Rexatron - Outro Mundo

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    Capítulo 20

    A Garota do Cabelo Azul

    Álcool, Bissexualidade, Drogas, Estupro, Heterossexualidade, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Mutilação, Nudez, Sexo, Suicídio, Violência

    - Trix,você não precisa lutar com Vênus. - disse Lauren.

    - Ela matou meu irmão. - respondeu Trix.

    - Você não precisa se vingar.

    - Não,eu quero. - disse Trix convincente.

    - Certo,tome cuidado. - disse Lauren abraçando-a.

    - Vocês não vão com ela? - perguntou Jack.

    Todos balançaram a cabeça negativamente sem jeito. 

    - Ela sabe o que faz,ela não precisa de nós. - disse Harvey.

    - Além disso nós precisamos ir para a nova base. - completou Scott. - Não queremos nos atrasar.

    - Vão deixar ela ir sozinha? -Jack perguntou.

    - Ela age sozinha. - respondeu Lauren.

    - Eu não vou sozinha. - disse Trix.

    - Tudo bem então. É melhor assim. - disse Jack.

    - Você vai comigo.

    - O que? Por quê? -Jack se assustou.

    - Você disse pra mim te ensinar a se virar,aí está sua oportunidade. - disse Trix.

    - Bem,foi a tensão do momento,eu passo essa. - disse Jack constrangido.

    - Eu não estou pedindo. - disse Trix.

    - O quê?

    - Você vem comigo querendo ou não. - disse Trix com autoria.

    - É melhor você ir. - avisou  Harvey.

    - Esse negócio de vingança,não está indo rápido demais? - perguntou Jack.

    - Como assim rápido? - perguntou Trix.

    - Não devia ter um tempo para você se recuperar até você ir até ela? - perguntou Jack.

    - Eu não ligo. - respondeu Trix.

    - Certo,mas eu não quero ir. - disse Jack.

    - Você não tem escolha.

    - Não se preocupe Jack. Você vai ficar bem com ela. - disse Lauren tentando acalmá-lo.

    - Vamos logo, temos que ir. - disse Trix.

    - O que? Agora? - Jack perguntou.

    - Sim. Agora.

    - Oh merda...

    - Vejo vocês depois. - disse Lauren se afastando com Harvey e Scott.

    Jack e Trix andaram do lado oposto.

    - Por que caralhos eu disse pra você me ensinar a lutar? - Jack sussurrou.

    Trix pareceu não ter escutado.

    Trix estava com uma expressão assustadora. Como se ela estivesse prestes a  atacar Jack a qualquer momento.

    - Eu realmente sinto muito se você estiver com raiva de mim. - disse Jack tentando quebrar o gelo.

    - Eu não estou com raiva de você. - Trix disse com calma enquanto sua expressão dizia o contrário.

    - Sério? Não parece. - retrucou Jack.

    - Se eu estivesse com raiva de você,eu já teria acabado com você.

    - Eu não duvido disso. - disse Jack parecendo aliviado.

    - Você parecia bastante preocupado comigo lá atrás. -Trix  comentou enquanto continuavam caminhando.

    Jack corou.

    - Eu não estava preocupado...apenas queria saber porque você estava indo sozinha. - disse Jack envergonhado.

    - Eu não estou sozinha.

    - Sim,esta me arrastando com você. - disse Jack voltando ao normal.

    - Você disse que queria aprender a se virar. - Trix parecia ter uma expressão mais serena.

    - Eu me arrependo de ter dito isso. - disse Jack olhando para o chão.

    - Não Jack, você realmente precisa aprender a lutar. - disse Trix.

    - Por que?

    - Nós não podemos te proteger o tempo todo,espero que você entenda isso.

    - Eu sei.

    Andaram por alguns minutos sem dizerem nada um para o outro.

    Finalmente saíram do deserto;Havia uma floresta em frente com várias árvores altas tampando a visão.

    Não dava pra ver muita coisa de fora mas Jack imaginava que havia vários animais selvagens lá dentro.

    - O rio Drakkar fica do outro lado da floresta. - disse Trix avançando em direção à floresta.

    Jack se lembrou de Forseti dizendo para ele ir até o outro lado do rio Drakkar.

    - O que tem de especial nesse rio Drakkar? - Jack perguntou seguindo Trix.

    - Por que a pergunta?

    - Eu já ouvi várias pessoas falarem sobre lá por aqui. - Jack dizia a verdade mas não queria revelar que seu interesse pelo local surgira após seu encontro com Forseti.

    - Tem uma cidade. - respondeu Trix.

    Entraram na floresta,havia várias árvores pelo caminho,com galhos e cipó atrapalhando a passagem.

    Havia umas espécies de insetos desconhecidas por Jack.

    Como um inseto voador que parecia um besouro com um corpo de gafanhoto.

    Trix cortava as folhas das árvores que atrapalhavam o caminho com uma faca que ela sempre tinha guardada.

    - Eu acho que fui picado por alguma coisa. - disse Jack enquanto seguia Trix.

    - Continue andando estamos quase lá. - disse Trix cortando um galho.

    - Acho que me cortei. - reclamou Jack.

    - Tome cuidado! Parece que nunca andou pela floresta antes. - disse Trix.

    - Eu nunca andei pela floresta antes. - respondeu Jack.

    - Desculpa, eu não sabia que não existem florestas na Terra.

    - Mas existem. - Jack disse atordoado com o corte.

    - Então como nunca passou por uma antes? - Trix havia parado de andar para recuperar fôlego.

    - Meio que as coisas na Terra são separadas. Eu não vivo perto da floresta.  - Jack tentava explicar.

    - Como é lá? - perguntou Trix olhando para a frente.

    Lá aonde? - Jack perguntou confuso.

    - Na Terra.

    - É legal, não é perfeito mas é uma boa vida que eu tenho lá. - respondeu Jack.

    - Tem esperança de voltar um dia? - Trix pareceu um pouco pessimista.

    - Eu realmente não sei. Não faço a menor idéia de como voltar.

    - O que vai fazer quando voltar?

    - Voltar a minha vida normal eu acho. Com minha família e amigos. - Jack disse cabisbaixo.

    - Eu espero que você consiga. - disse Trix tentando animá-lo.

    - Obrigado Trix. - Jack disse tentando não mostrar insegurança.

    - Chegamos,o rio Drakkar fica ali do outro lado. - disse Trix apontando para uma enorme árvore que estranhamente bloqueava todo o caminho como se fosse uma enorme parede feita com um largo tronco de árvore.

    - o rio fica dentro da árvore? - Jack perguntou confuso.

    - O que? Não, isso seria ridículo. - Trix disse.

    Trix chegou em frente a árvore.

    - O rio fica do outro lado da árvore. - disse Trix.

    - E como vamos passar?

    - Por cima.

    - Como?

    - Escalando.

    - Eu não sei escalar.

    - Puta que o pariu,o que vocês fazem na Terra para sobreviver? - Trix perguntou de forma retórica.

    Jack não disse nada, apenas ficou encarando a estranha árvore.

    - Apenas me siga,faça o que eu fizer. - disse Trix.

    - Tudo bem. - Jack disse desconfiado.

    Trix segurou um cipó que estava agarrado na enorme árvore e o arrancou.

    Havia vários outros pela grudado na árvore.

    Trix colocou sua faca no bolso de sua calça.

    Pegou uma pedra grande no chão e amarrou na ponta do cipó.

    Arremessou a pedra para cima para agarrar em algum galho.

    Jack ficava só olhando o que Trix fazia.

    - O que você está esperando? Faça isso também. - ordenou Trix.

    - Isso tem uns trinta metros de altura. - reclamou Jack.

    - E daí? - Trix pareceu não se importar com a altura.

    - Certo, eu estou indo.

    Jack puxou um cipó da árvore.

    - Você pode me emprestar sua faca? - Jack perguntou constrangido.

    - Tudo bem, mas você tem que arrumar sua própria faca. - disse Trix arremessando a faca em direção a Jack.

    Jack quase se cortou pegando a faca no ar.

    Jack precisou de umas cinco facadas para arrancar o cipó.

    - Certo,agora a pedra. - disse Jack a si mesmo.

    Jack pegou uma pedra grande e amarrou no cipó.

    - Agora o arremesso.

    Jack olhou para o galho que Trix havia acertado.

    Mirou no galho e se concentrou.

    - Por favor não erre. - disse Jack em voz baixa para ele mesmo.

    Jack arremessou a pedra no galho mas não teve força para chegar até lá,faltou cerca de dois metros para a pedra alcançar o galho.

    - Oh merda... - resmungou Jack.

    - Algum problema? - perguntou Trix.

    - Não, eu estou apenas aquecendo. - disse Jack envergonhado pela falta de força.

    Jack pegou a pedra que caiu no chão.

    - Agora é pra valer! - disse Jack.

    Se concentrou e arremessou a pedra.

    A pedra encostou no galho mas acabou caindo no chão de novo.

    Trix olhou para Jack.

    - Desculpe,eu estava calculando o vento. - disse Jack constrangido.

    - Não tem vento. - comentou Trix.

    Jack pegou a pedra e a arremesou de novo na árvore com toda a força que conseguia.

    Dessa vez por um milagre ele acertou a pedra.

    - Eu disse que conseguia. - disse Jack surpreso por ter conseguido.

    - Agora suba! - ordenou Trix.

    - Como?

    - Apenas me siga. - disse Trix.

    Trix utilizou a corda para se apoiar no tronco da árvore e subir.

    - Sua vez. - disse Trix parando no meio do caminho.

    Jack repetiu o que Trix fez e subiu até onde Trix estava.

    Continuaram a subir,Jack deu uma escorregada mas Trix o segurou.

    Estavam quase no topo e Jack olhou para baixo.

    - Acho que acabei de desenvolver um medo de altura. - disse Jack.

    - Fique calmo, estamos quase chegando.

    Continuaram até chegar ao topo e passaram pro outro lado da árvore.

    - Como vamos descer? - perguntou Jack.

    Trix pulou com o cipó em mãos e quando estava quase no chão colocou seus pés contra o tronco da árvore e parou.

    Trix pulou no chão e esperou Jack.

    - É muito alto! - gritou Jack.

    Jack desceu um pouco para ficar mais próximo do chão,embora ainda estivesse alto, e pulou.

    Quase caiu com tudo no chão, mas conseguiu colocar seus pés na parede e parar de cair.

    Soltou o cipó e seguiu Trix.

    - Estou cansado,você tem água? - perguntou Jack.

    - Ali na frente tem. - respondeu Trix.

    Havia um enorme rio em frente.

    O local tinha grama onde pisavam, parecia um grande campo de futebol.

    Era um local limpo visualmente, não havia nada além de grama dos dois lados e um rio mais a frente.

    Não dava pra ver o que tinha do outro lado do rio,que para Jack se parecia mais com um oceano.

    Jack andou até o rio e olhou em volta.

    - Eu posso beber essa água? - perguntou Jack.

    - Por que tá me perguntando isso? O rio não é meu. - disse Trix sem entender o que Jack havia dito.

    - Eu sei, mas como eu vou saber se o rio é poluído? - perguntou Jack.

    - Faça o que você quiser. - disse Trix.

    Jack colocou suas mãos na água e levou até sua boca e a bebeu.

    - Tem um gosto normal. - disse Jack.

    Trix olhou para Jack estranhando o que ele estava dizendo.

    Jack olhou para o rio e reparou que não tomava banho desde que chegou em Rexatron.

    Pensou que seria bom se limpar  ali, mas olhou para Trix que estava olhando para ele.

    "É melhor deixar pra depois" pensou Jack.

    - O que nós fazemos agora? - perguntou Jack.

    - Esperamos a Vênus.

    Os dois se sentaram na grama e ficaram observando o rio.

    Ficaram alguns minutos em silêncio.

    - Você quer mesmo fazer isso? - perguntou Jack.

    - Ela matou meu irmão.

    - Não quero desrespeitar seu luto, mas vocês não pareciam tão próximos. - disse Jack.

    - Realmente não éramos tão próximos.

    - Eu também não me sinto próximo de minha família desde que meu pai desapareceu.

    - Eu nunca conheci meu pai. - comentou Trix. - Ben era a única família que eu tinha.

    - Eu sinto muito. Deve ser difícil viver sem um pai.

      - Eu não ligo muito pra isso. Eu nunca soube quem ele era, ele pode estar por aí ou já ter morrido. - disse Trix olhando para a água.

    - Como assim? - perguntou Jack.

    - Minha mãe era uma puta. - disse Trix.

    - Não precisa ofender sua mãe.

    - Não estou ofendendo, ela era literalmente uma puta.

    - Certo, me desculpe. - Jack tentou se consertar.

    - Eu não sei porque estou te contando isso, além de você só a Lauren sabe. - disse Trix meio nervosa por estar dizendo aquilo.

    - Não precisa me contar se não quiser. - disse Jack tentando acalmá-la

    - Que se foda, eu vou contar.

    - Contar o que? - perguntou Jack.

    - Como eu vim parar aqui na resistência.

    - Tudo bem.

    - Eu tinha sete anos, minha mãe podia ser uma prostituta mas era tudo que eu tinha naquela época.

    Minha mãe tinha trinta anos naquele tempo, seu nome era Thalia, ela tinha cabelos lisos ondulados vermelhos,tinha uma aparência jovial e era bonita, o que fazia ela ser bastante popular.

    Todos os dias eu via homens entrando e saindo da minha casa, fazendo filas.

    Aquilo era repugnante para mim, mas eu era criança para saber o que estava acontecendo.

    Sempre que eles chegavam minha mãe mandava eu ir para fora de casa e eu não entendia o porquê,  apenas a obedecia.

    Mas eu tinha uma amiga, o que fazia eu não me importar muito em ser mandada pra fora de casa todos os dias.

    Nós vivíamos em um lugar bastante desenvolvido, era do outro lado do rio Drakkar.

    Existem vários prédios altos, casas boas, é bem iluminado a noite, é bem diferente do que você viu por aqui.

    - Eu posso imaginar como é,a Terra toda tem lugares assim. - comentou Jack.

    - Voltando ao assunto. - disse Trix. - minha amiga se chamava Amy, ela era ruiva com um cabelo liso, tinha sardas em seu rosto e tinha uma família unida.

    Sempre que minha mãe me mandava para fora de casa ela estava lá e logo eu esquecia do que estava acontecendo ao meu redor.

    Ela era minha única amiga, nós brincávamos na rua até tarde da noite.

    Nós andávamos pela cidade e fazíamos quase tudo juntas.

    Quando a mãe dela ia buscar ela para ir pra casa porque estava tarde, era a pior hora do dia pra mim.

    Eu voltava pra casa e ficava sentada em frente a casa até minha mãe deixar eu entrar dentro de casa.

    Ainda via homens entrando e saindo lá dentro.

    Alguns passavam por mim e passavam as mãos em meus cabelos como se eu fosse uma espécie de animal de estimação que ficava vigiando a casa.

    Quando minha mãe aparecia na porta e dizia que eu podia entrar,eu não tinha coragem de encara-lá. Isso acontecia todos os dias.

    Um dia eu estava com Amy, a cada dia que passava eu gostava mais dela, mas não mais como amiga, eu sentia algo a mais por ela.

    Enfim, esse dia estava sendo normal como os outros. 

    Amy disse que seu pai havia se tornado um soldado do império.

    - Isso é bom? - eu perguntei a ela.

    - Minha mãe disse que nossa vida vai ser melhor, mas nós precisaremos nos mudar. - Amy respondeu.

    Eu fiquei triste com aquilo mas Amy me deixou animada de novo quando ela disse que a mãe dela perguntou se eu queria ir com eles.

    - Eu não sei, tenho que falar com minha mãe. - eu disse.

    A mãe de Amy sabia de minha situação, ela queria me ajudar.

    - Vamos ir contar pra ela. - Amy disse.

    Aquilo me deixou tão feliz, nós corremos até minha casa para falar com minha mãe.

    Eu sabia que ela não ligaria se eu fosse morar com Amy, afinal eu passava mais tempo com Amy do que com ela.

    Chegamos a porta da minha casa que estava fechada com alguns homens sentados em frente esperando.

    Eu pedi para ela esperar do lado de fora que eu já ia voltar

    Eu abri a porta e entrei.

    Eu ouvi alguns gritos no quarto da minha mãe e fui até lá.

    O que eu vi foi horrível, um homem estava com as mãos em minha mãe, eles estavam sem suas roupas.

    - Por favor pare, você não pagou pelo serviço! - minha mãe dizia.

    - Não faz mal uma vez ser de graça. - o homem disse.

    Aquilo me deu náusea.

    Eu não sei o que aconteceu comigo mas eu simplesmente não conseguia ver aquilo.

    Eu fui até a cozinha e peguei uma faca grande e voltei para o quarto.

    Atingi o homem com uma facada na cabeça e ele caiu no chão.

    Acho que ele morreu na primeira,mas eu continuei acertando facadas nele.

    Foi a primeira vez que eu matei alguém.

    - Trix, o que caralhos você está fazendo? - minha mãe gritou.

    - Ele estava fazendo coisas erradas com você. - eu respondi.

    - Era a porra de um membro do governo e você o matou! - minha mãe gritou.

    - Me desculpe mãe, eu só queria te proteger. - eu tentava me explicar.

    - Vá se foder,Trix! - minha mãe disse.

    O corpo do homem estava espalhando sangue pelo quarto.

    Eu olhei aquilo e não pude acreditar no que eu tinha feito.

    Minha mão começou a emitir ondas elétricas devido a minha raiva.

    Minha mãe me mandou pra fora de casa.

    Eu sai pela porta chorando e vi os outros homens que estavam ali esperando.

    Eu estava com muita raiva e não pensei simplesmente eletrocutei todos que estavam ali.

    Amy viu tudo.

    - Amy, me desculpe. - eu disse

    - Você tem poderes. - ela disse 

    Depois disso ela correu para longe.

    Eu tentei correr atrás dela mas alguém me parou.

    Era um homem mascarado, com a mesma máscara que Forseti usa.

    As pessoas com mais poder no governo usam essa máscara em público para reconhecerem sua autoria.

    Ele me levou até a porta de casa e conversou com minha mãe.

    Eu estava assustada, ele disse para minha mãe ficar comigo por um tempo para ver como eu me comporto que eles prometeram que iriam me buscar no futuro.

    Depois de um tempo conversando, minha mãe finalmente aceitou o que o homem disse.

    Eu não estava entendendo nada do que estava acontecendo.

    Minha mãe mandou eu entrar.

    A minha vida continuou normal com a diferença de que agora eu não tinha Amy.

    Depois disso minha mãe começou a usar morpheus.

    Ela ficou viciada naquilo,isso estava acabando com seu corpo.

    Eu simplesmente andava pelas ruas sozinha até poder voltar pra casa.

    Eu aprendi a lutar nas ruas, arrumava brigas com criminosos apenas por diversão, roubava comida e essa era minha nova vida sem Amy.

    Um dia eu estava em casa prestes a sair, mas minha mãe disse que queria conversar comigo.

    - Eu estou grávida, você vai ter um irmão ou uma irmã. - ela disse.

    Eu deveria ficar feliz com aquilo, mas eu não conseguia.

    Após um tempo ela começou a criar barriga devido a gestação.

    Os clientes dela diminuíram

    Após um tempo, Ben nasceu.

    - Quem é o pai dele? - eu perguntava.

    - Eu não sei. - ela respondia.

    Depois disso minha mãe voltou com o serviço.

    - Esta quase na hora de você ir. - minha mãe dizia quase todos os dias.

    Quando eu tinha nove anos,e meu irmão dois, minha mãe estava com um homem como sempre.

    Eu ficava com meu irmão do lado de fora da casa todo dia, eu cuidava mais dele do que minha mãe.

    Um homem saiu da minha casa e veio até a mim.

    - Olha só quem está aqui. - o homem disse passando a mão no meu rosto.

    - Ei, tire suas mãos da minha filha! - minha mãe disse aparecendo na porta.

    - Desculpe Thalia, mas você não é mais tudo aquilo! - disse o homem.

    A raiva veio até a mim outra vez.

    Eu mordi o dedo indicador daquele homem com toda força e o arranquei.

    Eu já entendia as intenções dele naquela idade.

    A mão do homem começou a sangrar muito e ele gritou.

    - Sua pequena vadia , você vai ver! - o homem disse retirando uma arma do bolso.

    Eu simplesmente parti pra cima dele e dei um soco em seu rosto.

    Minha mão começou a gerar eletricidade de novo.

    Eu percebi, a raiva me dava poderes.

    Eu acertei uma onda elétrica no homem que ficou se retorcendo e acabou dando um disparo com sua arma pra uma direção aleatória.

    O homem morreu, o tiro não acertou em ninguém.

    Eu gritei.

    O homem mascarado apareceu, disse que estava na hora de ir.

    - Você não pode levá - la! - minha mãe disse.

    - Sinto muito mas você já concordou com isso a dois anos! - disse o homem.

    - Eu mudei de idéia!

    - Eu lamento, mas eu prefiro evitar conflitos. - o homem disse retirando uma arma de seu bolso e atirando em minha mãe.

    Eu tentei acertar o homem com meus raios mas ele estendeu a mão em minha direção e me empurrou sem encostar em mim.

    - Por favor, não resista. - ele disse.

    Eu tentei atingir ele de novo mas ele me empurrou novamente com suas mãos.

    Eu senti um vento saindo das mãos dele.

    - Deixa eu explicar as coisas,você tem poder, pessoas com poderes devem servir ao governo. - o homem disse.

    - Por que?

    - Para garantir a segurança do sistema. Aquele que não tem poderes e se recusar a servir ao sistema deve ser morto. - ele explicou.

    - Por que eu tenho poderes? - eu perguntei.

    - Isso está no DNA rexatroniano, algumas pessoas são abençoadas com grandes poderes, podem demorar a se manifestar mas quem os tem, sempre os desperta uma hora. - disse o homem.

    - E é quando esses poderes despertam que deve se juntar ao governo. - ele completou. - Não se preocupe, não é uma coisa ruim.

    - E se eu não quiser?

    - Eu terei que matá-la.

    Eu olhei para o corpo de minha mãe no chão.

    - Então me mate. - eu disse.

    Peguei Ben e corri o mais rápido que eu conseguia.

    Ben chorava sem entender o que acontecia.

    Eu deixei ele com uma mulher e disse para ela cuidar dele.

    Eu não reparei na mulher apenas achei que fosse a melhor coisa a se fazer.

    Ela não entendeu, mas aceitou a criança por algum motivo que eu não sei.

    Eu continuei correndo do homem pela cidade.

    Eu entrei em uma rua escura e não muito movimentada.

    Começou a chover naquele momento, eu estava desesperada.

    O homem apareceu na entrada da rua e correu até mim.

    Ele tentou lançar seus ventos em mim,a chuva parecia o deixar mais forte.

    Eu voei longe com aquilo.

    Ele formou dois pequenos furacões em sua mão e os lançou contra mim.

    Aquilo me machucou muito mas eu me levantei.

    Com raiva eu corri até ele desviando dos outros furacões.

    Eu lancei um raio muito forte nele,talvez a chuva tenha ajudado na força, mas eu matei ele.

    Eu pensei que sair dali correndo seria melhor,foi o que fiz.

    Eu dormi na rua aquele dia.

    Eu acordei no outro dia e fui até um lugar movimentado.

    Todos olhavam para mim assustados quando eu apareci.

    - Lá está a garota! - alguém disse.

    Várias pessoas correram até a mim.

    Eu não queria ter feito aquilo,mas eu simplesmente fiz.

    Eu comecei a acertar todos com meus raios e eletricidade, matando a todos que apareciam em meu caminho.

    Parecia que tinha algo me forçando a fazer aquilo, mas eu não me importei em estar fazendo um massacre.

    Eu olhei para trás e vi vários corpos no chão, eu havia matado todos, homens e mulheres.

    Naquele momento eu perdi algo dentro de mim, o medo.

    Eu sai de lá antes que alguém aparecesse e me visse.

    Eu notei que todos sabiam que eu havia matado um dos mais fortes membros do governo.

    Eu era um monstro pra eles, principalmente depois que descobriram que eu estava por trás daquele massacre.

    Minha vida durante alguns dias foi dormir na rua, e matar quem me perseguia.

    As pessoas me chamavam de criança assassina ou a garota do cabelo azul mas eu não fazia aquilo por querer,eu não conseguia me controlar.

    Eu estava escondida um dia de alguém que estava me seguindo.

    Eu sempre me escondia mas eles sempre me achavam, o que me obrigava a agir.

    Eu estava escondida atrás de um prédio de frente para o rio.

    Uma garota da minha idade apareceu na minha frente.

    - Não se preocupe, eu quero te ajudar. - ela disse.

    - Você é a garota do cabelo azul? - ela perguntou.

    - Sim. - eu respondi.

    - Você sabe que não é seguro viver na cidade? Eles perseguem as pessoas como nós. - a garota disse.

    - Como nós?

    - Com poderes. - ela disse. - Qual o seu nome?

    - Trix... e o seu?

    - Lauren.

    e foi assim que eu conheci Lauren.

    - Eu matei pessoas Lauren. - eu disse a ela.

    - Eu sei disso, todos te conhecem. Você causou muita confusão na cidade. - ela disse.

    - Eu não queria fazer isso.

    - Eu sei disso, eu vim aqui para te levar para um lugar seguro

    - Para onde?

    - Para a resistência, é lá que pessoas como nós ficamos seguras.

    - Você tem poderes? - eu perguntei.

    - Sim. - ela disse.

    Ela me mostrou que podia se regenerar.

    - Essa é minha primeira missão na resistência, te resgatar, eu estou animada. - ela disse.

    Ela me levou até um barco e começou a navegar até o outro lado.

    Ela parecia estar feliz me salvando.

    Me contando sobre a resistência mas sempre com um sorriso no rosto.

    Ela me disse que um dos objetivos da resistência é acolher pessoas como eu.

    Ela me passava uma sensação de segurança que eu não sentia a algum tempo 

    Nós chegamos do outro lado e caminhamos até a base da resistência, onde ela me apresentou ao pessoal.

    Eu estranhei porque todos me receberam bem,eu não estava acostumada com aquilo.

    De qualquer forma eu só confiava em Lauren.

    Passavam os anos, eu já fazia tudo que a resistência exigia como resgatar pessoas com poderes e ir atrás de pessoas do governo, buscar informações e outras coisas.

    Quando eu tinha treze anos eu voltei a minha antiga cidade em uma missão.

    Eu devia resgatar uma mulher adulta que estava sofrendo pressão do governo,sendo perseguida.

    Eu encontrei a mulher e a reconheci.

    Era a mulher para quem eu entreguei Ben.

    Eu disse que tinha ido salva-la.

    Mas ela disse que não queria ser salva,me entregou Ben e disse que era tudo por causa dele.

    Haviam descoberto que ele era meu irmão.

      Acharam que ela me atrairia para me encontrarem.

    Uns soldados apareceram para me levar.

    Mas eu simplesmente ataquei eles e os matei.

    Um deles levantou as mãos antes de eu atacar.

    Ele retirou o capacete e mostrou seu rosto.

    Era o pai da Amy.

    Eu não sabia o que dizer.

    Ele apenas disse que Amy sentia minha falta.

    Disse que ia me deixar escapar daquela vez e que era pra mim levar Ben comigo.

    Eu levei e expliquei para a resistência que era meu irmão.

    Todos aceitaram que ele ficasse lá junto com a resistência.

    As outras pessoas da resistência cuidavam dele.

    Eu não ficava muito tempo com ele, eu sempre ficava mais fora fazendo missões ou coisas que eu queria.

    Então até hoje estou com a resistência.

    - Essa é a história. - disse Trix.

    - Eu não sei o que dizer. - Jack disse.

    - Lauren também disse isso quando eu contei a ela toda a história.

    - Os outros sabem disso? - Jack perguntou.

    - Desde que eu cheguei na resistência, eu só confio na Lauren. - respondeu Trix.

    - Por que está me contando isso? - Jack perguntou.

    - Eu não sei. Talvez eu confie em você.

    - Por que confiaria?

    - Você não é daqui, não sabe nada sobre o lugar. - respondeu Trix.

    Jack sentiu que devia contar o que falou com Forseti, mas seria melhor se Lauren também estivesse ali.

    - Eu não o culpo pela morte do Ben, não se preocupe.

    - Tem esperança de reencontrar Amy um dia? - Jack perguntou.

    - Se eu a encontrasse ela me odiaria.

    - Luke era o pai dela e eu o matei.

    Jack ficou em silêncio.

    - É uma bonita história, uma pena ela terminar aqui. - Uma voz feminina disse.

    Era Vênus,chegando para o confronto.

    Trix e Jack se levantaram.

    - Não se preocupe Jack, eu vou acabar com ela!


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