O mundo está nas tuas mãos

  • Angeta
  • Capitulos 9
  • Gêneros Ação

Tempo estimado de leitura: 1 hora

    12
    Capítulos:

    Capítulo 7

    Organização Secreta

    Violência

    Melissa olhou para uma árvore e viu uma sombra a passar, mas não prestou muita atenção a isso até que olhou para trás e viu que Sidorov e Dimitri tinham desaparecido.

    -Justin! O Sidorov e o Dimitri desapareceram!

    -Bolas! Deve ter sido uma das criaturas estranhas. Não entrem em pânico e fiquem comigo.

    Correram todos pelo bosque fora e viram que as sombras os perseguiam. Tentaram despista-los, mas as sombras eram mais ágeis e atacaram Justin no ombro.

    -Justin! Estás bem?

    -Estou, foi só um arranhão. Ouve-me bem, vais fugir para o mais longe possível com a Melissa.

    -Nem penses! Estamos todos juntos nisto. Não é verdade, Melissa?

    -É verdade, mas como tu não tens tantas habilidades de luta como nós.

    -Mas eu ganhei um novo poder!

    -Ainda nem sabes qual é! Vai procurar o Sidorov e o Dimitri que nós tomamos conta destes tipos. Vai, agora!

    -Está bem…fiquem bem, por favor. Eu volto já!

    Bella foi a correr pelo bosque fora a tropeçar nos seus próprios pés. «Espero que fiquem bem. Agora vou ter de encontrar aqueles dois custe o que custar!»

    Sidorov e Dimitri acordaram numa estranha cabana. Era pequena, já velha pelo aspeto da madeira, só existia uma janela, mas era muito pequena e só deitava um raio muito pequeno de luz. Os olhos de Sidorov habituara-se á escuridão, mas não se via nada. Ele tentou andar, mas estava acorrentado a uma cadeira. «Bolas! Só me faltava acontecer isto! Onde é que aquele tipo se meteu?! Devem tê-lo posto noutro quarto.»

    -A bela adormecida acordou.

    -Dimitri?! Conseguiste soltar-te?

    -Não! Ainda não percebeste? Nossa…que lento. Bem, então por onde começo?

    -Pelo inicio e quero saber de tudo!

    -Mas se souberes tudo vou ter de te matar.

    -Matar?! Nem és um aquecimento para mim!

    -Tu é que sabes…então vamos lá. Aquelas criaturas estranhas na realidade são fantasmas.

    -F…fantasmas?!

    -Sim, fantasmas! Eu sei que parece surreal, mas são fantasmas verdadeiros. A minha chefe, ou a chefe da célula tem um poder. Infelizmente, é um poder artificial e tem limites. Ela controla a alma das pessoas, ou como as pessoas dizem controla a morte. Ela apenas transformou aqueles homens em fantasmas. Os teus amiguinhos não vão ter hipótese nenhuma contra eles. Aposto que daqui a meia hora vão estar mais que mortos. Hahaha nem acredito que a Melissa é assim tão fraca. A minha chefe admira tanto o pai dela e Melissa é uma desilusão para ela…um poder tão poderoso para nem ser utilizado!

    -A Melissa não é uma desilusão para o pai dela nem nunca será! Ela não utiliza o poder, porque sabe que não o pode controlar e com isso pode magoar pessoas inocentes! Mas porquê roubar o banco?!

    -Bem…isso já não posso dizer. Senão teria de te matar.

    No outro lado do bosque Melissa e Justin estavam a lutar contra as “criaturas esquisitas” que afinal eram fantasmas.

    -Justin, não dá para derrota-los! Não conseguimos atingi-los!

    -Bem, já decidi o que fazer. Vamos correr o mais rápido que conseguirmos!

    Desataram a correr como se fossem atletas profissionais. Melissa decidiu subir a uma árvore alta para ver se os fantasmas a deixavam de ver. O problema é que o plano não funcionou. Três fantasmas seguiram-na. Justin viu o que se passava e subiu á mesma árvore. Um dos fantasmas agarrou o pé de Melissa e tentou puxá-la. Ela desequilibrou-se e caiu. Por sorte Justin agarrou-lhe a mão. Viram um buraco enorme da árvore e entrara lá dentro. Estavam os dois muito apertados, mas os fantasmas não conseguiam matá-los, porque não existia espaço suficiente.

    -Conseguimos safar-nos desta.

    -Pois foi. Agora temos de encontrar a Bella e os outros dois.

    -Eles estão bem. Eles são fortes e sabem cuidar deles, foi por isso eu os escolhi.

    -Deves ser uma boa capitã.

    -Capitã? Eu sou apenas a líder, não somos piratas. Eu só os quero, porque eles são capazes de me ajudar.

    -Em quê?

    -É uma longa história.

    Entretanto Bella tinha encontrado a cabana onde Sidorov estava. Olhou há volta para ver se via alguém. Ouviu pessoas a falar e foi ate a uma janela. Viu que era Dimitri e outro homem.

    -Não te esqueças que as seis tens de ir buscar os técnicos.

    -Não te preocupes. Nem acredito que eles nos vão ajudar!

    -Quando o desespero é enorme…

    «O que se está a passar?! Eles não iam assaltar um banco? Técnicos para quê?»

    Os homens afastaram-se e Bella aproveitou para entrar. Abriu a porta sem fazer barulho e andou pela cabana. Viu que Dimitri estava a ir na direção dela e decidiu esconder-se na sala que estava a seu lado. O problema é que Dimitri viu que a porta estava destrancada e fechou-a á chave. Bella ficou presa dentro da sala. «Bonito! E agora?! Vou ter de arranjar maneira de sair daqui e depressa!» Olhou á volta, mas a sala estava vazia, sem mobília nenhuma. Pegou nos ganchos do cabelo e abriu a porta. Olhou para os dois lados e saiu a correu antes que alguém a visse. Encontrou uma porta fechada á chave e abriu-a. Viu Sidorov e desatou-o da cadeira.

    -Finalmente! Estava a ver que nunca mais!

    -Deves pensar que foi fácil chegar até aqui! Ainda tive de passar por muita coisa!

    -Pois, mas valeu a pena porque sou indispensável.

    -Deves pensar que tens tratamento VIP só pode!

    -Não tenho, mas devia ter.

    -Tu mereces é dois socos nessa cara por nos teres trazido esse gajo contigo!

    -Ei calma! Ele é um homem muito perigoso, por isso é que o trousse.

    -Estão a falar do Dimitri?!

    -Oh não!

    O chefe fechou a porta num abrir de fechar de olhos e trancou-a com uma corrente e um cadeado.

    -Boa! Devias ter falado mais baixo!

    -Desculpa?! Tu é que estavas a reclamar muito alto!

    -Ao chegar ao barco vais levar...agora temos de sair daqui.

    Bella tentou abrir a porta, mas ela apercebeu-se de que a porta tinha correntes. Olhou em volta, mas não existia mobília a não ser uma cadeira. Olhou para janela, mas era demasiado pequena, no máximo só conseguiam meter a cabeça de fora. Ela sentou-se no chão e ficou a pensar numa maneira de sair. Sidorov estava a tentar arrombar a porta, mas depressa se apercebeu de que não valia a pena. Ouviram passos a aproximar-se da porta. A porta abriu-se e felizmente de lá saiu Melissa.

    -Ainda bem que chegaste!

    -Por acaso foi uma sorte ter-vos encontrado. A cabana está bem escondida.

    -O Justin?!

    -Infelizmente, perdi-o. Estávamos a fugir de…nem sei o que eram! Só sei que perdi-o de vista e continuei o caminho.

    -Temos de o encontrar. Mas primeiro, Sidorov conta-nos tudo o que sabes sobre o Dimitri.

    Justin andava a vaguear pelo bosque a lembrar-se da conversa que teve com Melissa.

    «-Afinal porque nos seguiste até aqui?

      -É que… eu tinha três irmãs e eram muito parecidas com vocês.

          -O que lhes aconteceu?

          -Bem…olha não precisas de saber!

          -Desculpa, só gostava de saber mais um pouco sobre ti, já que vais ser meu amigo.

          -Amigo?! Vais aceitar-me na tua equipa?!

          -Vou. Eu acho que tu tens algo de especial e sei que não seguiste a Bella para engatá-la.

          -Se for assim eu conto-te. Elas tinham 15 anos quando morreram. No dia de anos delas estávamos todos em casa a cantar os parabéns quando arrombaram a nossa casa. Era uma organização de tráfico humano. Levaram as minhas duas irmãs para serem escravas e mataram os meus pais, tios, primos, etc. A minha irmã mais velha já tinha saído de casa há muito.

          -Lamento imenso, mas tu tens um poder, porque não fizeste nada?

          -Eu tentei, mas ainda não o controlava bem e não era tão forte como sou hoje. É difícil viver sabendo que somos culpados da morte de alguém, mas a vida é mesmo assim…cheia de desafios.

          -Quando a minha mãe estava triste o meu pai dizia-lhe sempre:” Sei que a vida tenta deitar-nos sempre abaixo e também sei que pensas ‘Ainda não provei que sou forte o suficiente?’ Vais ter de ser forte e levantar-te só mais uma vez.” Eu digo-te o mesmo.

          -Obrigada, soube bem ouvir isso.»

          Do nada ouviu um barulho nuns arbustos e acordou para a realidade. Foi ver o que era e nem podia acreditar.

          -Dimitri!

          -Olha se não é o traidor!

          -Se estás aqui é porque a cabana não deve estar muito longe. O que é que lhes fizeste?!

          -Não te preocupes…não lhe fiz nada demais. Ele está acorrentado.

          -Não estou a falar dele, a rapariga!

          -Ela está trancada numa sala.

          -Sabes que não vais escapar, certo?

          -Vou sim.

          Os fantasmas apareceram e atacaram Justin. Ele foi atrás de Dimitri, mas um dos fantasmas bateu-lhe na cabeça com tal força que o pôs inconsciente. Ficou estendido no chão com um ferimento profundo na cabeça. Dimitri olhou para ele e soltou um sorriso malicioso e levou-o consigo.

          Entretanto os outros vinham a conversar á medida que corriam há procura de Justin.

          -Vamos ver se percebi. O Dimitri faz parte de uma organização que é comandada por uma mulher que tem o poder de transformar as pessoas em fantasmas e controlá-las. O plano é assaltar um banco muito bem protegido às sete horas, mas daqui a duas horas eles vão-se encontrar com uns técnicos, que provavelmente vão ajudá-los a abrir o cofre.

           -É isso mesmo, Melissa. Pelo menos é o que me parece juntando as peças que temos.

          -O Dimitri não me disse o que havia no cofre, mas não deve ser dinheiro.

          -Como sabes?! Geralmente, é o que os gangues fazem.

          -Pois, mas ele não iria ameaçar-me ao ponto de me matar. Ele pensa que ainda estou na cabana e que vocês estão mortos. No pensamento dele, não iria existir nenhum problema em contar, mas como é algo ainda mais valioso…

          -Ele não contou. Bem pensado, Sidorov! Melissa, não há tempo para encontrarmos o Justin. O assalto é daqui a três horas e eles vão ter com os técnicos uma duas antes.

           -Mas ele agora é nosso amigo! Temos de o ajudar!

           -Também queria, mas temos de pensar nas pessoas que irão ser feitas de refém no banco!

           -Eu fico a procura-lo.

           -Sidorov?! Tu?!

           -Sim, eu! Vocês vão para a cidade enquanto eu fico aqui mais um pouco a procura-lo. Daqui a meia hora encontrámo-nos há frente do oceanário.

            -Está bem. Tem cuidado, o Dimitri anda por aí.

           Melissa e Bella foram na direção oposta.

           Justin acordou dentro de uma carrinha. Doía-lhe a cabeça, via tudo desfocado, o corpo não respondia as ordens do cérebro e viu que o chão estava coberto de sangue. «Vá lá! O meu corpo não está a fazer o que eu mando! E agora?! Como é que eu vou sair daqui? Acalma-te…posso usar o meu poder! Mas no estado em que estou não vai servir de nada. Vou descansar um pouco para ver se isto melhora.» Mal ele pousou a cabeça no chão a carrinha travou bruscamente. As portas das traseiras abriram-se e Dimitri arrastou Justin para fora.

          -Parece que a tua vida acaba aqui.

          -N…não…

          -O quê? Não te consigo perceber! Hahaha estás tão mal que nem consegues falar! Poupa as palavras desnecessárias. Eu sei o que aconteceu às tuas irmãs e acho que mereces saber.

          Melissa e Bella já tinham chegado á cidade e estavam á frente do oceanário á espera de Sidorov.

          -Será que ele está bem?

          -Claro que está! Ele é forte, safa-se muito bem.

          -Não estou a falar do Sidorov. Estou a falar do Justin.

          -Ele sabe cuidar de si, acredita em mim.

          -Lamento imenso, mas não o consegui encontrar.

          -Sidorov! Foste rápido!

          -Rápido?! Demorei meia hora! Vocês é que são lentas!

          -Então isso quer dizer que só falta uma hora e meia até eles se encontrarem com os técnicos! Temos de nos despachar! Vamos separar-nos e descobrir mais coisas sobre o Dimitri. Ele certamente deve viver aqui e deve ter um trabalho para disfarçar o facto de ele ser procurado pela Marinha. Voltamo-nos a encontrar aqui. Melissa, não causes confusões!

           Justin ficou chocado com o que Dimitri contara. Estava paralisado com o choque e as dores ficaram piores, mas nem deu por ela. A única dor que sentia era a do coração, uma dor que nunca mais curaria, apenas ficaria mais suportável com o tempo. Era como se ele estivesse a viver aquele dia de novo.

           Dimitri trocou algumas palavras com os técnicos e pegou numa chave. Passou por Justin e soltou um sorriso trocista. «Ele é mesmo tolo!» Justin olhou para ele com um olhar vazio. Parecia que o mundo tinha parado e que tudo andava em câmara lenta. Ficou paralisado durante quinze minutos, mas finalmente sentiu a dor na cabeça e acordou. Olhou para os técnicos e soube o que tinha de fazer.


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!