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Diferente dos demais desmaios que Noiado teve ao longo do dia. Desta vez, por incrível que pareça, mal se passou um minuto desde que ele levou aquele soco na cara que logo no mesmo instante ele tinha acabado de se levantar sem sentir nenhum tipo de dor após. Porém, para a surpresa de Noiado, ele estava em outro lugar que não parecia ser da mansão Sakamaki.
O ambiente onde Noiado estava era literalmente uma imensidão totalmente branca, onde suas paredes e seu chão eram igualmente brancas. Noiado estava de queixo caído tanto surpreso como assustado sem o que comentar e olhava para todos os cantos na esperança de achar alguma coisa.
— Noiado. — Uma voz de tiozão vinda do além ecoou pelos ouvidos de Noiado, chamando sua atenção.
— Mauricio de Matá?! — Noiado arregalou os olhos, reconhecendo-o.
— Sim Noiado. Sou eu sim.
— Então...o senhor...quer dizer, onde é que eu tô? Eu morri?
— Você apenas está em seu subconsciente, ou seja, você não morreu, ainda.
Noiado respirou aliviado.
— Que bom! Por que que tipo de paraíso é esse que num tem nada? — Riu sem graça. — Por que eu num consigo te ver senhor? E por que minha mente é tão vazia? Deveria ter pelo menos um campo de achocolatados ou um rio de achocolatados!
— Eu estou bem atrás de você.
Noiado se virou e viu Mauricio de Matá em pele e osso ou mais ou menos. O ser divino era envolvido por uma película roxa que matinha seus pés descalços não tocarem no chão, assim como sua pele, que também era roxa, aparentando estar na casa dos 40. Seus cabelos eram negros, crespos e volumosos que formava um extravagante penteado afro que era enfeitado por um pequeno pente verde. Ele usava um modelito bem descolado para uma divindade, uma jaqueta preta de couro que mostrava seu abdome bem definido, uma calça jeans azul-piscina boca de sino, várias ''pulseiras'' e ''anéis'' coloridas de elástico e por último, que o deixava mais cool, era seus belos óculos Oakley de armação negra e grossa de lentes laranjas. Mauricio foi chegando mais perto de Noiado flutuando enquanto segurava uma caixa de achocolatado.
— EU NUM ACREDITO! ESTOU VENDO MAURICIO DE MATÁ! ACHO QUE VÔ...GRITAR DE EMOÇÃO AQUI!
Assim Noiado gritou histérico, correndo para todos os cantos com as pupilas dilatas até que Mauricio de Matá fez surgir uma parede no meio, que fez Noiado bater de cara nela.
— Noiado! — Chamou Mauricio de Matá. — Preciso falar com você sobre algo sério, não sei por quanto tempo você permanecerá inconsciente no mundo externo.
— Beleza. — Se sentou no chão. — Diga aê. — Olhou atentamente.
— Bom, não sei por onde começar, mas...Eu tive uma visão de um futuro próximo de você enquanto eu estava comendo torrada com nutella na minha hidromassagem com a Ártemis e a Afrodite e cara, foi assustador, admito! Eu poderia dizer tudo de uma vez e voltar dar uns pegas na Atena, mas como eu adoro fazer joguinhos de escolhas, então vamos lá, bolacha ou biscoito?
Noiado fechou os olhos e ficou muito pensativo. Eram duas alternativas difíceis, já que ele gostava de ambos. Longos minutos se passaram sem a resposta, até que todo o ambiente começou simplesmente a tremer.
— Droga! Você está despertando! Rápido Noiado!
Noiado começou dar leves socos na cabeça até que finalmente se decidiu. Ele encarou Mauricio de Matá por trás de seus óculos, sendo visível os olhos dourados do ser divino e disse:
— Nenhum dos dois. Prefiro bolacha recheada. — Sorriu.
Mauricio de Matá ficou orgulhoso com a resposta de Noiado que até uma pequena lágrima escorreu de seu olho direito enquanto ele batia palmas.
— Esse é meu garoto. Melhor resposta ever. — Disse Mauricio de Matá cheio de orgulho de seu crente, arremessando a lágrima com o dedo indicador e deu a caixa de achocolatado para Noiado, que abriu um sorriso de alegria. — Bom cara, é o seguinte, eu me lembro de uma parte que você estará limpando o jardim da mansão, um cara que eu não consegui identificar te chamou, um cara de capuz preto, ele parece ser não confiável, não vá até ele, chame lá um daqueles vampiros para dar um belo de um chute na bunda dele.
Noiado quase cuspiu achocolatado na cara de Mauricio de indignação.
— Pô Mauricio! Eu num sô uma boneca de porcelana, eu posso muito bem me defender sem a ajuda daqueles mosquito!
— Eu sei disso e é por isso que eu dei esse achocolatado, com a minha saliva no canudo, ela lhe dará forças para bater naquele cara, se ousar em te espancar ou sequestrar ou algo do tipo. — Sorriu, mostrando seus dentes de ouro. — Boa sorte!
Mauricio de Matá ia desaparecendo até que Noiado resolveu interferir.
— Espera Mauricio!
— Sim?
— Por que não me ajudou a escapar da mansão?
Mauricio de Matá agachou-se e colocou a mão no ombro dele e olhou no fundo de seus olhos e falou:
— Porque adoro ver você se fodendo.
Noiado sentiu se corpo imóvel. Uma película rosa envolvia todo o seu corpo. A risadinha de Mauricio de Matá soava em forma de eco na cabeça de Noiado. A sua visão começou a embaça-se e tudo ficou escuro.
— Eu quero ver até onde vai esse seu otimismo e determinação, Noiado! Te vejo no fim... — Esse foi a última coisa que Noiado ouviu de Mauricio de Matá.
Noiado acordou no quarto da Yui, deitado em um sofá revestido a plástico. Ele estava suando frio, como se tivesse acordado de um pesadelo, dando instantaneamente e sem querer um tapa na cara de Yui que tinha acabado de colocar a presilha cor-de-rosa artesanal no cabelo dele.
— Como assim Mauricio de Matá?!
Kanato tinha acabado de colocar as Melissinhas em Noiado, logo o mesmo ficou com cara de desentendido e olhou para os lados, largando o pé de Noiado enfurecido, perguntou:
— Com quem você está falando?!