Jack ficou espantado com a revelação de Jason.
- Por que você está fazendo isso? - perguntou Jack assustado.
- Porque estão me pagando para isso. - respondeu Jason.
- Você não precisa fazer isso. - disse Jack.
- Se você tiver uma proposta melhor, eu posso pensar no seu caso.
- A vida não gira em torno do dinheiro.
- É irônico ouvir alguém da Terra dizendo isso. Nós vivemos numa sociedade onde o dinheiro é o mais importante. - disse Jason.
- Você está errado. - disse Jack.
- Vai dizer que o amor e a união de todos é mais importante? Não seja ridículo, se você fosse alguém rico não se importaria com esse lixo.
Jack queria discordar de Jason, mas de certo modo ele estava certo.
- Esse não é o nosso planeta. - disse Jack.
- Exatamente, por quê eu deveria me preocupar com uma guerra civil de um planeta que nem sabíamos que existia?
- Agora nós estamos aqui. Devemos ajudá-los.
- Deixa eu te explicar uma coisa, Jack. - disse Jason puxando duas cadeiras de madeira e jogando uma em direção à Jack.
Jack pegou a cadeira e se sentou receoso.
- Eu vou contar para você como eu vim parar aqui. - disse Jason.
Jason virou de costas para Jack e ficou encarando a porta.
- Eu tinha doze anos, eu perdi as contas de quanto tempo eu estou aqui. - disse Jason.
Jack estava assustado demais para dizer alguma coisa.
- Eu tinha uma vida boa na Terra. Eu era inteligente, tirava notas altas na escola, eu sempre gostei de cálculos. - contou Jason.
Eu também era um grande fã de quadrinhos e um gênio da computação, como as pessoas dizem, eu era um nerd.
Uma noite qualquer, eu estava em uma rua movimentada com meu tio, eu vivia com ele.
Aquele local era um comércio popular, eu insisti para ele ir comigo para eu poder comprar um novo computador.
Dinheiro nunca foi um problema para nós. Meus pais não eram ricos, mas tinham uma qualidade de vida boa antes de morrerem. Com um pequeno esforço nós podíamos comprar as coisas.
Enfim, naquela noite eu estava empolgado para ter meu novo computador.
Eu não tinha muitos amigos, mas encontrei uns garotos de minha escola no local.
Eu tentei evitá-los mas eles me viram e vieram até a mim.
Eram cinco garotos de minha idade, sempre me atormentavam na escola mas eu não dava a mínima.
Eles me cercaram, eu tentei sair dali mas me empurraram e eu cai no chão.
Apenas por diversão, começaram a me chutar. Eu odiava eles.
Meu tio apareceu e viu aquela cena.
Com raiva e sem pensar muito, ele puxou um dos garotos pela camisa e o jogou no chão.
Um outro tentou acertar um soco nele, mas meu tio segurou seu braço e o quebrou.
Os outros deveriam ter fugido ali, mas tentaram revidar.
Meu tio deu um soco na barriga de um e derrubou os outros.
Para o azar de meu tio, um policial passou perto naquele momento e deu voz de prisão.
Ao invés de estarmos em casa naquela noite, estávamos em uma delegacia.
Meu tio foi preso por ter espancado adolescentes marginais, os caras que ele espancou saíram livres.
- Você vai morrer, seu filho da puta. - disse um deles enquanto passava por mim.
Um policial me levou pra casa, ele explicou para minha tia o que havia acontecido.
Eu não queria ir para a escola mais, eu tinha medo.
Duas semanas depois, minha tia me convence a ir.
Na escola todos olham para mim como se eu tivesse cometido um crime. Era estranho receber esse tipo de atenção, eu sempre fui o invisível da escola.
No intervalo eu estava no banheiro lavando minhas mãos quando eles apareceram.
Eu entrei em uma das cabines do banheiro para me esconder.
Eu ouvi o barulho das portas da cabine uma por uma serem abertas violentamente.
Certamente estavam me procurando, iam chegar até a cabine que eu estava a qualquer momento. Eu precisava pensar rápido.
Havia uma pequena janela no alto da cabine, pensei em um jeito de chegar até ela.
Subi na tampa do vaso sanitário e tentei pular para alcançar minhas mãos na janela.
A cabine era completamente fechada, não dava para eles verem o que eu estava fazendo.
Eu ouvi outra porta sendo arrombada, dessa vez o som foi mais alto. Estavam se aproximando.
Eu finalmente consegui alcançar a janela, estava me esforçando para não cair.
A abertura da janela era pequena demais para eu poder passar.
Eu devia quebrar o vidro para poder escapar dali.
Eu tentava empurrar a janela para ela quebrar mas não conseguia.
Então eu tive uma idéia, desci da janela e quebrei a maçaneta da cabine.
Subi de novo na janela e comecei a bater na janela com a maçaneta, apesar de não parecer ser um objeto forte aquilo me ajudou a quebrar o vidro da janela.
Ouvi outra porta sendo arrombada, era um banheiro grande.
Agora a janela estava mais frágil, eu consegui quebrá-la.
Eu sai de lá com cuidado, estava no terceiro andar.
Pela pequena brecha da parede eu estava apoiado pela ponta dos pés torcendo para não perder o equilíbrio.
Eu precisava sair dali, ao verem a janela quebrada iriam subir ali e me ver e poderiam me empurrar.
Não tinha para onde ir, iam chegar ali e me ver.
Tentei andar cuidadosamente para o lado para ver se conseguia chegar até a janela de uma sala de aula.
- Ele está ali! - eu ouvi alguém gritar.
Eu olhei para o lado e vi um deles na janela que eu havia quebrado.
Ele tentou me seguir, era mais ágil do que eu.
Enquanto eu tentava me afastar, meu pé acabou deslizando e eu cai.
Enquanto estava no ar só pensei se iria morrer ou sobreviver a queda.
Antes de chegar ao solo eu vi uma coisa azul estranha no chão, eu não sabia o que era mas cai em cima daquilo e acordei em outro lugar.
Eu me levantei, estava em uma cidade. Eu simplesmente achei que tinha desmaiado e acabaram me levando para outro lugar, não imaginei que estaria em outro planeta.
Eu vi um homem mascarado passando por mim e indo em direção a uma casa, eu descobri mais tarde que a intenção daquela máscara era impor respeito e medo aos civis e membros da resistência.
Um outro homem saiu da casa e começaram a trocar golpes, o homem mascarado pegou o outro homem e o jogou no chão e em seguida atirou nele, o matando.
Dois outros homens apareceram e trocaram golpes com o mascarado.
Eu senti um vento passando por mim e vi um homem aparecendo para os ajudar.
Em alguns segundos, o homem mascarado estava morto.
Um deles apontou em minha direção, com medo eu sai de lá correndo.
Acabei esbarrando em um soldado.
Ele estava com uma arma na mão, mas ele tinha atitude de algum tipo de autoridade.
- Eu estou perdido, você pode me dizer onde estou? - Eu perguntei.
- Você quer que eu te leve para casa? - Ele perguntou.- Sim. - Eu respondi.
Ele mandou eu esperar e correu até um homem que passava correndo por perto e atirou nele.
Outros homens apareceram e assassinaram o soldado.
Para todos os lados que eu ia, sempre havia alguém morrendo.
Não demorou muito para que eu percebesse que estavam em um tipo de guerra ou algum conflito armado.
Eu corri o máximo que consegui e acabei encontrando um oceano, o rio Drakkar.
Eu fiquei ali por um tempo, esperando alguém aparecer para me ajudar.
Um homem com um barco aparece remando.
- Senhor, por favor me ajude. Eu preciso ir pra casa. - Eu disse.
- O que você quer? - Ele pergunta.
- Onde eu estou?
- Esse é o rio Drakkar. - ele respondeu.
Eu tinha conhecimento em geografia, nunca havia ouvido falar em nenhum rio Drakkar.
- Você tem algum mapa ou um GPS com você? Eu posso me virar pra chegar em casa.
- O que é GPS? - ele perguntou.
- Você está brincando comigo? Qualquer um na Terra sabe o que é um GPS. - Eu respondo impaciente.
- E onde fica essa Terra? - ele perguntou.
Eu achei que aquele homem estava zombando de mim.
- Quer saber? Esquece, eu posso me virar. - Eu digo e tento achar o caminho de volta para a cidade.
Eu volto para a cidade e procuro qualquer coisa que me dê alguma informação.
Então eu vejo uma nave voando com alguns soldados prontos para atirar em alguém.
Eu senti algo em minha mente naquele momento, ela estava agitada.
Parecia que minha cabeça ia explodir. Foi então que eu vi Forseti descendo da nave.
Algumas pessoas que estavam ali começou a atacá-lo atirando nele.
Ele seguiu em direção aquelas pessoas que se assustavam com a aproximação.
Forseti retirou sua máscara e sorriu para eles, poucos segundos depois estavam mortos.
Eu tentava entender o que estava acontecendo, comecei a desconfiar se aquilo era real.
Forseti olhou para mim e veio até minha direção.
- Não tenha medo. - ele disse.
Eu olho para ele assustado e ele diz que pode me ajudar a me levar pra casa.
- Como você sabe que eu estou perdido?
- Eu sou o imperador desse planeta. - Forseti respondeu.
Quando ele disse planeta, eu poderia ter achado que ele era só um lunático.
Mas ele disse de uma forma que fez eu perceber que não estava na Terra.
Ele me convidou para ir ao seu palácio e eu aceitei, não sabia o que fazer.
Ele me diz que existe uma resistência que não aceita ele no governo do planeta.
Ele tentou me convencer que a resistência era desnecessária e que seu governo era bom.
Ele me convidou para ser um soldado dele que em troca ele me ajudaria a voltar para casa, é assim que ele tem um exército enorme, com promessas.
Eu não sei se ele já cumpriu com alguma.
Inicialmente, eu aceito o seu convite para me unir ao seu exército.
Eu passei vários dias treinando com seus outros soldados até ficar finalmente pronto para ser um soldado de Forseti.
Em minha primeira missão, eu sou mandado para combater um grupo da resistência que estava causando um caos na cidade.
Eu entrei em uma nave com outros três soldados, eu a observei e logo entendi como ela funcionava.
Eu perguntei para eles se Forseti os prometeu algo, todos eles respondem dinheiro.
Eu percebi naquele momento que rexatronianos eram tão gananciosos quanto terraqueos.
Partimos em direção ao centro da cidade e havia um grupo queimando uma casa, era a resistência. A minha primeira impressão foi que a resistência era um grupo que cometia crimes por cometer.
Quando nós chegamos, eles começam a atirar em nós.
Nós revidamos, mas eles usam seus poderes.
Um deles me atinge com poderes de fogo.
Eu fiquei assustado, ninguém havia me avisado que as pessoas em Rexatron tinha poderes.
Meus aliados acabam sendo mortos mortos facilmente, eu tentei fugir para não ter o mesmo fim.
Em meu comunicador eu peço por reforços.
Alguns minutos depois, três naves chegam e mais soldados saem delas.
Nós voltamos a atacar mas novamente somos derrotados com facilidade.
Mais homens mortos a troco de nada.
Eu decidi fugir da luta, peguei uma nave e aprendi a usá-la só a observando.
Eu fui a maior velocidade que eu conseguia para escapar.
Eu ainda não conseguia controlar a nave direito e acabei perdendo o equilíbrio.
Eu bati com a nave e acabei caindo.
Eu tentei sair da nave destruída, eu esperava que existisse algum tipo de hospital nesse planeta e alguém viesse me resgatar.
Eu estava ferido e assustado, eu ainda não tinha me acostumado com a idéia de estar em outro planeta.
O sangue se espalhava pelo meu rosto enquanto eu estava no chão.
Eu ouço passos de alguém se aproximando.
Eu não consigo ver quem é, mas ouço uma voz feminina.
Eu fechei os olhos e fiquei inconsciente.
Quando eu acordei eu estava em uma cama, em uma casa desconhecida.
Pensei na possibilidade de tudo ter sido um sonho enquanto eu estava em coma após a minha queda na escola.
Uma garota linda um pouco mais velha que eu apareceu e me perguntou se eu estava bem.
- O que aconteceu? - Eu pergunto.
- Você bateu com uma nave. - Ela respondeu.
- Então foi tudo real. - Eu lamentei.
Ela disse que eu estava dormindo a três dias.
- Você serve ao império? - Ela perguntou.
- Eu não sei o que responder. - Eu disse.
- É normal, muitas pessoas se arrependem de se juntar ao exército imperial. - Ela responde.
Ela me diz que seu nome é Ártemis, eu acho engraçado e ela me pergunta porque estou rindo.
Eu explico para ela a história de Ártemis da mitologia grega.
Ela acreditou que eu era de outro planeta, ela disse que eu era estranho.
Ela me disse que não valia a pena lutar por qualquer um dos lados.
- Eles se preocupam mais em ir atrás da resistência, mas eles podem vir atrás de nós a qualquer momento. - Ártemis disse.
Os anos se passavam sem eu perceber, eu estava crescendo em outro planeta.
Ártemis e eu vivíamos juntos enquanto havia conflitos por todo o planeta.
Não dá para ter uma condição de vida boa em um local em guerra.
Nós somos obrigados a roubar para sobrevivermos.
Nós roubavamos armas e equipamentos para podermos resistir aos ataques.
Com as coisas que conseguíamos , eu desmontava as peças e tentava criar alguma tecnologia inovadora para os rexatronianos, mas que não passavam de máquinas simples para nós terráqueos.
Era irônico como eles tinham equipamentos para construir super máquinas mas não o faziam.
Talvez Forseti os reprimissem, devia ter medo de que o avanço tecnológico pudesse o tirar do poder.
Ártemis era tão inteligente quanto eu, nós construímos várias máquinas juntos.
É claro que não demorou muito para o governo nos descobrir.
Nós estávamos sempre nos escondendo, mas aquilo era divertido para nós.
Nós matamos várias pessoas durante nossa trajetória, mas aquilo nos ajudava a nos sentirmos vivos.
Naquele momento eu já não me importava mais com a Terra, já havia desistido da idéia de voltar.
A resistência e o império sabiam que seria um desperdício nos eliminar, ambos os lados queriam nossa ajuda.
Ártemis e eu pensamos na possibilidade de cobrar por nossos serviços.
A principio era só uma idéia, mas seria difícil já que estávamos sendo perseguidos por Forseti.
Até que um dia, Ártemis e eu estávamos em um dos nossos esconderijos.
Estávamos trabalhando em um robô.
Aquela deveria ser a nossa principal criação.
- Você quer dar um nome para o robô? - Ártemis perguntou.
- Por que eu deveria dar um nome? É apenas um robô. - Eu respondi.
- Não é só um robô, é a nossa maior criação. - Ártemis disse.
- Eu concordo que vai nos ajudar muito; Mas nem está pronto ainda é só um monte de peças soltas. - Eu respondi.
- Você tem que olhar mais para o futuro ou não vai conseguir fazer nada, eu vejo um robô pronto e nos ajudando. - Ártemis.
- Você está certa, mas eu não tenho idéia de qual vai ser o nome.
- Curse. - Ártemis respondeu.
- O quê?
- Curse vai ser o nome.
- Por quê?
- É um bom nome.
- No meu planeta esse nome significa "maldição" - Eu disse.
- É perfeito. - disse Ártemis.
Eu tentei falar alguma coisa mas Ártemis me interrompeu e me beijou.
Naquele momento eu não senti mais falta da Terra, eu estava no melhor lugar que eu poderia estar.
Um barulho de uma nave nos interrompeu, o império havia nos encontrado.
Nós pegamos Curse e suas peças ainda não postas e corremos para fora.
Havia umas três naves nos cercando, nós corremos para dentro de uma selva que havia por perto enquanto ouvíamos tiros vindo em nossa direção.
Os soldados desceram das naves e correram atrás de nós.
Nós entramos em uma caverna fechado para nos esconder enquanto os soldados corriam pela floresta a nossa procura.
Nós pegamos Curse e tentamos escondê-la, não podíamos perder esse projeto.
Nós deixamos Curse no final da caverna e saímos de lá.
Os soldados nos acharam e atiraram em nossa direção.
Nós nos preocupamos mais em proteger Curse que acabamos não pegando armas.
- Vamos nos entregar. - Ártemis recomendou.
- Do que você está falando?
- Eles não vão nos matar, sabem que é um desperdício. - disse Ártemis.
- Eles querem nossos serviços. - Eu completei.
- Nós podemos tirar benefícios disso.
- Não é tão fácil assim negociar com Forseti.
- Não é verdade, nós podemos negociar. - Forseti disse aparecendo logo atrás de nós.
- Nós não vamos servir a você e ao seu império sujo. - Eu disse.
- E também não vai se juntar a resistência. - Forseti disse.
- Eu não simpatizo com nenhum dos dois lados.
- É um desperdício para vocês, são dois dos mais inteligentes de Rexatron. - disse Forseti.
- Talvez seja por isso que eu não me juntei a nenhum dos lados. - Eu disse.
- Eu posso te pagar por seus serviços, não precisaria mais de roubar equipamentos. - Forseti disse.
Alguém nos interrompeu, Stan apareceu com outras três pessoas da resistência.
Tínhamos o império de um lado e a resistência do outro, os dois querendo nossa ajuda.
- Acho que vocês terão que decidir qual lado seguir agora. - Forseti disse.
Forseti esperando que fizéssemos alguma coisa estendeu sua mão para Ártemis que caiu no chão sem vida.
- Eu só preciso de um de vocês. - Forseti disse.
Eu fiquei enfurecido, Forseti tinha acabado de matar Ártemis na minha frente.
Passaram alguns dias e eu ainda lamentava a morte de Ártemis.
Ele ofereceu me fornecer material para terminar Curse se eu me aliasse a ele.
Eu disse que ele teria que pagar por meus serviços, e ele acabou levando a sério só para me provocar.
Eu acabei aceitando por ingenuidade.
Já que não dava mais certo ficar evitando império e resistência, eu tinha que fazer alguma coisa.
Com o tempo eu decidi prestar meus serviços a quem me pagasse.
Eu finalmente consegui terminar de construir Curse depois de um tempo, eu não imaginava que terminaria sem Ártemis.
- Eu simplesmente não confio em ninguém. - completou Jason.
- Isso não explica porque você quer me matar. - disse Jack.
- Você vê? Nós terráqueos só pensamos em nós mesmos. Eu não quero te matar. - disse Jason.
- O que você quer então?
- Apenas te desestabilizar, cada porta que seus amigos entraram é uma armadilha.
- Você não pode deixar o que te aconteceu no passado te afetar para sempre. - disse Jack.
- Você está falando de Ártemis? Isso não me afeta mais, são apenas negócios.
- O que você vai fazer com os outros? - Jack perguntou.
- Eu nada mas Forseti eu não sei, ele só me disse para colocar eles em uma armadilha.
- Nós podemos mudar isso. - disse Jack tentando chegar próximo a porta lentamente enquanto Jason estava distraído.
- É tarde agora, você e seus amigos estão completamente perdidos. - disse Jason.
Jack avançou em Jason para abrir caminho para a porta.
Curse disparou em Jack o forçando a se agachar para evitar ser atingido.
Jason colocou uma arma na cabeça de Jack.
- Se mexa. - ordenou Jason.
Jack se levantou e começou a andar para os fundos do cômodo por ordem de Jason.
Chegaram até outra porta, Jason fez um gesto para que Jack abrisse a porta.
Jack abriu a porta lentamente com medo do que haveria do outro lado.
Para sua surpresa era só mais um cômodo vazio.
Jason ordenou que Jack continuasse andando.
Chegou até outra porta e a abriu.
Dessa vez, era um enorme depósito com várias pessoas colocando caixas em naves que saiam em seguida.
- O que é isso? - perguntou Jack.
- A fábrica de morpheus.
- O que eu estou fazendo aqui? - perguntou Jack espantado.
- Eu não te contei minha história completa, nem metade na verdade. - disse Jason fazendo Jack seguir em frente.
Um soldado apareceu na frente de Jack e o segurou pelo braço.
- Uma das coisas que eu não te contei, é que eu sou o cara que faz o morpheus. - disse Jason.
O soldado colocou Jack com violência em uma cadeira e amarrou seus braços, Jason apenas observava.
- O que você vai fazer? - Jack estava desesperado.
- Cala a boca. - O soldado disse dando um tapa forte no rosto de Jack.
Ele pegou uma pequena mesa e uma cadeira e colocou ambas na frente de Jack.
Jason se sentou na cadeira enquanto o soldado colocava alguns produtos na mesa.
- Sabe, depois que Ártemis morreu eu achava que a vida não fazia mais sentido, é normal para nós terráqueos desistirmos de tudo ao perder o amor de nossas vidas. - disse Jason enquanto pegava os produtos da mesa.
Curse pousou sobre a mesa e começou a fazer um processo de separação de alguns dos produtos.
Jason pegou um pequeno saco cheio com um líquido azul e o colocou dentro de uma jarra transparente.
Colocou algumas pedras vermelhas dentro de Curse que regurgitou as mesmas em pó.
Jason colocou também na jarra.
Um líquido vermelho, aparentemente sangue, também foi posto na jarra.
Jason pegou algo semelhante a um termômetro e o colocou na jarra.
- Eu vou precisar esquentar isso. - disse Jason tirando o termômetro da jarra.
Jack imaginou o que teria acontecido com seus amigos.
- Não existiam termômetros em Rexatron, então eu criei esse. - disse Jason mexendo na jarra com o termômetro.
Jason colocou um líquido laranja até o topo da jarra.
- Esse planeta tem uns elementos químicos que eu nunca imaginei que existissem. - comentou Jason.
Jason colocou o líquido pastoso da jarra em um copo.
Pegou uma seringa e colocou o líquido nela.
O soldado que acompanhava o processo desamarrou um dos braços de Jack e colocou-o em cima da mesa.
Pegou um algodão e o esfregou em todo seu antebraço.
- O que você está fazendo? - Jack perguntou.
- Não percebeu ainda Jack? Você é meu cobaia. - disse Jason.
Jason pegou a seringa e a injetou no antebraço de Jack.
- Não é nada pessoal, eu estou sendo pago para fazer isso. - disse Jason enquanto o líquido entrava nas veias de Jack.
- O que você está sentindo? - perguntou Jason retirando a seringa.
Jason se sentiu tonto, parecia que estava alcoolizado.
- Eu esqueci de mencionar que meu serviço também é ver como você se vira sozinho. - A voz de Jason pareceu distante.
As vistas de Jack começaram a ficar embaçadas, Jack tentou esfregar os olhos mas suas mãos não se mexiam.
Tentou gritar mas sua voz não saia.
Não conseguia ouvir, ver, sentir, cheirar.
Jack havia simplesmente perdido todos os seus sentidos, por um momento achou que estava morrendo.
Sua mente também se apagou, estava vazia, não conseguia pensar em nada.
Jason havia lhe aplicado morpheus, não sabia o que viria a seguir
Jack estava com medo, mais do que o normal, era a única coisa que sentia.
Nem tristeza, nem raiva, apenas medo.
Jack perdeu a noção do tempo naquele vazio, sentiu como se estivesse a anos naquela situação.
Na verdade, parecia uma eternidade.
Será que é isso que acontece quando morremos? Jack conseguiu pensar mas logo depois o medo voltou a dominar sua mente.
Talvez Jack realmente estivesse morto.