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Eai, vamo opinar?
Saquei minha espada e atravessei a porta de madeira lentamente. A sala na qual entrei era grande mais pouco iluminada, tinha várias colunas brancas e rachadas, o chão não passava de areia batida. O palco era perfeito para minha vingança, andei até o centro e observei atentamente a criatura avançar brutalmente pela passagem.
Aquele ser desprezível formado de sombras carregava um largo sorriso e vários de seus tentáculos se mexiam freneticamente, parecia feliz. Um sorriso se formou de leve na minha boca ao imaginar sua expressão com uma espada cravada na bunda.
-Onde ela está?
-MORTA ASSIM COMO ESTARÁ EM BREVE. - rosnou o monstro.
Primeiro tentou me atingir a distância com um de seus tentáculos, o cortei sem problemas. Na sua segunda investida veio correndo e saltou sobre mim com as garras direcionadas ao pescoço, por um segundo fiquei paralisado mais respirei fundo recuperando a calma e desviei para o lado, fiz um movimento em arco com minha lâmina acertando de leve o braço do monstro que uivou em resposta. Ele se afastou alguns passos. Lancei minha espada como um dardo mais foi repelida pela criatura, corri rapidamente e a agarrei antes de tocar o chão e, aproveitando a confusão do monstro, decepei dois de seus tentáculos. Começamos a trocar golpes e esquivas tão ferozmente que percebia-se uma nuvem de areia crescendo ao nosso redor. Sangue e sombras voavam quase que em sintonia no meio daquela batalha, seria bonito se eu não estivesse prestes a perder.
Respirando a cada instante com mais dificuldade, cada vez mais encharcado de sangue, cada vez mais ferido e cansado. Talvez possa manter o ritmo por mais… dez segundos? Tentei me afastar, correr, arranjar tempo para me recompor, nada funcionou. Aquilo não deixava espaço, continuava atacando ininterruptamente. Só havia um jeito.
-Mariana, desculpa, acho que não vou conseguir te salvar. - disse segundos antes de fazer o sacrifício final.
Pulei em cima da coisa sombria e fui perfurado por todos os seus tentáculos, mesmo agonizando e expelindo sangue freneticamente pela boca, consegui aproveitar a brecha e cravar minha espada entre seus olhos. Poder ver seu sorriso desmanchar não me trouxe o alívio que achei que traria. Mariana morreria, Helena morreu e eu estava morrendo.
-Não acabou. - uma voz pronunciou essas palavras tão calmamente que eu consegui esquecer a dor por um momento antes de atingir aquele solo empoeirado.