Entretanto Bella estava numa loja de relógios. Chegou á caixa quase sem fôlego e perguntou ao homem com um ar sério:
-Desculpe, mas sabe se este homem trabalha cá?!
-Sim! Oh meu deus, onde foi arranjar este cartaz?
-Não importa, mas pode dizer-me a função dele?
-Bem, esta loja pertence a uma empresa. Ele trabalhava na fábrica, mas fechou há duas semanas. Ele demitiu-se e não deu justificação ao chefe, como ele era essencial lá a fábrica foi á falência.
-Muito obrigado!
Ela foi a correr até ao ponto de encontro onde tinham combinado. Viu que eles já estavam á espera dela. Sem esperar mais nenhum segundo ela contou tudo o que sabia.
-Não admira que não tenha sido encontrado até hoje! Aquela fábrica fica no cúmulo do mundo e ele só trabalha de noite!
-Exatamente. E garantiu que ele tivesse um cargo essencial para conseguir vender as armas e drogas que roubavam para ganhar dinheiro.
-Então, porque se demitiu?
-Para conseguir encobrir as provas.
-Bella, tu és um máximo! Vamos para essa fábrica antes que seja tarde demais. Quanto tempo falta?
-Falta uma hora para o assalto.
-O quê?! Estivemos uma meia hora á procura de informações?!
-Por isso mesmo, despachem-se!
Foram em direção á fábrica para investigar melhor o assunto.
Justin estava a tentar arrancar informações a um dos técnicos. Como o técnico não dizia uma palavra Justin ameaçava matá-lo. Ele não acreditava que Justin fosse capaz disso, mas ele tinha mesmo vontade de fazê-lo. A dor tinha-se transformado em ódio, ódio que tinha de ser libertado.
-Tens mais cinco minutos para me dizeres o que sabes antes que te mate!
-Um moço como tu não tem coragem de matar.
-Para tua informação já matei pessoas! Tu vais ser apenas mais uma. Agora diz-me o que o Dimitri veio aqui fazer!
-Hahaha, tiveste a tua oportunidade, mas preferiste ouvir a história das tuas irmãs. Vai ser difícil, viver sabendo que é um falhado, que deixou as irmãs morrer.
-Cala-te!- deu-lhe um soco com toda a força que tinha- Dizes isso mais uma vez e juro que te mato! Vou repetir, o que é que o Dimitri veio aqui fazer?!
Apercebendo-se que Justin não estava para brincadeiras contou-lhe. Justin, pegou numa faca que estava no chão e matou o técnico. Olhou para trás e viu que os outros tinham chegado a tempo.
-Justin?! O que é que estás aqui a fazer?
-Quando te separaste de mim o Dimitri encontrou-me e os fantasmas também. Deram-me uma pancada na cabeça e vim numa carrinha até aqui.
-Ainda bem que estás aqui, porque temos de te contar tudo sobre o Dimitri.
-Já sei de tudo. Aquele homem fez-me esse favor.
-Pronto, então vamos até ao banco! Só faltam quarenta e cinco minutos!
-Melissa! Justin, senta-te aí vou coser-te a ferida.
-Estás maluco?! Ele vai sentir tudo!
-Ou ele fecha a ferida ou tem um risco muito grande de apanhar uma infeção grave.
-Melissa, deixa estar. Podes coser-me, mas tem cuidado, porque estou um pouco tonto.
-É da perda de sangue, perfeitamente normal. Meninas, é melhor saíram daqui.
Elas saíram a tremer, sabiam que aquilo ia doer e não era pouco. Não tinha passado muito tempo quando ouviram os gritos de dor de Justin. Bella estava a tremer, tinha as mãos a suar e estava com arrepios. Melissa olhou para ela e deu-lhe um abraço e sussurrou-lhe no ouvido «Vai correr tudo bem, ele é forte». Passaram-se vinte minutos e os gritos pararam. Eles saíram da fábrica e mal Bella viu Justin foi dar-lhe um forte abraço. Não foram precisas palavras, bastaram os olhares de alegria.
-Desculpem pombinhos, mas temos um banco para salvar e um gangue para apanhar.
-Nós não somos pombinhos, só estava preocupada, mais nada. Mas vamos lá. Estás bem ou precisas de descansar?
-Eu aguento. Mas antes de irmos vocês têm de saber que o funcionário do banco que guarda a chave com o código do cofre faz parte do gangue. É assim que vão assaltar o banco.
-Vamos fazer assim. Tu e o Sidorov ficam dentro do banco disfarçados. Eu e a Melissa vamos para o cofre tentar abri-lo antes deles. Eu quero saber o que está realmente lá. Combinado? Agora vamos!
Correram todos em direção ao banco o mais depressa que puderam. Chegaram ao banco a suar e cansados. Só faltavam dez minutos para o assalto então Justin e Sidorov trocaram de roupa e fizeram um penteado diferente.
-Nem acredito que usas isto! Como é que consegues lutar?! Isto é muito justo!
-Mas eu não sou um desajeitado como tu e preocupo-me com a minha aparência.
-Eu também me importo com a aparência! Eu só uso roupas largas, porque é mais fácil para me mexer!
-Diz o que quiseres, mas eu luto com classe!
-Calem-se e despachem-se! Só faltam dois minutos!
-Já estamos prontos. Vamos a isto, Melissa.
Entraram no banco e foram ter com o funcionário responsável, o que não sabiam é que estavam a falar com o funcionário que fazia parte do gangue. «Mas que raio?! Como é que eles sabem do assalto?! E sobre o gangue?!»
O funcionário viu Dimitri a entrar e tirou a arma que tinha no bolso. As pessoas entraram em pânico e esconderam-se nos cantos do banco. Sidorov e Justin afastaram-se do funcionário e esconderam-se no meio das pessoas.
-Já sabem como é que isto funciona! Quem se armar em herói ou tentar fazer alguma estupidez morre! Fiquem todos aqui!
O funcionário foi com o Dimitri para a sala do cofre.
Bella e Melissa já lá estavam. Como os sensores já estavam todos desligados foi muito fácil passar pela segurança. Bella estava a tentar abrir o cofre com o equipamento que tinha comprado. Viram Dimitri e ficaram assustadas.
-O quê?! Mas…como é que estão aqui?! Pensei que estavam mortas!
-Pensaste mal! Bella, continua a tentar abrir o cofre. Eu trato dele.
-Não tratas não. Malta, já sabem o que têm de fazer.
Os homens atiraram-se a Melissa como lobos esfomeados. «É melhor não ativar o Punho de Dragão, ia dar muito nas vistas. Luto apenas corpo a corpo normalmente». Dimitri foi ter com Bella. Sem pensar duas vezes Bella esfaqueou-o na perna com um punhal que tinha sempre com ela. Viu que ele não se conseguia por em pé tirou-lhe a chave, mas o ecrã tinha-se partido com a queda. Pegou no equipamento e voltou ao trabalho, por fim, Bella abriu o cofre. A grande porta de aço abriu-se lentamente. Melissa viu Dimitri a levantar-se para atingir Bella, mas Melissa deu-lhe uma cotovelada no nariz, acabando por parti-lo. Bella entrou no cofre e viu que haviam milhões e milhões de euros! «Devem estar pelo menos um bilião de euros!». De repente a porta fechou-se. «O quê?! E agora como vou sair daqui?!»
-Melissa! Melissa! Abre a porta do cofre!
-Bella! Tem calma, vou tirar-te daí!
Melissa ativou o punho de dragão, mas quando estava prestes a partir a porta os assaltantes atiraram-se de novo para cima dela e desta vez tinham aparecido dois fantasmas. «Bolas! Os fantasmas não!»
-Vais ter de aguentar um pouco!
-O que é que fizeste?!
-Tem calma, apenas carreguei num botão.
-Isso eu sei! Mas o que é que faz esse botão?!
-É um botão que serve de emergência, ou seja, quando alguém tenta assaltar o banco e consegue abrir o cofre carrega-se no botão e a porta fecha automaticamente.
-Assim o Dimitri já não consegue entrar! Afinal és inteligente, Justin!
Dimitri apareceu todo enraivecido. Viu a cara confusa do funcionário «Não era suposto ele já ter aberto o cofre?!». Dimitri começou a gritar com o funcionário e aí ele apercebeu-se que o botão de emergência tinha sido ativado. Sidorov finalmente tinha conseguido o que queria, distrair o funcionário e fazendo-o baixar a arma. Aí, ele saltou para cima do funcionário dando um golpe no pescoço pondo-o inconsciente. Dimitri carregou no botão fazendo o cofre abrir de novo e foi a correr até ele. Justin ajudou os reféns a saírem e Sidorov foi perseguido pelos fantasmas, já que com a confusão tinha os atraído.
Como o cofre se tinha aberto Melissa entrou logo e viu Bella de queixo caído e de olhos arregalados.
-Que se passa?!
-Vê com os teus olhos!
Melissa não queria acreditar no que via! Agora tudo fazia sentido! O porquê de o cofre ser tão seguro e o facto de Dimitri nunca ter mencionado o que iriam assaltar!