Oi gente^^
Espero que gostem :3
O Sol mal havia nascido e eu já estava acordado. Acordei ansioso, pensativo.
Eu tenho que falar com ele! Eu tenho que ser amigo dele!
Foi o que eu decidi ontem. Desde então eu tentei em pensar numa maneira de fazer uma aproximação, mas... Até agora não consigo pensar em nada.
Suspiro. O que eu tenho que fazer para me aproximar dele? O que eu tenho que fazer para parar de sentir esses sentimentos...?
Ponho a mão no meu peito esquerdo. O meu coração está batendo muito rápido. Só porque eu pensei nele, no meu vizinho.
Eu não consigo ser eu mesmo desde que ele apareceu. Não consigo falar com ele como eu falo com os outros. Quando eu tento falar com ele o meu coração dispara, parecendo estar na minha garganta.
O que é isso que está acontecendo comigo...?
Urgh! Já estou cansado disso! Hoje eu irei sim falar com ele e botarei um fim nesses sentimentos estranhos!
Confiante eu me levanto da cama e vou me arrumar para ir à escola.
Como se estivéssemos sincronizados, abrimos a porta de casa ao mesmo tempo, ficando um de frente para o outro, com a distancia de uma rua nos separando.
E como sempre, o meu coração sorri ao vê-lo.
Que raiva desse meu coração! Por que ele tem que ser tão defeituoso?!
Ele mal olha para mim e já vai andando em direção ao ponto de ônibus. Eu respiro fundo e o sigo.
Seus passos são lentos e calmos, despreocupados. O movimento de seus pés são o suficiente para chamar a minha atenção. Tudo nele é motivo de minha atenção.
Paramos no ponto e como de costume ele me cumprimenta sem ao menos olhar para mim. — Bom dia.
— Bom... dia.
Finalmente! Eu nunca havia conseguido responde-lo, mas hoje eu consegui!
No começo eu fiquei tão assustado com essa aproximação direta que eu nem o respondia, só o cumprimentava com um aceno.
Ainda mais confiante, eu reúno coragem e pergunto. —Eu percebi que nós já somos vizinhos faz um tempo... e nos vemos todos os dias, mas ainda não sabemos o nome um do outro. Hehe...
Ele não diz nada, continua olhando para frente.
Eu fui totalmente ignorado!
—... Tudo bem! Nomes não são tão importantes, né? — Digo todo enrolado, tentando me redimir. — Nós podemos nos chamar de “você” ou por um apelido...
E ele me ignora... de novo.
Eu sou um idiota! Com certeza ele deve me achar um total idiota. Acabaram as minhas chances de ser amigo dele!
Acabaram as minhas chances de entender esses sentimentos em meu peito...
Então ele me surpreende. Ele olha para mim com os seus incríveis olhos alaranjados, e segurando um dos fones de ouvidos na sua mão ele pergunta. — Você estava falando comigo? Foi mal. É que eu estava de fone, nem te escutei.
Então era isso... Ele não estava me ignorando. Eu não sou um total idiota, no fim das contas.
Suspiro aliviado e então o respondo. — Nada. Esquece. — Aponto para a outra direção da rua. — O ônibus está vindo.
Ele acena com a cabeça e a nossa primeira, e ridícula, conversa acaba com a chegada do ônibus.
No fim das contas eu não consegui saber o nome dele, mas pelo menos eu consegui falar com ele! Um grande avanço.
Chegando à entrada do colégio nós nos separamos, ele seguiu em direção da sua sala, e eu para os meus amigos.
Mais à frente vejo Bishamon e Kazuma juntos, eles estão sempre juntos. Não sei como eles ainda não namoram...
Bishamon é uma grande mulher, literalmente. Alta, longos cabelos loiros, olhos lilás e corpo de mulher.
Quem a vê não diria que ele é uma adolescente de 16 anos. Tanto seu corpo quanto sua personalidade já são de uma adulta, menos comigo, ela é sempre infantil comigo.
Eu ainda acho que ela é uma policial infiltrada, mas como eu a conheço desde que eu era criança, sei que isso não é possível... Ou será que ela é uma alienígena que se infiltrou no corpo da minha amiga de infância?! Possível...
Kazuma não fica muito pra trás em questão de parecer um adulto. Seu rosto infantil denuncia a sua idade, mas o seu jeito calmo e sério parecem de um adulto. Ele é alto, olhos verdes escondidos por trás de um óculos, e cabelo castanho. Eu tenho quase certeza de que ele é apaixonado pela Bishamon, ou Veena como ele a chama. Mas sempre que eu toco no assunto ele nega.
Aperto os passos e me aproximo deles. — Eae, gente.
— Bom dia, Yato. — Kazuma diz sem nem ao menos tirar os seus olhos do livro
— Bom dia, coisinha. — Bishamon me olha com os seus olhos confiantes. Ela quer arranjar uma briga... Então ela vai ter uma.
— Bom dia, alienígena peituda.
— Você disse o que?!
— Você não entende a minha língua, alienígena peituda? — Digo cutucando um de seus seios fartos com o meu dedo.
Ela fica vermelha de raiva e perplexidade. — Ora, seu...
Quando estávamos prestes a pular um pra cima do outro, um ser rosado pula em cima de nós, agarrando o pescoço de cada um com os seus braços.
— Yatozinho. Veena. Brincando tão cedo! Vocês são bem amigos, né? — Diz o ser rosado sorridente.
Leia o clima, garota! Nós não estávamos brincando!
Suspiro. Essa Kofuku não tem jeito, mesmo. Ela sempre vive no mundinho dela. Um mundo colorido igual ao cabelo rosa dela.
Bishamon desfaz a sua cara de brava e sorri. — Bom dia, Kofuku. É tão bom te ver logo de manhã, diferente de uns e outros por aí... — Diz ela dando uma indireta para mim.
— Sua...
Antes que eu pudesse dizer algo o sinal bate e sou obrigado a entrar na minha sala.
Mas antes que eu entrasse a Bishamon olhou para mim e mostrou a sua língua. Essa alienígena peituda! Ela vai ver. No intervalo eu vou ter a minha revanche.
Nada de interessante passou durante as aulas. Eu estava tão entediado que logo comecei a pensar no meu vizinho. Na verdade eu nem preciso estar entediado para pensar nele...
O loiro dominou tanto os meus pensamentos que eu até esqueci o que aquela peituda tinha feito.
Quando o sinal bateu eu logo saí da sala e fui para a sala ao lado, a sala dos meus amigos.
Eles saíram da sala falando sobre a prova surpresa que o professor de química tinha dado.
— Por que ele tem que fazer isso? Estava tão difícil! — Kofuku reclama.
— Eu não achei difícil. — Kazuma fala. — Na verdade eu achei que estava bem fácil.
É claro que ele achou fácil. Ele é um nerd.
— Verdade. Estava muito fácil. — Bishamon diz.
... Pode não parecer, mas ela é inteligente também. Não sei como. Ah! Verdade! Ela é uma alienígena, por isso é tão inteligente! Está tudo explicado.
Sussurrando eu digo. — Para um nerd e uma alienígena, é claro que estaria fácil.
— Né?! — Kofuku concorda. — Não tem como uma pessoa normal achar aquilo fácil!
— O que vocês estão dizendo? — Bishamon diz nos olhando com o seu olhar mortal.
— Nada! — Respondemos temerosos. Esse seu olhar é muito assustador...
Antes que chegássemos ao refeitório, nós passamos pelo corredor dos 9º anos, e logo eu fiquei procurando o loirinho. E eu o encontrei.
Ao vê-lo o meu coração se apertou.
Ele estava andando pelo corredor e todos a sua volta o olhavam e sussurravam.
— O que é que está acontecendo? — Falo em voz alta sem nem perceber.
Kazuma estava próximo de mim e escutou a minha pergunta. — O que? — Ele olha na direção do meu vizinho, e me responde. — Você não está sabendo? — Ele pergunta como se fosse obvio. Vendo a minha cara de dúvida ele explica. — Um pessoal da escola o viu na tarde da noite no centro da cidade com um homem uns dias atrás.
— E...? — Pergunto confuso.
— Esse homem o estava dando dinheiro. Na rua dos amores.
— Rua dos amores...?
— A rua cheia de motéis no centro da cidade. — Bishamon explica.
— E... o que isso quer dizer?
Kofuku me responde com um sorriso inocente no rosto. — Quer dizer que acham que ele é um garoto de programa, Yato seu lentinho.
Um... garoto de programa?