A origem de Rukia - Uma missão de vida

Tempo estimado de leitura: 28 minutos

    18
    Capítulos:

    Capítulo 3

    O inverno chegou

    Hentai, Heterossexualidade, Nudez, Sexo, Violência

    Mais um capítulo fresquinho para vocês.

    Boa leitura!

    Byakuya olhou seriamente para Rukia. A menina ficou aflita pensando que tinha cometido um pecado e por não entender a rejeição do homem. Os vagalumes sumiram, de repente, apagando a imagem de Byakuya a sua frente. Uma corrente de vento gelado percorreu até o último sentido de Rukia a fazendo correr por aqueles corredores da mansão.

    AHN!!! — Rukia abriu os olhos e estendeu seu corpo bruscamente constatando que foi apenas um sonho.

    Estava no templo de Hisana deitada no chão. O dia estava totalmente branco e com ele chegava o inverno na Sociedade das almas.

    Olhou para os lados e verificou que estava com a haori de seu irmão. Bateu em sua testa não acreditando que foi extremamente descuidada em adormecer em um local proibido. O pior era saber que ele esteve lá. Tinha que se preparar para encarar as consequências e penalidades que ele poderia lhe atribuir.

    Levantou cuidadosamente do local e em silêncio retirou-se para seu quarto. Precisaria o mais rápido possível se arrumar. Sua sorte era que ainda não era hora do café da manhã e que não se via os empregados andando pela casa.

    Chegou ao seu quarto e já foi fazer sua higiene matinal. Precisava pensar em que dizer. Mas não deixou de pensar no sonho que teve. Um sonho tão lindo com um final assustador. Era só o começo de muitas preocupações.

    ***

    Era possível ouvir o vento gelado soprar pela mansão Kuchiki. O capitão já estava acordado e admirando a troca de estação. Não tinha conseguido dormir direito e preferiu assistir o novo amanhecer. Estava em pé olhando pela porta de seu aposento semiaberta e sentindo o vento soprar em seu rosto.

    Sentia no fundo de sua alma que não tardaria para que nesse inverno viesse uma série de acontecimentos. A questão era se estava preparado para essas mudanças. Tudo que estava sob seu fiel controle não obedeceria suas ordens. Precisava se preparar.

    E precisava, além de tudo, saber o que Rukia queria. Por que ela desobedeceu sua autoridade e invadiu uma área restrita. Queria explicações! Tomaria cuidado para saber primeiro o que ela tinha a lhe dizer.

    O capitão respirou fundo e se levantou para começar esse difícil dia. Fez sua higiene e se retirou para o desjejum da manhã.

    ***

    — O que eu faço? Devo ou não tomar café? Respira fundo Rukia, já era! Não tem mais volta. — Rukia se encorajava para encarar Byakuya no café da manhã. Hoje, por incrível que pareça, está sendo mais difícil do que aguentar o dia anterior de luto. Pensou em várias respostas possíveis que seu Nii-sama pudesse questionar. Mas o medo de alguma penalidade era menor do que o medo dele perder qualquer confiança que nela. Sim! Se perdesse isso perderia tudo.

    Saiu de seu quarto e ficou parada alguns instantes no corredor. O barulho do empregados já era perceptível. Foi esperta em não deixar que algum empregado a tivesse que avisar que Byakuya já estava esperando para o café.

    Andou lentamente em direção a sala de refeição mas antes que pudesse adentrar, hesitou. Deu meia volta e seguiu por outro caminho desistindo de tomar café. O medo era maior do que imaginava e não conseguia controlar sua insegurança.

    — Bom dia, Rukia.

    — Ohhh não... Nii-sama!!! — O medo de Rukia atingiu níveis catastróficos. Seus olhos se arregalaram de uma maneira que seu coração quase sofreu uma parada. Byakuya estava bem atrás dela e pelo jeito o tempo inteiro. Não sabia como se portar e num momento brusco virou e curvou-se perante ao irmão. Afim de evitar qualquer olhar.

    — Bom dia, Nii-sama! Gomenasai!!! — Manteve seus olhos para o chão e procurou equilibrar seu nervosismo para não denunciar sua fuga.

    — Para onde está indo, Rukia? Ainda não tomou seu café? — Byakuya franziu o cenho desconcertando todo o controle que Rukia mantinha.

    — Estou sem fome, Nii-sama. — Respirou fundo e inventou mais uma desculpa mais coerente. — Gostaria de chegar mais cedo ao esquadrão.  

    — Não se alimentou direito ontem, Rukia. — Byakuya andou em direção ao salão de desjejum. — Não conseguirá chegar ao seu esquadrão se desmaiar de fraqueza. Venha e se alimente.

    — Hai. — Rukia apenas concordou. Constatou que o irmão não a repreendeu pelo ocorrido na noite anterior e nem percebeu a sua fuga. Ufa!

    No desjejum Rukia sentou-se de costume no seu lugar e Byakuya se sentou no posto do anfitrião à mesa. Rukia não ousou a falar em nada. Apenas comeu. Era o único jeito para não se embaraçar mais.

    — Rukia-sama, como deseja seu chá? — Uma das empregadas trouxe o chá para pôr a mesa e ofereceu uma xícara para Rukia.

    — Obrigada! Mas hoje não quero tomar chá. — Respondeu simplesmente sem perceber que gerou certa desconfiança no capitão que a abordou.

    — Como se recusa tomar um chá em pleno inverno? Precisa de uma bebida quente, Rukia. — Byakuya tomava um gole do seu chá não perdendo a compostura que tinha perante a irmã.

    — Gomen, Nii-sama. — Rukia pegou a xícara que lhe foi servida e tomou o gole do mesmo. Voltou a ficar em silêncio e percebeu que Byakuya já tinha finalizado seu desjejum.

    O capitão se levantou. Mas antes que saísse da sala e para despreparo de Rukia a designou:

    — Rukia, desejo que venha ao meu escritório. Temos muito que conversar. — Simplesmente disse, saindo do ambiente.

    — Sim, Nii-sama! — Respondeu imediatamente pois agora não tinha mais qualquer dúvidas de que ele iria puni-la por sua desobediência.

    O Kuchiki saiu imediatamente sem olhar para trás e nem deixou que ela terminasse de responder. Rukia percebeu que agora não tinha mais como escapar. Temeu que poderia ser expulsa do clã pelo ato que cometeu. Levantou-se da cadeira e se retirou. Afinal, não sabia o que Byakuya iria fazer.

    Seguiu em direção ao escritório. Caminhava lentamente e quanto mais se aproximava daquela porta mais nervosa ficava. Bateu na porta e assim pode ouvir Byakuya a autorizando:

    — Entre. — Rukia entrou e ousou a olhar. Ele estava em pé e de costas. Sabia que estava a receber a maior punição da sua vida. Entrar no quarto de Hisana foi demais e não sabia medir as consequências disso.

    — Com licença, Nii-sama! Deseja falar comigo? — Teve que ser direta pois não queria ficar muito tempo na presença dele.

    — Sente-se. — Rukia sentou na cadeira de frente para a mesa de Byakuya. Ficou de cabeças baixas e não conseguiu evitar de apertar suas mãos para controlar seu nervosismo. A começar que pelo jeito não seria uma conversa rápida. — Rukia! Por que você entrou no templo? — Byakuya foi breve e direto.

    — Gomen, Nii-sama! — Rukia respirou fundo e já se preparou para uma punição. — Eu desobedeci suas ordens e estou pronta para uma punição. — Manteve-se firme afim de ser direta e mostrar que era responsável por seus atos.

    Byakuya percebeu a coragem da menina mesmo que de longe notasse o nervosismo dela. Para ele não importava ela estar nervosa por causa de seu ato. Queria saber o verdadeiro motivo dela ter entrado no templo.

    — Não precisa se desculpar. Não a punirei por ter desobedecido uma de minhas ordens. — Byakuya virou-se para ela nesse momento e sentou-se para que assim ela não se sentisse mais intimidada. — Continue.

    — Eu precisei ver o rosto dela, o rosto de Hisana, minha irmã. — Rukia falou diretamente e sem gaguejar. — Precisei encarar de frente a pessoa que me abandonou pela primeira e única vez. Mas que era minha verdadeira família. Eu queria a ter conhecido mas eu não consegui.

    Rukia não se conteve e seus olhos começaram a se lacrimejar. Byakuya percebeu isso. Sabia que as razões de Rukia eram maiores do que uma simples travessura de menina. Era tudo o que ele não estava preparado para lidar. Sabia que Rukia era curiosa e ousada mas não a esse ponto de desobedecer uma ordem. Sentiu-se mal em pensar que ela procurava um pouco de carinho de alguém que já estava morto.

    O capitão levantou-se e foi em uma de suas escrivaninhas e pegou algo.

    Rukia não percebeu esse movimento do irmão pois estava abalada e jamais pensou que desabaria assim na frente dele. Não queria chorar pois achava que isso irritava o Kuchiki. Apenas abaixou o rosto afim de segurar a dor na garganta por segurar um choro.

    Byakuya sabia o que precisava falar mas não sabia como. Ele segurava em suas mãos um pequeno broche. Era a única lembrança que decidiu guardar da esposa. Decidiu entregar a herança de Hisana para ela.

    — Rukia, o que quer que Hisana tenha feito ela jamais deixou de te amar. — Byakuya resignou-se para surpresa da irmã. — Ela procurou por você até o fim. Mesmo já com poucas forças para viver. Eu estive ao seu lado. Você tem todo o direito para questionar e o terá! — Byakuya lhe entregou o broche e Rukia assustou-se com tal ato. — Tome! Ela ficaria feliz se você ficasse com isso. — Virou-se novamente de costas para ela. — Eu o guardei mas não me pertence.

    A pequena shinigami sentiu-se totalmente tocada por tal ato. Jamais imaginou que o irmão falaria algo de Hisana para ela e mais: que lhe entregaria o broche dela. Entendeu que Byakuya estava desfazendo do único objeto da mulher que amou e lhe estava entregando. Ela o guardaria com muito carinho pois ele a entregou. Teve que agradecer pela atitude surpreendente que teve.

    — Arigatou gozaimasu, Nii-sama! — Curvou-se com o presente carinhoso que recebeu dele. Para ela significava muito saber de Hisana mas ter algo dela a fez sentir muito amada. As palavras de Byakuya tinham a confortado. Era o que precisava.

    — Está dispensada, Rukia! — Teve que dispensá-la. Sabia que lhe entregar aquele objeto a daria caminhos para descobrir quem era e não era algo que estava no controle dele. Sabia que ao entregar o broche estava dando asas para ela voar. E voar para longe dele.

    Em silêncio, Rukia deixou a sala do capitão que ficou na mesma posição até não sentir mais sua reiatsu.

    ***

    Assim que não sentiu mais a presença de Rukia o capitão sabia exatamente o que sentiu. Doeu no fundo de sua alma entregar o broche. Pois sentia que Rukia não tardaria a descobrir sua verdade. Ela iria atrás de respostas. As respostas que ele tinha e mais: as que ele sempre evitou contar. Jamais pensou que sentiria tanto medo em perdê-la e que não pudesse interferir no futuro. O mesmo já estava para acontecer uma hora ou outra.

    Queria guardar as lembranças que viveu ao lado dela. Quando a quase perdeu por um erro dele mesmo em não protegê-la pois prometeu a si mesmo que não quebraria regras: as regras para um líder do clã. Seu único consolo foi que ele mesmo foi atrás dela quando ela entregou seus poderes a Kurosaki. Mesmo que ela o odiasse ele estaria lá. Não importasse o que ela sentiria por ele. Só queria e ficou ao lado dela. Mesmo que não estivesse no mesmo lado ironicamente.

    Aquela menina que viveu ao seu lado por 50 anos poderia ir embora. Sabia que ela teria essa capacidade pois ele nunca deixou ela criar laços. Ele nunca a abraçou com amor. Nunca teve isso de seus pais e sabia que ela precisava disso. Hoje ela era uma jovem mulher. Aquela que ele sempre desejou tocar e que nunca deixou de estar em seu coração.

    Para que Rukia fosse feliz ele não pensaria duas vezes em fazer isso novamente. Ele sempre abriria mão de sua felicidade pela dela. Ela sempre estaria segura com ele. Mas Rukia tem um espírito livre e procuraria por respostas. Sabia disso quando ela entrou no templo.

    Saiu das suas divagações afim de voltar a suas obrigações de capitão. Ao sair de seu escritório na mansão, recebeu uma borboleta infernal com uma mensagem de alerta.

    — O comandante geral Yamamoto convoca a presença de todos os capitães e tenentes imediatamente. — A mensagem foi breve e logo o Kuchiki já se apressou sumindo num shumpo.

    Continua...


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!