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Não vou nem pedir.
Eu estava morto, meus sentidos não existiam naquele espaço, tinha apenas minha consciência flutuando num imenso vazio. Já disse isso uma vez, devia ter me acostumado a estar errado.
-Acorda não temos muito tempo. - Foram as primeiras palavras que ouvi e que confirmaram o obvio, eu não havia morrido.
Abri lentamente os olhos e fui capaz de reconhecer seu rosto mesmo sujo de fuligem e com a pouca iluminação, Helena. Ninguém morreu, isso é bom era o que queria dizer mais minha voz havia sumido.
-Ainda bem, pensei que tinha morrido.
Novamente nada consegui pronunciar. Olhando ao meu redor notei algo familiar, aquelas paredes de tijolos escuros, o teto além da visão e a forma que lembra a de um corredor.
Meu estômago se retorceu causando uma leve enxaqueca. Uma gota de suor se formou na parte inferior do meu pescoço e desceu até a base da coluna quando pronunciei as primeiras palavras desde que acordei:
-Não me diga que estamos no labirinto do minotauro.
-Não estamos, mais isso não tem importância agora. Precisamos correr ou se arrastar rápido no seu caso.
Que bom que ela não perdeu o senso de humor, significa que as chances de sobreviver são boas. Começamos a seguir em linha reta e enquanto andávamos fui posto a par dos últimos acontecimentos. Fomos novamente salvos e novamente nossos salvadores morreram para que escapássemos.
Não tinha tempo e nem força o suficiente para sentir o peso deixado na minha consciência, algo queria nos matar e não parecia ter a intenção de desistir. Pelo que Helena falou é bem pior que o minotauro e tão ruim quanto o cavaleiro negro que me deixará nesse estado deplorável.
Quando chegamos a porta quis voltar e lutar com o que quer que fosse.
-Luke…- Falou Helena fracamente enquanto um tentáculo escuro perfurava seu abdômen -Corra…
Vi Helena ser arrastada para a escuridão sem fim do labirinto porque eu fui fraco, porque sou fraco. Algo dentro de mim se partiu abrindo um buraco por onde um único eu era capaz de passar, um eu que só almeja… vingança.