Capítulo 8

Meu deus. Isso realmente vai passar na teve! Meu celular toca e vejo que se trata de ami.

- Lucy! Acabei de ver você no canto da comedia!

- eu sei,eu também vi!

- você estava linda!

- Mamãe também viu?

- sabe que já passou da hora dela dormir há muito tempo, mas eu gravei e amanhã mostro para ela.

- bom.- volto a me apoiar na cabeceira da cama.- ah, ami, nos todos parecíamos tão...

-caipiras?.

-sim!- Nos dois rimos .-ami, quando Levy saiu rodopiando pela porta, céus.... Mas até agora eu não tinha realmente me dado conta de que isso vai passar na teve, entende?

- vai ser legal, Lucy. E só entretenimento.

-as nossas custas.

- ah, esquece isso, Lucy.

- eu sei. Como esta mamãe? E a lanchonete? Falei com ela algumas vezes, mas muito rápido.

-Ela está bem.

Engulo em seco, sentido a onda de emoção me atingir.

- Sinto saudades dela.

- Ei,e de mim?

- De você não, boba!-Tento brincar. Mas minha voz está cheia de emoção.

-até mesmo o velho Pete perguntou por você.

- Mentira!

-Verdade.

- Ei ,você está fazendo sua lição de casa e estudando, não e ? Não está atrasada?

Ela suspira.

-Não se preocupe, está tudo sob controle. Apenas se concentre em dançar. Olhe, veremos você daqui a dois dias, na competição.

- ótimo. Amo você, bobinha. E tenho de admitir que estou morrendo de saudade.

- Também te amo, maninha. Durma bem.

-Você também, e vá dormir agora mesmo. Já esta tarde.

-está bem.ah Lucy, estou muito orgulhosa de você.

Ami diz isso de forma casual, mas sinto meu coração cheio de emoção.

-obrigada ,Ami.Boa noite.-Desligo o celular antes de começar a chorar.

Estou tão envolvida com minhas lagrimas que a princípio nem ouço as batidas na porta.

-Um minuto-tento gritar, com a voz falhando.

Vou até a porta, limpando as lagrimas com as mãos. Olho para minha camiseta rosa enorme, com uma mancha de mostarda que obtive ao comer um sanduiche na cama. Gostaria de estar vestindo algo melhor, e que meus cabelos estivessem arrumados e não presos de qualquer jeito em um rabo de cavalo. Respiro fundo e abro a porta, mas ao ver Natsu,não consigo sorrir.

- Meu Deus. O que aconteceu?

-Como assim?-Tendo força um sorriso, mas meus lábios estão tremendo, estragando meus planos.

- Você está chorando?

- Não. - Ele me encara, sem acreditar.- Só um pouco.

Deixo que ele entre no quarto e começo a brincar com a barra da minha camiseta de dormir.

-Sei.

-Não e nada.

- claro que e -ele insiste e se aproxima de mim.

Sinto meu coração cheio de esperança. Será que ele realmente se importa? Sem conseguir me controlar, observo-o com atenção. Sem seu traje costumeiro de dança, ele está usando calça jeans desbotada e camiseta branca. Tem os cabelos escuros úmidos, como se tivesse acabado de tomar banho e nossa, como cheira bem....

-Diga-me o que está incomodando você.

Sem graça, balanço a cabeça.

-Lucy ,seu estado emocional vai interferir em sua apresentação. Agora, por favor ,me diga o que está acontecendo.

Está nervosa com o ensaio no sala de dança ,amanhã?

Minha esperança desaparece como uma estrela cadente.

Quando vou compreender que,para Natsu,só importa vencer? Sou sua aluna, e só.

-Lucy?-Ele dá um passo adiante e ergue meu queixo com os dedos, para que eu o encare.

-Estou com saudade de casa ,só isso. Prometo que não deixarei isso interferir em minha apresentação.

- e só isso mesmo? - Ele olha para mim, tentando descobrir se há algo mais, e se não o conhecesse, diria que está realmente preocupado.

Gostaria de poder aninhar minha cabeça junto a seu peito mas me afasto de seu toque, assentindo.

-Sim.

-Então está com saudade de alguém em particular?

A pergunta me surpreende. Sinto um fio de esperança volta a bilhar dentro de mim.

-Não há nenhum homem na minha vida, se e isso que quer saber.

- Ah.-Ele parece tão aliviado com minha resposta que tenho que sorri. Um pouco encabulado, ele continua.

-Bom, não precisa ter esse tipo de distração no momento.

Imagino se ele quis dizer isso apenas num sentido profissional.

-certo, e por que está aqui a esta hora?

Em vez de responder, Natsu observa minha camiseta rosa, parece acha-la muito engraçada.

-Foi um presente de Natal.

-Não precisa ter vergonha. Acho que e muito…como e que dizem fofa.

Fofa. Sei. Estou começando a detestar essa palavra. Por alguma razão sinto meus olhos voltarem a se encher de lagrimas. Deus, ele vai pensar que sou doida. E com razão.

- o que foi, Lucy?

- Eu já disse, estou com saudade.

- Mentira. Seja sincera comigo.

- Está bem...eu não quero ser fofa. Eu quero ser..

-Quer ser o que ?

- Nada - insisto, más vejo por sua expressão que não vai desistir, então lhe digo, num sussurro.-Sensual.

- Sensual? - Ele me encara com curiosidade e então faz algo que eu jamais esperaria: tem um acesso de riso. A princípio acho contagiante que Natsu seja capaz de se soltar desta forma, mas então percebo que está rindo de mim! Eu o encaro, com os punhos fechados ao lado do corpo, tentando evitar que as lagrimas caiam.

- Por que está me olhando como se fosse me bater?

- Talvez porque seja o que quero fazer.

-Por que?

-Você está rindo de mim, Natsu.

- E isso que pensa?

- E . Suas gargalhadas deixaram bem claro.

Ele dá um passo a frente, corajosamente ,entendo na zona de perigo em que posso atingi-lo.

- Lucy,não estou rindo de você. Mas acho engraçado o fato de você não se considerar sensual.

- Mesmo?

- Por que sempre duvida de si mesma?

Sem saber o que responder, dou de ombros.

-Já deixei isso claro, Lucy. Você e uma mulher bonita e sensual, e usaremos isso a nosso favor na pista de dança.

- Ah, então...você quer dizer que me acha sensual de uma maneira geral?

- sim - ele começa, mas então hesita e completa:- Não, não mesmo. - encaro-o, esperando que se explique melhor.- Lucy, ouça....

- Estou ouvindo.

- Não, não está.

Nosso olhares se encontram, e o vejo me deixa fascinada. De repente, me dou conta de que estamos sozinhos no meu quarto. O olhar de Natsu se desvia rapidamente para cama atrás de mim, vejo que não sou a única a pensar nisso.

- Natsu...-minha voz esta baixa e convidativa, já que ele se aproxima mais de mim, ficando a apenas poucos centímetros de distância. Consigo sentir seu calor e o perfume da loção. Quero que me toque, que me beije.

Ele está tenso, como se lutasse com seus próprios sentimentos, então fecha os olhos.

- Ah , Lucy...

Sem conseguir me deter, coloco minhas mãos sobre seu peito. Sinto as batidas de seu coração, seu calor, e imagino como seria tocar sua pele.

- Natsu....

Ele abre os olhos e balança a cabeça.

- Lucy, não devemos fazer isso.

- Eu sei. Mas então por que veio aqui?

- Vim com o pretexto de perguntar qual era a cor do seu vestido de dança, para usar algo que combinasse.

- E por que precisava de uma desculpa?

- Para isto.

Ele me abraça e me beija com ternura. Este e um beijo suave e longo, como se ele estivesse aproveitando ao Máximo algo que sabe que irá acabar. Quando sinto que está prestes a se afastar, passo meus dedos por entre seus cabelos, segurando-o junto a mim.

Com um gemido, ele se entrega e o beijo se intensifica.

Quando sinto o toque de sua língua ,me sinto derreter em seus braços. Sinto o aroma de menta e imagino que talvez ele realmente esperasse me beijar. Acho sua intenção tão adorável que acabo me apaixonando um pouco mais por Dragneel Natsu, ali mesmo.

Depois de me beijar com tanto carinho, ele se afasta e encosta sua testa na minha, murmurando algo em espanhol.

- Não sei o que acabou de dizer, mas parece bonito,

- Ah, Lucy, eu disse que não acredito que estou fazendo isto.

-Ah. Então não e tão bonito quanto pensei.- Tento brincar ,para esconder que estou desapontada.

Ele ri, dá um passo atrás, me encara e continua falando em espanhol,

-Tenho até medo de perguntar.

- você e irresistível. - Ele coloca os dedos sobre meus lábios.- E não ouse perguntar "mesmo"? - Sua imitação do meu sotaque sulista me faz rir.

- Estou ouvindo um grande "mas"aqui, Natsu.

- Ah , Amu.- Ele desliza o dedo indicador por sobre meus lábios . - Envolver-se com seu parceiro de dança pode ser um desastre.

Vejo em seus olhos certa magoa.

- E sabe disso por experiência própria? - Infelizmente.

Imagino a tristeza dele tem algo a ver com a bela morena nas fitas de vídeo, mas acho melhor não perguntar.

- Eu não deveria ter vindo aqui. Não deveria ter beijado você. Mas estava tentando coreografar nossa próxima dança e só conseguia pensar em beija-la. Pensei que poderia vir aqui e me livrar disso de uma vez por todas.- seus olhos se demoram em meus lábios.

- E conseguiu?.

 - Não. Só consegui aumentar meu desejo.