No Ritmo Do amor

  • Finalizada
  • Aelita
  • Capitulos 24
  • Gêneros Bishoujo

Tempo estimado de leitura: 5 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 10

    Capitulo 10

    Álcool, Hentai, Sexo

    Olá pessoas espero que gostem do capitulo.

    As coisa vão realmente começarem a esquentarem

    Boa leitura para todos

    Há de se pensar que existe um limite para o nervosismo de uma pessoa. Mas enquanto espero para chegue nossa vez de dança ao vivo no star Blue pela primeira vez, sinto que vou explodir. Sinto-me enjoada, como se estivesse na descida de uma montanha russa muito alta.

    Duas mulheres responsáveis pelo figurino e maquiagem andam entre nós, fazendo pequeno ajustes e retoques. Checo o decote da minha blusa, que acho muito exagerado, mas há bastante fita adesiva segurando-o, para evitar qualquer exposição indesejável. Mas fora isso, e maravilhoso. O tecido brilhante e prateado fica maravilhoso sob a luz, e as franjas na pequena saia ficam lindas quando giro. A roupa e muito justa e surpreendentemente confortável, exceto pela fita adesiva grudada nos meus seios e nadegas.

    Natsu aperta minha mão de leve.

    -Não se preocupe. Está maravilhosa. Essas suas pernas longas vão impressionar os juízes. Parece uma campeã, Lucy.

    -Você também.

    Voltando minha atenção para a teve, fico impressionada com Jet. Ele parece um gangster, usando um terno azul marinho risca de giz, e a plateia está adorando sua apresentação. Imagino que sua professora trabalhou duro, pois ele mal perde o ritmo.

    -Ele pode ser grande surpresa desta competição - Natsu comenta, pensativo.

    -Pensei que eu seria a grande surpresa.

    -Acho que todos podem ser uma grande surpresa.

    - Todos nós?

    -Não achei que seria assim, mas vejo muita vontade de ganhar em todos. Devo admitir que estou impressionado.

    -Então esta mordendo a língua, não está?

    - Não sei bem o que isso significa, mas imagino que sim.

    Sorrio para ele com carinho e reconheço que estou gostando cada vez mais de Natsu. Ele tem os pés no chão, ao contrário do que imaginei a princípio. Talvez tenha uma origem humilde como a minha, então por isso me compreenda bem.

    -Nossa!-exclamo quando. Jet e sua parceira fazem diversos passos complicados e terminam a apresentação com uma pose, fazendo a plateia aplaudir de pé.

    Claro que não foi perfeito, mas quem diria que Jet poderia dançar desse jeito? Alias,com exceção de Levy, cuja apresentação terminou com um giro desastroso e fora de controle, só que desta vez,na direção da plateia e Elfaman, o desengonçado encanador que escorregou e acabou rodopiando no chão, com as pernas para cima com uma tartaruga de ponta cabeça, as danças foram muito bem executadas por todos. Sinto orgulho por meus companheiros.

    Enquanto esperamos pelas notas do júri, relembro as danças anteriores, para tentar imagina em que posição acabaremos. Juvia foi muito bem, porém Natsu sussurra para mim que ela e muito dura e que não tem apelo emocional.

    Se eu estivesse observando e não participando, teria adorado todo o programa.

    - Meu Deus! - Levo a mão até a boca quando o apresentador, Ben Sebastian, anuncia Gray e sua parceira campeã, Anna, que dançarão o jive.

    Gray está usando calça jeans preta, camiseta preta e cinto preto. Seu cabelo este penteado para trás com gel, no estilo dos anos cinquenta fazendo-o parecer John Travolta no filme grease. Sua parceira loira parece Sandy, a personagem principal do mesmo filme, e é claro, eles começam a dançar ao som de Greased Lightnin .( Nota : foi uns dos primeiro filme de dança).

    Quando fazem os gestos conhecidos com as mãos e os joelhos, a plateia grita, entusiasmada.

    Dou risada enquanto Gray faz caras e bocas para as câmeras.

    - Nossa, ele e bom!

    Natsu dá de ombros e me encara.

    - Ele e normal. Mas falta leveza em seus movimentos.

    - Bom, ele e mecânico, não e mesmo? Mas e um atleta também. E sempre dançou bem.

    - Deixa-me adivinhar…jogador de futebol da escola? - Natsu diz isso com ar esnobe e imagino o que aconteceu para se tornar tão chato de repente.

    - Sim -respondo, um pouco defensiva. Será que ele está com ciúme? A ideia me dá um pouco de esperança.

    - Vocês já namoraram?

    Ele perguntou isso casualmente ou será que estou querendo enxergar demais onde não há nada?

    - Só nos meus sonhos. Eu não tinha graça nenhuma, lembra? Não namorei muito.

    - Ainda acho difícil acreditar nisso, Lucy- Natsu responde, mas não tira os olhos da dança.

    Estou prestes a contar-lhe sobre minha vida de adolescente quando. Bem chama nossos nomes.

    Droga.

    Natsu aperta minha mão.

    - Bem, Lucy Heartfilia, não é mais uma adolescente sem graça. Está pronta?

    Meneio a cabeça e mostro-lhe minhas mãos estendidas e fechadas em punhos, para nosso cumprimento de sorte, mostrando confiança, quando, na verdade, sinto-me extremamente insegura.

    Por sorte, minhas pernas funcionam, e antes que me dê conta, estamos esperando atrás das cortinas enquanto Gray e Anna recebem suas notas do três juízes.

    Carson Sage, o juiz impiedoso de cabelos grisalhos, lhes dá nota sete, dizendo que souberam se apresentar, mas que faltou técnica.

    Myra Jones é uma mulher negra e descolada, com um cabelo enorme e um sorriso maior ainda. Mais gentil, ela dá a Gray e Anna nota oito, sendo apoiada pela plateia local.

    Alam Kelly, o terceiro juiz, é exageradamente gay e muito engraçado, e lhes dá outro oito, deixando Gray apenas um ponto atrás de Jet, que conseguiu três notas oito.

    Ótimo. Vamos nos apresentar logo depois das melhores performances da noite.

    - Podemos fazer melhor – Natsu sussurra em minha orelha.

    Consigo assentir e sorrir, mas tenho minhas dúvidas.

    Quando bem anuncia nossos nomes, sinto que meu coração está fazendo uma versão bastante acelerada do passo rápido. Quando me recuso a caminhar até o palco, Natsu me puxa delicadamente pela mão e , sem saber como cheguei lá,me encontro parada sob as luzes fortes, diante da plateia.

    Estou pensando seriamente em sair correndo quando vejo Ami e mamãe de pé , aplaudindo. Seus rostos estão radiantes, e mamãe , que sempre se porta como uma dama, coloca o dedo indicador e o dedo entre os lábios, assobiando estridentemente. Ami a encara, surpresa, mas ela apenas ri.

    Percebo que estão orgulhosos de mim . sim , de mim . Fecho os olhos com força, pensando que posso fazer isso.

    Preciso fazer isso.

    Respiro com calma, ergo a cabeça e ordeno a meus joelhos que parem de tremer. Mas eles não me obedecem. Não importa o quanto eu queria, não consigo me controlar. Natsu aperta minha mão para me confortar, sem sucesso.

    Não acredito que estou prestes a passar vergonha diante de Todos e o resto do mundo. Vou ser motivo de riso, e será o meu vídeo que mostrarão na teve, logo após o de Levy e seu giro descontrolado. E pior, serei eliminada na primeira semana, desapontando mamãe e Ami.

    E perderei todo aquele dinheiro!

    Oh droga! Como foi que me deixei persuadir a fazer isso ?

    Medo e raiva se concentram em meu estomago e sinto-os emergindo por minha garganta em forma de histeria. Então ouço uma voz distante em minha mente dizendo:

    Lucy. Querida, você pode fazer isso. Sei que consegue, filhinha.

    Meu pai. Sinto sua presença, como se estivesse a meu lado, sorrindo e orgulhoso de mim.

    Busco no fundo, em algum lugar. Após inspirar, ergo o queixo e mostro a Natsu que estou preparada.

    Essa é a minha menina. Ouço a voz de meu pai novamente e sinto uma calma se apoderar de mim, acabando com tremor em minhas pernas.

    Quando a batida instigante da música começa, danço sem pensar, sentindo o ritmo, a emoção. Um, dois, cha-cha-chá.

    Na ponta dos pés, com movimentos rápidos e precisos, deixo que Natsu me guie. Balançando o quadril, dou um sentido novo ao movimento cubano, provocando, flertando e então o empurrando para longe. Quando fazemos o giro, dou o melhor de mim. Longe, consigo ouvir a plateia excitada, aplaudindo, e uso isso, fingindo ser atrevida e sensual.

    Natsu está exigente, perseguindo-me com uma tenacidade que me deixa sem fôlego. Quando ele se aproxima, nossos corpos se tocam e seus dedos se demoram, com uma promessa. Ele me gira novamente e dou a volta a seu redor, provocando-o. ele me puxa de volta, com olhos cheios de paixão, para um quase beijo, então executamos os passos básicos lado a lado e nos aproximamos da bancada do juri.brincamos com as câmeras e seduzimos a plateia. Sinto que estamos tendo sucesso. Estou confiante.... sim, confiante. Aperto meus lábios, ergo uma sobrancelha e deixo Natsu se aproximar, antes de fugir novamente, quando a música chega ao fim, ele gira , finalmente conseguindo me agarra, segurando-me junto a seu corpo para mais um quase beijo, e então ele me inclina para trás sobre sua braço, numa pose final dramática que faz a plateia se levantar para aplaudir. Nossa ninguém jamais bateu palmas para mim , a não ser quando derrubo alguma bandeja na lanchonete, mas não acho que isso conte.

    Natsu me traz de volta, me gira a seu lado agradecemos á plateia, como tínhamos ensaiado antes . Cansados, sem fôlego, esperamos por nossas notas.

    Bem corre para nosso lado, com seu sorriso prefeito e branco de sempre.

    - Essa foi quente... – Empurra o microfone em minha direção e continua: - Você estava demais, Lucy Heartfilia .Gostaria de dizer algo á plateia?

    Encaro o microfone por um segundo, com o coração disparado, e então algo vem á minha cabeça.

    - Devo tudo a  Natsu, meu instrutor incrível. – Sorrio para ele, que retribui e me puxa mais para junto dele.

    - Lucy é muito esforçada. O credito é todo dela.

    Olho para ele e sei que parecemos tolos dizendo tudo isso, mas é a verdade.

    Ben se vira de nós para a câmera e anuncia:

    - Bem, já sabemos a opinião da plateia. Vamos ver agora o que os juízes tem a dizer sobre esse eletrizante cha-cha-chá de Lucy e  Natsu! – Virando na direção dos juízes, ele continua: - Carson, vamos começar com você.

    Meus joelhos começam a tremer novamente, e ainda bem que Natsu está me segurando pela cintura.

    Apertando os lábios, Carson esfrega o queixo com a mão por um longo tempo. Finalmente, Carson suspira e começa a dizer:

    - muitos momentos dessa competição foram dolorosos de se ver. É como passar por um acidente na rodovia... você precisa espiar, mesmo querendo olhar para outro lado.

    A plateia parece em choque, Natsu aperta o braço ao redor de minha cintura. Carson balança a mão no ar, ignorando a plateia.

    - Vocês sabem do que estou falando, não neguem. Agora se controlem.

    A plateia vaia coletivamente dessa vez.

    - Bem ergue a mão, tentando silencia-los.

    - Carson, este é um programa ao vivo. Vá logo ao ponto.

    Sei que tudo isso é drama para conquistar a audiência, mas estou prestes a explodir de tanta ansiedade!

    - Muito bem . mesmo que Lucy deixe a desejar na elegância, ela compensa isso com sua agilidade. – Isso agrada Natsu, que sorri para mim e aperta minha mão. – E já que Bem está me apressando, direi apenas que gostei da apresentação. Foi sensual e animada. Tiro o chapéu para vocês.

    - ele ergue uma placa com número oito..

    - Myra? – Bem chama. – O que tem a dizer a respeito do casal?

    - Ah – ela diz, enquanto balança a cabeça, fazendo sua cabeleira balançar.- isso foi uma delícia. Natsu , você me fez suar. O que fez a essa pobre garçonete de Kyoto?

    Lucy, você é demais. Dou a vocês um nove!

    Natsu inclina a cabeça, e eu imito, a graciosa diante de críticas e educada diante de elogios. Sob nenhuma circunstância devemos comemorar, o que seria minha reação normal, portanto me controlo.

    - Alam, o que tem a dizer?

    - Estou deveras surpreso – declara ele. – Confesso que eu não esperava esse desempenho de dançarinos amadores.

    Natsu, você operou um verdadeiro milagre e transformou esta garota numa tremenda dançarina. Lucy, menina, você requebra como uma cubana. Dou a vocês um nove! – ele ergue a placa, e a plateia vai á loucura.

    Meu Deus, estamos em primeiro lugar!

    Desequilibro-me um pouco, aliviada , e desejo poder abraçar Natsu, mas receio que não seja uma atitude profissional.

    Bem está explicando aos espectadores que podem votar em seu par favorito pela internet ou enviando mensagens de texto pelo celular.

    - Agora mostraremos a vocês clipes com todas as apresentações desta noite, para refrescar sua memória. Lembrem-se de votar! Nas primeiras três semanas, eliminaremos dois casais, deixando seis finalistas, e então eliminaremos um por semana, até encontrarmos nosso vencedor, que receberá cinquenta mil dólares!

    Quando o programa é encerrado, a plateia vem em nossa direção, criando uma grande confusão. Há pessoas demais me abraçado e flashes diante do meu rosto, mas apenas sorrio e retribuo o carinho das pessoas ao meu redor.

    Olho para Natsu e lembro que ainda não tive oportunidade de abraça-lo. Estou prestes a fazê-lo, quando vejo mamãe e Ami acenando entre a multidão, tentando nos alcançar.

    - Natsu,lá estão minha mãe e Ami! – Agarro sua mão e o puxo naquela direção.

    - Lucy! – Mamãe me abraça com força e então afasta para beijar minhas bochechas. – Estou tão orgulhosa de você! – Ela começa a chorar e tento me segurar, mas é claro, acabo chorando também.

    - E você, meu rapaz, estava simplesmente maravilhoso! – Ela diz para Natsu, enquanto seca as lagrimas com um lenço.

    - Muito obrigado.

    Mamãe se aproxima e o abraça. Ele parece um pouco surpreso com tanto carinho.

    Ami me cumprimenta com nosso aperto de mãos secreto e então me abraça.

    - Estava maravilhosa, Ami.- Ela estende a mão para Natsu. – É um prazer conhece-lo . Sou Ami. Heartfilia

    - O prazer é meu.

    - E com foi que conseguiu ensinar minha Irma a dançar desse jeito?

    Mamãe olha feio para Ami.

    - Sua Irma é muito esforçada, nunca desiste.

    - Como se você deixasse!

    - Está vendo, nós entendemos um ao outro. – Natsu sorri.

    Percebo, pelo canto do olho, que mamãe está nos observando com a sobrancelha erguida. Sei que está imaginando se há algo entre mim e ele, porém é educada demais para perguntar. Mas com certeza está imaginando. Antes que ela possa me puxar de lado e perguntar anunciam em um alto-falante que as limusines estão prontas e aguardando para nos levar de volta ao acampamento na montanha. Abraço mamãe rapidamente e depois Ami.

    - As pousadas estão cheias, Lucy– ela sussurra no meu ouvido. – E o movimento na lanchonete aumentou muito. Há muito tempo não vejo mamãe tão feliz. Continue assim, maninha.

    Afasto-me, sentindo lagrimas se formarem em meus olhos. Ami também parece lutar com as emoções .ela dá leve empurrão em meu ombro e diz:

    - Boa sorte! Vou votar em você!

    - Ah, é mesmo! Precisamos votar – mamãe diz e então leva as mãos ao rosto, preocupada. – Não sei votar! Como mandou uma mensagem de texto? Existe algum código?

    - Eu mostro para você, mãe – Ami diz, sorrindo.

    Quando dou meia-volta para ir embora, preciso fazer força para não chorar. Sinto tanto a falta deles! É bom ser famosa, mas percebo que jamais abriria mão da minha vida por isso. Natsu me acompanha até a limusine. Todos os casais participantes estão conversando e se abrando lá fora e me lembro que ainda não consegui meu abraço. Penso em pedir, mas Natsu parece muito sério, como se soubesse que estou prestes a me atirar em seus braços.

    - Vejo você amanhã cedo , Lucy. Durma bem... e tome um café da manhã reforçado. Prepare-se para trabalhar duro.

    Faço que sim um sorriso, para esconder minha frustração.Sei que ele está seguindo nosso plano de resistência, mas será que um abraço faria tão mal assim?

    Com um suspiro, entro na limusine. Eu deveria estar no sétimo céu a esta altura, e embora esteja muito contente por termos dançando bem, parece que algo está faltando.

    Digo a mim mesma para parar com isso. Estou em primeiro lugar nesta competição e devo á minha família me concentrar para vencer.

    Mantenha o foco no prêmio. Cinquenta mil. Pense a cabeça e não com o coração.

    Mas meu coração, é claro, não entende.

    - Ah não!

    Os ponteiros no relógio de cabeceira me mostram que desjejum já está quase acabando. Sei que Natsu vai quere ensaiar  mais do que nunca, pego minha mochila com os sapatos de dança e uma toalha de rosto e saio correndo pela porta, terminando de beber meu suco de maça.

    Abro a porta do salão de dança e meu coração fica pesado quando vejo Natsu falando alto em espanhol com a beldade morena dos vídeos. A discussão é tão intensa e inflamada que eles nem reparam em mim.

    Ela é linda... morena e exótica, pequena e cheia de curvas. Tudo o que eu não sou. O decote de sua pequena blusa, tão vermelha quanto seu batom, deixa um bom pedaço dos seios fartos á mostra.

    Fico parada ali por um momento, imaginando se conseguiria recuar e sair sem ser notada. Estou prestes a fazê-lo, mas então a mulher coloca a mão sobre o peito de Natsu, onde sua camisa está aberta e o encara olhos que imploram por algo, não consigo aguentar. Dou uma tossidela e ambos se voltam para mim.

    - Lucy... – ele começa, com os olhos cheios de intensidade, mas a mulher o interrompe.

    - Ah...- ela diz, soando como uma sirene, e colocando as mão sobre a cintura. – Então essa é a tal garçonete caipira de quem está falando. – Sua voz tem um sotaque carregado e não ficaria assustada se visse veneno pingando pelos cantos de sua boca.

    - Layla ... – Natsu adverte, irritado, mas ela o ignora, e me encara com expressão de deboche.

    Começo a imaginar o que ele disse sobre mim. Sinto-me tola, parada ali, usando meu velho short jeans e camiseta branca. Mas finalmente recupero a razão e os modos e estendo a mão.

    - Olá, sou Lucy . – Esforço-me para parecer amigável, o que não é fácil.

    - Ah – Natsu diz.- Me perdoe. Lucy, esta é Layla . Ela substituirá Anna, a parceira de Gray, que precisou deixar o programa devido a uma emergência familiar.

    Engulo em seco, imagino se isso é bom ou não. Por um lado, Layla está aqui a trabalho, e não para vê-lo. Bom. Mas por outro, não só está aqui para ficar, como será parceira de Gray pobre Gray .

    Layla aperta minha mão de leve, rapidamente, confirmando minhas suspeitas de que não posso confiar nela. Meu pai sempre disse que um aperto de mão firme indica bom caráter. Não que eu goste de julgar as pessoas antes de conhecê-las, mas não sinto boas vibrações vindo dela.

    - Natsu – Layla diz, ignorando-me e voltando toda sua atenção para ele, fazendo um bico. – Precisamos conversar.

    Ele lhe diz algo em espanhol e ela parece não gostar. Afasta os cabelos por cima dos ombros, dá meia-volta e sai pela porta.

    Ficamos em silencio por alguns segundos.

    - Então essa era a sua parceira de dança.

    - Sim.

    - E ela largou você quando machucou o joelho.

    - Isso ficou no passado, Lucy. Vamos ensaiar.

    Faço que sim com a cabeça e sento no banco, para calçar os sapatos de dança. Natsu permanece quieto, enquanto olha suas anotações. Não consigo deixar o assunto para trás.

    - Então você ainda está apaixonado por ela?

    - Layla era professora de dança, no estúdio de minha família, na Cidade do México. Começamos a dançar juntos quando eu tinha dezoito anos. Ela tinha vinte três na época, era uma mulher bela e sensual, e eu estava acostumado a meninas mais jovens. Me apaixonei por ela imediatamente.

    Nos tornamos dançarinos profissionais, vencendo diversas competições pelo mundo. Eu era louco por ela e acabamos nos tornando amantes.

    Ele fica quieto e vejo em seus olhos que algo incomoda. Parece tenso.

    - E o que aconteceu?

    - Você acertou. Ela me deixou quando machuquei o joelho.

    - Que..... – Me contenho a tempo de não dizer uma palavra.

    Natsu então me olha com carinho.

    - Não é algo que você faria, não é mesmo? – Ela diz isso mais como uma afirmação do que como uma pergunta e não consigo decifrar seu olhar.

    Não, jamais faria isso, mas não o digo.

    - Mas foi melhor assim. Meu pai ficou doente e tive que cuidar do estúdio de dança. Estávamos prestes a perder o estúdio, então deixei minhas dores de lado e me esforcei para salvá-lo.

    - E Conseguiu?

    - Meu pai é um lutador. Depois de uma cirurgia no coração, conseguiu se recuperar, graças a Deus. Mas se eu estivesse por perto para ajudá-lo , em vez de chorando pelos cantos, talvez as coisas não  precisassem ter chagado ao ponto a que chegaram.

    - E o estúdio de sua família, você conseguiu salva-lo?

    Ele hesita, como se a questão o pegasse de surpresa.

    - É, pode-se dizer que sim.

    - Que bom. Sei como se sente. Detestaria ter de ver mamãe perder a lanchonete.

    - Temos algo em comum, então.

    Penso que temos muito mais em comum do que eu poderia imaginar. A princípio, ele parecia tão sofisticado, e isso me dá esperança. É bom saber que não vivemos em mundos tão diferentes assim. Embora ainda não tenha certeza de que realmente esqueceu aquela tal de Layla, sinto que ainda temos uma chance. Agora tudo que preciso fazer é dar um jeito de acabar com esse acordo de resistência entre nós.

    Mas cada coisa a seu tempo: antes preciso aprender o Jive.


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