Yoo, já é o terceiro capítulo semanal consecutivo!
Pena que provavelmente semana que vem não tem
Fiquem feliz e tristes.
Boa leitura ^^
No momento da morte de Mikaela...
Mikaela sentia sua vida se esvaziar, sentia a dor de ter sua alma arrancada e sentia cada vez menos o toque do Edward em seu corpo. Sua alma começara a vagar pelo plano espiritual, carregando consigo seus pecados hediondos. Por causa destes pecados, sua alma estava condenada a sofrer no limbo, arrependendo-se, sentindo a infinita dor, horror e desespero.
Isso, caso ela tivesse ido para o limbo...
Estranhamente, Mikaela começara a sentir o seu corpo novamente, subitamente, ela voltou a respirar e se pôs de pé. Olhou para um lado e para o outro, para cima e para baixo. Estava em um local ensolarado, com o céu azul e poucas nuvens, tudo que via pela frente era o bonito campo florido vasto de girassóis e algumas outras flores, e não conseguido enxergar o final deste campo. Assustada, Mikaela começou a apalpar seu corpo.
– Que lugar é este? – questionava olhando a longa extensão do campo florido. – Edward! Lizzie! Pietra! Dante! Aiken! Kleist! Alguém?! – chamava, mas sem respostas.
Mikaela sentiu uma sensação harmônica e fervorosa, como se tivesse sendo acolhida por um abraço. Ao virar, deparou-se com um ser com aproximadamente três metros de altura, envolto de uma aura brilhosa que se mexia em seu corpo como chamas, e seu rosto era impossível de ser visto, pois um brilho o cobria.
– Lilith... – disse o ser com leveza em sua voz.
– D... Deus – ela se ajoelhou.
– Levante-se, não há necessidade.
– O que... o senhor quer comigo... digo... com um demônio? – Mikaela se ergueu, mas manteve a cabeça baixa. – Aceito pagar o preço que for para meus pecados imundos.
– Eu sei. Mas eu vim para lhe pedir um favor. – Deus fez uma pausa. – Peço-lhe que ajude os selos novamente futuramente.
– Ajudá-los? Em que?
– Não irá demorar muito para que uma guerra no céu inicie, e os selos terão que interver. Não duvido que meus filhos, os selos e anjos, consigam por fim na guerra sozinhos, porém há algo que só você poderá fazer.
Mikaela pareceu pensativa.
– Desculpe, senhor, mas tenho que recusar. Digo... eu sou um demônio, filha de Bahamut, que já assassinou incontáveis humanos apenas por diversão. Deleitava-me do sangue das minhas vítimas apenas porque adora ver os sofrimentos em seus olhos. Sou um ser repugnante cuja a alma tem que sofrer eternamente no limbo e nunca chegar ao céu.
– Estou consciente de todos seus pecados, criança. Observei-lhe por muito tempo. Diga-me por quê ao atingir ao ápice de sua evolução, esta sua forma, você parou de trucidar os humanos.
– Porque... eu... fiquei curiosa. Uma parte dos humanos era tão desprezível quanto nos demônios... eu os entendia, a sua sede de sangue. Porém, pela primeira vez, observei os humanos bondosos. Eles tinham apreço pela sua raça, uma coisa que nunca senti. Eu não entendia. Mesmo vivendo em condições deploráveis, continuavam a sorrir junto a quem eles amavam. Alguns até me tratavam bem. Então eu percebi que não há beleza na morte de seres inocentes. – Uma expressão triste se formou no rosto de Mika. – Comecei a sentir o verdadeiro monstro que eu era por ter acabado com esse sentimento em vários humanos. Ao matar os humanos, trazia dor e vazio aos familiares vivos. Desde então, carrego esse pesado pecado.
– Fico feliz. No fim, meu filho Bahamut criou um ser de tamanha maravilha, mesmo que inconscientemente. – Fez uma pausa. – Lilith, você verdadeiramente evoluiu. Os demônios, incluindo você, só deveriam ter ódio e sede sangue. Mas você foi além, superou estes únicos sentimentos. Sentiu a felicidade, culpa, tristeza, piedade e, o mais recente, amor... todos os sentimentos de um humano, tendo um corpo forte como de um anjo. Sim, você é parecida selos, uma raça única chama Nephilins. Tem os sentimentos, capacidade evolutiva e aparência de humanos, porém tem a força e senso de dever como a de um anjo. – Mikaela se manteve em silêncio. – Vou lhe pedir mais uma vez. Lilith, você poderia se juntar a guerra junto com os selos?
– Por que... eu? – questionou Mika com lágrimas escorrendo de seus olhos. – Não, não, não, não – ela balançava a cabeça ainda chorando. – Minhas mãos estão cheias de sangue de inocentes. Então... por que eu? Eu deveria observar e matar Edward em seu tempo, mas quando ele recuperou as memorias e poderes, mesmo sabendo que eu era um demônio e tinha que fazer isso, ele me aceitou abertamente. Depois Lizzie, Dante, Pietra, Aiken e Kleist. Todos me aceitaram. E agora o senhor me aceita. Por quê? – as lágrimas aumentaram, ela apertou o peito na região do coração e se ajoelhou. – Eu sou um lixo imundo. Não deveria amar e ser amada. Não deveria se perdoada pelos meus atos. Então... por quê?!
– Os selos viram em você alguém que compartilha o mesmo pecado. O pecado de acabar com uma vida. Independentemente de a entidade ser boa ou ruim, ninguém tem o direito de tirar a vida de alguém. Nem mesmo eu. Apenas o tempo detém esse direito. É um fato. – Deus a observou. – Meu motivo é simples: eu vejo que você realmente se arrepende de seus atos. Os pecados nunca são apagados. Mas lutar em busca para que estes pecados não sejam feitos por outros, é uma forma de redenção. E você ganhou esta rara oportunidade. Você lutara com estes pecados impregnados em seus sentimentos. Irá se ferir gravemente. Terá que lutar até não ter mais forças. Além disso, uma ferida emocional é pior do que uma física.
Mikaela se levantou, limpou as lágrimas e olhou para Deus.
– Pelo preço dos meus pecados, eternamente terei que dar meu sangue para proteger este mundo como os selos em prol de uma redenção interior?
– Apenas se você quiser, criança.
Mikaela resfolegou.
– Eu aceito – confirmou Mikaela exalando determinação em seu olhar.
– Obrigado, Lilith. Quando sua hora chegar, você saberá.
– Os selos conseguiram? – perguntou a Deus.
– Com sua ajuda, sim.
– Se Bahamut está morto... contra quem é essa guerra?
– Anjos. – Deus olhou para o além enquanto Mikaela estava espantada. – Tenho que ir, minha filha.
– Mais uma coisa... – ela sorriu – Eu me chamo Mikaela.
Mikaela pode jurar que viu Deus sorrir também, mas ele desapareceu em seguida.
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Atualmente...
Mikaela havia impedido o avanço do Ganância e de sua espada. Ela saltou do buraco do teto até para perto do Edward. Os dois encostaram suas costas uma na outra.
– Você não deveria estar morta?! – indagou Edward espantado.
– Sério que estas são as primeiras coisas que você diz para mim, Edward? – retrucou Mika.
– Des... desculpe.
– Tanto faz. Falamos disso depois.
– Mas como você...
– Deus me reviveu.
– Deus? Então ele está vivo?!
– E ele está morto? – Mika ficou confusa.
– Até onde sabemos, sim.
– Ele me contou uma futura guerra, então a guerra ainda não havia começado.
– Então Deus sabia sobre essa guerra...? – Edward voltou sua atenção na luta. – Estão vindo – determinou friamente deixando sua foice envolto em chamas azuis. Mikaela criou um círculo mágico roxo em cada palma da sua mão.
Continua <3 :p