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Me superei.
Cai no chão provocando um baque surdo que ecoou pela imensidão da sala enquanto o monstro explodia se tornando apenas mais um grão de areia naquele lugar. Não era isso que eu queria.
Eu queria mais, queria provar da felicidade por mais tempo, eu a queria em minhas mãos para sempre. Por que eu não posso tê-la? Não pude conter as lágrimas que aos poucos foram se misturando a poça de sangue logo abaixo de mim. O desespero nem mesmo ousara dar as caras para zombar de minha condição, quando o sangue fluía para fora do meu corpo não era só ele que ia embora mais também tudo que eu era, tudo o que eu fui e eu me senti aliviado com isso como se um peso invisível tivesse sumido.
Tal anestésico não durou muito logo a dor surgiu me mostrando a dura realidade da qual fazia parte, o mundo nunca foi o meu lugar e ter minhas emoções e lembranças fluindo para fora de mim enquanto eu as revivia pela última vez enfatizou isso. Mais tinha algo real nisso: amava ela, era a única verdade absoluta em tudo aquilo e mesmo assim estava sumindo como todo o resto. A morte deixará de parecer ruim naquele momento.
Do nada uma onda de calor percorreu toda a minha existência me reanimando, me curando completamente ou quase. Algo ainda faltava e era algo grande mais não conseguia perceber o que era.
Me levantei perplexo e o vi, Apolo o desgraçado que já chamei de amigo em toda a sua arrogância. Mesmo com a aparência de um homem alto, loiro de olhos azuis trajando um terno azul com gravata preta pude reconhecê-lo. O seu rosto transmitia uma aura de soberania e desdém como de costume.
- Você está patético, hahaha. Me pergunto se será capaz de cumprir minha pequena tarefa. - falou sorrindo e me olhando exalando sua arrogância.
- Não estou interessado. - disse e me dirigi para a saída. Ele segurou o meu braço e por um instante fui levado de volta a memorias onde minha ira havia atingido o ápice e, levado por esse impulso, agarrei o pescoço de Apolo com todas as forças. Um, fui erguido no ar. Dois, arremessado no chão. Três, acabei sem ar com a cara no chão.
- Esse é você agora, um mortal! E mortais me olham de baixo! - Pronunciou deixando claro sua raiva e logo em seguida voltou ao normal – Agora negócios. Você vai impedir uma guerra, sinta-se grato por essa honra. Nesse documento há tudo que precisa saber e caso consiga completar sua missão devolverei para você o que te tirei. Adeus, Luke.
Sumiu em meio ao clarão que preencheu minha visão deixando apenas um pergaminho onde estava. Havia detalhes dourados na lateral do pergaminho e neles pude discernir os dizeres: desbravadores, ameaça.
´´Não ligo``