– Eu sei, eu sei, mal posso acreditar - Juvia diz, enquanto enche minha taça de vinho. - Layla não faz o tipo de Gray.
– Ah, concordo plenamente. - Tomo um gole do vinho. Sei que jurei a mim mesma não beber vinho novamente, mas essa semana foi tão difícil que não pude resistir. - Não sei o que ele estava pensando.
– Bem, deixe que eu lhe digo. Ele não está pensando com a cabeça de cima.
– Como ?
– Com a cabeça de baixo , Lucy.
– Ah...- Quando compreendo, começo a rir. Mas Juvia não acha a situação engraçada e fica me encarando. - perdão. - Me sinto culpada por rir quando ela está tão desesperada. - É que nunca tinha ouvido essa expressão antes.
Ela joga a mão no ar.
– Você é uma garota tão boa. Desculpe-me por ter sido ruim com você quando estávamos no colégio.
Dou de ombros, percebendo que realmente não importa mais agora. Sorrio. Finalmente me livrei deste peso sobre meus ombros. Quem diria?
– Você não foi tão ruim assim...só me ignorava.
No entanto, é difícil acreditar que aqui estou, no quarto de Juvia, dividindo com ela uma garrafa de vinho branco e alguns cubinhos de queijo que ela trouxe alinhados em uma bandeja de prático. Aliás, tudo em seu quarto está arrumado e organizado, ao contrário do meu. Mas depois de passar o dia dançando, não tenho vontade alguma de arrumar o quarto. E os dias têm sido longos e difíceis. Depois de termos deixado as janelas do carro embaçadas, Natsu voltou ao plano de resistência. Entendo o porquê de fazermos isso, mas não é fácil. E o jive é uma dança complicada. São centenas de giros, todos executados rapidamente. Não fui feita para me movimentar assim tão rápida. Hoje tropecei nele e acabamos nos espatifando no chão, numa posição que eu esperava, nos levaria a muitos beijos apaixonados, mas ele simplesmente me ajudou a levantar e exigiu que repetíssemos a dança inteira, mesmo estando no horário do almoço.
– Então, acha que Gray e Layla estão juntos? - Juvia pergunta, com os lábios tremendo, como se estivesse prestes a chorar.
– Bem.... Acho que, na verdade, Gray está apenas tentando deixá-la com ciúmes. ele ainda não esqueceu você Juvia.
– Sei disso, acho. Só está sendo teimoso e cabeça-dura.
– Ela se recosta na cabeceira da cama e bebe mais vinho.
– Ele pensa...
– Que não é bom o bastante para mim, eu sei.
– Como sabe disso? - Pergunto.
–Ah, Lucy , Gray sempre achou que eu queria um estudante universitário a meu lado, quando ele perdeu a vaga no time de futebol da universidade. Mas eu queria muito ir para a faculdade e continuar como animadora de torcida nos grandes jogos. Já imaginou como seria aparecer como amimadora de torcida em rede nacional?
– Não. Mas também não imaginei aparecer na tevê participando de uma competição de dança de salão.
– Bem , era tudo o que queria na época. Eu tinha bolsa parcial na universidade, mas minhas notas não eram suficientemente boas. Sempre tive dificuldade nos estudos, Lucy. Eu não apenas parecia uma animadora de torcida linda e burra, eu era.
– Você não é burra!
– Não, sou disléxica.
( Nota : Disléxica não é uma doença e sim um problema a pessoa tem dificultada o aprendizado dela na escrita ou mesmo em outra matérias , outro lado ela tem facilidade de abre outros tipos de tons Ex : ela ruim em matemática , vai ter facilidade em artes para desenhar ou aprender decora texto etc.
Eu tenho esse problema sou disléxica, não é fácil demos nos esforça muito aprende e tão matemática eu só horrível , meu português péssima por isso vocês vem muito erro ortofônicos nas ficções , apenas estudando muito e se esforçando mesmo para aprende compensação só boa desenhar , aprendo rápido quando algum me ensina alguma coisa tipo pintura cozinha , manutenção de Pc . ( só foi mesmo aprender ler e escreve mesmo na 5 série *-* por isso escreve ficção para me ajuda melhora meu português a inda cometo falhas e também gosto de escreve ( odeio que sinto pena de mim por causa disso >.< ), ( chega de fala disso volta que interessa .) .
– Disléxica ? Quer dizer, que embaralha as letras ?
– Meu caso é simples se comparado a outros, mas sim.
Sempre tive dificuldade para ler e errava as instruções até mesmo no treino de animadora de torcida. Mamãe achava que eu era caso perdido. - Os olhos de Juvia se encheram de lagrimas. - No colégio , eu tinha de ficar para trás na horas do intervalo para poder terminar minhas tarefas e morria de medo que me chamassem para ler em voz alta. (Nota TT.TT eu tinha medo também ler em voz alta )
Ela faz uma pausa e continua:
– Eu não era preguiçosa. Na verdade, precisava me esforçar muito mais que as outras crianças, para conseguir acompanhá-las. Para compensar isso, sentia necessidade de ser popular e de ser a melhor animadora de torcida.
– E quando foi que descobriu que tinha esse problema?
– Durante o curso de cosmetologia. Minha professora tinha o mesmo problema e o reconheceu imediatamente. Eu conseguia aprender quando observava, mas tinha dificuldade em interpretar textos. - Juvia balança a cabeça. - Já imaginou, repetir a escola de beleza ?
Nós nos encaramos e começamos a rir.
– Lucy, será que acabamos de virar amigas?
– Creio que sim.
– Bom, eu bem que preciso de uma amiga
– Então já se livrou do problema da dislexia?
– Não é algo que passe, não há cura ou tratamento. É algo com que tenho de viver. (Nota : Fato tenho viver isso até último momento de minha vida )
– E o que vai fazer a respeito de Gray?
– Não sei. O que você vai fazer a respeito maravilhoso Natsu? Vocês dois incendeiam a pista de dança. Estão incendiando debaixo dos lençóis também ?
Quase engasgo com o vinho, e Juvia sorri.
– É bem obvio. Droga, será difícil vencer vocês dois.
– Isso se eu conseguir aprender o maldito jive. que dança difícil! Sempre acabo caindo no chão.
– Com certeza é melhor que o foxtrote! - Apertando os lábios, ela continua: - Gray vai dança rumba com Layla!
– Ele ainda gosta de você , Juvia.
– Você acha mesmo- Os olhos dela estão marejados.
– Sei que estraguei tudo no passado, mas eu era jovem e não sabia o que queria. Por que será que ele não entende isso ?
– Bem , vai precisar deixar isso bem claro para ele.
– Sim.
– E... - Começo , mas acho melhor ficar quieta.
– O quê?
– Nada.
– Desembuche, Lucy, não esconda nada de mim.
– Está bem . - Espero não estar cometendo um erro ao revelar essa informação. - Natsu e Layla eram parceiros de dança.
– E ?...
– Eram um pouco mais do que isso também.
Seus olhos se arregalam.
– Ah... eles eram namorados....
Confirmo com a cabeça.
– Layla é má, Juvia. Ela abandonou Natsu quando ele machucou o joelho e teve de parar de dançar!
Mordendo o lábios inferior, Juvia ergue a sobrancelha de repente.
– Acha que ela está usando Gray para deixa Natsu com ciúmes ? - Juvia deve entender minha expressão, porque logo acrescenta: - Não que eu ache que ele vá ter ciúme.
quero dizer , você é muito mais interessante do que ela.
– Sou?
– Claro. - Juvia parece pensar em algum exemplo. - Acha que o Canto da Comedia sabia do relacionamento anterior deles e trouxe Layla para apimentar as coisas ?
– É bem provável, não acha?
– Acho.... E o que vamos fazer ?
– Gostaria de saber.
– Bem, vamos ter de pensar em algo para frustrar seu plano maligno.
Não tenho a mínima ideia de como poderia fazer isso, mas faço que sim com a cabeça, concordando com Juvia.
– Obrigada por me fazer companhia, Lucy . Espero que você consiga ficar com Natsu também.
Coloco meu copo vazio sobre o criado-mudo e me levanto da cama.
– Bem é melhor eu ir andando.- Espreguiço-me e vou até a porta , mas antes de sair, dou meia volta e digo: - obrigada pelo vinho . E Juvia, foi bom conhecer você melhor.
– Ainda acha que sou metida?
– Nunca pensei isso.
– Mentirosa.
Tenho de rir.
– Bem, talvez um pouquinho. - Ergo minha mão no ar segurando o dedão e o indicador bem próximos.
– Então, boa sorte com o maravilhoso Natsu. Não vou desejar boa sorte com a dança, pois quero vencê-la dessa vez.
– Acho que não será muito difícil me vencer.
– Bem uma coisa é certa, precisamos vencer Gray e Layla!
Concordo e saio para o corredor. Enquanto caminho até meu quarto , penso que a vida realmente dá voltas. Mesmo sem saber como tudo vai acabar, minha vida está mudando de um modo que jamais pensei ser possível. Estou começando a ter sonhos, a desejar coisas que eu deveria ter perseguido há muito tempo, e tenho de agradecer a Lucy por isso.... ou culpar.
– E se eu cair? - Pergunto a Natsu, enquanto esperamos nos bastidores do salão de dança.
– Não vai cair, Lucy - ele responde com mais convicção do que seria necessário, deixando claro que pensa que posso vir a cair.
– Caí todos os dias desta semana. são os malditos chutes e giros.
– Mas não cairá esta noite. Sua memória muscular assumirá o controle.
– É, meus músculos vão lembrar de cair! Podemos tirar fora aquela parte final, quando escorrego por entre suas pernas?
– Escute, Lucy. - A voz dele está calma. - Se você cair.... Então, você caiu, certo ?
Respiro fundo, algo que tenho feito muito ultimamente.
quando Ben chama nossos nomes, surpreendo Natsu, dando-lhe um grande sorriso.
– Vamos lá.
a esta altura ele já sabe que é hora de fazermos nosso cumprimento de mãos secreto.
Ainda bastante nervosa, caminho até o centro da pista de dança, onde fazemos nossa pose inicial sob as luzes, esperando que comecem a tocar He ain't Nothin' But a Hound dog, de Elvis Presley.
Quando a musica começa, deixo que o ritmo e as mãos firmes de Natsu me guiem. Ele está sorrindo, assim como eu , mas não apenas para a plateia. Pisca para mim , tentando mostrar que estou arrasando. Vamos para a esquerda, de pois para a direita. Ele me gira e ficamos de frente para a plateia, chutamos e , sim , lembro de manter os dedos apontados para o chão sempre. Faço um movimento em que rolo sobre as costas de Natsu. Ouço a plateia gritando e aplaudindo. A seguir vem a parte em que damos as mãos apostas e dançamos em círculo, com a outra mão erguia no ar. Fico apreensiva, pois é uma das posições em que costumo cair.isso porque giramos, jogando o peso do corpo para o lado oposto um do outro e nossas mãos ficam suadas e escorregadias. Natsu me olha, e sinto-o segurar minha mão com força...mas, céus nossas mãos escorregam um pouco,então agora estou segurando apenas seus dedos e ainda temos metade dos giros pela frente. Começo a suar muito, sentindo meus dedos escorregarem, e sabendo que vou acabar sentada no chão, assim como aconteceu nos ensaios.
Meus dedos escapam da mão dele assim estamos prestes a acabar de girar, o que me faz perder um pouco o equilíbrio, mas mantenho um sorriso nos lábios e começo a fazer uma prece mental, já que agora é o momento que danço frente a frente com Natsu e logo em seguida ele me fará girar sozinha, num movimento em que também sempre caio durante os ensaios.
Natsu me gira, e tento me concentrar em fixar os olhos sempre no mesmo ponto. Uma volta... e sim,ainda estou de pé. Dois giros... nossa, o mundo está ficando distorcido, e onde está a mão dele?
Droga, fui parar muito longe . Entro em pânico, pois ainda tenho mais um giro e então Natsu deve me puxar de volta para o passo em que deslizo por entre suas pernas. Giro mesmo assim e , graças aos céus, ele consegue me alcançar e agarrar meus dedos o suficiente para me arremessar por entre suas pernas. Mas sei que preciso de força total para deslizar até o fim, e que ele terá de se esforça para conseguir isso. Sabendo que estou perdida, me jogo por entre suas pernas, e ele precisaria me puxar de volta para eu ficar de pé e então fazermos nossa pose final, com os braços para cima.
A palavra-chave é " precisaria".
Logo percebo que dei um impulso exagerado, quando passo por entre as pernas de Natsu como uma bala de canhão.
O piso é encerado e escorregadio, e me vejo deslizando, fora de controle, sem saber onde vou parar.
Ouço a plateia gritar, conforme o mundo passa por mim em borrões coloridos. Espero que pensem que isto foi planejado. Imagino se Natsu está fazendo algum movimento para disfarçar ou se está parado, com as mãos no rosto. Vejo a mesa do júri se aproximar cada vez mais e sei que vou acabar me chocando contra ela. Os juízes todos de olhos arregalados e boquiabertos. Tudo parece estar acontecendo em câmera lenta, embora eu saiba que estou me deslocando na velocidade da luz.
Espero que tenha uma ambulância esperando por mim no estacionamento. Sei que vou me machucar, talvez até quebrar um osso, então dobro meus braços e pernas numa posição defensiva, o que me faz rodopiar ainda mais, muito rápido, como um daqueles dançarinos de rua.
Mesmo em meu estado de tontura, sei que precise fazer parecer que isto foi planejado, então, quando paro de girar apoio um cotovelo no chão e ergo o outro braço no ar, fazendo uma pose final. Estou completamente desorientada, então não consigo ficar de pé sem que Natsu me ajude. Onde está ele ?
Enquanto pisco os olhos, sinto meu estomago revirar, não sei se devido a todos os meus giros ou se devido a meu estado de nervos. Talvez ambos. Graças a Deus, a plateia está de pé, aplaudindo. Pelo menos é o que parece.
Aos poucos vou me recuperando. Mas onde está Natsu ?
Finalmente eu o vejo , do outro lado da pista,com os braços apontados em minha direção em uma pose, como se tivéssemos combinado tudo, e ainda por cima, está sorrindo.
Logo ele vem ao meu encontro, já que estamos em um programa ao vivo, e com certeza já ultrapassamos nosso tempo. Ele segura minha mão, a que ainda está apontando para cima segurar pela cintura e deixar que me apoie nele.
Dois Ben Sebastians Vem caminhando em nossa direção, e eles colocam dois microfones diante de mim.
– Isso foi...Nossa, incrível! - Ele ainda está em choque.
Não sei se "incrível" significa bom ou ruim. - Quanto tempo levou para aprender esse giro , Lucy? Nunca vi nada igual.
Não tenho certeza de qual microfone á minha frente é o de verdade, então respondo para o espaço entre ambos:
– Devo tudo a Natsu - respondo, mesmo sabendo que é o que disse da ultima vez. Mas isso desvia a atenção para ele, que é justamente o que eu esperava. Não consigo ver nem pensar direito, e receio que nunca mais consiga.
Ben coloca os microfones diante de Natsu.
– Que coreografia maravilhosa! já tinha feito esse giro antes ?
– Não, na verdade é completamente novo.
Fico com vontade de rir, não sei se devido á resposta ou se por estar feliz de sair inteira da minha experiência de quase-morte.
– Bem, vamos saber a opinião do júri sobre esta apresentação inovadora do jive. Myra , vamos começar por você
Myra sorri para nós , e imagino que isso seja um bom sinal.
– Isso foi... - ela pára, como se não encontrasse as palavras para descrever nosso desempenho - ...inacreditável!
Estou perplexa. Dou a vocês um nove!.
–Alam, está perplexo também ? - Ben pergunta.
– Com certeza! Houve algumas falhas, alguns problemas com o direcionamento das pernas. - Ele me encara. - Mas foi fantástico! Minha Nota é Nove!
Gostaria de pular de alegria, porem Natsu me segura com força e ainda estou um pouco tonta, então não o faço.
– Carson ? - Ben chama. - O que tem a dizer?
– Eu nunca me diverti tanto em toda minha vida. Lucy percebi que seus dedos escorregaram, mas sua habilidade de se recuperar foi a coisa mais divertida que já vi! Tiro meu chapéu para você. apesar das falhas obvias, vocês conseguiram pontos extras. Dou a vocês um dez!
A plateia vai á loucura, e esquecendo o profissionalismo, me viro e abraço Natsu com força. Não se por surpresa ou alivio, ele também quebra as regras e me abraça de volta.
Depois de agradecermos ao publico, corremos para os bastidores para que Wendy e seu parceiro possam dançar . Vários casais ainda esperam para dançar , e estou aliviada de já termos nos apresentado. Já que não precisamos mais ficar na fila, Natsu me puxa para o lado.
– Você esta bem ?
Dou de ombros.
– A tontura está passando. Sinto muito por ter estragado tudo.
– Está brincando ? Nunca vi uma recuperação como a sua. nem em competições de verdade. como conseguiu? Eu achei que ia bater na mesa do júri.
– Eu também. - Começo a tremer. - Quem diria que dança de salão pode ser tão perigosa? Não é á que Michell me fez assinar aquele documento eximindo-o da responsabilidade, caso eu me machucasse!
– Você é incrível, sabia ?
Começo a imaginar se Natsu diz isso no bom sentido ou não. quando ele ergue minha mão e a beija, me sinto derreter, mas não quero que ele saiba disso. Natsu deixou bem claro nesta ultima semana que devemos seguir nosso plano. Agora que parece certo que vamos para a próxima etapa, acredito que tenha razão.