Segue mais um capítulo feito com muito carinho.
Ao chegarem no grande salão puderam ver que o silêncio era predominante. Os japoneses são assim, tudo era muito silencioso e podia se ouvir o som de pássaros de longe.
As amigas estranharam um pouco de começo mas assim que acharam um mesa disponível, elas se acomodaram. Era uma mesa baixa e se sentava praticamente no chão. Ficava bem próxima a janela.
As amigas olharam uma para outra pois estavam um pouco assustadas com o ambiente. Logo apareceu a jovem senhora que trouxe para as duas o café da manhã. Jenny, ao ver aquele tipo de comida, estranhou de início. Para ela o café tradicional do Brasil era delicioso e era bem mais simples do que uma mesa farta mais parecendo com um almoço.
— Jenny. Vamos aprender juntas a usar os ohashis. Bem, esse prato aqui que chama missochiro. Ele mais parece uma sopa mas se come muito aqui no Japão. — Vivian tomou a iniciativa para ajudar a amiga que não sabia o que fazer e como experimentar. — Se pega assim. — Ela posicionou os palitos nos dedos mostrando como pegar.
— Estou fazendo certo, Vivi? — Jenny ousou a tocar a sopa e pegou um dos legumes com os palitos. Ela pelo menos tentaria comer. Aqueles alimentos a sua mesa eram muito estranhos à primeira vista. — Olha, consegui!
— Muito bem, amiga. — Vivian voltou a tomar sua refeição e estava alegre pela facilidade com que Jenny aprendeu. — Pode até ser estranho a primeira vez mas é tão legal comer isso.
— É sim! Eu gosto de sopas e até que é muito gostoso. — Jenny aprovou a comida satisfeita com o sabor.
— Amiga, eu fiquei sabendo que nesse ryokan tem águas termais.
— O que é isso?
— É um tipo de hidromassagem natural. Parece uma cachoeira de água quente. — Vivian já estava finalizando sua refeição. — O que acha de nós irmos até lá?
— Eu não sei nadar, Vivi. — A amiga olhou triste para ela.
— Não tem problema, Jenny. Não creio que seja funda e que não tenha correnteza. — Vivian tentava encorajar a garota. — Mas podemos ir depois se você quiser. Ainda é dia e podemos conhecer alguns pontos turísticos em Tóquio.
— Certo. Prefiro conhecer alguns pontos turísticos, por enquanto.
— Tudo bem, amiga. — Vivian concordou e aceitou a opção. — Será que o Masha-san poderia nos levar? — Vivian não conseguiu evitar um sorriso reluzente para a amiga.
— Por que ele não aceitaria? Afinal, ele além de chofer é o guia desse hotel. — Jenny já estava totalmente convencida que a amiga tinha se apaixonado. — Mas quem irá falar com ele será você! — Olhou para a garota com um olhar desafiador.
— Tudo bem. Eu falo com ele. — Vivian olhou para baixo com um sorriso tímido.
— Ele está bem ali atrás. — Jenny falou para a amiga que ficou em pânico. Ela havia percebido que o rapaz já estava aguardando elas encerrarem o café e aparentava estar ansioso para falar com elas. — Vai lá perguntar para ele se ele faria a gentileza em nos levar.
— Meu Deus! Por que eu estou nervosa? — Ela não entendia o porquê de ficar tão com medo de falar com o japonês. Respirou fundo e se levantou. — Eu vou falar.
Ao se virar, ela foi até ele e tentava não olhar diretamente para seu rosto.
— Kon’nichiwa (Bom dia), Masha-san. — Fez a reverência comum com a cabeça. — Poderia nos ajudar a conhecer os pontos turísticos e alguns passeios diários em Tóquio? — Ela tentava segurar a timidez que não sabia de onde vinha. Por alguma razão, aquele jovem senhor a deixava daquele jeito.
— Kon’nichiwa, senhorita Bibian. — Ela riu da forma como ele pronunciou seu nome. — Posso levá-las para onde quiser, se me permitir. — Ele pareceu feliz com o convite dela. — Eu conheço vários lugares que são frequentados por turistas. — Ele apreciava o sorriso comedido dela. Jamais imaginou que ela poderia ficar mais linda.
— É a primeira vez que venho a Tóquio. Sei que essa cidade é enorme, por isso gostaria de que nos ajudasse. Se isso não for te incomodar. — Ela tentou ser honesta e não atrapalhar os afazeres dele.
— Seria uma honra. — Ele lhe sorriu de volta. — Se me permite, gostaria de surpreendê-las. — Ele a olhou sério com um olhar penetrante. — Farei com que sua viagem seja inesquecível. — Quis apenas passar confiança para que pudesse ficar mais tempo ao lado dela.
— Vou confiar em você, Masha-san. — Ela já estava criando mais amizade com o simpático japonês. — Preciso me arrumar ainda. Você poderia esperar uns 20 minutos?
— O tempo que precisar, senhorita. — Ele já esperou por tanto tempo que não recusaria o seu pedido de espera. Ela era especial. Ele percebeu assim que viu a foto dela nos registros de reserva para o ryokan. Quando viu a sua foto teve a certeza de que era ela. Faria de tudo para estar com ela. Ele sempre a quis conhecer. Saiu de seus devaneios assim que a viu o olhando.Advertisement
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— Tudo bem! Eu volto logo. — Ele a viu se afastar e se retirar para sua suíte junto com sua amiga.
Masha faria de tudo para que o dia delas fosse especial. Ele já tinha o voto de confiança dela e não queria perdê-lo com tanta facilidade. “Shinjuku Gyoen” ele pensou no melhor passeio para o momento.
Continua...