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Tempo estimado de leitura: 3 horas
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Olá pessoal espero estejam gostava nova fanfic :P
Lucy não sabia mais o que fazer. Natsu, como Nathan insistira em ser chamado, a estava levando à loucura!
Tinha noção de que precisava ter paciência com ele, mas tivera de corrigi-lo muitas vezes e até mostrar sua carteira de identidade para convence-lo de que seu nome era Lucy, e não Sereny.
Ele também parecera surpreso ao saber que ela tinha apenas vinte e oito anos, segundo os “padrões terrenos”, como ele estranhamente salientara. Por mais que ela tentasse se esforçar, sentiu que sua paciência estava se esgotando aos poucos. Principalmente quando tinha de explicar-lhe as coisas mais comuns do dia-a-dia . Natsu parecia haver se transformado em um extraterrestre que estava visitando a Terra pela primeira vez!
Com um suspiro, ajeitou as bananas fritas em um prato e colocou as panquecas de queijo em outro. Então arrumou o bule e os pratos na bandeja. Ali estava ela, a vice-presidente da famosa padaria Boston, uma mulher acostumada a delegar serviço e a dar instruções a empregados de alto nível, atendendo às exigências de desjejum de um ex-noivo temporariamente amalucada.
Como se não bastasse haver sido obrigada a tirar alguns dias de folga para cuidar de Natsu, e no momento em que mais precisavam dela no escritório, ele parecia estar se divertindo muito, encontrando novas maneiras de deixa-la maluca.
Primeiro ficara viciado em assistir à televisão. Novelas, filmes, talk shows, desenhos animados, programas educativos.... Natsu gostava de tudo! Mas principalmente dos comerciais, para seu maior espanto. O pior era que pedia a ela que comprasse tudo o que via neles, desde pacotes de cereais matinais até carros do último modelos!
Ah, também havia o problema do telefone. Ele começara ouvindo o som da digitação dos números, mas logo descobrira que digitando alguns números específicos podia falar com alguém em algum lugar. Porem, ficou confuso ao telefonar para o “Disque-horoscopo” e mais ainda ao ligar para o “Disque-sexo”.
_ Por que uma mulher que eu nunca vi quer me dizer o que ela está usando debaixo do vestido? – perguntara.
Sem conseguir conter o riso ao se lembrar daquilo, Lucy pegou a bandeja e a levou para a sala. Entretanto, não encontrou Natsu em nenhum lugar.
Preocupada, deixou a bandeja sobre a mesinha e saiu à sua procura. Depois de andar em vão por alguns cômodos, ouviu-o falando no quarto de hospedes.
_ Claro, eu ficaria satisfeito – dizia ele _, mas importa-se de me dizer o que devo esperar?
Ao entrar no quarto, Lucy o viu sentado na cama, falando ao telefone. Ela tentou ignorar o charme com que ele sorriu, mas teve de admitir que não foi fácil.
_ O rapaz pediu-me que esperasse e começou a tocar musica para mim – explicou Natsu. – Foi muita gentileza dele, mas eu gostaria que ele tivesse falado comigo.
Lucy atravessou o quarto e sentou-se na cama, ao lado dele.
_ Quem estava ao telefone?.
_ Além de mim ?
Paciência, dissera o médico a ela. Tenha paciência.
_ Sim, além de você.
_ O rapaz da televisão, que queria me dar mais informações sobre seguro de vida.
_ Mas você já é assegurado, como empregado da companhia de meu pai.
_ Oh, mas eu estava vendo isso para você – salientou Natsu.
Lucy franziu o cenho, confusa.
_ Perguntei quanto custaria para garantir que minha melhor amiga vivesse por mais cinquenta ou sessenta anos.
Lucy continuou a olha-lo , sem entender por que ele fizera mais aquela loucura.
_ E o que ele respondeu?
_ Bem, me mandou colocar o telefone em um lugar bastante estranho.
Lucy teve de se conter para não rir.
_ O coitado deve ter pensado que era um trote – explicou ela.
Quando os médicos a avisaram sobre a amnesia, Lucy não pensara que ela fosse abranger conhecimentos tão básicos.
_ Comprar seguro de vida não garante que você vai viver mais, Natsu – explicou. _ Significa apenas que quando você morrer a companhia de seguro dará uma certa quantia em dinheiro às pessoas que você indicar.
Ele pareceu surpreso.
_ Então por que não chamam isso de “seguro de morte”?
Lucy deu ombros.
_Venha tomar o desjejum. Preparei bananas fritas e panquecas de queijo, como você pediu.
Ela ficou de pé e ofereceu o braço para ele se apoiar, mas Natsu insistiu em se levantar sozinho, apoiando-se nas muletas. Lucy seguiu na frente, em direção à sala.
Porem , ao ouvir um som abafado atrás de sim deu-se conta de que Natsu não conseguira acompanha-la. Ao voltar para o quarto, encontrou-o no chão, com uma muleta sobre si e a outra caída ao lado.
_ Você está bem? – perguntou, preocupada, enquanto ele tentava se sentar. _ Não se mova até termos certeza de que não quebrou nada .
Com gentileza, deslizou as mãos pelo corpo de Natsu, verificando se havia alguma fratura.
_ Dói?
Ele fechou os olhos
_ Não. Está ótimo....
Lucy afastou as mãos no mesmo instante, indignada. Já estava indo longe demais em aceitar cuidar dele durante aquelas semanas, e não queria dar a impressão de que desejava alguma coisa a mais.
_ O que aconteceu? – perguntou, ajudando-o a ficar de pé.
Natsu sorriu com um ar maroto.
_ Tentei atravessar a parede.
Lucy revirou os olhos.
_ Natsu. Você não pode atravessar paredes!
_ Tem razão – anuiu. – infelizmente, não posso mais fazer isso.
_ O que?
_ Os corpos humanos não conseguem se transmutar.
Lucy seguiu pelo corredor, dessa vez certificando-se de que ele a estava seguindo.
_ Acho melhor você parar de assistir desenhos animados por algum tempo – aconselhou, ajudando-o a sentar-se no sofá.
Natsu ajeitou a perna engessada sobre as almofadas.
_ O aroma está ótimo – disse, olhando para a bandeja.
_ Obrigada, Espero que goste.
Lucy sorriu ao ver o entusiasmo com que Natsu comeu o desjejum. Apenas da mágoa pelo motivo que os levara a se separar, e dos constantes contratempos que ele vinha lhe causando, desde que saíra do hospital, estava sendo interessante observar Natsu se divertir com as coisas mais simples da vida.
Antes do acidente, o máximo que ele fazia diante de uma situação inusitada era reclamar, sem sequer pensar em mostrar um sorriso.
_ Sem ofensa, mas isso aqui é detestável – falou ele, apontando para o café.
_ Você sempre adorou café – lembrou ela. _ Cansei de ouvi você dizer não podia passar um dia sem tomar pelo menos três xicaras .
_ Eu já lhe disse que mudei. Sou uma pessoa diferente agora.
Seguiu-se um silencio significativo, como se Natsu estivesse tentando mostrar-lhe algo sem o uso de palavras .”Será que ele se lembrava do que fizera para causar a separação?”, Lucy se perguntou. Estaria Natsu querendo dizer que o acidente o transformara em um novo homem e que ele não iria mais enganá-la?
Não, tinha certeza de que ele não se lembrava de nada.
Era como se Nathan houvesse recebido um “transplante de personalidade”.
_ Sinto muito por estar perdendo dias de trabalho por minha causa – ele se desculpou.
A princípio, Lucy pensou que estivesse brincando. O antigo Nathan acharia que ela não estava fazendo mais do que sua obrigação. Entretanto, ao perceber o brilho de sinceridade nos olhos dele, deu de ombros.
_ Não tem problema.
_ Nathan... Ou melhor, eu tenho algum parente? Talvez alguém com quem eu possa ficar?
_ Seus pais se foram. – Diante do olhar inquiridor que recebeu, ela explicou: _ Seu pai saiu de casa quando você ainda era um bebê, e sua mãe faleceu quando você estava na adolescência. A única parente viva na família é sua tia Tess, que mora em um casa de repouso.
Achou melhor não houvesse sido tão desprezível.
_ E você?
_ Eu, o que? – Ela se inclinou para trás, fazendo a cadeira ranger alto.
Natsu se inclinou para a frente, parecendo preocupado com a possibilidade de ela cair.
_ Não se preocupe. Ela sempre faz isso.
_ Por que não vem sentar-se aqui do meu lado? – surgiu ele. _ Ficarei arrasado se algo lhe acontecer.
Lucy hesitou. Era difícil acreditar que aquele era o mesmo Nathan que saía com outras mulheres e que apostava com os amigos qual seria o momento exato em que ela cairia da cadeira. Quando notou que ele não estava brincado, aceitou a sugestão e sentou-se ao lado dele.
_Está casa está precisando de alguns reparos – afirmou Natsu. _ Notei um degrau rachado na entrada da varanda e ontem à noite, quando você subiu para o quarto, percebi que o corrimão da escada está meio solto. Se me mostrar onde guarda suas ferramentas, darei um jeito em tudo isso.
Lucy admitiu que ele tinha razão. Havia um bocado de coisas que precisava ser consertadas na velha casa da fazenda, mas Nathan nunca se oferecera para fazê-lo. De fato, aquele acidente parecia haver sido mais milagroso do que os médicos haviam imaginado.
_ Não se preocupe com isso – disse . _ Mandarei consertar a casa em breve.
Realmente era o que pretendia fazer, quando seus dias de folga terminassem.
Natsu ajeitou-se melhor no sofá, para poder olha-la de frente. Quanto mais conhecia Lucy, mas considerava que seria fácil protege-la. Aquele diagnostico de amnésia estava sendo um artificio mais do que conveniente para sua missão.
_ Não falo nada sobre sua família – Lembrou-a .
Lucy passou então a contar sobre o pai, Ken, a jovem madrasta. Elisa, que tinha pouco mais do que sua idade, e sobre sua condição de filha única. Falou sobre a grande cadeia de padarias pertencente a seu pai e de como trabalhar naquele ramo era desgastante e prazeroso ao mesmo.
Enquanto ela falava, Natsu notou que havia vários quadros mostrando belíssimos cavalos, em um canto mais reservado da sala. Até aquele momento, não havia prestado muita atenção no detalhe.
Quando Lucy terminou de falar, ele perguntou:
_ Por que não há nenhum cavalo em seu estábulo?
_ Comprei esse lugar para realizar meu sonho de criar cavalos, mas com a expansão dos negócios, não tenho tempo para cuidar nem de um gato.
_ Notei que há uma roseira ao lado da entrada da casa. Você se lembra de parar diante dela de vez em quando, para sentir o perfume das flores?
Se Nathan houvesse feito aquela pergunta antes do acidente, ela teria caído na gargalhada. Mas no momento.... Bem,já não tinha certeza de como reagir. Com cautela, perguntou:
_ Está me aconselhando a parar para sentir o perfume das flores?
Natsu sorriu, com charme.
_ Isso a surpreende?
_ Claro que sim. Você nunca foi diferente de mim nesse aspecto. Aliás, foi você quem sugeriu que eu e meu pai expandíssemos a empresa.
Ele franziu o cenho.
_ Eu trabalhava com você e com seu pai, na Panificadora?
_ Sim. E sempre trabalhou tão duro quanto nós para o sucesso da empresa.
_ É mesmo ?
Lucy assentiu.
_ Pois acho que chegou a hora de mudar minhas atitudes – declarou ele. . _ Está mais do que evidente que você e Nathan... Você e eu – corrigiu -, acabamos confundindo nossas prioridades. É impossível aproveitar o lado bom da vida quando se está tão ocupado com o trabalho.
Lucy estreitou o olhar. O rosto, o corpo e os gestos eram iguais, mas aquele não parecia o Nathan que ela conhecera.
Estava mais amável, mais.... humano.
_ Sendo assim – continuou ele -, acho melhor sairmos para meditar no domingo de manhã, É bom nos concentrarmos em nós mesmos de vez em quando, para ficarmos em paz com o universo e agradecermos por tudo que ele nos oferece.
_ Meditar?
_ Sim. Nunca fez isso ? Aposto que vai se sentir tão bem depois que não deixará mais de praticar meditação.
Fazia um bocado de tempo que Lucy não dedicava algum tempo para si mesma. Vivia ocupada com o trabalho, até mesmo nos fins de semana, e nunca parava para descansar um pouco.
Natsu, por sua vez, parecia estar procurando algo para preencher o vazio em sua alma. Se ele encontrasse a paz espiritual, talvez conseguisse manter o respeito que vinha demonstrando pela vida, desde o acidente.
De qualquer maneira, não queria voltar a se envolver com ele, por mais que o cavalheirismo de Natsu estivesse sendo irresistível. Ainda assim, não faria nenhum mal tentar uma nova experiência....
Os dois acordaram cedo na manhã de domingo. Lucy entregou o creme de barbear e uma lamina nova a Natsu. Em se seguida, foi para a sala, ler o jornal antes de se preparar ´para sair com ele.
Haviam decidido ir primeiro a um parque da cidade, meditar diante de um lago. Depois passariam em uma igreja tranquila já que o “novo Nathan” também a ensinara que todas as religiões conduziam ao paraíso.
Natsu dissera, com uma sabedoria que a deixara impressionada, que uma vez se conquistasse a paz interior ela se sentiria bem em qualquer lugar. Fosse em um parque, em um igreja, em um templo, ou até mesmo sozinha, em seu quarto.
Quando Lucy terminou de ler as noticias principais, foi ver como ele estava se saindo e quase morreu de susto. Com um sorriso confiante, Natsu deslizou a navalha desde a orelha até o queixo e depois de volta até a orelha.
_ Meu Deus! – Ela se sobressaltou. _ Desse jeito, vai acabar se matando! Me dê essa lâmina.
Natsu obedeceu, mesmo sem entender por que ela fizera tanto alarde com algo que para ele perecera tão natural.
Lucy pegou uma toalha de papel e se aproximou dele.
_ Deixe que eu lhe mostre como deve fazer. – Quando ele levantou o rosto para ela. Lucy começou a barbeá-lo, dizendo: _ Precisa passar a lâmina devagar, com movimentos breves e repetitivos, Senão, acabará parecendo que fez a barba com uma faca de cozinha.
Quando parou de falar e continuou a barbeá-lo, experimentou uma sensação familiar. A mesma que sentira ao conhece-lo, quando o considerara simplesmente irresistível. Só que havia algum detalhe a mais que ela não sabia, ao certo, como explicar. Talvez fosse consequência daquela súbita mudança de personalidade.
Para facilitar o trabalho, ele havia se sentado na beirada da banheira, para que ambos ficassem mais ou mesmo da mesma altura, Porem, aquela proximidade estava se revelando perigosa demais para o gosto de Lucy.
_ Agora está ficando bom – afirmou ela, forçando um sorriso, para disfarçar a tensão.
_ Acredito plenamente – insinuou Natsu.
Ele olhou para aqueles lábios rosados, sem conseguir desviar a atenção deles. Sem maquiagem, Lucy era ainda mais linda. Ele preferia aquela aparência natural, que a tornava encantadora e misteriosa ao mesmo tempo.
_ Algum problema? – perguntou, embaraçada diante da intensidade daquele olhar.
_ Não. Está tudo prefeito.
Sabendo quanto os seres humanos pareciam atrapalhados, era difícil de acreditar que houvesse alguém tão perfeita quando Lucy no meio deles. Talvez ela também fosse um anjo disfarçado....
Não , não poderia ser. Nahum não o mandaria proteger uma colega de trabalho. Lucy era linda e perfeita porque a natureza a fizera assim, e ele admirava a natureza por isso.
_ Pronto! – exclamou ela, depois de passar um pano úmido no rosto de Natsu.
Lucy apenas sorriu, em resposta. Ter aqueles lábios convidativos tão próximos dos seus estava sendo uma verdadeira tortura. Levado por um impulso que nem ele mesmo soube explicar, inclinou-se e roço os lábios nos dela.
Aquilo era mesmo maravilhoso! Tentou comparar a sensação a alguma que houvesse sentido antes, mas não encontrou nenhuma que fizesse jus a tanto prazer.
Quando pensou que aquilo não poderia se tornar melhor Lucy começou a retribuir suas caricias, e de repente o Paraiso pareceu voltar a surgir em torno dele. Em questão de segundos, suas mãos se encontravam nos quadris arredondados, enquanto ele a puxava para si com urgência.
Desejara fazer isso desde que a conhecera no hospital ,mas nem mesmo em seus mais íntimos pensamentos angelicais imaginara que seria tão maravilhoso tocá-la.
A certa altura, sentiu duas saliências arredondadas surgirem sob a palma de suas mãos, que, de alguma maneira, haviam ido parar junto à blusa de Lucy. Algo lhe dizia que aquele tipo de sensação não surgira exatamente no Paraiso. Mas, de qualquer maneira, devia estar muito próximo dele.
Lucy se sobressaltou, afastando-se de repente. A maneira como ela o fitou pareceu um misto de medo a fúria.
_ Oh, droga! – praguejou ela. _ Não acredito deixei isso acontecer de novo!