Um eterno amor

  • Yy Chan
  • Capitulos 13
  • Gêneros Shounen Ai

Tempo estimado de leitura: 2 horas

    16
    Capítulos:

    Capítulo 8

    Ação e reação

    Álcool, Bissexualidade, Drogas, Heterossexualidade, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Oi gente ^^

    consegui postar um cap essa semana tbm ><

    espero q gostem!!

    boa leitura ;)

    Yato

    Eu ainda não acredito que irei fazer isso. Assim que eu entrar por aquela porta não terá volta...

    Acho melhor eu voltar enquanto ainda dá tempo. Eu poderei ferrar com tudo.

    Dou meia volta e a passos rápidos me afasto da coordenação. Estou certo, o melhor será não envolver a coordenação nisso tudo.

    Mas...

    “Você acha que se deixarmos como está não irá piorar? Mesmo se fizéssemos com que aqueles garotos parassem de ameaçar o seu vizinho, isso não quer dizer que não haveria mais pessoas dispostas a isso. O bullying ainda existiria.”

    Aquela Bishamon... Argh! Por que ela tem que estar sempre certa? Suspiro. Eu sou um trouxa mesmo.

    Determinado e confiante eu abro a porta da coordenação. Eu irei resolver não importam quais sejam as consequências!

    Yukine

    Atrasado, mas consegui entrar na escola. O professor foi bonzinho comigo e me deixou entrar no meio da aula dele. Todos da minha sala me encaravam, alguns maldosamente e sarcásticos, outros com nojo, pena e apáticos.

    Assim que eu me sentei um sussurro vindo do canto da sala me abateu.

    “Ele deve ter dormido com um cliente e perdeu o horário.”

    Outro se aproveitando da piada diz. “A noite deve ter sido longa.”

    Eles começaram a rir. Uma risada sarcástica e maliciosa. Eu estaria mentindo se eu dissesse que isso não me fere, mas eu me acostumei...

    Pensando nisso acabo me lembrando do ocorrido de ontem à noite. Eu ter chorado por tristeza acumulada. Os braços carinhosos do Yato me envolvendo e me amparando...

    Um sorriso pequeno e tímido brota em meu rosto. Isso realmente não me afeta mais, não mais. Depois de ontem, graças ao Yato, eu me sinto mais leve e confiante.

    Yato... Será que ele está aqui na escola? Se ele estiver eu irei encontra-lo e o agradecerei apropriadamente.

    O sinal soou dando o inicio do intervalo. Diferente dos outros dias eu me levantei antes de todos e sai pela porta. Admito estar ansioso. Desde o ocorrido de ontem eu não falei com o Yato... Tem tantas coisas que quero dizer para ele.

    De que ano ele é? Ele é mais velho que eu... Será que ele é do terceiro ano?

    Uns garotos se esbaram em mim “sem querer”, quase me fazendo cair. Eles nem pedem desculpa, e vão embora rindo maldosamente.

    Pelo menos não eram aqueles garotos de ontem...

    Desde que o boato de eu ser um garoto de programa surgiu no colégio isso ocorre. Todos começaram a me olhar de forma estranha. A maioria começou a me tratar com desprezo.

    Por que eles me odeiam tanto? O que o fato de eu ser ou não um garoto de programa tem haver com eles?!

    Eles gostam de julgar as atitudes e ações dos outros. Isso é ridículo.

    Mais olhares acusadores, sussurros e risadas maliciosas. Aonde quer que eu vá nessa escola isso acontece, eles adoram me julgar.

    Fodam-se eles! Eu quero ver o Yato, e é isso que importa agora.

    Eu procurei o Yato por todo o colégio, até pensei em ir para a parte de trás, mas assim que eu vi os meus agressores indo para lá desisti.

    Mesmo eu vindo ao colégio para mostrar para eles que o que eles fizeram comigo não me afetou, eu não consigo. Por que meus pés não me deixam ir?

    Se eu for acontecerá o mesmo que ontem. E dessa vez não terá o Yato para me ajudar...

    No fim, eu desisti de procura-lo. O Yato não veio para a escola, pelo jeito.

    Passei o resto do meu intervalo na biblioteca, assim como todos os outros dias.

    Novamente o sinal tocou, fim do intervalo. Suspiro. Eu tenho que de novo aturar aquela sala chata. Eu não quero ir...

    O que você está pensando, Yukine?! Eu disse que não iria me afugentar, e agora eu estou pensando novamente em fugir dos meus problemas.

    Confiante eu saio da biblioteca, mas assim que eu o vejo a minha confiança some totalmente, tudo por causa dele, o garoto que me agrediu ontem.

    Yato

    Assim que eu entro na coordenação encontro a secretária, Tsuyu, sentada atrás de sua mesa trabalhando.

    Ela me encara e com o seu olhar apático me questiona.

    — O que você gostaria?

    — Eu... — É a sua ultima chance, Yato. Certeza que irá adiante com isso? —Eu gostaria de falar com o coordenador. —Respondo confiante.

    Ela se levanta e ainda apática se dirige a mim. —Então venha comigo.

    Eu a sigo até a sala do coordenador. A morena abre a porta e anuncia. —Tem um aluno que gostaria de falar com o senhor, Tenjin.

    O coordenador calmo e com um sorriso de canto diz. —Então o deixe entrar, Tsuyu.

    Tsuyu faz um leve reverencia e abre espaço para eu entrar. Assim que entro ela sai e fecha a porta.

    O coordenador um homem sábio, velho. Geralmente ele está calmo, mas antes ele adorava ficar bravo comigo...

    —O que você quer aqui, Yato? —Tenjin pergunta meio rude, porém mantendo a feição calma de sempre.

    —Eu gostaria... —Respiro fundo. Agora não há mais volta. —de denunciar algo.

    O diretor se surpreende e um pouco mais sério se dirige a mim. —O que você gostaria de denunciar?

    Sem privar detalhes eu conto exatamente o que está acontecendo com o Yukine. Os bullyings, as agressões físicas e verbais, as fofocas, o destrato, como ele está isolado, os choros... o quanto isso o feriu.

    Conforme eu ia contando o coordenador Tenjin começou a ficar serio e perplexo com tudo isso. Assim que termino ele muda sua postura, voltando a dar a imagem de coordenador, que nada o afeta.

    —Entendi... Então o seu amigo está sendo violentado de várias maneiras por causa desse boato?

    —Sim.

    Ele fica pensativo. — Eu conheço o Yukine, não pessoalmente, só por nome. Ele é um dos melhores alunos de seu ano, se não o melhor. Eu não sabia que algo desse tipo estaria acontecendo com ele.

    Eu não sabia que Yukine era um aluno tão bom assim...

    Ele suspira e então me olha nos olhos. —Você fez bem, Yato. Finalmente fez algo que preste... — Ele solta uma risada sarcástica no final. Eu quero matar esse velho. —Bem, eu chamarei todos os envolvidos. Então, você já pode ir.

    —Mas... você não sabe quem são os agressores dele.

    —Ah. Verdade, então quem são eles? De que sala eles são?

    —Eu não sei...

    —Retiro o que eu disse sobre você. —Esse velho... Tsc. — Então eu chamarei o Yukine. Pode ir Yato.

    Eu dou de ombros e saio de sua sala. Ah, verdade. Eu esqueci de avisa-lo que Yukine não veio hoje... Tanto faz.

    Yukine

    Ele está de cara fechada. Ainda não me percebeu. Que sorte. Assim que ele vem se aproximando percebo uma estranha marca vermelha em volta do sei pescoço. O que aconteceu com ele..?

    Me encolho o máximo possível, tentando escapar de seu campo de visão , mas seus olhos inevitavelmente encontram os meus. Droga.

    Ele sorri, um sorriso sarcástico. Seus olhos afiados me analisam me fazendo estremecer. Seja forte.

     —Yukine. Você veio... —Ele se aproxima, e eu instintivamente me afasto. Vendo isso ele sorri. —Pensei que eu tivesse te deixado num estado pior... —Ele toca em meu queixo e o aperta. Faço uma careta de dor, e seu sorriso reaparece.

    —Me solta! —Exijo. Me afasto de sua mão, mas ele rapidamente me empurra contra a parede e me prende entre seus braços, assim como ontem.

    Não tem ninguém no corredor, só nós dois. Ninguém virá me ajudar. O Yato aparece em minha mente. Mas... ele não veio, eu estou sozinho.

    —Está corajoso agora... —Ele põe novamente a mão em meu rosto e acaricia a ferida que ele deixou. —Você foi bem tratado, pelo jeito. Foi aquele tal de Yato que cuidou de você, não? —Como ele...? —Você deve ter feito um serviço ótimo para ele. Ele está gamado em você. —Ele começa a rir. Do que ele está falando?

    —Me solta. —Digo firmemente. —Tenho que ir para minha sala agora, não tenho tempo para você.

    Seu olhar se afia. Abruptamente ele pega na gola da minha camiseta e me levanta do chão num único movimento. A gola começa a apertar o meu pescoço, dificultando a passagem do ar.

    —Hu-uh. —Eu tento afastar seus braços com os meus, mas ele começa a me levantar ainda mais alto, dificultando ainda mais. A minha respiração começa a ficar difícil. Por que isso tem que acontecer comigo? Por que as pessoas me odeiam tanto? Por que...?

    —Viu como isso é bom? O seu cliente acabou de fazer isso comigo. Tudo por causa de uma putinha! —O Yato...? O ar some. Eu não consigo mais respirar. Começo a me balançar ainda mais, mas seus braços firmes não cessam. Tento pedir ajuda, pedir para que ele parasse, mas somente grunhidos saem da minha boca.

    Tudo começa a escurecer, meus olhos começam a fechar contra a minha vontade. A escuridão me domina.

    —Yukine... —Escuto alguém me chamar. Uma voz embargada de emoção. Eu a reconheço. Mas ela está tão longe...

    Eu sinto algo envolver a minha mão, a aquecendo. —Por que... eu sou tão idiota? —Essa voz gentil se culpa. Mas por que?

    Gotas de água começam a cair delicadamente em meu braço. A respiração da pessoa fraqueja. Ele está chorando. Ele está sofrendo? Eu não quero que ele sofra...

    — Não chore...

    Abro os meus olhos e vejo que me encontro deitado com o Yato sentadoao meu lado, novamente.

    Com as suas duas mãos ele segura a minha, elas são tão quentes...

    Yato se surpreende e olha para mim. Há rasos rastros de lágrimas em seu rosto. Ele realmente estava chorando.

    —Yato... — Tem tantas coisas que eu quero perguntar, mas não sei por onde começar.

    —Yukine, me desculpa! —Ele suplica. Por que ele está se desculpando? —Foi tudo culpa minha. Seu eu não tivesse intimidado eles... Isso não teria acontecido.

    Um barulho na porta chama a nossa atenção. A enfermeira entra e vem na nossa direção. Yato rapidamente solta a minha mão seca suas lágrimas e abaixa a cabeça, tentando não ter contato visual. Por que ele está assim? E por que isso está me afetando tanto?

    A enfermeira gentilmente sorri. —Que bom que você acordou. —Ela olha para mim, mas principalmente para o meu pescoço, seu olhar muda, pena. Ela sente pena de mim, mas logo seu sorriso volta, tentando disfarçar. —Você tem um ótimo amigo, hein. —Ela olha para o Yato, que ainda se mantém de cabeça baixa. —Assim que ele soube sobre você ele veio correndo, e desde então não sai de seu lado. —Ela dá um risinho. —Esses tipos de amizade a gente mantém para o resto da vida.

    O Yato fez isso? Pensando bem eu não duvido disso, lembrando de ontem ele se mostrou alguém bem leal e companheiro. Mas... Por que comigo?

    —O que... aconteceu comigo?

    Eu me lembro de ser enforcado, mas depois disso não me lembro de mais nada.

    A enfermeira abria e fechava a boca várias vezes, tentando encontrar melhor um modo de explicar, eu acho, mas então a voz do garoto ao meu lado soa novamente.

    —Duas garotas viram você sendo ameaçado por um outro garoto, e foram procurar um professor para ajudar, mas quando voltaram você estava caído no chão, inconsciente. —Ele olha para mim, mantendo um contato visual. Por que seus olhos parecem tão diferentes? —As pessoas começaram a falar sobre isso, e eu acabei escutando. Vim aqui correndo preocupado, já que para mim você tinha ficado em casa, como eu tinha dito pra você fazer. —Ele me olha sério e bravo. É a primeira vez que ele fica bravo comigo. Eu não sei o porquê, mas isso me afetou de várias maneiras.

    —Eu... me desc-

    Antes que eu pudesse terminar a frase, a porta da enfermaria é aberta novamente e o coordenador Tenjin entra.

    Com aquela aura de que ninguém o abala e sem olhar nos meus olhos ele anuncia. —Yukine, nós temos que conversar sobre o que vem ocorrendo com você ultimamente. Por isso, depois do ocorrido de hoje, eu chamei o seu pai para nós termos uma conversa e resolvermos tudo.

    Meu...pai?

    Yato foi obrigado a sair do recinto, ele discutiu um pouco com o coordenador dizendo “quem é você para me dizer onde eu posso ou não ficar?!”, claro que o coordenador ficou bravo e o expulsou da sala com a ameaça de suspendê-lo caso não fosse.

    O que, estranhamente, me magoou foi que o Yato não me olhou uma vez sequer antes de sair... Simplesmente me ignorou.

    A enfermeira deu uma desculpa fula e saiu da sala. Tenjin se sentou ao meu lado, ele quer conversar comigo a sós.

    —Yukine... Serei direto. Os boatos são verdadeiros?


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!