As Crônicas Vampirescas de Noiado.

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    Capítulo 3

    Doces e Telefones Ultrapassados.

    Bissexualidade, Drogas, Heterossexualidade, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Violência

    Correndo desesperadamente e sem rumo. Noiado se sentiu completamente perdido nos corredores da mansão e olhando para os lados diversas vezes, apenas via nos arredores mesas lotadas de doces e algumas vezes, via telefones ultrapassados na qual ele mesmo não sabia mexer. Dez minutos se passaram com esta mesma cena, até que Noiado encontrou a cozinha. 

    Noiado acendeu as luzes do cômodo e se deparou com uma ''figura misteriosa'' sentada em uma cadeira vitoriana virada para a parede. A figura, com sua voz sensual, falou:

    — Estive te observando Fag-kun.

    — ...Laito?... — Reconheceu Noiado, coçou os olhos e piscou várias vezes não acreditando no que estava vendo. — ...Por que tá olhando pá parede? — Arqueou um pouco as sobrancelhas. 

    — Só pra poder fazer isso! Fufu. 

    Dramaticamente, o vampiro girou a cadeira com dificuldades por não ser uma cadeira giratória, revelando ser o próprio Laito Sakamaki com um sorriso malicioso, segurando um vibrador rosa-salmão cheio de purpurina. Noiado fechou a cara, arregalou os olhos e corou ferozmente com a situação que o fez dar um passinho para trás, tinha que sair o mais rápido possível. 

    Laito se levantou da cadeira e ficou de braços abertos com o rosto vermelho. Seu sorriso pervertido permanecia. 

    — Ora, não tenha medo Fag-kun e não se preocupe, serei gentil na sua primeira vez. Fufu. 

    Noiado gritou que nem uma menininha e saiu correndo, deixando Laito lá tendo pensamentos homoeróticos. 

    Assim se repetiu aquela mesma cena, Noiado correndo que nem uma barata tonta no meio de doces e alguns telefones ultrapassados, mas no meio do caminho ele se encontrou inesperadamente com Yui. A loira ficou assustada com a velocidade que Noiado estava correndo e fez o sinal de "Pare!" com as mãos, mas mesmo assim, foi atropelada pelo mesmo que estava fora de si naquele momento, sendo um dos primeiros sintomas pela falta de achocolatado. 

    Yui sem forças para ficar de pé, se sentou no chão e avistou Noiado correndo mais rápido do que um guepardo que bebeu 'RedBull'.

    — Nossa Yui. Nem mesmo para ser uma barreira você não é capaz. Deplorável. — Comentou Shu, imitando a voz de Reiji após dizer a última palavra. 

    — Eu sei, sou uma tremenda inútil, mas não precisa jogar na cara Shu-san. — Respondeu Yui sem graça e ficou de cabisbaixa envergonhada. 

    Noiado foi quase cegado por um feixe de luz e concluiu que estava perto da saída. A música 'We Are The Champions' de 'Queen' começou a tocar de algum lugar e Noiado começou correr em câmera lenta e lágrimas de alegria caíam lentamente de seus olhos, mas aquela sensação de vencer e de liberdade logo se acabou. Kanato estava em sua frente, ofuscando a luz privilegiada com a cara amarrada.

    Noiado ficou sério e ele olhou para Kanato cheio de ódio, e Kanato olhou para ele com o mesmo sentimento. Os dois baixinhos de aparência de criança afeminada se encararam por um bom tempo até que Ayato já impaciente resolveu se intrometer dando um tapa na cabeça de Noiado, recendo um lapso de consciência. 

    — Você não iria fugir? Seu...seu...boneco ventríloquo! 

    — Aaaaaaah tá, sim! 

    Noiado se desviou de Kanato fazendo cara feia pra ele e voltou a correr, só que não tão mais rápido assim. Conforme ele olhava para trás Ayato se teletransportava, se aproximando mais e mais dele com um sorriso saliente. Assim que Noiado chegou na porta, ele tentava abrir a porta. 

    "Droga! Tá enferrada!" — Pensou Noiado já entrando em pânico. 

    Depois de míseras tentativas de abrir a porta, Noiado cansou-se e logo é surpreendido por Ayato o empurrado contra a parede.

    — Saiba que cê num é o primeiro cara que me empurra contra a parede, mas beleza. — Comentou Noiado, sorrindo sem graça, no fundo estava intimidado. 

    — E acha que Ore-sama se importa?! 

    — Achei mesmo. Cê tem cara de filhinho do papai. 

    Ayato ficou meio pensativo ao ouvir a resposta de Noiado e o mesmo aproveitou a situação e deu um belo de um chute entre as pernas do ruivo que o fez gritar de dor. Todos ouviram o grito, até os corvos que estavam dormindo tranquilamente em cima do telhado da mansão voaram, piaram e defecaram assustados.

    Finalmente Noiado conseguiu abrir a porta e saiu da mansão, expirando e inspirando ofegante. Cocô de corvo caiu em sua cabeça, mas ele nem se importou. Ele correu até o portão e percebeu que estava trancado a correntes e cadeado. 

    Reiji apareceu no meio das névoas e bateu palmas em sentido de ironia, seu pescoço estava simplesmente curado, nem tinha mal cicatriz. Seu paletó de mordomo estava suja de cocô de corvo. 

    — Parabéns. Perdeu seu tempo com esta brincadeira de mau gosto. — Disse Reiji ajeitando os óculos. 

    Noiado engoliu seco e ficou de cabisbaixo de vergonha por ter falho, até que levou uma voadora de Subaru na cabeça, fazendo ele desmaiar. 

    Enfim amanheceu. Enquanto as rosas se desabrochavam, os primeiros raios de sol foram surgindo no horizonte, interrompendo a brisa fria e suave da madrugada. Laito, Kanato e Ayato saíram da mansão com um guarda-sol para se proteger dos cocôs de corvo e se reuniram com Reiji e Subaru, que estavam sujos de cocô de corvo, para botarem em discussão os assuntos matinais. 

    — O que faremos com ele? Uma suruba louca? Fufu. — Perguntou Laito. 

    Subaru fez cara feia para Laito porque ele entendeu isso como uma indireta para o mesmo e virou o rosto de indignação. 

    — Matar-lo. — Respondeu Ayato cheio de ira. — Como ele ousa chutar as partes de  Ore-sama?! Isso foi a última gota de sangue! 

    — Tortura-lo e depois matar-lo! — Sugeriu Kanato com um sorriso sádico. — Eu e Teddy achamos mais interessante! 

    — Uma punição é o suficiente para ele aprender a não fazer mais isso. Uma tortura psicológica. — Disse Reiji já decidido. — E já planejei. Venham comigo. 

    — Ué, mas e o menino de rua? — Perguntou Kanato. 

    — Subaru tomará conta dele. 

    — Tsc! Por que eu? 

    — Porque você é o caçula e porque você é insignificante. 

     — Tsc! 

    Ayato, Laito e Kanato seguiram até a porta da mansão, deixando Subaru sozinho. O albino espancou Noiado para descontar a raiva e depois voltou a chorar pela a adaga. 

    Trinta minutos se passaram e os raios de sol vieram em alta potência fazendo com que Noiado se levantasse lentamente como uma princesa, ele sentia fortes dores na coluna e na cabeça. 

    — Ai...carai... — Resmungou Noiado, massageando a cabeça. — Minha cabeça...meu corpo...meu cu...será que fui estrupado? — Noiado viu que estava com suas roupas e respirou aliviado. — Ufa, não fui ainda estrupado. 

    Noiado ouviu uns gemidos de choro e olhando para os lados, se deparou com Subaru chorando em posição fetal debaixo de uma árvore. Noiado se levantou com dificuldades e foi capengando até ao albino chorão. 

    — Moço, por que tá chorando? 

    — Tsc! Me deixa! 

    Noiado se agachou e tomou o rosto de Subaru em suas mãos e deu dois beijinhos na bochecha do vampiro, o mesmo parou de chorar e arregalou os olhos, seu rosto ficou corado de vergonha e principalmente raiva, que o fez ficar de pé e levantar Noiado pela gola da camisa o chacoalhando. 

    — POR QUE VOCÊ FEZ ISSO?! 

    — Sei lá, acho que foi o puro calor do momento, mais essa não é a questão, nada estar perdido moço! Podemos recuperar sua faca ainda! 

    — É uma adaga e meu nome é Subaru, seu idiota! 

    — Aaaaaaaaah tá. 

    — Mesmo assim, não dar! Acabou! Agora não posso mais me cortar! 

    Subaru largou Noiado, se sentou no chão e voltou a chorar.  

    — Brigado Suba! Aliviou a dor da minha coluna! 

    " ...Suba?! " — Pensou Subaru arregalando os olhos. 

    No quarto de Yui, uma discussão acontecia entre ela e os vampiros trigêmeos sobre a tal punição de Reiji. 

    — Vo-Vocês não podem fazer isso! — Repreendeu Yui espantada, ficando em frente ao seu guarda-roupa. Seu rosto estava levemente corado com a situação. — No-Noiado é um menino! 

    — E o que isso tem haver Panqueca? — Perguntou Ayato com indiferença. 

    Yui arregalou os olhos com que o Ayato acabou de perguntar. 

    — Mas é claro que isso tem haver, Aya...quer dizer, Ore-sama! Vo-vocês nem ao menos perguntaram a ele sobre o que acha dele... — A loira tentou desviar o olhar para os trigêmeos e seu rosto corou mais ainda só de pensar na ''punição'' que Reiji tinha planejado para Noiado. — ...Dele USAR MINHAS ROUPAS! 

    — Não seja possessiva também Bitch-chan, afinal nem roupas suas são. 

    Kanato tampou as orelhas de Teddy e assim como Ayato desviou o olhar para qualquer canto que não fosse a cara de sonsa da loira. 

    — Co-como assim Laito-kun? — Perguntou arqueando as sobrancelhas. 

    Laito ficou com o rosto corado e deu um sorriso largo. 

    — Tipo a calcinha que você está usando agora, pertencia a Bitch-chan número 86...Mesmo ela tendo aquele fetiche estranho por ursinhos de pelúcia, eu gostava dela e peguei. — Falou o ruivo de chapéu com orgulho. 

    Yui arregalou os olhos mais ainda e ficou traumatizada, tão traumatizada que até se congelou. 

    Kanato foi até Yui e com um simples cutuco no ombro, a loira caiu de cara dura no chão. O de cabelos arroxados deu ombros e abriu o guarda-roupa de Yui e tirou de lá um modelito aleatório, um par de Melissinhas lilás transparente, um vestido de festa azul-piscina glamouroso e por último e menos importante, uma presilha de cabelo artesanal cor-de-rosa. 

    — Espera aí Laito, como assim você "pegou" a Nara-san? — Perguntou Ayato irritado com os braços cruzados. 

    — A Bitch-chan 86? Fufu. Acho melhor não saber e afinal, POR QUE quer saber? Ela não já está morta? Fufu. 

    — SEU IMUNDO! MAS VOCÊ NÃO TINHA A AKEMI?!  

    — Ela fazia muito cu doce pra mim, mas relaxa, não foi só você que levou gaia, o Reiji levou, o Shu, Kanato, enfim todos levaram há uma década atrás...

    Kanato ouviu a conversa toda, respirou fundo, resolveu ignorar e saiu do quarto mais rápido possível com as roupas, deixando Laito e Ayato lá se arranhando e puxando os cabelos um do outro igual menininhas.

    Na sala de jantar, Reiji discutia frustradamente com Shu deitado sobre a mesa. O loiro não estava dando a mínima para o que o moreno de óculos de vovô falava, afinal ele era seu irmão mais novo.

    — Francamente Shu, você ultimamente virou de mal pra pior em relação a ficar largado por aí. Tento tolerar você ficar dormindo nos sofás...e... — Reiji desviou o olhar por uns segundos e depois voltou a olhar o loiro com repulsa. — ... nas banheiras da mansão, mas já é demais você ficar largado em cima do resto das mobílias, principalmente na mesa, que é onde nós comemos! 

    — Mas não somos vampiros? Não precisamos comer...essa mesa só serve de enfeite mesmo. Nem pra cama ela serve, muito dura. 

    — Então saía! — Disse Reiji, aumentando a voz, já impaciente com seu irmão mais velho. 

    — Não estou afim. — Disse Shu aumentando o volume de seus fones e fechou os olhos. 

    — Você é uma vergonha. — O moreno ajeitou os óculos de vovô. 

    — ... — Shu permaneceu calado por longos segundo e assim que abriu os olhos, ele olhou no fundo dos olhos de Reiji. — E você é uma desgraça.

    — Seu deplorável!

    Antes que começasse uma discussão quase sem fim, Kanato jogou uma taça de vidro contra a parede, assim quebrando ambas. 

    — A quanto tempo estava ouvindo a gente, em? — Perguntou Reiji de braços cruzados. 

    — Eu e Teddy não pagamos mordomia para perguntar coisas fúteis. — Respondeu Kanato o olhando sério. 

    Reiji ignorou o que Kanato disse. 

    — Onde está o Ayato e o Laito? 

    — Brigando, mas provavelmente agora tenham se perdoado e estão fazendo uma suruba com a Yui inconsciente.  

    Reiji revirou os olhos e suspirou.

    — Então, trouxe tudo? 

    — Trouxe, espero que seja o suficiente. — Disse Kanato deixando as roupas na mesa. 

    — Bom, vou buscar o Subaru e Noiado, e você Kanato tome conta deste homem bastardo porque ainda temos muito a conversar. 

    — Sério isso? — Perguntou Shu pra si mesmo. 

    — Sim. — Respondeu Reiji. 

    — Foi uma pergunta retórica, Reiji. — Riu Shu.  

    Reiji se teletransportou enfurecido. 

    — Sou mordomo por acaso? — Comentou Kanato fazendo Shu rir de novo. 

    Voltando para Noiado e Subaru. O albino tinha acabado de esmagar uma adorável borboleta com suas próprias mãos, isso fez Noiado engolir o seco, se afastar dois milímetros do vampiro e tentar se distrair com outra coisa que não seja a beleza divina do mesmo. 

    De repente Subaru ficou em estado de alerta, com sua super-audição e super-olfato, ele tinha sentido um cheiro forte de chá de camomila e ao mesmo tempo ouvido passos pesados e largos se aproximando e concluiu que era Reiji chegando. 

    Noiado finalmente tinha acabado de achar uma distração, ele ficou observando as abelhas sendo esfaqueadas pelos espinhos das rosas apenas por uma fração de segundos, pois um punho foi acertado bem em cheio em sua cara, fazendo com que ele desmaiasse novamente, pela enésima vez. 

    PAN PAN PAN PAN PAN...CONTINUA...

    (na: tentativa de dramatização, FAIL). 


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