Esse capítulo já está um pouco maior. E já tem romance no ar! Já adianto que a fic é extremamente musical. Vai aparecer personagem novo!!!
Jenny e sua amiga seguiram para o desembarque e aguardavam suas malas. Repararam como tudo era organizado e bem prático. Não demorou muito para receber suas malas de volta, afinal, tinham muito o que curtir.
Elas já tinham reservado um ryokan com antecedência. Ter a experiência de viver os costumes japoneses era algo inédito, salientando o ânimo e curiosidade das duas. Logo viram que um senhor estava com um cartaz portando o nome das duas. Elas se aproximaram e acenaram sorrindo para ele.
— Kangei sa rete imasu! (Sejam bem vindas)! — Respondeu o homem as suas frentes.
Ambas fizeram reverência com a cabeça em sinal de responder a solicitação.
— Você é o guia que nos irá recepcionar? — Jenny perguntou para aquele senhor japonês a sua frente.
— Sim, Jenny-san. Mas pode me chamar de Masha. Ah, eu falo seu idioma. — O homem parecia ser um simpático japonês. Era jovem e bonito para os parâmetros orientais. Não demorou muito e Jenny percebeu que o homem deu uma olhada para sua amiga que percebeu o galanteio.
— Amiga, está tudo bem? — Jenny cutucou a amiga que estava parada ainda olhando para aquele senhor japonês que olhava para ela.
— Eu acho que sim amiga. Esse senhor se parece tanto com um cantor japonês que eu gosto. Nossa eu sou fisionomista. Mas é tão difícil diferenciar um japonês de outro. — Jenny riu da amiga. Ela percebeu que a amiga ficou encantada pelo senhor que foi buscá-las.
— Vamos, amiga. O homem foi para aquele lado. — Jenny puxou a amiga para que elas não se perdessem.
— Nossa! Os taxis daqui do Japão são assim? — Jenny ficou encantada com a limusine preta a sua frente. — Que tamanho de taxi!
— Somos chiques né amiga. — Vivian abriu um sorriso já entrando naquele carro enorme — Vamos, entre! Olha só como vai começar nossa aventura. — Ela abriu o teto solar e puxou amiga para que apreciassem os novos ares orientais.
— Gostaram da Limusine, senhoritas? — Masha que terminava de guardar as malas fechou a porta e seguiu para sair com o carro. — Estamos na primavera. Algumas cerejeiras já estão desabrochando. Chegando ao Ryokan vocês estarão bem próximas da paisagem típica. — Mais uma vez ele deu uma encarada na amiga de Jenny e com um sorriso tímido ele entrou no carro.
— Jenny é impressão minha ou ele está flertando comigo? — Vivian estava tão vermelha que não conseguia esconder a vergonha.
— Amiga ele é tão bonito. Eu tenho certeza que ele está paquerando você. Ele gostou de você. — Vivian sorriu com o que Jenny disse.
O carro se pôs em movimento trazendo consigo o cheiro característico da primavera de lá. O cabelo de Jenny balançava ao vento e ela não perdia nenhuma paisagem para admirar. Pela longa estrada, que mais parecia um tapete, ela sentia que algo de bom estava para acontecer.
— Amiga! Eu conheço essa música... Ohh ohhh ohhh ohhh Beautiful day… Ohh ohhh ohhh ohhh Beautiful day… ♪ ♫ ... essa música é do Masaharu Fukuyama. — Vivian cantava ao mesmo tempo em que erguia suas mãos para balançar com a música que tocava dentro do carro. — Jenny será que ele é o cantor disfarçado de chofer? — Para amiga eram tantas coincidências.
— Amiga acho que você está apaixonada pelo homem. — Jenny deu um sorriso malicioso para amiga aprovando o flerte da mesma. Ergueu seus braços e também deixou se levar ao som da música.
Quanto mais andava o carro mais prédios vinham de encontro aos olhos de Jenny. A grande cidade estava bem a sua frente. Com seus arranha céus, pontes, trens passando por cima e muitas pessoas andando a pé ou de bicicleta, pessoas combinando mesmas roupas... Era diferente de tudo que já viu. Tinha tanto barulho naquela cidade. Era a capital.
Não demorou muito e já avistaram uma grande estrutura japonesa bem a sua frente. Era o ryokan que ficariam hospedadas. Era um hotel muito tradicional japonês todo em madeira com portas de folhas de arroz.
Bem na entrada já se encontrava uma senhora japonesa em seu tradicional kimono para as receber. Era uma senhora jovem e já estava as esperando. Era costume receber um convidado e hóspede na entrada.
— Ohayōgozaimasu! Kangei sa rete imasu. (Bom dia! Sejam bem vindas). — A jovem senhora fez uma leve reverência com a cabeça com um sorriso típico de recepção.
Jenny e a amiga devolveram o mesmo cumprimento. Para ela era muito interessante essa forma de cumprimento. Ela tentou também responder ao cumprimento arriscando no japonês.
— Ohayōgozaimasu! — “Não foi tão difícil de se falar”, ela riu do seu próprio sotaque e tentativa.
— Amiga você falou perfeitamente o japonês. — Vivian admirou a atitude de Jenny. Ela já estava já no clima japonês.
— Qual quarto as senhoritas irão se hospedar? — Masha interrompeu o momento já com as malas de ambas já tiradas do carro.
— Na suíte 13 e 15, onegai. — Vivian respondeu ao senhor sorrindo internamente por também arriscar algumas expressões em japonês.
Masha apenas acenou com a cabeça e não tirando os olhos de Vivian. Ele já estava deixando bem claro que estava encantado com a moça estrangeira a sua frente.
— Me acompanhem, por favor. Mostrarei suas acomodações. — A jovem senhora seguiu adentro do ryokan e as duas amigas a acompanharam.
— Ual! Isso aqui é tão lindo. — Vivian elogiou o lugar assim que seus olhos puderam ver o interior daquela grande hospedagem. Era tudo organizado e bem iluminado. O ambiente com muito espaço e tapetes em seus corredores.
— Como cortesia da nossa hospedagem. — As duas receberam da mulher 2 pares de chinelos para entrarem no recinto.
— Arigatou! — Jenny agradeceu o presente e já começou a tirar seus tênis para estrear os chinelos novos.
As moças acompanharam a senhora para suas acomodações. Para um ryokan tradicional, aquele ambiente era muito aconchegante e requintado. Não demorou muito e subiram algumas escadas até chegar ao corredor que as levaria para seus quartos.
— Essa aqui é a suíte que dá de frente para as sakuras. — A mulher entregou o cartão nas mãos de Jenny.
Ela ficaria naquele quarto de número 15. Ela o escolheu por ser seu número da sorte e dia de seu aniversário. Passou o seu aniversário no Brasil e ganhou de presente uma semana no Japão. Justamente a época em que as sakuras (cerejeiras) desabrocham.
Jenny se espantou com o requinte daquele quarto. Era tão acolhedor e ao mesmo tempo tão diferente do seu humilde quarto no Brasil. Ela se aproximou da sacada de sua suíte e pode ver a linda paisagem típica japonesa.
— É tão lindo. — Uma lágrima escorreu de seus olhos pela alegria e encantamento com o que estava vendo ao vivo e a cores. — Vivi, venha aqui. Veja. — Ela chamou pela amiga pois queria aproveitar aquele momento único.
— Você merece amiga. Sei que as cerejeiras são tão aguardadas nessa época. Elas só aparecem no final de março e ficam pouco tempo assim. — Vivian sorriu para amiga que ainda estava chorando. — Não chore amiga. As cerejeiras não gostam de ver a Jenny chorando. — A amiga abraçou Jenny que sorriu com o que a amiga lhe disse.
— Venham senhoritas. Ainda tenho que te mostrar seu quarto. — Vivian já abriu um sorriso esperando encontrar sua acomodação.
As damas seguiram ao final do corredor e viraram a esquerda. O Quarto número 13 era o menos requisitado do ryokan. Vivian também tinha a sua superstição de número da sorte. Seu número da sorte era o cabalístico número do azar. Para ela, era um número especial pois era a data de seu aniversário em abril.
Logo chegaram a porta de número 13. Ao entrar viu como aquele quarto era tão vazio e ao primeiro momento triste. Tinha uma sacada também que dava para ver o mar ao longe. Ela adorava ver o mar. E saber que estava de um lado do mundo e sua terra natal do outro lado, a fazia enxergar o quanto era pequena perto daquela imensidão azul.
Saiu na sacada e pode ver aquele sol que nascia daquela terra de sol nascente. Para ela era importante ver pela primeira vez o primeiro nascer do sol. Lá era onde o dia realmente começava.
— Esse aqui é seu cartão. Fiquem a vontade. Logo será servido a primeira refeição. Temos um guia 24 horas para as ajudar no que precisar. — A senhora lhe entregou o cartão já fazendo reverência com a cabeça para já sair do quarto.
— Arigatou Gozaimasu! — Vivian a respondeu também se inclinado.
A jovem senhora saiu do quarto e as amigas olharam uma para outra com um olhar de cumplicidade.
— Guia turístico por 24 horas!!! — Ambas falaram no mesmo momento já pulando de alegria.
— Jenny vamos tomar um banho daqueles e tomar aquele café típico japonês. Quero ver você comer com os ohashis e tomar o famoso Missoshiro.
— Amiga, eu nem sei como comer de palito. Você vai me ensinar né? — Jenny fez uma carinha manhosa para amiga.
— Claro, amiga! Vamos aprender juntas. — Vivian sorriu segurando a mão da amiga. — Vai lá tomar seu banho e eu te espero aqui no quarto, tudo bem?
Jenny acenou e logo já voltou para o seu quarto. Precisava de um banho para descansar seu corpo que teimava em dormir. Mas não iria dormir tão cedo como imaginava. Tomou seu banho em uma espécie de banheira que se chamava ofurô. Ficou por cerca de uns 20 minutos. Logo já estava se secando e vestiu a Yukata típica que o hotel oferecia. Saiu de seu quarto e voltou para o quarto de Vivian que também já estava pronta para o café da manhã.
— Jenny, me permita fazer algo com você? — A amiga se aproximou de Jenny que estava esperando o que ela aprontaria.
— Sim, claro. — Jenny levantou uma das sobrancelhas assim que viu a amiga soltar seus cabelos e retirar seus óculos.
— Você está linda assim. Não esconde a sua beleza natural. Você tem um cabelo liso, preto e natural. Deixa-o mais solto. E os óculos você só usa para ler, então não precisa ficar o tempo inteiro com ele. — Vivian puxou Jenny para o espelho que gostou do toques da amiga.
— Vamos tomar nosso café japonês? — Jenny chamou a amiga que a acompanhou descendo as escadas e vendo as pessoas já indo para o salão.
Continua...