliu seco. Aproximou-se. Moveu suas mãos de um lado para o outro pensando como pegar em uma bebê tão frágil. Lucy de uma risadinha.

    – Apenas estique seus antebraços, bobinho. – Ao fazê-los, Lucy colocou a bebê em seus braços.

    Kleist ficou parado como estátua olhando para a bebê. Só tinha alguns fios de cabelo, o rosto parecia um joelho, fedia e sua pele estava coberta com algo que ele preferia não saber o que era. Mas a sensação era estranhamente maravilhosa. Ali estava a criação de uma nova vida em seus braços, aquilo era novo para ele. A bebê já havia parado de chorar, esticou os bracinhos até o rosto de Kleist e começou a dar tapinhas debatendo-se, ele sorriu.

    – Deram um nome para ela? – perguntou Maria já com as mãos limpas.

    – Diana – sussurrou Kleist. Aquilo escapou de sua boca sem que percebesse. Ele olhou para Lucy corado e chacoalhando a cabeça. – Não... digo... é... quer dizer...

    Lucy riu.

    – Diana Sparda, então. – Ela sorriu. – Amei.

    Kleist decidiu trabalhar dobrado. Tanto que, quando Diana teve idade suficiente, eles conseguiram colocar ela em uma escola. Fora que conseguiu expandir a casa, criando um quarto para ele e Lucy, e um só para Diana.

    Com sua filha passando a manhã e tarde na escola, Lucy conseguiu voltar a trabalhar, mas, desta vez, de servente em um bar. Estranhamente, ganhava mais do que em construção, desse ser porque ela atraia a clientela com sua beleza. O melhor de tudo: muitos já sabiam que ela era a mulher de Kleist, ninguém queria encará-lo, por isso não a usavam palavras desrespeitosas para chamá-la e nem a tratavam mal.

    Quando os dois tiveram folga, levaram Diana, já com seis anos, para passear. Lucy tinha vinte e quatro anos, e Kleist só sabia que tinha mais de mil. Diana tinha um curto cabelo castanho levemente ondulado, e estava sentada sobre os ombros de seu pai cantarolando uma música qualquer. Kleist andava de mãos dadas com Lucy. Ele não carregava mais sua espada, não usava mais sua braçadeira e nem suas botas de ferro. Vivia uma vida normal de humano.

    Estavam em um campo florido, onde tinham flores praticamente de todas as cores. Diana ficou animada, Kleist a colocou no chão, e ela saiu correndo para brincar. Kleist e Lucy se sentaram um ao lado do outro, observando-a enquanto o sol forte dava brilho ao ambiente. Kleist olhou para Lucy, e viu lágrimas escorrendo pelo seu rosto até um sorriso.

    – O que há? – perguntou a ela.

    – Nunca me imaginei tendo um momento como este. – Enxugou as lágrimas, olhou para ele ainda sorrindo. – Você me salvou, meu querido herói. Te amo tanto.

    – Eu sei – respondeu.

    Lucy fez uma expressão emburrada, sentou no colo de Kleist e empurrou as costas dele contra o chão pelo ombro.

    – “Eu sei” – imitou Lucy. – Só isso que vai me dizer?! – Ela começou a apertar e espichar as bochechas dele. – Me responde direito!

    – Eu te amo, querida – disse enquanto tinha as bochechas sendo esticadas.

    Ela bufou.

    – É bom mesmo. – Eles deram um selinho. Lucy deu uma risadinha. – Então quer dizer que o Selo da Guerra, um dos responsáveis por derrotar o rei demônio, Bahamut, e que tem mais de mil anos, está amando uma simples humana de vinte e quatro anos? O que os outros selos dirão sobre isso?

    Kleist preferia não imaginar o que iriam dizer, e Lucy riu com a expressão que fizera.

    – Quando irei conhecer eles? – perguntou ela.

    – Espero que demore. Quando o dia chegar, provavelmente estaremos em guerra.

    Os dois iam se beijar novamente, mas Kleist viu Diana colocar algo na boca.

    – Diana! – exclamou. – Tire isso da boca!

    Diana começou a mastigar rápido. Os dois levantaram e foram em sua direção, mas ela começou a correr.

    – Diana! – exclamaram correndo atrás dela e a pegando em seguida.

    Ela cuspiu pelo menos três tipos diferentes de flores coloridas.

    – Eca – disseram os dois.

    Diana passou um braço pelo pescoço de sua mãe e o outro pelo seu pai, e os puxou para perto de sua bochecha.

    – Eu aaaaaaaamo vocês – ela disse sorrindo.

    – Nós também te amamos, querida – disseram devolvendo o sorriso.

    Com o sol se pondo, os três voltaram para casa. Lucy e Diana saíram logo em seguida para comprarem alguma coisa, deixando Kleist sozinho.

    – Até quando pretende me manter parado aqui? – sussurrou uma voz.

    – Você disse que iria ficar calado para sempre, Odin – disse Kleist olhando para a espada.

    – O trato é claro, Guerra. Enquanto você me banhasse de sangue, eu não iria te incomodar. Mas faz um tempo que não sinto o frescor do sangue.

    – Estamos em paz. Não posso fazer nada.

    – A paz é ilusória. Até quando você acha que ela irá durar? – Odin não teve resposta. – Enquanto eu ainda posso falar... que tal você deixar eu me fundir a você?

    – Já disse que não preciso de seu poder.

    – Sim, sim, claro. Mas até quando não irá precisar?

    Lucy e Diana acabaram de comprar tudo o que deveria. Lucy carregava as sacolas e Diana brincava pulando de pé em pé ao seu lado. Dois homens entraram na frente das duas, elas se viraram para pegar outro caminho, mas outros dois homens a cercaram. Lucy largou as sacolas e puxou Diana para suas pernas.

    – O que vocês querem? – perguntou Lucy.

    Risos e sorrisos assassinos se formaram nos rostos dos homens. Lucy sentiu medo. Medo pelo o que poderia acontecer com Diana. O primeiro homem desferiu um soco, mas ela desviou desajeitadamente para o lado. Lucy lembrou o que Kleist havia a ensinado. Primeiro, segurou o braço do homem e depois socou o mais forte que pode no cotovelo. Os dedos dela doeram, mas o braço do homem se quebrou. Como ela havia tido tanta força para tal, não sabia. Mas sua filha estava em risco, disso sabia. Um dos homens acertou um soco em seu rosto, desequilibrou-se, mas Lucy mesmo assim consegui desferir alguns socos de volta. Os outros a agarraram, ela se debatia ferozmente. Não sentiu Diana em suas pernas, e viu um dos homens carregá-la. Desesperou-se. Um dos homens acertou um soco forte no estômago dela, fazendo-a vomitar um pouco de sangue. De quatro no chão, ela escutava os gritos desesperados de Diana. Conseguiu se levantar, mas os quatro homens já estavam distantes. Lucy sabia que não conseguiria pegar sua filha. Pelo menos, não ela.

    – Kleist, pegaram a Diana! – vociferou Lucy entrando na casa.

    De imediato, Kleist se pôs de pé. Em um piscar de olhos, sua esclera estava negra e o amarelo de seus olhos intensos. Calçou suas bostas de ferro, equipou-se de sua braçadeira de ferro e seu casaco azul. Puxou o capuz, passou pela Lucy colocando sua espada nas costas.

    – Não saia até eu voltar – disse, e Lucy assentiu.

    Kleist caminhou calmamente pela cidade. Seus conhecidos, quando o viam, não diziam nada, sabia que não seria boa coisa. Ele desceu a escadaria do subterrâneo apenas escutando o ressoar metálico de sua bota. Era óbvio que Diana estaria lá. O que deixou bem claro foi o aglomerado de homens de diferentes características o esperando no fim da escada. Um dos homens ia falar, mas Kleist acertou um soco tão forte em seu peito que o homem saio voando arrastando três com ele. Todos homens sacaram suas armas afiadas e atacaram Kleist ao mesmo tempo. Cinquenta homens, cerca de trinta golpes para derrotar todos eles. O último tentou atacar Kleist pelas costas, mas o selo o agarrou pelo pescoço e trouxe-o para perto de seu rosto.

    – É bom me dizer onde está minha filha – indagou friamente Kleist enquanto segurava o homem magro pela garganta.

    – Na última casa... com os demônios – respondeu sufocadamente.

    – Demônios? – Kleist afundou o homem magro no chão. – Ótimo. Não aguento mais me segurar para não matar alguém.

    Ele caminhou pelo subterrâneo até o fim, vendo a última casa. Não era diferente das outras, apenas maior. Quatro demônios de mesma aparência o rodearam: unhas grandes e afiadas, andar quadrupede, pele vermelha e grotesca, dentes longos e afiados, apenas um olho. Eram ridículos. Os quatro pularam  no selo ao mesmo tempo. No movimento de sacar a espada, Kleist deixou-a envolto em chamas amarelas e cortou os quatro de uma vez, pintando o chão de sangue e entranhas, fazendo suas chamas amarelas começaram um incêndio pelo subterrâneo.

    Um demônio diferente dos outros saiu da casa: era raquítico, mais de dois metros, mas era tão grotesco quanto os outros. Suas unhas afiadas envolviam a garganta da Diana, que chorava intensamente.

    – Pare ou corto a garganta dela – ameaçou o demônio. E Kleist obedeceu. – Devoro crianças por anos, mas quem diria que uma delas estaria ligada com um dos Selos?

    Kleist se lembrou de algo que Edward havia dito quando aprendeu a controlar suas chamas ao ponto de queimar apenas o que ele quer: “No momento certo, vocês saberão como controlar. Tão naturalmente quanto respirar”. O braço direito do Kleist ardeu em chamas amarelas, e ele disparou um turbilhão de chamas em direção ao demônio que segurava Diana. O demônio e casa estavam queimando, mas Diana não. Quando o demônio largou a Diana, Kleist a pegou em seus braços rapidamente e colocou sua cabeça em seu peito para ela não ver a cena da espada perfurando a garganta do ser demoníaco em sua frente. Não iria gritar para assustar ainda mais sua filha.

    – Shh, papai está aqui, e sua mãe está em casa – confortou Kleist. Chorando, ela tentou mover a cabeça, mas ele a impediu. – Seu pai está lhe salvando, então, por enquanto, fique com a cabeça assim, está bem? – Diana respondeu manejando a cabeça para cima e para baixo.

    Kleist sussurrava para acalmar a Diana enquanto passava pelo subterrâneo ardendo em chamas amarelas com dezenas de corpos mortos no chão. Ao sair do subterrâneo, aglomerações de pessoas estavam envolto da saída, e a fumaça subia aos céus. Ao ver Kleist com sua filha em seus braços, seja conhecido ou desconhecidos, abriam espaço para eles passarem. Todos assustados e quietos. Kleist não ligava, sua filha estava a salvo, afinal.

    “Não importa aonde esteja, o selo da Guerra sempre irá trazer caos. Muitas vidas serão perdidas, seja inocente ou não, infelizmente. Sim, idêntico a uma guerra.”

    Kleist chegou em perto de sua casa com Diana ainda no colo, Lucy saiu correndo para abraçar os dois. Lucy estava ferida, e Diana viu e passou mais coisas do que uma criança de sua idade podia suportar. Ele se sentiu um lixo por isso.

    – Vamos embora desta cidade – determinou Kleist.

    Então, juntando com a somatórias de suas economias, compraram uma casa na cidade de Eldos, um tanto quanto distante de Geórgia. Entretanto, bem como vocês sabem, Lucy morreu antes do reencontro dos selos...

    Haviam se passando dois anos, Lucy já havia feito vinte e seis anos, e Diana oito. Lucy começou a sentir forte dores em seu corpo e vomitar sangue. Chamaram um médico da cidade para ver o que poderia ser. O médico disse que um dos rins da Lucy estavam com mal funcionamento e seu intestino comprometido. O motivo? Não sabia. Chance de sobreviver? Nenhuma.

    Kleist procurou diversos tipos de pessoas que pudessem ter alguma cura para Lucy, mas a resposta era única e absoluta: morte.

    Lucy havia ficado acamada e nunca mais conseguiu sair de casa desde então. Certo dia, ela abriu um sorriso bobo para o Kleist e disse:

    – Vai ficar tudo bem, querido.

    Aquele sorriso bobo era o mesmo que fizera quando o conheceu. Não fazia isso desde o nascimento de Diana. Naquele momento, Kleist teve a certeza que sua amada iria morrer, e nada poderia a salvar deste destino.

    Em uma noite fria, Lucy chamou Kleist e Diana para sentarem junto com ela na cama, e ambos se aninharam em seu calor. Lucy estava magra, tendo sua pele marcada pelos ossos. Ela acariciou a bochecha da Diana.

    – Você é esperta, linda e forte. Vejo você se esforçando em sua aprendizagem, filha. Isto deixa a mamãe muito feliz. Você é meu orgulho –  deu um beijo em sua testa. – Te amo muito. – Ela acariciou o rosto de Kleist. –  Sem você, eu seria nada. Você me mostrou a luz e eu a agarrei fortemente. Você me salvou, me tirou do buraco e eu serei eternamente grata por isso. Você é meu amor, minha vida, meu tudo – deu-lhe um selinho. – Te amo muito. – Abraçou os dois o mais forte que pode. – Amo tanto vocês dois.

    – Nós também te amamos tanto – disseram os dois retribuindo o aperto.

    Os dois sentiram a aperto de Lucy se afrouxar. Corações dispararam. Olharam para ela, mas Lucy não olhou de volta. Seus olhos estavam sem brilhos. Kleist e Diana choraram, e choraram. Durante horas.

    Kleist se sentiu fraco, impotente. Inútil. Perguntou-se se fora assim que Edward havia se sentiu ao perder Mikaela. Mas sabia que foi pior para ele, pois sua foice transpassou seu peito, afinal.

    Mas, ali, Kleist tinha uma coisa... alguém que Edward não tinha: uma filha de oitos anos em prantos que acabara de perder sua mãe. Kleist engoliu sua tristeza. Seu foco agora era Diana. Nada mais, nada menos.

    Foi difícil pelos primeiros meses. Diana estava muito triste, fechando-se para Kleist. Mas, depois de algum tempo, pareceu aceitar a morte de sua mãe gradativamente. Além do mais, ele não sabia lidar com um direito com uma criança, ainda mais com uma menina. Tinha que pentear seu cabelo, convencê-la a tomar banho, estudar, e tinha problemas que ele realmente não entendia. Mas o tempo foi passando, Diana crescendo, cada vez menos dependendo do seu pai. Kleist sempre ajudava no máximo que podia com estudos, mas havia uma coisa que ele sabia ensinar muito bem: defesa pessoal. Não era burro de ensinar a uma criança como matar, mas ensinou golpes que daria para deixar um humano desacordado por dias.

    – Posso te fazer uma pergunta, filha? – perguntou Kleist em um dia de treino.

    Diana estava sentada na grama vendo o pôr do sol, enquanto Kleist se mantinha em pé. Estava com doze anos, finalmente começando a tornar-se uma mulher.

    – Sim, pai – respondeu, ofegante pelo treino.

    – Se você tivesse uma arma que poderia te dar uma grande quantidade de poder em troca da drenação de seu sangue e energia, mas você é orgulhosa demais para aceitar, o que você faria? – questionou sem olhar para ela.

    – Hmmm – ela refletiu. – Por ser orgulhosa, não aceitaria. Maaaaaas, se realmente me desse grande poder, e com este poder eu pudesse proteger você, pai, eu aceitaria sem pensar duas vezes – sorriu.

             Ah, aquele sorriso. Lembrou-se da Lucy na mesmo instante. Saudades lhe definia.

    Kleist cravou sua espada no chão a sua frente.

    – Então tudo se resume a ganhar poder para defender quem ama, hum? – A imagem de Lucy, Diana, Pietra, Edward, Lizzie, Dante e Aiken vieram a sua cabeça. – Não conte a ninguém o que verá agora, Diana.

    Ela assentiu.

    As chamas amarelas envolveram o corpo de Kleist, cada vez mais intensas. Diana já havia o poder de seu pai, mas nunca desta forma. Crescendo cada vez mais.

    – Despertar: Deus da Guerra.

    As chamas amarelas explodiram, e Diana fora engolida por elas. Estranhamente, ela não sentiu medo e nem necessidade de recuar, ainda bem que as chamas não a queimava. Ao dispersar das chamas, Diana pode ver seu pai equipado com uma armadura negra ornamentada com traços amarelos, cujo seu elmo detinha um grande par de chifre igualmente negro. Sua espada era uma luz amarela envolto em suas chamas amarelas. Ficou boquiaberta, não sentia o poder de seu pai, mas sentia a pressão dele. Kleist olhou para ela, e Diana só pode ver o brilho intenso de seus olhos amarelos por trás do elmo.

    – Isso é incrível, pai – disse.

    Kleist olhou para sua espada.

    – Odin, eu aceito a merda do seu contrato – sussurrou.

    Pode escutar a risada ecoar em sua cabeça.

    – Contrato feito, Guerra. Libere todo seu poder, e veremos a futura extensão dele.

    As chamas explodiram novamente, mais forte, mais intensas. Um breu surgiu das costas de Kleist e seguiu até Diana. Deste breu, um ser gigantesco demoníaco surgiu atrás de Kleist. Diana teve calafrios ao sentir a sensação horrenda. De cada dedo do ser de aparência demoníaca, Odin, saíram correntes que se entrelaçaram na armadura e na espada do Kleist, principalmente na espada. Pelas correntes, passaram-se energia azul. A corrente se fundiu na espada de luz amarela, dando a ela uma forma física semelhante ao aço; e também tendo uma energia azul viva que ondulava pela sua extensão em meio as chamas amarelas. Quando as correntes se fundiram com a armadura, começou a exalar energia azul. Um nimbo amarelo com várias linhas se interligando em seu centro se formou do meio das costas de Kleist até acima de sua cabeça, assemelhando-se ao desenho de um sol. Odin desapareceu junto com o breu.

    – Então este é meu poder pós despertar? Interessante – pensou Kleist.

    – O que é você, pai? – perguntou Diana com os olhos arregalados. A seu ver, seu pai parecia um deus.

    A transformação do Kleist se desfez em ínfimos instantes. Ele caminhou lentamente até Diana.

    – Um dia, irei te contar. Até lá... – ele a pegou pela cintura e jogou-a para cima. – Eu te amo! – sorriu.

    – Pai! Eu não sou mais criança! – reclamou sorrindo enquanto caiu nos braços do pai.

    – E eu com isso? Sempre será minha pequena – disse, e ela o abraçou forte.

    Anos e anos se passaram, Diana estava fazendo seu décimo oitavo aniversário.  Agora sim tinha o corpo de uma mulher, e Kleist se sentiu velho por isso. Claro, já havia questionado diversas vezes porque ele não parecia envelhecer nem um pouco, e neste dia ele contou o porquê. Contou quem ele era, sobre os selos, sobre sua mãe Lucy e, consequentemente, que ele não era seu verdadeiro pai. Diana o abraçou mais forte como jamais abraçara, e chorou.

    – Não fazia ideia que a vida da mamãe era assim, e que você havia feito tanto. Que você faz tanto sendo um defensor deste mundo... isso é incrível! – Ela deu um beijo longo em sua bochecha, olhou nos olhos de seu pai e disse: – Você é o melhor pai do mundo.

    Kleist sentiu novamente uma sensação maravilhosa, cujo só havia sentindo com Lucy anos atrás.

    – Mas... eu não seu pai – disse.

    – É sim, e cala a boca. Eu que decido isso. Além do mais, você me chamou de filha, agora assuma – retrucou rigidamente e com certeza.

    Ficaram durante horas conversando, mas ela teve que sair. Deu uma desculpa esfarrapada. Kleist sabia que ela estava namorando, apesar de não contar. Já sabia se virar sozinha.

    – Crescem tão rápido... – pensou.

    Kleist sentiu a energia de Dante, depois de Lizzie... e de um anjo. Estavam se aproximando rapidamente. Ele se equipou com sua braçadeira e botas de ferro, vestiu seu casaco azul e colocou sua espada em suas costas. Abriu a porta. Os três estavam parados em sua frente. Lizzie e Uriel estavam estranhas.

    – Kleist! – exclamaram Dante e Lizzie.

    A vida humana de Kleist havia chegado ao seu fim.

    Continua com outro especial <3 :p


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