Altas aventuras em Tóquio

  • Bergovi
  • Capitulos 24
  • Gêneros Aventura

Tempo estimado de leitura: 5 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 10

    Sorria para mim

    Álcool, Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Esse capítulo está curtinho mas já estou escrevendo o outro pois quis fazer em capítulos diferentes.

    Peço que me desculpem pois estou atrasadíssima com a fic.

    Boa leitura!

    — Aonde vocês estão. — Vivian procurava pelas meninas naquele apartamento gigantesco e não se ouvia ninguém. Notou que estava entrando em uma sala que mais parecia um estúdio musical. Não tinha ninguém para a impedir.

    Ela, finalmente, pode comprovar que sua teoria era verdadeira assim que viu a foto de seu amado em um porta retrato. Abriu um leve sorriso quando percebeu que seu maior sonho havia se realizado — ela estava com o cantor famoso ali, ao seu lado.

    Vivian contornou por aquele estúdio admirando ver cada aparelho e seus instrumentos musicais. Compreendia a situação que estava vivendo naquele momento. Viu alguns prêmios e outras fotos de diversas épocas de carreira dele. Sentia-se uma criança perto dele. Ele tinha uma carreira sólida e de prestígio. Como competiria com milhares de fãs que também o conheciam? Se duvidar, até mais que ela?

    Voltou a realidade assim que notou uma foto dele com uma jovem moça japonesa que estava em uma revista. Quase não acreditou que ao ler a notícia se tratava de um anúncio de casamento. Não quis acreditar no que estava vendo e mais uma vez achou loucura acreditar em tudo a sua volta. Sua mente não funcionava mais e num impulso saiu daquele estúdio.  Voltou pelo corredor que estava com uma meia luz. Foi abordada por um senhor que estava vindo de encontro.

    — Posso ajudá-la, senhorita? — Keita a viu correndo e assustada.

    — Desculpe-me! Estou perdida. — Ela não conseguia raciocinar bem.

    — Venha tomar um chá. Suas amigas já se foram e Masha já a espera. — Vivian arregalou os olhos em preocupação e vergonha. — Fique tranquila. Sinta-se em casa.

    — Obrigada, senhor... — Disse com ar de querer saber o nome daquele senhor acolhedor.

    — Pode me chamar de Keita. — Disse se virando e seguindo o caminho que levava até Masha. — Fique à vontade senhorita. Masha-san está lá em cima. — O senhor a deixou e seguiu outro rumo.

    Vivian se deparou com uma escada que a levava para um ambiente aberto. Ela subiu cada degrau com uma certa dificuldade pois não sabia como agir naquele momento. Chegou, e assim pode ver uma varanda na cobertura daquele tríplex. Avistou Masha-san de costas e sentado tomando um chá naquele ambiente aberto. Ele a esperava. Ela se aproximou e assim que ele notou sua presença, se levantou e virou-se para ela.

    — Você se perdeu de mim? — Disse com um leve sorriso irônico.

    — Acho que me perdi dentro desse apartamento. — Ela achou o jeito engraçado como ele a abordou. Ele conseguia capitar qualquer sorriso seu.

    — Venha. Estava te esperando para tomar um chá. — Disse puxando uma cadeira ao seu lado. — Quero que você tome esse chá. É muito bom!

    — Eu estou com muita vergonha pois eu dormi a metade do filme. Me desculpe. — Ela se sentou tentando esconder a timidez evidente.

    — Eu também dormi. Então está desculpada. — Ele conseguiu tirar mais um riso dela. — Mas o que você achou do filme? Você se lembra de algo? — Ele parecia estar fazendo piada. Queria a ver mais descontraída.

    — Eu achei um filme muito triste e muito realista. — Ela se lembrava de alguns detalhes que a marcaram. — É uma obra-prima! Me surpreendi com a sutileza que é retratado a dor da perda. — Ela parou por alguns instantes o que estava falando para refletir. — É um filme que toca até o coração mais duro e as pessoas mais esponjas.

    — Ele te tocou, não é? — Masha queria entender mais daquele sentimento que ela expressava por palavras. — Eu gosto desse filme pois meus pais também viveram no período da 2ª Guerra.

    — Sério? — Perguntou curiosa e atônita.

    — Sim. Nós japoneses temos uma estigma desse período guerra. Muitos perderam tudo. Meus pais perderam seus pais, tios, irmãos...— Ele também fez uma reflexão e se silenciou.

    — Eu sinto muito por isso. Eu também perdi alguém muito importante...

    — Quem você perdeu? — Ele precisava compreender a sua dor.

    — Eu perdi meu pai. — Disse desviando o olhar. — Mas meu pai descansou... É melhor perder alguém assim do que perder alguém que ainda está vivo.

    — Quer desabafar? Me fale. Quero curar as suas dores. — Disse segurando a mão dela.

    — Eu perdi a pessoa que mais confiei na vida por uma traição. — Ela abaixou a cabeça. — Sinto-me como tivesse perdido todo o tempo do mundo. Me sinto perdida e desorientada. Chego a me sentir meio infantil e carente. Você não sabe como eu odeio me sentir assim. — Falou com os olhos brilhando e a garganta doendo. — Não quero estragar essas férias pois eu preciso delas mais do que nunca.

    — Suas férias será mais que especial, Bi. — Masha a puxou e ela encostou a cabeça dela em seus ombros. — Sorria para mim Bi, my beautiful life. — Vivian abriu um sorriso terno e voltou a olhá-lo.

    — Masha-san, eu queria ficar para sempre assim ao seu lado. Se eu pudesse voltar atrás eu queria que tivéssemos nos conhecido antes. — Masha deu um leve sorriso acariciando o cabelo dela enquanto foi invadido por uma lembrança...

    ‘— Masha-san, olha só como está essa cidade. Nunca estive aqui em São Paulo! Chega até lembrar Tóquio de tantas pessoas. — Dizia Hiroito todo deslumbrado vendo a final da copa do mundo no Brasil.

    — Tem muitos torcedores espalhados por essa cidade enorme. Vamos. Estamos aqui a trabalho. — Dizia Masha com a sua câmera sempre posicionada a registrar tudo o que fosse relevante naquele evento mundial.

    — Aqui tem tantas mulheres bonitas, você não acha? — Hiroito estava babando por ver uma torcedora com a camisa do Brasil passando por ele com a faixa da bandeira.

    — Estamos no Brasil, o país do samba, da garota de Ipanema, do chorinho... — Parou para ver uma pequena multidão de torcedores japoneses caminhando em sua direção. — Preciso registrar esse momento! — Tirou uma foto da torcida que tinha orgulho de vestir e se caracterizar com a bandeira nipônica.

    Assim que registrou seu clique, seus olhos focalizaram uma linda jovem tentando tirar uma foto no meio daquela multidão. Ele não conseguiu desviar seu olhar dela e a acompanhava em seus movimentos. Sentiu como se algo estranho o atingisse. Sentia uma certa nostalgia de estar a vendo. Ela era baixinha, magra, seus cabelos dourados como o sol de verão, sua pele clara como a fina camada de neve e seus olhos cheios de um brilho vital. O tempo parecia estar em câmera lenta. Tudo ao seu redor paralisou-se e só conseguia acompanhar o movimento sutil daquela jovem brasileira que se maravilhava em estar envolta de pessoas de todas as raças e tipos. Ela veio até sua direção para sua alegria. Ela era perfeita a seus olhos. Cheia de vida e amor. Masha não sabia o que estava sentindo naquele momento. Sempre esteve em Olimpíadas e em outros eventos similares. Nunca sentiu nada do tipo e nem nada. Aquela jovem poderia ser um anjo que veio tirar toda a sua sanidade e levar para o céu em milésimos de segundos.

    Percebeu que sua musa estava ao seu alcance. Masha parecia um jovem profissional inexperiente. Ele posicionou sua câmera em direção aquela jovem e tirou dezenas de fotos. Não quis perder por um segundo cada expressão, cada experiência, cada semblante de alegria que ela transmitia. Ela era linda e não a queria perder de vista.

    Seu coração descompassado batia ao mesmo ritmo que ela desaparecia no meio da multidão. Assim como o tempo parou em alguns segundos, ele compensou de forma abrupta. Ela sumiu de seu alcance e não conseguia saber para que direção ela tinha ido, quem tinha a visto. Será que era um anjo? Essa pergunta rondava sua mente. Enquanto tudo voltava ao normal e começou a ouvir Hiroito o chamando sem parar.

    — Masha-san?! Está tudo bem?

    — Eu quero vê-la de novo! — Dizia atônito por pensar que tinha visto alguém impossível de se ter. Ele jamais se esqueceu daquele dia. Nunca mais, até aqui.’

    Masha tomou consciência e voltou a olhar serenamente para a sua amada.

    — Talvez eu quisesse o mesmo que você Bi. — Pegou uma xícara e levantou até ela. — Fiz especialmente para você. Beba. Você vai se sentir aliviada.

    Vivian pegou aquela xícara e provou daquela bebida quente. Era saborosa, levemente adocicada e a fazia se sentir leve. Masha conseguiu tirar aquela tristeza apenas por ouvi-la. Ele faria de tudo para não ver mais um pingo de dor em seus olhos.

    Continua...


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